Sentir dor no pé é sinal de que há algo errado com uma das articulações mais complexas e importantes do corpo. Além de viabilizar movimentos básicos, como andar e pular, os membros inferiores são responsáveis por sustentar todo o peso do organismo, o que naturalmente os deixa sujeitos a diferentes problemas, desde lesões traumáticas até inflamações crônicas.
A dor nos pés pode ser fruto de acometimentos temporários e inofensivos, como bolhas por uso de sapato inadequados, como também pode ser sintoma de doenças importantes, como artrite, lúpus e fascite plantar. Embora nem todo incômodo seja grave, é recomendado buscar um especialista para evitar agravamentos e complicações.
Continue lendo e saiba mais sobre dor nos pés.
Anatomia do pé
Os pés sustentam todo o corpo, bem como absorvem impactos e viabilizam propulsão para andar e correr. Tanta responsabilidade é carregada por um conjunto de 52 ossos e 66 articulações, além de músculos, tendões, ligamentos e vasos sanguíneos que trabalham juntos para proporcionar equilíbrio e mobilidade.
Saiba mais sobre cada uma dessas estruturas:
Ossos
Quase um quarto dos ossos do corpo está nos pés. Entre os principais há:
Tálus: forma a articulação do tornozelo juntamente com dois ossos da perna, a tíbia e a fíbula.
Calcâneo: fica abaixo do tálus e é comumente chamado de “calcanhar”;
Tarso: conjunto de cinco ossos irregulares que formam o “peito do pé”;
Metatarsos: cinco ossos que compõem a parte da frente dos pés, chamada de antepé;
Falanges: todos os dedos agrupam três falanges, exceto o dedão, que tem duas;
Sesamoides: dois pequenos ossos próximos aos tendões que se encontram na cabeça do primeiro metatarso.
Articulações
Assim como qualquer outra parte móvel do corpo, os pés possuem articulações, que são o ponto de encontro entre dois ou mais ossos. Há três delas para cada dedo, com exceção do dedão que tem duas:
Metatarsofalângica: localizada na base do dedo;
Interfalângica proximal: articulação do meio do dedo;
Falangeana distal: mais próxima da ponta do dedo do pé.
Para deslizar sem atrito durante os movimentos, os ossos dessas estruturas são revestidos com cartilagem e cercados de bolsas sinoviais – também chamadas de bursas –, membranas que liberam um líquido lubrificante.
Músculos
Cada pé comporta 20 músculos, que são:
Tibiais posteriores: responsáveis pelo suporte ao arco do pé;
Tibiais anteriores: permitem que os pés seja impulsionado para cima;
Extensores: elevam os dedos, possibilitando a marcha;
Flexores: ajudam a estabilizar os dedos.
Há também almofadas de gordura que ajudam a sustentar o peso do corpo e amenizam os impactos que afetam a estrutura.
Tendões
Os tendões são responsáveis por conectar músculos aos ossos, interligando toda o organismo.
O principal tendão do pé é o calcâneo, conhecido popularmente como “tendão de Aquiles”, que liga a panturrilha ao calcanhar e permite diversos movimentos, desde ficar em pé até subir escadas.
Ligamentos
Os ligamentos conectam os ossos entre si, de modo a permitir a condução do movimento articular. No pé, os principais são:
Fáscia plantar: o mais longo dos ligamentos do pé, corre do calcanhar até os dedos e sua contração e alongamento proporcionam força e equilíbrio ao andar;
Calcaneonavicular plantar: ligamento localizado na sola do pé que suporta a cabeça do tálus;
Calcaneocuboide: conecta o calcâneo aos ossos do tarso e ajuda a sustentar o arco do pé.
O que pode ser dor no pé?
Ossos, tecidos conjuntivos e articulações dos pés são propensos a vários tipos de lesões, assim como podem ser afetados por doenças. A seguir, estão as principais causas de dor no pé:
Artrite
É um conjunto de doenças que afeta as articulações, gerando dor, inchaço e dificuldade de movimento. Suas principais causas incluem doenças autoimunes ou metabólicas, traumas, desgastes articulares e infecções. Entre os tipos de artrite que mais geram dor no pé, estão a reativa, a juvenil, a infecciosa e a psoriática.
Artrite reumatóide
Doença inflamatória que faz o sistema imunológico atacar a membrana que reveste as articulações, chamada de sinóvia. De causas desconhecidas, pode causar dificuldade para andar e dor no pé, caso afete os membros inferiores.
Artrose
Também chamada de osteoartrose, é uma doença crônica relacionada à degeneração da cartilagem que amortece o impacto das articulações, levando os ossos sofrerem atritos. Como resultado, há estalos, dor e rigidez. Pode ser causada por variabilidades anatômicas, obesidade, doenças reumatológicas, traumas e excesso de cortisona.
Bolhas
Caracterizam-se por bolsas de líquido decorrentes de fricções, queimaduras ou pancadas. Nos pés, ocorrem principalmente pelo atrito com sapatos. Na maioria dos casos, há remissão espontânea e ausência de complicações.
Bursite
Bursas são pequenas bolsas localizadas nas articulações que têm como função lubrificação e amortecimento. Atritos excessivos entre ossos e tecidos moles podem deixar as bursas inflamadas e inchadas, desenvolvendo assim a bursite. Nos pés, ocorre principalmente por variabilidade de pisada e uso de sapatos inadequados.
Calos
São camadas grossas e sensíveis de pele que surgem nos dedos ou extremidades dos pés devido a atritos repetitivos.
Dedo em garra
Essa deformidade afeta um ou mais dedos do pé, modificando as articulações das falanges e resultando em um aspecto curvado, semelhante à garra de uma ave. Como consequência, a ponta dos dedos entra em contato direto com a sola de sapatos, o que gera calos e bolhas. O problema pode ser fruto de calçados mal ajustados ao tipo de pé, artrite reumatóide, acidente vascular cerebral (AVC) e danos nos nervos por diabetes.
Dedo em martelo
É caracterizado pela curvatura anormal do segundo terceiro ou quarto dedo do pé, a qual lembra a aparência de um martelo. De acordo com pesquisa do cientista Ph.D Thomas A. Case, 4% dos brasileiros apresentam essa deformidade, que gera enrijecimento e dor. Suas causas incluem uso de calçados muito estreitos e doenças inflamatórias que afetam as articulações.
Doença de Raynaud
Estreitamento dos vasos sanguíneos que prejudica o fluxo de sangue para mãos e pés e que geralmente é desencadeado por frio ou estresse. Mais comum em mulheres jovens, a síndrome está relacionada a fatores genéticos, embora uma pequena parcela dos casos possa estar associada a danos em vasos sanguíneos.
Esclerodermia
Conjunto de transtornos que gera endurecimento anormal do tecido que sustenta a pele e os órgãos. Além da rigidez e da dificuldade de movimento, causa dor no pé e úlceras. Não se sabe ao certo o que causa esclerodermia, mas existem hipóteses de que fatores genéticos e infecções por vírus e bactérias possam estar envolvidos.
Esporão de calcâneo
Ocorre quando uma inflamação crônica ocasiona o depósito de cálcio na parte inferior ou posterior do osso calcâneo, gerando uma espécie de calo que recebe o nome de esporão. Costuma ser mais comum em pessoas com curvatura acentuada dos pés e excesso de peso, bem como as que passam muito tempo em pé ou que usam salto alto com frequência.
Fascite plantar
Inflamação do ligamento denominado fáscia plantar, que cobre o decorrer de toda a sola do pé. Sua dor é semelhante à sensação de que algo está sendo rasgado e geralmente surge após acordar e pisar no chão pela manhã. Já as causas são diversas, como artrite, fibromialgia, excesso de peso e uso de calçados com sola dura.
Fratura
Os ossos do pé podem ser fraturados por impactos traumáticos, como colisão de alta intensidade ou queda de algum objeto, ou por estresse, como após correr grandes distâncias ou realizar movimentos repetitivos. Nesses casos, a dor no pé está diretamente relacionada ao local da lesão, que pode ser no calcanhar, no peito, na planta ou nos dedos.
Gota
Doença que surge em decorrência do excesso de ácido úrico no sangue – devido a alterações congênitas, enzimáticas ou uso de medicamentos que diminuem a excreção da substância pelos rins –, o qual acaba sendo depositado nas articulações e, com o passar do tempo, forma cristais pontiagudos. A falta de tratamento resulta em dores intensas e deformações.
Joanete
uma das mais frequentes deformidades dos pés, joanete é um calo ósseo que se forma na base do dedão. É comum em pessoas cujo dedão se projeta no sentido do segundo dedo, levando a articulação a se sobressair, além daquelas que usam calçados apertados ou salto alto. Se não tratada, pode gerar dor no pé intensa e evoluir para bursite.
Lúpus
Doença autoimune que faz com que o sistema imunológico ataque as próprias células, inclusive as das articulações. Na maioria das vezes, o problema tem cunho genético, embora também possa ser causado por uso de determinados medicamentos.
Metatarsalgia
Quadro que afeta os ossos que formam os dedos e a parte superior dos pés. É causado por sobrecarga na região, como pelo uso de calçados inadequados, alterações na pisada e prática intensa de atividades físicas.
Neuroma de Morton
Lesão no tecido que envolve o nervo interdigital, que passa entre o terceiro e o quarto dedos do pé, e gera dor e desconforto. Geralmente, é fruto do uso de sapatos inadequados e prática intensa de atividades físicas.
Neuropatia diabética
Doença do sistema nervoso causada por diabetes descontrolada, gera dor, perda de sensibilidade e formigamento nas extremidades do corpo. Quando afeta os pés, é popularmente chamada de “pé diabético” e, se não tratada, pode resultar em amputação.
Osteoporose
Nessa condição, há perda progressiva de massa dos ossos, que ficam frágeis e podem quebrar facilmente. Em casos avançados, é comum a ocorrência de fratura por estresse nos pés. Idosos, portadores de doenças inflamatórias, pessoas com deficiência de cálcio e usuários de medicamentos corticoides estão mais propensos a desenvolver o problema.
Pé-de-atleta
Também chamada de frieira, tinea ou micose, é uma infecção por fungos que surge entre os dedos dos pés e causa coceira, descamação e ardor. Costuma ocorrer em momentos de baixa do sistema imunológico.
Pé de Charcot
Distúrbio que gera intensa dor no pé devido à deformidade nos ossos. É fruto de quadros de neuropatia gerados por diabetes ou hanseníase, os quais facilitam a ocorrência de fraturas.
Síndrome do túnel do tarso
O túnel do tarso é uma estreita estrutura que abriga artérias, veias, tendões e nervos. Quando lesionado, ele incha ou inflama, de modo a comprimir o nervo tibial posterior, o que resulta em dor e alteração de sensibilidade que vão do tornozelo à sola do pé. O acometimento costuma ser fruto de fraturas, insuficiência cardíaca ou renal, hipotireoidismo, gota, artrite reumatoide ou má postura.
Tendinite aquileu
Também chamada de tendinite de Aquiles ou tendinite de calcâneo, é uma condição decorrente de lesões no tendão que fica na parte traseira da perna e é essencial para equilíbrio e movimento. O acometimento gera rigidez e dor no pé, mais especificamente no calcanhar, e é causado por artrite, lesões e infecções.
Unha encravada
Embora não seja uma doença propriamente dita, unha encravada pode causar uma persistente dor no pé. Ela ocorre quando o canto de uma unha cresce no sentido da carne, o que ocorre pelo uso de sapatos inadequados ou pelo corte incorreto das unhas.
Sinais e sintomas associados
Dor no pé é sintoma de diversas doenças. Muitas vezes, está associado a:
- Inchaço
- Vermelhidão
- Hematomas
- Dormência
- Formigamento
- Ardor
- Coceira
- Mudança na coloração da pele
A evolução da dor no pé, seja repentina ou progressiva, é um indicador importante da doença de base.
Sinais de alerta
É recomendado buscar atendimento médico quando a dor no pé interferir nas atividades diárias, assim como se houver deformação, perda de função, sensibilidade alterada, inchaço, alteração de coloração ou temperatura local alta.
Além disso, vale buscar ajuda especializada se a dor permanecer por mais de duas semanas mesmo com cuidados caseiros, como descanso, compressas e uso de analgésicos.
Diagnóstico
A investigação do quadro de dor no pé tem início com a anamnese, que é a conversa que o médico estabelece com o paciente para entender o panorama geral do desconforto. Perguntas geralmente feitas nessa entrevista incluem:
- Há quanto tempo os sintoma começaram?
- Em qual lugar exatamente é a dor no pé?
- Apenas um pé dói ou ambos?
- Como é a dor?
- Qual o padrão da dor? Em quais momentos ela piora e em quais melhora?
- Os sintomas pioram após atividade física ou descanso?
- Houve lesão no pé?
- Faz atividades físicas?
- Já fez alguma cirurgia nos pés?
- Há dores em outras articulações além dos pés?
- Há histórico familiar ou pessoal de artrite ou outra doença articular?
- Apresenta outras doenças?
Após a anamnese, o médico realiza exame físico. Para isso, manipula os pés e quaisquer outras articulações afetadas em busca de áreas com dor, edema e sensibilidade.
Dependendo das suspeitas de diagnóstico, podem ser requeridos exames laboratoriais e de imagem, tais como:
Análise de fluido: pode ser necessário colher uma amostra de sangue ou fluido articular para confirmar ou descartar suspeitas diagnósticas, como artrite reumatoide, lúpus ou outras doenças inflamatórias e autoimunes. Além disso, a análise de fluido retirado da articulação é necessária para investigar a possibilidade de gota.
Eletroneuromiografia: especialmente indicado em casos de suspeita de síndrome do túnel do tarso, esse exame consiste na inserção de pequenas agulhas no tornozelo e no pé. Então, são emitidos pequenos impulsos elétricos ao mesmo tempo que é medida a velocidade pela qual os músculos contraem e relaxam.
Raio X: radiografia é um teste no qual um feixe de radiação eletromagnética passa pelo pé e emite uma imagem bidimensional dos ossos. O exame é indolor e pode ser necessária a aplicação de contraste. É indicado perante suspeita de estreitamento do espaço entre os ossos, esporões ósseos e fraturas.
Ressonância magnética: exame que usa um ímã ligado a um computador para criar imagens das estruturas internas em preto e branco e tons de cinza, diferenciando tecidos moles dos duros. Costuma ser requisitada para pacientes com suspeitas de lesão na cartilagem, nos tendões ou nos ligamentos.
Tomografia computadorizada: exame não invasivo que combina a tecnologia do raios X com computadores sofisticados, resultando na emissão de imagens em diversos planos. Como mostra tecidos moles – como ligamentos e músculos –, é indicada quando a causa da dor no pé não pode ser definida somente pela radiografia, que mostra apenas ossos.
Videofluoroscopia: associa o raio X a uma tela fluorescente, permitindo a visualização instantânea de estruturas e criando um “vídeo” que pode ser revisto.
Tratamentos para dor no pé
Remédios
A escolha do remédio para dor nos pés dependerá da causa por trás do problema. Os médicos podem prescrever as seguintes drogas:
Anti-inflamatórios: ajudam a aliviar dor e inflamação em casos de artrite.
Corticoides: combatem inflamações geradas por doenças sistêmicas ou localizadas. Esses medicamentos podem ser ingeridos por via oral ou injetado nas articulações.
Analgésicos: são os remédios mais usados por quem sente dor no pé, visto que aliviam o incômodo rapidamente. Diferente dos anti-inflamatórios, não combatem inflamações e estão dispostos em diferentes formatos, desde cápsulas e comprimidos até pomadas.
Anti-reumáticos: são medicamentos que combatem lentamente a inflamação causada por doenças reumáticas, sendo indicados para diversos tipos de artrite, além de lúpus.
Redutores de ácido úrico: prescritos especificamente em casos de gota, diminuem os níveis de ácido úrico no sangue, a fim de evitar acúmulo de cristais nas articulações.
Imunoterapia: embora ainda sejam pouco acessíveis no Brasil, remédios que atuam na modificação da resposta biológica podem ser úteis para pacientes com doenças inflamatórias crônicas e autoimunes, como artrite reumatoide. Eles bloqueiam apenas os anticorpos que atacam o próprio corpo, sem prejudicar os demais e suprimir todo o sistema imunológico.
Inibidores de reabsorção óssea: em caso de osteoporose, podem ser prescritas drogas que retardam a perda de massa óssea, evitando fraturas.
Cirurgia
A cirurgia pode ser uma opção para portadores de doenças cujo tratamento conservador não proporciona melhora, bem como aqueles que têm dificuldade locomotora ou dor intensa. Há diferentes procedimentos, os quais variam de acordo com a doença de base:
Cirurgia para fraturas: no caso de fraturas e luxações que não melhoram apenas com imobilização, pode ser necessário cirurgia para reposicionar os ossos e/ou fixá-los com pinos e placas.
Artroscopia: artrite pode ser tratada por artroscopia, procedimento minimamente invasivo que consiste na inserção de câmera e instrumentos em pequenas incisões na pele, a fim de remover tecidos inflamados.
Artrodese: ideal para dor no pé que não é aliviada por medicamentos, consiste na substituição das extremidades dos ossos por pinos ou parafusos. O procedimento é indicado para alguns casos de joanete, dedo em garra ou martelo e danos causados por doenças articulares.
Osteotomia: é a cirurgia para dor no pé mais invasiva, visto que envolve o corte de ossos para realinhar a articulação. É mais comum em casos de joanete.
Fisioterapia
Fisioterapia é útil para reabilitar pacientes com dor no pé causada por diversos acometimentos, como metatarsalgia, tendinite aquileu, bursite e síndrome do túnel do tarso. O método engloba exercícios para fortalecer e alongar a musculatura e corrigir a pisada, além da aplicação de técnicas para alívio de dor, como massagem, ultrassom, laser e estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS).
- Exercícios de alongamento e fortalecimento: Esses exercícios visam músculos e tendões específicos nos pés, ajudando a melhorar a flexibilidade, mobilidade e saúde geral dos pés.
- Terapia manual: Fisioterapeutas podem usar técnicas manuais para manipular as articulações e tecidos moles nos pés, melhorando a amplitude de movimento e reduzindo a dor.
- Terapia com frio e calor: Aplicar compressas de gelo ou calor pode ajudar a controlar a inflamação, o inchaço e a dor.
- Ultrassom e estimulação elétrica: Essas modalidades podem ajudar a reduzir a dor e a inflamação, promover a cicatrização e melhorar o fluxo sanguíneo para a área afetada.
- Treinamento de marcha: Fisioterapeutas podem avaliar seu padrão de caminhada e fornecer orientação sobre alinhamento adequado dos pés e movimento para reduzir a dor e prevenir lesões futuras.
- Taping e uso de suportes: O uso temporário de faixas ou suportes nos pés pode fornecer alívio e suporte de curto prazo para a área afetada.
- Órteses e recomendações de calçados: Um fisioterapeuta pode sugerir calçados apropriados ou órteses personalizadas para fornecer suporte adicional e amortecimento para os pés.
- Terapia aquática: Realizar exercícios na água pode ajudar a reduzir o impacto nos pés, facilitando a realização de exercícios de fortalecimento e alongamento sem causar dor.
A fisioterapia é válida tanto para tratamento de lesões quanto para prevenção e recuperação em pós-operatórios.
Ultrassom e TENS para Dor nos pés
Modalidades de fisioterapia como o ultrassom e a estimulação elétrica podem ajudar a aliviar a dor nos pés, direcionando as causas e sintomas subjacentes.
A terapia com ultrassom utiliza ondas sonoras para promover a cicatrização e reduzir a inflamação na área afetada. Ela pode quebrar tecidos cicatriciais e aderências na fáscia plantar, permitindo que o corpo regenere tecidos saudáveis. Estudos mostraram que a terapia com ultrassom pode ser eficaz no tratamento da fascite plantar e na redução da dor no calcanhar.
Por outro lado, a estimulação elétrica utiliza pulsos elétricos para proporcionar alívio da dor e promover a cicatrização. Quando aplicada na área dolorida (como a sola do pé e o calcanhar), a estimulação elétrica pode melhorar o fluxo sanguíneo, reduzir espasmos musculares e bloquear os sinais de dor. Existem diferentes tipos de terapia de estimulação elétrica, como a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), que usa corrente elétrica de baixa frequência para estimular a área afetada e melhorar o fluxo sanguíneo.
Acupuntura
A acupuntura proporciona efeito analgésico e anti-inflamatório em casos de dor no pé, especialmente no que se refere à fascite plantar e à artrite.
O método teve origem na China há mais de 2 mil anos e, desde então, é usado para tratamento e prevenção de diversas condições.
A acupuntura moderna consiste na inserção de agulhas finas em pontos específicos do corpo que ativam áreas do sistema nervoso central relacionadas ao controle da dor e à liberação de neurotransmissores que promovem a sensação de bem-estar.
Cuidados caseiros para aliviar dor no pé
Além dos tratamentos clínicos, é recomendado apostar em cuidados caseiros para aliviar e prevenir dor no pé. Os seguintes métodos podem ser adotados diariamente:
Compressas: bolsas de gelo reduzem inchaço e dor no pé decorrentes de artrite e traumas agudos nas articulações. Já para incômodos crônicos ou calos, vale apostar em bolsas de água quente ou escalda pés.
Alongamentos e exercícios: alongue as panturrilhas, tendões de Aquiles e a parte inferior do pé. Fortaleça os músculos da perna e do pé para estabilizar o tornozelo e prevenir a recorrência da fascite plantar.
Palmilhas: palmilhas ortopédicas e almofadas para sapatos são capazes de aliviar a dor nos pés causada por diversas condições, como joanete, metatarsalgia e fascite plantar.
Dispositivos ortopédicos: bota ortopédica, tala e gesso podem ser recomendados para pessoas que precisam manter o pé dolorido imobilizado, como aquelas que sofreram fraturas, entorses ou luxações. Já os pacientes com dificuldade de equilíbrio e movimento, ou até aqueles que querem reduzir a pressão sobre os pés, podem fazer uso de bengalas, muletas e até cadeiras de rodas.
Massagem: uma boa massagem nos pés melhora a circulação e alivia a dor. A dica é fazê-la com loções ou cremes com poder terapêutico, como os à base de óleos essenciais.
Banhos de sal de Epsom: adicione uma xícara de sal de Epsom em uma pequena banheira de água morna e mergulhe os pés por 20 a 30 minutos duas vezes ao dia para ajudar a aliviar a inflamação associada aos esporões de calcâneo.
Óleo de linhaça: mergulhe uma toalha em água morna misturada com óleo de linhaça e envolva-a em torno do pé por 20 a 30 minutos para ajudar a reduzir a inflamação.
Descanso: dê um tempo para os pés em atividades de alto impacto para reduzir a inflamação e promover a cicatrização.
Alongamentos das panturrilhas e dos pés: faça alongamentos direcionados aos músculos da panturrilha e à fáscia plantar para aliviar a tensão e a pressão no esporão de calcâneo.
Prevenção
Evitar sobrecarga é a maneira mais eficiente de prevenir episódios de dor no pé. Para isso, vale apostar em calçados com um bom sistema de amortecimento, evitar saltos altos, usar palmilhas ortopédicas para correção de pisada e se alongar antes da prática de atividades físicas.
Dúvidas ou comentários sobre dor no pé? Deixe sua mensagem e a responderemos o quanto antes.
Referências:
https://www.arthritis.org/about-arthritis/where-it-hurts/foot-heel-and-toe-pain/foot-anatomy.php
https://www.mayoclinic.org/symptoms/foot-pain/basics/causes/sym-20050792