- Eflúvio telógeno é um tipo de queda de cabelo que ocorre quando o ciclo normal do cabelo é interrompido.
- Geralmente é desencadeado por um grande estressor, como uma doença, cirurgia ou trauma físico ou emocional.
- A condição é caracterizada por uma queda abrupta de cabelo, geralmente envolvendo o couro cabeludo e o corpo.
- Causas comuns de eflúvio telógeno incluem deficiência de ferro, distúrbios da tireoide e certos medicamentos.
- O tratamento geralmente envolve abordar a causa subjacente, bem como terapias farmacológicas, como minoxidil, finasterida, corticosteroides e suplementação de ferro.
Atualmente, o eflúvio telógeno é a principal razão para ocorrer queda de cabelo. Assim, ele se torna uma preocupação para várias pessoas que perdem seus fios diariamente.
Esse tipo de problema, como o próprio nome indica, consiste em uma perda dos fios que se encontram na fase telógena.
Ou seja, o cabelo perdido, normalmente, é aquele que já estagnou o seu crescimento (o que corresponde a mais ou menos 10% daquele encontrado na cabeça).
Ademais, são diversos os motivos que podem desencadear esse tipo de queda. Além do que, precisamos ter em mente quais são os tipos de eflúvio telógeno existentes e saber manejá-los de maneira correta.
Sendo assim, hoje falaremos sobre todos esses tópicos para que você fique mais ciente a respeito dessa patologia que causa a perda de tantos fios diariamente.
1. Como acontece o surgimento do eflúvio telógeno?
O cabelo possui um ciclo natural de crescimento, estagnação, queda e renovação. E, para entendermos como funciona o eflúvio telógeno, necessitamos compreender as fases desse ciclo, as quais são:
- Anágena: a qual corresponde ao período onde existe um crescimento constante do fio de cabelo, sendo a sua duração entre dois e seis anos, o que permite um aumento de crescimento até um centímetro por mês;
- Cetágena: onde a raiz do cabelo começa a involuir, o que faz com que o crescimento reduza e o fio comece a ser preparado para a sua queda, sua duração fica em torno de duas a três semanas;
- Telógena: nesse período o crescimento do cabelo cessou completamente o qual ainda dura de dois a três antes da queda do fio propriamente dita.
- Quenógena: a qual consiste em um pequeno período onde o há uma pausa para que o fio caído seja substituído por outro.
Todo esse ciclo que acabamos de ver demora em torno de dois a oito anos para ocorrer totalmente e, para que toda essa renovação aconteça de forma natural e sem prejuízos ao volume normal do cabelo, precisamos perder em torno de 100 a 150 fios por dia.
Desse modo, fica bem mais fácil compreender como ocorre o eflúvio telógeno e o porquê ele é tão problemático.
Isso porque, em um adulto normal, os fios de cabelo se encontram mais ou menos nessa proporção:
- Fase anágena: 80 a 90%
- Fase catágena: 1 a 2%
- Fase telógena: 10 a 20%
Porém, como o próprio nome sugere no eflúvio telógeno até 25% dos fios podem se encontrar na fase telógena, fazendo com que ocorra uma queda acentuada do cabelo.
Isso acontece, pois algum fator estressante mudou o funcionamento normal da raiz do cabelo, acelerando o processo de queda dos fios e tornando a troca da fase anágena para a telógena bem mais rápida.
Fisiopatologia do Eflúvio Telógeno |
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O eflúvio telógeno é uma condição caracterizada pela queda difusa do cabelo, resultante da interrupção do ciclo normal de crescimento do cabelo. É causada por uma mudança na proporção de cabelos em crescimento ativo (anágenos) para cabelos em repouso (telógenos) devido a uma interrupção do ciclo normal de crescimento do cabelo. |
Quando o ciclo capilar normal é interrompido, a fase de crescimento (anágena) é encurtada prematuramente, resultando na queda dos fios telógenos. A queda do telógeno pode continuar por vários meses, levando ao afinamento difuso do cabelo. |
2. Quais são as principais causas do eflúvio telógeno?
2.1 Pós-parto
Como já se sabe, o período da gravidez é caracterizado por uma série de mudanças hormonais que ocorrem no corpo da mulher. E, dentre essas mudanças, podemos citar o aumento considerável de estrógeno no corpo feminino.
Esse hormônio em especial, consegue causar diversas alterações no organismo, porém, em relação a cabelo, uma merece destaque: a diminuição da queda normal dos fios.
Consequentemente, é bastante comum que as gravidas apresentem cabelos mais volumosos e bonitos nesse período.
Todavia, como a gravidez é uma condição temporária, ao ela ser cessada, os níveis de estrogênio caem significativamente.
Desse modo, com a nova conformação hormonal, o corpo demora um período para se adaptar o que pode levar a uma interrupção mais rápida do ciclo normal dos cabelos, culminando em eflúvio telógeno após alguns meses no pós-parto.
2.2 Infecções e febre alta
Quando o corpo precisa combater uma infecção ou apresenta uma febre muito alta (a qual pode ser desencadeada por diversos motivos) ele tende a produzir várias substâncias para tentar voltar a homeostase corporal.
E, essas substâncias, do mesmo modo que ocorre com os hormônios, tendem a induzir a uma aceleração no ciclo do cabelo, o que culmina com a sua queda.
2.3 Pausa ou início do uso dos anticoncepcionais
As mulheres quando começam ou pausam o uso de anticoncepcionais acabam, assim como na gravidez, induzindo mudanças hormonais em seu corpo.
Desse modo, pode ser que elas experimentem uma redução no ciclo normal do cabelo, pois, como vimos, os hormônios femininos têm a capacidade de aumentar ou não as fases de crescimento dos fios.
Por essa razão, mulheres que decidem utilizar hormônios como forma de prevenir a gravidez, precisam ser alertadas a respeito desse possível efeito colateral, o qual é resolvido em alguns meses.
2.4 Desnutrição
Os fios de cabelo necessitam de certos nutrientes para que seu crescimento ocorra de maneira adequada.
Assim sendo, a falta de alguns minerais, como o zinco e o ferro, de vitaminas como a B12 e de proteínas, faz com que a passagem da fase anágena para a telógena, seja mais rápida.
Por essa razão, antes de iniciar uma dieta, principalmente aquelas que têm como característica a restrição alimentar, é importante buscar informações qualificadas e ajuda profissional para que os objetivos sejam alcançados sem efeitos colaterais para o corpo.
2.5. Estresse psicológico
Quando uma pessoa está sobre pressão e enfrentando diversos tipos de estresse no seu dia a dia, o seu córtex cerebral começa a fazer diversas sinalizações que alteram o eixo neuroendócrino do corpo.
Dentre os hormônios que são alterados, podemos citar o cortisol (o qual já é reconhecido por ter sua produção aumentada em situações estressantes).
Sendo assim, um aumento muito acentuado desse hormônio pode levar ao eflúvio telógeno, principalmente se o fator estressante não for retirado a tempo.
Por essa razão, é bastante comum que pessoas que apresentam alguns distúrbios psicológicos (como a ansiedade) percebam uma queda importante do cabelo.
Condição | Explicação |
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Eflúvio Telógeno | Uma condição na qual o cabelo entra rapidamente na fase telógena (repouso), resultando em queda difusa de cabelo. |
Estresse | Uma resposta física ou emocional a um estímulo, na qual o corpo libera hormônios como cortisol e adrenalina. |
Relação | Acredita-se que o eflúvio telógeno seja causado por estresse psicológico, estresse físico ou ambos, que desencadeiam uma interrupção no ciclo normal de crescimento do cabelo. |
2.6 Doenças crônicas
As doenças crônicas como:
- Diabetes mal controlado;
- Câncer;
- Lúpus eritematoso;
- Hepatites;
- E anemias.
Fazem com que o funcionamento correto do corpo seja alterado e, por conta de várias alterações de fatores neuroendócrinos e nutricionais que ocorrem nessas situações, levam ao aparecimento do eflúvio telógeno.
2.7 Doenças da tireóide
Tanto os casos onde existe um aumento (hipertireoidismo) quanto uma diminuição (hipotireoidismo) de hormônios tireoidianos, é possível se observar um aumento da queda dos cabelos.
Desse modo, é comum que a queda de cabelo seja um dos sintomas iniciais dessas doenças, por isso, é recomendado que pessoas que apresentam eflúvio telógeno façam uma investigação a respeito da alteração desses hormônios.
2.8 Uso de algumas medicações
Existe uma lista enorme de remédios que podem desencadear o aparecimento do eflúvio telógeno, eles vão desde antidepressivos até medicamentos utilizados para o tratamento da acne.
Por essa razão, antes de iniciar o uso de qualquer medicamento é muito importante buscar aconselhamento médico e estar ciente dos seus possíveis efeitos colateral
Medicamento | Efeito no eflúvio telógeno |
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Antidepressivos | Pode causar aumento da queda de cabelo; pode ser um efeito colateral potencial do uso prolongado |
Anticoagulantes | Pode desencadear ou agravar um episódio de eflúvio telógeno |
Medicamentos anticonvulsivantes | Pode causar um aumento na queda do cabelo |
Terapia de reposição hormonal | Pode levar a sintomas de eflúvio telógeno se os hormônios estiverem desequilibrados |
Bta-bloqueadores | Pode causar um aumento na queda do cabelo |
Fármacos quimioterápicos | Pode desencadear um episódio de eflúvio telógeno |
3. Quais são as manifestações clínicas do eflúvio telógeno?
Normalmente, nós perdemos em torno de 100 fios de cabelo por dia.
Entretanto, quando estamos com eflúvio telógeno, essa perda de cabelo aumenta consideravelmente, sendo possível observar uma perda de até 300 fios diários!
Assim, é comum que a pessoa comece a perceber a presença de muitos fios, tanto na hora de tomar banho quanto no momento que escova os cabelos.
De modo geral, se nota uma perda maior de cabelos na parte superior da cabeça, portanto, pode ser que o individuo com a patologia apresente uma rarefação dos fios principalmente nessa área.
Ademais, também é possível que algumas pessoas apresentem coceira no couro cabeludo, principalmente na parte de trás da cabeça.
Manifestação clínica | Descrição |
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Queda de cabelo | Perda repentina ou gradual de cabelo, geralmente em áreas onde o cabelo é mais grosso (por exemplo, couro cabeludo) |
Afinamento capilar | Diminuição da densidade do cabelo, resultando na diminuição do volume do cabelo |
Descamação excessiva | Aumento da queda de cabelo, que pode se manifestar como tufos de queda de cabelo |
Descoloração do couro cabeludo | Possível alteração no tom da pele do couro cabeludo, muitas vezes devido à diminuição da pigmentação do cabelo |
4. Quais são os tipos de eflúvio telógeno existentes?
Como você deve imaginar, não existe apenas um tipo de eflúvio telógeno, logo podemos dividí-los em dois: agudo e crônico.
4.1 Eflúvio telógeno agudo
O eflúvio telógeno agudo, como o próprio nome sugere, se refere quando a perda de cabelo se dá por uma condição que ocorreu em torno de dois a três meses antes do início da queda, sendo o período máximo de início dos sintomas até seis meses.
Isso porque, leva mais ou menos esse tempo para que a condição que levou a parada e, consequentemente, a queda do cabelo, finalizar o ciclo dos fios.
Desse modo, as causas podem ser qualquer uma das citadas anteriormente.
Outro ponto importante é que esse tipo de eflúvio telógeno tende a regredir espontaneamente depois de alguns meses.
4.2 Eflúvio telógeno crônico
Ainda que ocorra perda semelhante ao eflúvio telógeno agudo, no eflúvio telógeno crônico o paciente costuma ter uma perda de cabelo superior a seis meses, podendo ocorrer de forma ciclíca.
Assim, a doença pode apresentar momentos de atividade e de regressão. Logo a pessoa pode apresentar quedas de cabelos em torno de duas vezes no ano ou em períodos mais espaçados.
E, como se pode imaginar, por ocorrer uma perda significativa de cabelos mais longos, mas ainda se ter o crescimento de fios novos, a pessoa costuma ter um maior volume na base do cabelo o qual vai afinando com o comprimento.
Já sobre a causa base desse problema, ainda não se sabe ao certo o que causa, entretanto, existem algumas teorias que supõe que o motivo seja autoimune, desse modo, doenças como a tireoidite de Hashimoto ganham destaque.
Eflúvio Telógeno Crônico | Eflúvio Telógeno Agudo |
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A perda de cabelo geralmente é gradual, com crescimento completo geralmente levando até 6 meses ou mais | A perda de cabelo geralmente é repentina, com crescimento completo geralmente ocorrendo em 6 meses |
Muitas vezes causada por estresse prolongado ou doença física | Muitas vezes causada por estresse físico ou emocional súbito |
O cabelo normalmente para de cair e o crescimento começa após 3 a 4 meses | O cabelo normalmente para de cair e o crescimento começa dentro de 1 a 2 meses |
A queda de cabelo pode ser mais generalizada e difusa | A queda de cabelo pode ser mais localizada e irregular |
5. Como ocorre o tratamento do eflúvio telógeno?
Por se tratar de um evento autolimitado, na maioria das vezes não é necessária à realização de nenhum tratamento específico.
Todavia, existem situações especiais onde pode ser indicado o uso de medicamentos que estimulam o crescimento do cabelo.
Dentre esses casos especiais, podemos citar aqueles que possuem alopecia andrógena (a famosa calvície) e aqueles que têm uma queda acentuada do cabelo após os sessenta anos.
Tratamento | Descrição |
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Minoxidil | Aplicação tópica de minoxidil, um vasodilatador, ajuda a melhorar o fluxo sanguíneo para o couro cabeludo e estimula os folículos pilosos a produzir novos cabelos. |
Finasterida | Medicamento oral inibidor da 5-alfa-redutase e é usado para reduzir os níveis do hormônio dihidrotestosterona (DHT). Altos níveis de DHT podem contribuir para a queda de cabelo. |
Corticosteróides | Usados para reduzir a inflamação no couro cabeludo e podem ajudar a reverter parte da queda de cabelo associada ao eflúvio telógeno. |
Suplementos de Ferro | A deficiência de ferro é uma causa comum de eflúvio telógeno, e a suplementação pode ajudar a restaurar os níveis de ferro no sangue e melhorar o crescimento do cabelo. |
Pois, nesses grupos específicos pode haver dificuldade em recuperar o comprimento adequado dos fios.
Ademais, é preciso se investigar a causa base da existência do eflúvio telógeno, pois se foi possível encontrá-la o mais indicado é que exista uma correção dela para que se institua o tratamento adequado.
No mais, podemos dizer que pessoas saudáveis conseguem reverter essa situação de maneira natural e eficaz.
Porém, caso notem que os fios continuam caindo por meses é indicado procurar ajuda profissional.
6. É possível prevenir o aparecimento do eflúvio telógeno?
Não existe uma prevenção específica para esse tipo de problema, entretanto o que pode ser indicado é que, em situações específicas onde já se espera o aparecimento da patologia, seja orientada a procura de um médico precocemente.
Sendo assim, as pessoas que possuem critérios para essa orientação, são as grávidas, aqueles que fizeram cirurgias recentes ou quem apresenta alguma patologia que se encaixa dentro das principais causas, como o hipotireoidismo.
Nesses casos, as pessoas precisam ser orientadas a respeito da possível instalação do problema e como deveriam proceder no caso do seu aparecimento.
Dicas para Prevenção
- Comece o tratamento precocemente – quanto antes melhor para salvar folículos capilares.
- Considere combinar terapias – abordagem multifacetada geralmente é mais eficaz.
- Gerencie o estresse – pratique mindfulness, ioga, exercícios. O estresse agrava a queda de cabelo.
- Tenha uma dieta equilibrada rica em proteínas, vitaminas e minerais.
- Evite traumas físicos nos fios como puxões, uso excessivo de química e calor.
20 Erros Comuns no Diagnóstico e Tratamento da Queda de Cabelo
Erro 1: Não perguntar detalhes sobre tratamentos anteriores
É importante saber não apenas quais tratamentos o paciente já tentou, mas por quanto tempo cada um foi usado. Por exemplo, o minoxidil pode levar 6-12 meses para mostrar resultados, então 2 semanas de uso é muito pouco para julgar a eficácia. Pergunte sobre a duração e adesão ao tratamento.
Erro 2: Negligenciar os sintomas
Sintomas como coceira, ardência e dor no couro cabeludo podem indicar condições inflamatórias como lichen planopilar que requerem biópsia. Pergunte sobre os “3 Bs”: Burning (ardor), Bruising (hematomas) e Biopsy (biópsia).
Erro 3: Não examinar o couro cabeludo adequadamente
Examinar o couro cabeludo é fundamental. Comece aprendendo a reconhecer um couro cabeludo normal. Depois, identifique sinais de alopecia androgenética como miniaturização. Isso ajuda a diferenciar as causas.
Erro 4: Contar excessivamente com exames de sangue
Embora úteis, os exames de sangue raramente diagnosticam a causa primária. A história e o exame físico são mais importantes. Exames de sangue devem ser usados estrategicamente, não rotineiramente.
Erro 5: Negligenciar a biópsia de couro cabeludo
A biópsia é essencial quando a causa não é clara. Ela diferencia condições que parecem semelhantes. Faça biópsia se o diagnóstico não se encaixa ou a resposta ao tratamento é inadequada.
Erro 6: Focar apenas no problema do cabelo
Considere a saúde geral do paciente. Pergunte sobre estresse, sono, dieta e outros fatores. O cabelo é afetado por todo o corpo. Um enfoque holístico é ideal.
Erro 7: Atribuir queda de cabelo à ferritina baixa
Nem todos com ferritina baixa têm queda de cabelo. Muitos com queda de cabelo têm ferritina normal. Suplementação de ferro não necessariamente ajuda. Considere, mas não assuma que baixa ferritina causa queda de cabelo.
Erro 8: Presumir que aumento da queda é eflúvio telógeno
Alopecia androgenética é a causa mais comum de aumento da queda. Considere-a primeiro em qualquer paciente com aumento da queda antes de diagnosticar eflúvio telógeno.
Erro 9: Não identificar todas as causas
Os pacientes geralmente têm múltiplas causas sobrepostas de queda de cabelo. É importante diagnosticar todas elas, não apenas a mais óbvia. Senão, o tratamento será incompleto.
Erro 10: Usar doses altas demais inicialmente
Comece com doses mais baixas de medicamentos como minoxidil oral e aumente gradualmente. Isso reduz efeitos colaterais e chances de descontinuar o tratamento. Aplique o mesmo princípio a injeções de esteroides.
Erro 11: Não educar sobre expectativas de tratamento
Informe quanto tempo leva para ver resultados, por exemplo, 6-12 meses para minoxidil. Isso melhora a adesão. Caso contrário, os pacientes desistem cedo demais.
Erro 12: Prescrever tratamentos sem saber se são de primeira ou segunda linha
Saiba quais são as terapias de primeira linha com maior evidência para cada condição. Converse sobre opções e ajude o paciente a tomar uma decisão informada.
Erro 13: Iniciar múltiplos tratamentos ao mesmo tempo
Comece um tratamento por vez. Espere meses antes de adicionar outro. Isso identifica o que realmente funciona e previne efeitos colaterais de interações medicamentosas.
Erro 14: Ser muito avesso ao minoxidil
Embora imperfeito, o minoxidil ainda é recomendado por muitos especialistas quando usado adequadamente. Balance informações corretas com empatia pela situação do paciente.
Erro 15: Se empolgar demais com novos tratamentos
Seja cauteloso com novos tratamentos sem comprovação. Escolha com base na segurança, custo, viabilidade e eficácia. Os mais novos não são necessariamente melhores ou mais seguros.
Erro 16: Não monitorar tratamentos adequadamente
Além de exames sofisticados, fotos simples são excelentes para monitorar resposta ao tratamento. Se as fotos não mostram melhoras, provavelmente o tratamento não está funcionando.
Erro 17: Assumir que a queda vai parar sozinha
Explique que a queda de cabelo crônica geralmente requer tratamento contínuo. Condições como alopecia androgenética são crônicas. O paciente precisa entender que a terapia é necessária para manter os cabelos.
Erro 18: Sugerir produtos milagrosos ou curas secretas
Seja honesto sobre as limitações do conhecimento médico atual. Reforce que não há tratamentos milagrosos. Maneje as expectativas e foque em tratamentos comprovados, mesmo que imperfeitos.
Erro 19: Culpar o paciente pela falta de melhora
Seja compassivo. Aderir a tratamentos de longo prazo é difícil. Trabalhe com o paciente para encontrar um regime viável. Considere reduzir a frequência (usar a cada 2-3 dias) para melhorar a adesão.
Erro 20: Desistir cedo demais
Persista e seja criativo se o primeiro, segundo ou terceiro tratamento falhar. Reavalie o diagnóstico. Combine terapias. Tenha paciência. Melhorar a saúde do cabelo leva tempo e dedicação.
Evitando estes erros comuns e suas armadilhas diagnósticas, o médico pode proporcionar o tratamento mais eficaz e a melhor experiência possível para cada paciente único. A queda de cabelo pode ser frustrante, mas com habilidade, compaixão e conhecimento atualizado, resultados altamente satisfatórios são possíveis.
Dra. Juliana Toma é formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia.
Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA