A Desvenlafaxina é um medicamento utilizado em casos de pacientes que apresentam quadros depressivos, mas é verdade que ela pode gerar certo processo de emagrecimento nos pacientes?
A Desvenlafaxina
Sendo muito comercializado sob o nome “Pristiq” produzido pela Wyeth Indústria Farmacêutica, e também de maneira genérica sob o nome do próprio composto, a Desvenlafaxina é indicada para tratar pacientes em casos de depressão, sendo uma medicação da classe dos inibidores de recaptação de noradrenalina e de serotonina.
Portanto, sua ação principal se relaciona com a modulação da disponibilidade de noradrenalina e da serotonina no cérebro, duas substâncias que costumam estar deficientes e desequilibradas em pessoas que apresentam transtornos depressivos, auxiliando-as a chegarem a níveis adequados.
Há também uma ação pequena em relação à modulação da dopamina, porém que não se compara a sua ação em relação à serotonina e a noradrenalina no cérebro.
Mecanismo de ação | Desvenlafaxina |
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Ação na recaptação de serotonina | Inibe a recaptação de serotonina no neurônio pré-sináptico, aumentando a disponibilidade e sinalização de serotonina. |
Ação na recaptação de noradrenalina | Inibe a recaptação de norepinefrina no neurônio pré-sináptico, aumentando a disponibilidade e sinalização de norepinefrina. |
Efeito nos receptores adrenérgicos | Liga-se aos receptores α2-adrenérgicos pós-sinápticos, resultando em diminuição da liberação de norepinefrina e serotonina. |
Efeito nos receptores de serotonina | Liga-se aos receptores pós-sinápticos 5-HT1A e 5-HT2A, resultando em aumento da liberação de serotonina. |
A Desvenlafaxina é uma medicação vendida exclusivamente com receita médica, sendo não apenas o mais recomendado como necessário que o paciente consulte com um médico(a) psiquiatra que irá atestar, ou não, o quadro de depressão e seguirá assim o tratamento mais adequado para o caso em específico.
Indicações da Desvenlafaxina
Indicação |
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Transtorno Depressivo Maior |
Transtorno de ansiedade generalizada |
Transtorno de ansiedade social |
Transtorno do Pânico |
A Desvenlafaxina emagrece?
Ao iniciar uma nova medicação, é comum nos perguntarmos se aquele medicamento ocasionará alguns efeitos colaterais, ou se terá algum impacto em nosso estado físico, uma vez que não é incomum que um remédio auxilie na perda ou no ganho de peso.
Entre os efeitos colaterais relatados na bula da Desvenlafaxina pode-se observar que entre 1 e 10% das pessoas que ingeriram entre 10 e 400mg da medicação diariamente relataram emagrecimento, sendo portanto considerado um efeito comum à sua administração.
Porém, é importante enfatizar que mesmo o emagrecimento sendo considerado um efeito colateral comum da Desvenlafaxina, não é possível declarar que todas as pessoas que façam seu uso irão observar tal efeito, apenas uma porcentagem (1-10%) de seus usuários acabam relatando a perda de peso em decorrência de seu uso, não sendo uma unanimidade.
Emagrecimento saudável
Mesmo havendo a possibilidade da Desvenlafaxina acabar gerando um certo emagrecimento, é importante relatar que há maneiras mais saudáveis e interessantes de perder peso.
Depender de medicações para emagrecer pode não ser o caminho mais saudável e ideal, sendo sempre recomendado que se procure um profissional da área da nutrição, que passará uma dieta balanceada e adequada para seu dia a dia, junto com a realização de atividades físicas regulares.
Desta forma, o mais recomendado é que se faça uso de medicações ou de suplementos apenas com a indicação de origem médica especializada na área e com os devidos cuidados e exames prévios necessários antes de seu uso.
Quais são os outros efeitos colaterais associados ao uso da Desvenlafaxina?
Os efeitos colaterais citados a seguir dependem da dose e tempo de uso, ou seja, doses mais altas possuem maiores chances de trazer possíveis efeitos, enquanto doses menores possuem possibilidades de efeitos colaterais mais reduzidas.
Além de um possível emagrecimento, podemos citar alguns outros efeitos colaterais que podem ocorrer após a administração da Desvenlafaxina, como por exemplo:
- Perda de apetite (o que também pode estar atrelado ao emagrecimento que pode ocorrer em algumas pessoas a partir da ingestão da medicação de maneira diária)
- Náusea, vômito e sensação de tontura
- Sensação de boca seca
- Constipação
- Diarreia
- Dor de cabeça
- Insônia
- Taquicardia
- Vertigem
- Visão turva
- Zumbido nos ouvidos
- Suor em excesso e sem motivo aparente
- Fadiga
- Irritabilidade
- Sensação de nervosismo
- Calafrios
- Disfunção erétil
- Ejaculação tardia
- Redução da libido
- Reações envolvendo fotossensibilidade
- Risco de aumento da pressão arterial
Nenhum dos efeitos colaterais acima representa um fato em relação ao início da administração da medicação, ocorrendo apenas em certa porcentagem das pessoas que fazem seu uso.
E no caso dos efeitos colaterais sentidos após seu início serem muito fortes ou exagerados, relate a experiência ao seu psiquiatra que recomendou o uso do fármaco.
Dose de Desvenlafaxina
Faixa Etária | Intervalo de dosagem (mg/dia) |
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Adultos | 50-400 |
Pediatria (de 6 a 17 anos) | 25-200 |
Contraindicações da administração da Desvenlafaxina
Assim como qualquer outro medicamento, existem algumas contraindicações em relação ao uso da Desvenlafaxina, como por exemplo:
- Mulheres grávidas ou em período de amamentação
- Pessoas com hipersensibilidade a Desvenlafaxina ou a qualquer outro composto que esteja presente na formulação do medicamento
- Crianças ou adolescentes com menos de 18 anos de idade
- Pessoas que estejam em tratamento com qualquer medicação que contenham venlafaxina ou inibidores da monoaminoxidase.
Advertências da desvenlafaxina |
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Risco de Síndrome da Serotonina |
Aumento da pressão arterial |
Aumento do risco de sangramento |
Alterações anormais do ritmo cardíaco |
Risco de pensamentos suicidas |
Risco de Mania |
Risco de convulsões |
Aumento do risco de morte em idosos |
Informações adicionais sobre o uso de medicações antidepressivas
Após o início da administração de uma medicação antidepressiva, é necessário um período de pelo menos entre 2 e 4 semanas para que a melhora do quadro possa começar a ser observada, não havendo uma ação imediata após o primeiro dia de medicação.
E assim também como todos os medicamentos que englobam a saúde mental, é de extrema importância que o paciente passe por um médico (a) psiquiatra para delinear o melhor tratamento para seu caso e receitar a melhor medicação em uma posologia adequada para o seu quadro específico.