Já ouviu falar sobre isso? Vamos entender hoje a relação.
Primeiro, estamos falando de um alimento importantíssimo da nossa cultura, reconhecido como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco.
Com a pandemia do COVID-19, ainda no ano de 2020, o consumo de cuscuz aumentou no mundo todo, muito devido a ser uma opção mais barata que substituísse o arroz.
O cuscuz é de origem árabe e chegou no Brasil ainda com os portugueses bem no início da colonização. Ele pode ser de milho, trigo, arroz, cevada e sorgo, mas o mais famoso é o cuscuz de milho e é dele que vamos falar aqui.
É consumido no Brasil todo, tendo diversas formas de preparo diferentes, mas é mais popular na região nordeste do nosso país.
A versão mais tradicional é preparada à base de uma mistura de farinha de milho, fubá ou flocos de milho pré-cozidos, com água e sal, dentro de um utensílio que chamamos de cuscuzeira.
Valor nutritivo do Cuscuz
Além do baixo custo, é bom saber que o cuscuz é altamente nutritivo e uma excelente fonte de energia. O cuscuz de milho, além de carboidratos, tem ainda composto de proteína, fibras e uma quantidade pequena de gordura.
Ele é riquíssimo em vitaminas A e do complexo B, além de possuir uma boa quantidade de fibras, que contribuem com a saciedade do organismo.
Possui ainda boas quantidades de zinco e magnésio, além de oferecer 61% da necessidade diária de selênio em um único prato, contribuindo assim para o sistema imunológico, com função antioxidante.
Em uma porção de 50 g (aproximadamente um cuscuz pequeno), encontramos cerca de 170 kcal, sendo: 38 g de carboidrato, 4 g de proteína e 2 g de fibras. O valor calórico pode ser comparado ao de duas fatias de pão de forma integral ou a um pão francês.
A qualidade nutricional do cuscuz vai depender, principalmente, dos acompanhamentos. Normalmente o cuscuz é acompanhado de manteiga, margarina ou outros alimentos gordurosos, como carnes processadas e frituras, e isso pode facilitar o ganho de gordura.
O índice glicêmico do cuscuz é considerado moderado, que é o valor dado aos alimentos com base na velocidade com que os níveis de glicose (açúcar) aumentam no sangue após sua ingestão, e pode interferir no emagrecimento e controle hormonal.
Porém, isso pode ser facilmente contornado associando o consumo do cuscuz acompanhado de proteína, como ovos ou carne, ou fibras.
Cuscuz x Colesterol
Bom, colesterol é um composto orgânico essencial para o funcionamento do organismo encontrado em fontes alimentares animais, e não podemos associá-lo apenas a prejuízos.
Ele contribui para a produção de cortisol (que controla o estresse) e de hormônios sexuais, além de ajudar na síntese de vitamina D e de ácidos envolvidos na digestão de gorduras no trato gastrointestinal, entre outras funções variadas.
Seu lado negativo provém do chamado “colesterol ruim”.
O colesterol “bom”, o HDL, é responsável por transportar o excesso de colesterol das artérias para o fígado, evitando assim o seu entupimento.
Já o ruim, o LDL, leva o colesterol para as células e pode se acumular nas artérias e formar placas de gorduras no coração, aumentando os riscos aterosclerose (depósito de gordura nas paredes das artérias), infarto e AVC.
O cuscuz não possui gorduras saturadas nem colesterol, por ser uma fonte vegetal.
Considerações Nutricionais sobre o Cuscuz
Além disso, é fonte de fibras, que ajudam no controle de peso, pois garantem uma sensação de saciedade, e também auxiliam o funcionamento do sistema digestivo, prevenindo a prisão de ventre, e ajudam a controlar os níveis de colesterol no sangue.
Então, respondendo a pergunta: sim, quem tem colesterol alto pode comer cuscuz! A ingestão de farinhas e cereais não precisa ser restringida por quem tem níveis elevados de colesterol. A questão está na quantidade consumida e no modo do seu preparo.
Tabela: Cuscuz é rico em carboidratos, fibras, vitaminas e minerais.
- Carboidratos: 1 xícara de cuscuz cozido (50 g) contém cerca de 26 g de carboidratos, dos quais 3 g são fibra dietética.
- Proteínas: 1 xícara de cuscuz cozido (50 g) contém cerca de 2,5 g de proteína.
- Vitaminas: O cuscuz é uma boa fonte de vitaminas do complexo B, como tiamina, riboflavina e niacina.
- Minerais: O cuscuz contém minerais importantes, como ferro, zinco, cobre e manganês. Ele também é uma boa fonte de potássio e magnésio.
- Calorias: 1 xícara de cuscuz cozido (50 g) contém cerca de 105 calorias.
Se você consumir o cuscuz acompanhado de margarina, manteiga, carne vermelha, produtos laticínios gordos, bacon, frituras, salsichas e embutidos, eles serão os responsáveis pelo aumento do colesterol, e não o cuscuz.
Porém, o alerta vem quando associamos o colesterol alto ao aumento de triglicerídeos no sangue. Como o cuscuz é rico em carboidratos, o consumo elevado deste alimento pode favorecer o seu aumento.
É que o milho, matéria-prima deste prato tipicamente nordestino, é considerado um vegetal amiláceo, um hidrato de carbono complexo que, em excesso, pode causar elevação dos triglicéridos sanguíneos.
Portanto, para quem tem níveis elevados de triglicérides, é fundamental o consumo moderado do cuscuz. O ideal é o equilíbrio na dieta, sem exageros. Além da quantidade, é essencial prestar atenção nos seus acompanhamentos, escolhendo sempre opções mais saudáveis.
O momento de incluí-lo ou restringi-lo na alimentação deve ser avaliado por um profissional nutricionista, após a avaliação individualizada e de acordo com os parâmetros sanguíneos e realidade de cada um.