Muitas pessoas buscam ajuda na internet para solucionarem seus problemas, porém é importante que se entenda que nem sempre a experiência de uma pessoa é aplicável às circunstâncias de diversas outras.
É muito relevante caracterizar a dor dentro de diversos aspectos para que o direcionamento clínico seja correto e o diagnóstico seja preciso, excessos são desnecessários, mas a negligência pessoal afeta significativamente o agravamento de problemas e patologias que poderiam ser solucionados antes de se tornarem mais graves.
O tema da discussão de hoje é dor de barriga.
Certamente todos nós já ouvimos várias frases de pessoas mais idosas sobre o tema: “é bom passar óleo morno na barriga”, “vai ao toalete que passa”, “tem que fazer força”, “você deveria tomar o chá de (…)”, “tome esse remédio que é bom” e muitas outras.
O conhecimento popular é muito rico pois revela detalhes da nossa cultura, mas a saúde é um bem de valor imensurável e os médicos são os profissionais mais adequados para que consigamos diagnósticos e tratamentos direcionados à nossa singularidade. Iniciamos então com algumas perguntas, alterando o título da discussão para:
O que fazer quando sinto dor de barriga?
Todos os seres humanos em cada uma das fases de seu desenvolvimento já sentiram – ou sentem com constância – dores abdominais. Mas é importante que tenhamos em mente o que devemos fazer ao sentirmos esse desconforto.
Então vamos dividir em dois blocos de perguntas
Primeiro: Onde está localizada minha dor, na parte inferior, nas laterais ou mais acima? Qual a intensidade da dor? Estou defecando com frequência? Existem alterações na coloração das fezes ou na urina?
Segundo: Meu desconforto cessa quando defeco? Qual é a consistência das fezes? Dependendo das respostas, será necessário procurar apoio médico, muitos pacientes apresentam fezes escurecidas e isso pode ser um indicativo de presença de sangue nas fezes.
Dor de barriga de origem intestinal
Excluindo as patologias que acometem outros órgãos alocados no abdome, falaremos sobre a dor de barriga de origem intestinal.
Nosso intestino é longo e possui várias partes e pontos de atenção e quando as nossas fezes estão, por exemplo: enrijecidas, existe alguma obstrução, inflamação ou simplesmente estamos com uma alta concentração de gases é comum que sintamos desconfortos.
A necessidade de uma alimentação balanceada não é apenas para pessoas que vivem um processo de reeducação alimentar, mas tudo o que comemos, tudo o que entra por meio da mastigação no nosso organismo e é excretado por meio das fezes, possui vários passos de desintegração, digestão e absorção que, para serem excretados, precisam de uma consistência viável.
As fezes são o resultado de todo um percurso fundamental à vida, são compostas de bactérias, água, muco, elementos que não foram digeridos, dentre outros.
Estudos dizem que a composição normal das fezes possui cerca de setenta e cinco por cento de água, o que denota a extrema importância de uma dieta rica em água e fibras, que auxiliam na motilidade intestinal e na formação do bolo fecal que será expelido.
Importância do processo de excreção para a nossa saúde
Conforme discutido acima, quando analisamos o desconforto abdominal temos que ter em mente a importância do processo de excreção para a nossa saúde.
Quando estamos constipados por muitos dias e sentimos desconfortos, a busca por apoio médico se faz totalmente necessária, em alguns casos é necessário que seja feito até mesmo um enema – um tipo de limpeza intestinal à base de glicerina de uso retal – para eliminação das fezes secas e endurecidas. Em casos mais graves o paciente pode ser inclusive submetido a procedimentos cirúrgicos – caso necessário.
Também há casos em que há lesões intestinais que precisam de atenção, como as inflamações e até mesmo patologias que fazem com que as cólicas sejam constantes – ex: colite espástica – fazendo com que o paciente tenha muitas dores e desconfortos recorrentes e precise de medicamentos de uso contínuo (ex: Mesalazina utilizada em pacientes com doença de Chron e colite ulcerativa).
Além disso, as dores de barriga podem estar demonstrando que nosso corpo precisa de atenção, quando temos intolerâncias alimentares, sentimos desconfortos gástricos e podemos ter um amolecimento anormal da fezes – como a intolerância à lactose.
Medicamentos que podem auxiliar no alívio da dor
No caso da dor de barriga não seja constante, existem medicamentos que podem auxiliar aliviando a dor, como por exemplo: simeticona (para gases), escopolamina simples ou composta com dipirona (para dor abdominal), loperamida (para diarréias excessivas).
Caso a dor esteja acompanhada de náuseas ou vômitos, os antieméticos mais comuns são: metoclopramida, dimenidrinato, ondansetrona. Ainda se a dor estiver acompanhada de refluxos, existem medicamentos que regulam a acidez estomacal chamados de antiacidos, como o hidróxido de alumínio ou magnésio.
O profissional médico poderá pedir exames para avaliar a necessidade de antibióticos e antiparasitários – alguns pacientes fazem uso anual de antiparasitários como albendazol e mebendazol. Além disso, é muito importante manter a microbiota intestinal saudável, seja com probióticos comprados em supermercados.
A automedicação não é aconselhável quando o problema é persistente.
Como aliviar a dor de barriga em casa?
- Descanso intestinal. Pare de comer ou coma apenas alimentos fáceis de digerir, como bolachas ou bananas.
- Hidratação. Beba muita água ou uma fórmula de hidratação.
- Terapia de calor. Experimente uma garrafa de água morna ou um banho de imersão.
Além de manter uma dieta saudável, consumir frutas, legumes, verduras, fibras e bastante água, o paciente deve sempre fazer exames preventivos para manter a saúde balanceada e com apoio clínico sempre consiga elevar sua qualidade de vida.