Tontura: Labirintite e Outras Causas – O que pode ser?

Entenda o que é tontura e quais são as suas principais causas!

A tontura consiste em uma sensação que nós temos de que a nossa cabeça está girando, por isso, normalmente, quando estamos tontos, podemos ter a nossa visão embaçada e perder o equilíbrio.

Sendo assim, todo mundo, em algum momento da vida já sofreu com a sensação de estar tonto.

Já que, são diversas as causas que estão envolvidas para gerar essa sensação.

Algumas delas são bem corriqueiras como: ficar girando em círculos, se levantar muito rápido, usar alguns medicamentos ou beber álcool.

Porém, é importante estarmos atentos, pois, se essa tontura não parece ter nenhuma causa “óbvia” como as citadas acima e costuma impactar negativamente o cotidiano podemos estar diante de uma doença.

Desse modo, hoje iremos falar a respeito das principais causas que podem causar tontura e como proceder em cada situação. Confira!


1. Labirintite

tontura e vertigem

Quando estamos falando sobre labirintite, estamos diante de um termo que se refere à inflamação do labirinto.

Sendo assim, por o labirinto ser uma estrutura presente na orelha média e estar envolvido tanto no equilíbrio quanto na audição, quando estamos diante de um quadro de labirintite, podemos ter as duas funções alteradas.

Porém, o principal sintoma dessa doença é a vertigem e a tontura.

Por isso, é bastante comum que as pessoas que sofrem com esse problema percam o equilíbrio muito facilmente.

Além disso, outros sintomas também podem estar envolvidos como:

  • Náuseas e enjoo;
  • Diminuição ou perda da audição;
  • Zumbidos;
  • Vômitos;
  • Sintomas gastrointestinais;
  • Sudorese.

Já quando estamos diante das causas que podem estar gerando esse problema, percebemos que temos várias situações, desde infecções causadas por algum microorganismo, até tumores ou alterações estruturais da orelha média.

Normalmente, os primeiros sintomas aparecem em torno de 40 e 50 anos e a pessoa que apresentar eles, precisa ir ao médico para realizar exames que possa indicar melhor a causa base do problema.

Dentre os exames que podem ser solicitados temos a tomografia e a ressonância.

Sobre o tratamento, ele envolve tanto uso de medicamentos quanto modificações de estilo de vida.

Os medicamentos mais utilizados são:

  • Vasodilatadores;
  • Antidepressivos e anticonvulsivantes;
  • Labirinto supressores;
  • E outras drogas para amenizar outros sintomas como as náuseas.

Já sobre as mudanças de estilo de vida, é recomendado:


2. Pressão baixa

pressao arterial

A pressão arterial é uma medida que diz respeito a pressao que o sangue exerce no nossos sistema circulatório.

Essa medida é de extrema importância para manter a vida e ter um correto funcionamento dos órgãos.

Em média, uma pressão considerada normal gira em torno de 120×80mmHg, entretanto, em algumas situações pode ser que essa pressão abaixe ou diminua.

Quando temos uma queda dessa pressão arterial, normalmente, abaixo de 90×60mmHg temos um quadro chamado de hipotensão arterial (ou pressão baixa).

Essa situação, aparece com diversas situações e pode, ou não, está relacionada a alguma doença de base como: diabetes, infarto agudo do miocárdio e embolia pulmonar.

Entretanto, geralmente, as causas relacionadas a baixa pressão arterial dizem respeito a desidratação, má alimentação e dias muito quentes.

Quando estamos falando dos sintomas, podemos observar que os principais são:

  • Tonturas e desmaios
  • Taquicardia;
  • Suor frio;
  • Visão turva;
  • Fraqueza e perda de força;
  • E fadiga.

Para descobrir a causa, o médico pode solicitar diversos exames, mas, se o objetivo é confirmar a presença de hipotensão arterial, é comum solicitar a realização do MAPA.

Sobre o tratamento, na maioria das vezes são realizadas apenas medidas de suporte, como a hidratação vigorosa, ainda que nada impeça o uso de medicamentos em situações mais graves.

Por fim, é bom salientar que pode ser que, em algumas situações, as pessoas algumas pessoas podem experimentar a sensação de queda da pressão ao se levantarem muito rapidamente.

Nessas circunstâncias a hipotensão recebe o nome do ortostática e para tratar essa condição é recomendado que não se levante rapidamente e que ao deitar, use algo para elevar a cabeceira da cama a fim de evitar uma mudança de pressão muito brusca ao se levantar.


3. Hipoglicemia

hipoglicemia

A hipoglicemia diz respeito a redução da quantidade normal de glicose no sangue, ou seja abaixo de 70mg/dL.

Essa condição é bastante comum em pessoas portadoras de diabetes, mas também pode acontecer naquelas pessoas que têm uma pré-disposição a apresentar o problema ou uma certa resistência a insulina.

Para entendermos melhor O problema é preciso que compreendamos a importância de alguns hormônios do corpo.

A glicose é extremamente necessária para a vida, pois, é a partir dela que nossas células conseguem produzir energia para o seu bom funcionamento.

Entretanto, essa substância em grandes quantidades, acaba sendo tóxica para o organismo e é por isso que temos alguns hormônios que servem para regular a sua quantidade no sangue.

O pâncreas é o principal órgão relacionado ao controle de glicose no corpo, isso porque ele produz dois hormônios essenciais para esse fim: a insulina e o glucagon.

A insulina é um hormônio o qual a sua função é fazer com que a glicose presente no sangue entre na célula, além disso, é esse hormônio o responsável por estimular a produção de células de gordura e evitar sua queima a fim de evitar o excesso de glicose no sangue.

Já em relação ao glucagon podemos dizer que ele tem o papel oposto a insulina, pois em condições onde o corpo precisa de glicose é ele que irá fazer a queima de gordura e dos estoques de glicose do corpo para estimular a liberacao dessa substancia na corrente sanguinea.

Para esse fim também podemos citar outros hormonios que possuem o papel contraregulatorio como o cortisol, a adrenalina e o hormônio do crescimento.

Desse modo, a hipoglicemia pode surgir diante de duas situações: quando a insulina está presente em excesso no sangue (como nos casos em que o organismo tem um excesso dela) e quando os hormônios contraregulatórios não estão funcionando corretamente.

Em ambas as situações, a pessoa que apresentar o problema, vai ter alguns sintomas específicos, como:

  • Tontura e vertigem;
  • Tremores;
  • Sudorese;
  • Desmaio;
  • Fraqueza ou fadiga;
  • Pesadelos (pois ela pode acontecer no período da noite);
  • Nervosismo e palpitações;
  • Fome;
  • Sonolência;
  • E dor de cabeça.

Já sobre as situações que podem predispor o aparecimento do problema, podemos citar:

  • Uso de bebidas alcoolicas;
  • Jejum prolongado;
  • Excesso de atividades física após alimentação;
  • Insuficiência hepática, cardíaca ou renal;
  • Tumores pancreáticos;
  • Diabetes;
  • E uso incorreto dos medicamentos para tratar o quadro de diabetes.

É importante salientar também a existência de um tipo de hipoglicemia observada no período pós prandial.

Nesse caso, o problema acontece após a pessoa ter ingerido alimentos, assim, o nível de glicose no sangue tende a subir e o corpo tende a liberar insulina para fazer com que a glicose entre nas células.

Entretanto, ao contrário do que se espera em situações normais, a insulina liberada é excessiva e acaba causando um quadro de hipoglicemia.

No mais, quando identificado que a pessoa está diante de uma situacao hipoglicemica é necessário tentar repor essa glicose sanguínea, para isso, é possivel que se ingira uma boa quantidade de açucar como:

  • Uma colher de sopa cheia de mel (menos em crianças menores que um ano);
  • 200ml de bebida açucarada (como refrigerante);
  • Ou uma colher de sopa cheia de açúcar dissolvida em um copo de água.

Se após 15 minutos a pessoa continuar com o quadro, pode optar de novo por uma das opções acima.

E, se mesmo assim, não obtiver melhora, o mais indicado é que busque ajuda médica.

Caso esses quadros ocorram com muita frequência, também é recomendado que se procure um médico para investigar melhora o que pode estar causando de fato o problema.


4. Anemia

anemia

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, anemia não é uma doença e sim um sintoma de que algo vai errado com o organismo.

Esse problema de saúde é bastante comum e acomete em torno de 30% da população mundial.

E, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não existe só um tipo de anemia. Na verdade, são vários os tipos, os quais podem ser listados com mais detalhes a seguir:

Ainda que sejam diversos os tipos de anemia existentes, os sintomas que aparecem em pessoas com o problema são bastante parecidos, são eles:

  • Tontura;
  • Esfriamento de extremidades;
  • Dor de cabeça;
  • Fadiga;
  • Falta de ar;
  • Palidez;
  • Taquicardia;
  • Falta de apetite e desejo de comer coisas estranhas.

Além disso, ainda que todas as pessoas possam ter anemia, alguns perfis têm mais tendência a apresentar o problema, são eles:

  • Gravidas;
  • Pessoas que sofreram acidentes ou fizeram cirurgias recentes;
  • Idosos;
  • Adolescentes em fase de crescimento;
  • Pessoas que seguem dietas não balanceadas;
  • Pacientes com doenças crônicas.

Para o tratamento, primeiro se indica realizar exames para descobrir a causa base da doença.

Normalmente, se pede o hemograma, o qual, a partir da análise dele é possível determinar com qual anemia estamos lidando.

Após isso, o médico realizará um tratamento baseado na causa, podendo envolver reposicao de ferro e vitamina B12 e, em casos mais graves, transfusão sanguinea.


5. Ansiedade

ansiedade

Ao contrário do que se pensa, não é apenas doenças de caráter físico que podem gerar tontura, na verdade, em algumas situações, o psicológico pode estar bastante envolvidos.

Assim sendo, pessoas que apresentam quadros de estresse muito grave ou ansiedade muito intensa, também podem sofrer com o problema.

A ansiedade é um problema de saúde bastante comum atualmente, na verdade, o Brasil já é reconhecido por ser um dos países mais ansiosos do mundo.

De maneira geral, o que se sabe é que a ansiedade é uma condição normal do nosso corpo.

Já que, todos nós, iremos apresentar algum grau do problema dependendo da situação que enfrentaremos.

Isso faz a gente se preparar corretamente para a circunstância e, consequentemente, conseguir se prevenir de perigos.

O problema, na verdade está quando essa ansiedade é sentida de um modo tão forte que prejudica o nosso cotidiano.

Nessa situação, vamos observar o aparecimento de diversos sintomas, como:

Para conseguir fechar o diagnóstico, é preciso auxilío médico para que ele avalie como está o seu quadro e solicite exames a fim de descartar caudas orgânicas.

Para o tratamento é recomendado a terapia comportamental e o uso de medicamentos.

Dentre os medicamentos mais utilizados está os inibidores da recaptação de serotonina, pois eles não causam dependência.

Entretanto, é importante salientar que a “cura” do problema não será conseguida apenas com o uso de medicamentos, e, por essa razão, é bastante importante a terapia comportamental, pois apenas ela poderá resolver os problemas de base enfrentados pela pessoa.

Outras medidas recomendadas são:

  • A realização de atividades físicas;
  • Alimentação balanceada;
  • E a prática de meditação para aprender a controlar melhor as crises.

Desse modo, os tratamentos acabam tendo um foco multiprofissional e acabam sendo longos, porém, com uma boa taxa de sucesso se feitos de maneira correta.


Conclusão

Hoje falamos a respeito do que é tontura e quais são as principais situações que podem levar a esse quadro.

Dentre os problemas de saúde que vimos, podemos destacar os seguintes:

  • Labirintite;
  • Pressão baixa;
  • Hipoglicemia;
  • Anemia;
  • E ansiedade.

Entretanto, não são apenas essas condições que podem levar a esse quadro, pois existem outras situações que também levam a esse sintoma.

Um exemplo é a vertigem posicional paroxística benigna, a qual é um problema da olheira interna relacionada a movimentação da cabeça.

Por isso, é muito importante que caso você esteja sentindo tontura com muita frequência e intensidade, procure um médico para que ele possa solicitar os exames necessários e avaliar melhor a sua situação.

Gostou? Então compartilhe esse artigos com outras pessoas que também se interessariam em saber mais a respeito das causas da tontura.

Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM 158074 / RQE 65523, 65524 | Médico especialista em Acupuntura e Fisiatria pela USP. Área de Atuação em Dor pela Associação Médica Brasileira. Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo. Professor e Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da USP. Diretor do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).

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CRM 158074 / RQE 65523, 65524 | Médico especialista em Acupuntura e Fisiatria pela USP. Área de Atuação em Dor pela Associação Médica Brasileira. Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo. Professor e Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da USP. Diretor do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).

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