Azitromicina serve para infecção urinária?

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A infecção de urina é uma das infecções bacterianas mais comuns, principalmente em pessoas do sexo feminino. Esta infecção é uma complicação na bexiga que faz com que as pessoas se sintam muito desconfortáveis. Além da sensação de dor, o fato de precisar urinar com uma frequência maior do que o normal incomoda a rotina do paciente, pois não é sempre que temos banheiros disponíveis e nem o tempo de ir à toalete.

Consequentemente, algumas pessoas preferem se automedicar a esperar para ter ajuda médica. A automedicação, no entanto, pode trazer riscos à saúde do paciente. Nessa busca por uma solução rápida, um dos medicamentos mais utilizados é a azitromicina.

Confira abaixo se a azitromicina serve para infecção urinária.


O que é a azitromicina

A azitromicina é um antibiótico pertencente à classe dos macrolídeos, termo técnico utilizado para um grupo de antimicrobianos. 


Como é encontrado nas farmácias

A azitromicina pode ser encontrada nas drogarias como comprimido de 500 mg ou 1000 mg, ou suspensão oral nas proporções de 600 mg, 900 mg ou 1500 mg. Os nomes comerciais mais comuns são Azimix, Azi, Zithromax, Clindal Az, Selimax Pulso e Astro. Em sua versão genérica, o nome é azitromicina di-hidratada.

Também existe uma versão de azitromicina como injeção, mas ela só pode ser aplicada em hospitais, sob supervisão médica.

Para ter acesso a este medicamento o paciente precisa ter uma receita médica.


Para que serve a azitromicina?

A azitromicina é indicada para o tratamento de infecções bacterianas.

As principais complicações e doenças que podem ser tratadas com este medicamento são: sinusite, faringite, bronquite, pneumonia, infecções da pele (como furúnculo e úlceras) ou ainda para infecções sexualmente transmissíveis, como a gonorreia e a clamídia, por exemplo.

Assim, a azitromicina não deve ser um antibiótico de primeira linha para tratamento de infecção urinária.

Os macrolídeos (como a azitromicina, claritromicina e eritromicina) são usados com mais frequência em alguns problemas urinários causados por infecções sexualmente transmissíveis.

Nem todos os antibióticos funcionam para o tratamento de infecções urinárias, mas vários podem ser úteis. Trimetoprima/sulfametoxazol, nitrofurantoína e fosfomicina são os antibióticos mais utilizados para o tratamento de infecções do trato urinário.


Infecções urinárias

Uma infecção do trato urinário (ITU) pode acontecer em qualquer lugar ao longo do trato urinário, que inclui os rins (o órgão que filtra o sangue para produzir a urina), os ureteres (os tubos que levam a urina de cada rim para a bexiga), a bexiga ( armazena a urina), ou a uretra (o tubo que esvazia a urina da bexiga para o exterior).

A maioria das infecções do trato urinário ocorre na bexiga e na uretra. Os sintomas comuns incluem necessidade frequente de urinar, ardor ao urinar e dor na região inferior do abdômen.



Efeitos colaterais

Como qualquer medicamento, a azitromicina apresenta efeitos colaterais. Em aproximadamente 5% a 10% dos casos, os efeitos mais comuns são:

Em situações mais graves, porém mais raras, a azitromicina também pode causar reações alérgicas. Se isso acontecer, interrompa o tratamento e procure o pronto-socorro mais próximo. Os sintomas de alergia aos componentes da fórmula são:

Contraindicações

A azitromicina não deve ser usada por pacientes que apresentem alergia a qualquer componente da fórmula. Além disso, mulheres grávidas e lactantes precisam de uma liberação médica para fazer uso do medicamento.

Pacientes que tenham problemas hepáticos, como hepatite ou cirrose, também não podem ingerir este medicamento pois ele pode causar danos graves ao fígado.  Pessoas que tenham sido diagnosticados com Miastenia Gravis também não podem fazer uso da azitromicina.

As doses apropriadas também devem ser indicadas pelo médico, pois irá depender da doença que o paciente apresente, sua idade, altura e peso.


Interações medicamentosas

Alguns fármacos apresentam interações negativas com a azitromicina e, portanto, seu uso concomitante não deve ocorrer. Dentre estes medicamentos, estão:

  • Amiodarona – aumenta o risco de toxicidade pela amiodarona.
  • Atorvastatina – aumenta o risco de lesão muscular (rabdomiólise).
  • Antiácidos – reduz a eficiência da azitromicina.
  • Ciclosporina – aumenta o risco de toxicidade pela ciclosporina.
  • Hidroxicloroquina – aumenta o risco de arritmias cardíacas.
  • Tacrolimo – aumenta o risco de toxicidade pelo tacrolimo.
  • Digoxina – aumenta o risco de toxicidade pela digoxina.
  • Nelfinavir – aumenta o risco de toxicidade pela azitromicina.
  • Varfarina – potencializa a ação anticoagulante da varfarina.

Por isso, é fundamental que o paciente sempre informe o médico se estiver se tratando com algum medicamento.

Ele poderá avaliar se o paciente corre algum risco inserindo azitromicina ao tratamento.

Por que as mulheres são mais susceptíveis a infecções urinárias?

Devido a anatomia da região íntima da mulher, ou seja, a uretra curta, as mulheres são mais predispostas a terem a colonização da flora vaginal aumentada por patógenos, microorganismos que causam doenças na região íntima.

Além disso, a falta de higiene e as relações sexuais, que podem causar fissuras na vagina, favorecem às infecções.

Por conta disso, é muito importante que mulheres sempre se sequem apropriadamente após urinar e tomem banho sempre que possível depois de utilizar o vaso sanitário e após terem relações sexuais.


Mas a azitromicina serve para COVID-19?

covid_resistencia

Pacientes que positivaram para COVID-19 podem ser tratados com azitromicina, desde que estes tenham ao mesmo tempo pneumonia bacteriana, uma vez que esse remédio ajuda a combater bactérias. 

No entanto, este medicamento não age sobre o corona vírus especificamente. Portanto, quando não há infecção bacteriana concomitante, a azitromicina NÃO deve ser utilizada.

Isso é válido principalmente porque a associação de azitromicina com hidroxicloroquina aumenta o risco de causar arritmias cardíacas. Isso acontece porque ambos os medicamentos podem prolongar o intervalo QT (tempo de despolarização e repolarização do ventrículo cardíaco).

Por isso é muito importante que o paciente não se automedique, principalmente quando for diagnosticado com covid-19.

Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM 158074 / RQE 65523, 65524 | Médico especialista em Acupuntura e Fisiatria pela USP. Área de Atuação em Dor pela Associação Médica Brasileira. Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo. Professor e Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da USP. Diretor do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).

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CRM 158074 / RQE 65523, 65524 | Médico especialista em Acupuntura e Fisiatria pela USP. Área de Atuação em Dor pela Associação Médica Brasileira. Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo. Professor e Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da USP. Diretor do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).

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