Zinco: para que serve? Quais os sinais de deficiência de zinco?

Os benefícios para a saúde do zinco estão bem documentados e está se tornando cada vez mais um mineral necessário para os seres humanos manterem a saúde geral.

O zinco desempenha um papel importante em muitas funções corporais, incluindo suporte do sistema imunológico, cicatrização de feridas, digestão, saúde da pele, regulação hormonal, força dos ossos e dentes, redução da inflamação e prevenção do declínio cognitivo.

Nesta postagem do blog, exploraremos os benefícios do zinco para os seres humanos, como ele é usado e como garantir que você esteja recebendo zinco suficiente em sua dieta.

Para que serve o zinco?

O zinco é o segundo elemento-traço mais abundante no corpo humano e muito importante para a manutenção da saúde humana.

As funções do zinco são inúmeras, por isso optou-se por subdividi-las em três categorias: estrutural, enzimática e reguladora.

  1. Estrutural: o zinco é um fator determinante para a forma e disposição espacial de enzimas e proteínas. Além disso, ele auxilia na estabilização de algumas proteínas ligadas ao DNA. Algumas dessas proteínas têm função na regulação dos genes. Outra função estrutural que o zinco confere é para a enzima superóxido dismutase (importante defesa antioxidante na maior parte das células expostas ao oxigénio).
  2. Enzimática: o zinco é um componente fundamental na atividade de ação catalítica de mais de trezentas enzimas. O zinco atua como um receptor de elétrons, contribuindo para essas atividades em diversas enzimas. Também é fundamental a presença do zinco nas ligações intracelulares de tirosinoquinase para os receptores de células T3, CD4 e CD8, as quais são imprescindíveis tanto no desenvolvimento como ativação dos linfócitos T.
  3. Reguladora: as vesículas sinápticas capturam o zinco, agindo na atividade neuronal e na memória. Além disso, o zinco auxilia na síntese proteica, divisão celular, modulação de prolactina, replicação de ácidos nucleicos, ação da insulina, tireoide, suprarrenal, testículos, entre outros.


Benefícios do zinco para humanos
Aumenta o Sistema Imunológico
Ajuda na cicatrização de feridas
Auxilia na digestão
Promove uma pele saudável
Suporta crescimento e desenvolvimento normais
Fortalece Ossos e Dentes
Regula os hormônios
Reduz a inflamação
Evita o declínio cognitivo


Quais são as fontes alimentares de zinco?

O zinco está presente principalmente nos frutos-do-mar como: ostras, camarão e peixe.

Além disso, esse mineral é encontrado também na carne bovina, frango, fígado, gérmen de trigo, grãos integrais, cereais, castanhas, legumes, tubérculos frutas e hortaliças.


Interações do zinco com outros componentes da dieta

A absorção do zinco pode sofrer interferência de fatores dietéticos e fisiológicos. Ou seja, mesmo com a ingestão adequada de zinco, podem ocorrer deficiências caso a biodisponibilidade desse elemento na dieta for muito baixa.

Logo, existem muitos fatores na dieta que podem interagir com o zinco, favorecendo ou dificultando a sua absorção no organismo.

Zinco – Fibra

Estudos observaram que os componentes presentes na filha alimentar, como os fitatos, parece ser o principal fator na redução da absorção do zinco.

O fitato está concentrado em farelos e cereais de grãos integrais e nas leguminosas.

barley

Dica: uma técnica simples e bastante utilizada diariamente para reduzir a quantidade de fitato dos alimentos é realizando o remolho.

  • Hidrate os grãos e sementes até que eles alcancem o peso máximo. Como o fitato é um componente solúvel em água ele será reduzido em até 48%. Os feijões e cereais integrais devem ficar de remolho em água (à temperatura ambiente) por aproximadamente 8 a 12 horas antes do cozimento. A água do remolho deve ser descartada e o alimento deve ser cozido em água limpa.

Zinco – Fitato – Cálcio

A presença do cálcio parece aumentar o efeito do fitato na diminuição da biodisponibilidade do zinco. Problemas relacionados às dietas vegetarianas podem ser gerados nessa relação.

Zinco – Ferro

A presença do ferro prejudica na biodisponibilidade do zinco, assim como o zinco prejudica na biodisponibilidade do ferro. Esses elementos competem pelo mesmo sítio de absorção na mucosa intestinal.

Normalmente, essa interação antagônica é mais evidente quando é administra altas concentrações de ferro com água. No entanto, a administração conjunta de ferro e zinco, em uma mesma refeição não causa interferência na biodisponibilidade. Isso pode ser justificado pelo fato de o zinco provavelmente está complexado em uma refeição normal. Dessa forma, sua absorção pode acontecer por meio de uma via alternativa.

Zinco – Proteína

A proteína animal aumenta a biodisponibilidade do zinco. A possível explicação é que a proteína ou o peptídeo formaria um complexo junto com o zinco, prevenindo a precipitação deste. Outra explicação é que os peptídeos ou aminoácidos facilitariam a absorção do zinco na borda em escova.

O que pode levar à deficiência de zinco?

A deficiência de zinco pode desenvolver alguns sinais e sintomas como: anorexia, alterações no paladar e comportamentais, intolerância à glicose, hipogonadismo, disfunções imunológicas, hipogeusia, atraso no crescimento e na maturação sexual.

Muitos fatores podem levar à deficiência de zinco como:

  • Baixo consumo de zinco;
  • Alto consumo de fitato;
  • Desnutrição energético-proteica;
  • Etilismo.
  • Síndrome de má absorção (pancreatite, doença de Crohn, colite ulcerática);
  • Insuficiência renal crônica;
  • Queimaduras extensas;
  • Anemia falciforme;
  • Uso de medicamentos (p. ex. alguns antibióticos, diuréticos e antiácidos).

Por outro lado, existem evidências de que o organismo humano desenvolva adaptações à redução na ingestão de zinco, através da diminuição da sua excreção fecal e urinária.

Avaliação do zinco através de exames bioquímicos

A concentração plasmática / sérica de zinco não é um bom parâmetro de avaliação do estado nutricional relativo a ele. Isso é justificado pelo fato de que a redução da concentração de zinco no plasma ou soro pode ser reflexo da distribuição do zinco no organismo.

Seus valores podem variar até 20% no decorrer do dia, declinando após as refeições e subindo após jejum de 2 a 4 horas. Logo, sua diminuição pode não estar associada a uma inibição na absorção do zinco.

Outros fatores podem estar associados a diminuição nas concentrações de zinco no sangue, tais como:

Hipoalbuminemia, estresse, infecções, catabolismo, gravidez (em parte devido à hemodiluição), contraceptivo oral e redução na ingestão dietética de zinco.

Zinco no eritrócito:

Pouco utilizado como indicador na avaliação do estado nutricional em relação ao zinco. O eritrócito possui meia vida lenta (120 dias), logo, não reflete alterações recentes. Além disso, seus valores podem estar alterados na presença de algumas doenças, levando a conclusões erradas.

Zinco no cabelo:

A baixa concentração de zinco no cabelo reflete uma deficiência crônica.

cabelo

Atividades das enzimas zinco-dependentes

O zinco está presente em muitas enzimas, porém a utilização de uma única enzima não é aceita como um bom indicador do estado nutricional em relação ao zinco. Alguns fatores influenciam essa decisão como: baixa sensibilidade, falta de acesso do tecido para análise, dose-resposta com dados limitantes, estudos pouco consistentes.

Conclui-se que os parâmetros bioquímicos sensíveis para a avaliação do estado nutricional em relação ao zinco não são suficientemente validados como critério diagnóstico.


Referências Bibliográficas:

  1. COZZOLINO, S. M. F. Biodisponibilidade de Nutrientes. 4ª edição. São Paulo: Manole, p. 1334, 2012.

Raísa Vitena da Silva Araújo

CRN5 9100. Nutricionista pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Especialista em Nutrição Clínica sob a forma de Residência pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ex-colaboradora da equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional do Instituto Couto Maia. Atendimento Nutricional em Salvador - Bahia (Clínica Nutrir & Saúde) e Online para todo o Brasil.

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Raísa Vitena da Silva Araújo

Raísa Vitena da Silva Araújo

CRN5 9100. Nutricionista pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Especialista em Nutrição Clínica sob a forma de Residência pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ex-colaboradora da equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional do Instituto Couto Maia. Atendimento Nutricional em Salvador - Bahia (Clínica Nutrir & Saúde) e Online para todo o Brasil.

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