A terapia manual é o conjunto de técnicas para tratar disfunções. Através da terapia manual, podemos receber respostas fisiológicas que visam o equilíbrio muscular para os mais variados sintomas.
A terapia com as mãos teve os primeiros registros na Antiguidade, onde as pessoas já a usavam para tratar doenças. Essas são bases para o que se é utilizado hoje para o tratamento de disfunções ortopédicas e neurológicas.
A partir das filosofias básicas, surgiram os subconjuntos que são a liberação miofascial, mobilização, mobilização neurodinâmica, manipulação articular, liberação posicional e exercícios de resistência manual¹.
A manipulação é uma das estratégias mais utilizadas dentro da terapia manual para o tratamento de disfunções miofasciais. Os fisioterapeutas aplicam a técnica e sempre têm bons resultados.
Na neurofisiologia, a terapia manual também tem alcançado resultados extremamente benéficos². Com o avanço dos exames de imagem e da genética e imunologia, pode-se ter um embasamento maior para que se aprimore as técnicas e até se descubra novas.
Marcel Bienfait diz em seu livro sobre a fisiologia da terapia manual que:
“A patologia dos músculos fásicos é a deficiência: fraqueza, atrofia, paresia, paralisia…que conhecemos bem em reeducação. A patologia do músculo é a retração contra a qual lutamos sem cessar em terapia manual”.
Dessa forma, esse artigo tem a intenção de informar você sobre tudo que a terapia manual pode oferecer e entregar em um tratamento. Continue lendo!
A Terapia Manual
Esse tipo de terapia realizada pela fisioterapia consiste em técnicas aplicadas com as mãos a fim de devolver o equilíbrio muscular para determinadas áreas do corpo. Não é necessário recorrer a essa prática apenas quando se tem uma disfunção ou problema físico.
Em um mundo onde a má postura causa uma infinidade de dores e incômodos nas pessoas, esse tipo de terapia pode ajudar a reorganizar o reequilíbrio neuromusculoesquelético.
Portanto, é necessário que o profissional faça um diagnóstico sobre as reais disfunções corporais para só então planejar o tratamento.
A terapia manual tem como objetivos:
- Identificar para corrigir disfunções dos membros superiores, inferiores e da coluna;
- Compreender como as disfunções esqueléticas também afetam o sistema neurológico e circulatório;
- Avaliar e corrigir os desequilíbrios causados pela má postura a fim de promover ações que trabalhem nisso e o reorganizem;
- Empregar os conhecimentos de fisioterapia manual nas disfunções ortopédicas, reumatológicas e traumatológicas.
Benefícios da Terapia Manual
Existem muitos benefícios quando se procura uma terapia manual para resolução de um problema físico. Podemos citar algumas:
- Diminuição das tensões;
- Aumento da flexibilidade muscular;
- Prevenção contra bloqueios dentro das articulações;
- Redução das dores musculares.
Vantagens Em Recorrer A Terapia Manual
Além dos benefícios que se tem ao passar por uma terapia manual, podemos explicar algumas vantagens quando esse tipo de tratamento é recomendado e seguido pelo paciente.
Entretanto, não estamos invalidando de forma alguma os outros tipos de tratamento que a própria fisioterapia realiza. Muitas vezes, várias técnicas são aplicadas em conjunto para um melhor resultado frente a uma doença.
A intenção nesse artigo é orientar sobre os resultados que o manual também possibilita dentro de um tratamento. Muitas vezes, a técnica é vista como uma “massagem” para se passar o tempo da sessão, o que é totalmente irreal.
Dessa forma, existem vantagens visíveis quando se utiliza a terapia manual em um tratamento.
Não É Um Método Invasivo
Por ser um método que se utiliza apenas das mãos, todo o tratamento é externo.
O terapeuta procura diversas manobras para o alívio da dor, diminuição do espasmo e da dor muscular. Portanto, quem entra em uma sessão, geralmente sai pronto para sua rotina normal.
Recuperação Completa do Corpo
Antes de aplicar as técnicas, exames criteriosos são feitos pelo profissional e pelo médico que o enviou. Dessa forma, é possível descobrir onde o problema se originou. O tratamento acontece a partir daí.
Portanto, além de tratar a causa, o terapeuta também se atenta para os reflexos dela no corpo. Baseando-se na assertiva que todo o nosso corpo está conectado, não basta tratar somente os reflexos. E sim, suas causas.
Então, a recuperação se torna completa pela causa central ser a primeira a receber o tratamento.
O Tratamento Não Utiliza Fármacos
Sabemos que a medicação resolve um problema, mas pode acarretar outras disfunções quando o uso é prolongado. Quando se utiliza a terapia manual, não existe nenhum tipo de medicamento dentro do tratamento.
O terapeuta cuidará da disfunção causada pelo sistema ortopédico, neural ou circulatório, com um conjunto de manobras que são capazes de restabelecer o domínio do próprio corpo.
Talvez isso demore um pouco mais do que o efeito de um remédio para dor, mas como já dito anteriormente, a recuperação pode ser duradoura.
Reincidência Muito Baixa
Assim, por se focar na causa de todo o problema e se propor a tratá-la, o índice de reincidência dos pacientes é muito baixo.
Após os resultados esperados dentro de uma terapia manual, o profissional acaba passando exercícios de força muscular, equilíbrio, resistência e alongamento para que a pessoa continue fazendo em casa.
Muitas vezes, o tratamento continua em uma academia, através do encaminhamento do próprio fisioterapeuta.
Dessa forma, a reincidência pode ocorrer caso as orientações não sejam seguidas corretamente ou a pessoa tenha outras áreas com problemas.
As Técnicas de Terapia Manual
Existem técnicas aplicadas na terapia manual que são capazes de entregar excelentes resultados em um espaço de tempo muito curto.
Podemos separá-las em em três partes:
Mobilização/Manipulação Articular
São técnicas usadas para a manipulação da dor e com a finalidade de tratar disfunções osteomusculares. Esse tipo de disfunção limita os movimentos e assim, altera a mecânica articular.
Esse tipo de alteração pode ocorrer por diversos motivos como a dor, contratura ou aderência nas cápsulas articulares. Além das subluxações ósseas. Para que a mobilização articular possa funcionar, o profissional precisa conhecer os mecanismos musculares e neurológicos dos movimentos.
A mobilização articular trata articulações que perderam sua mobilidade e não podem ficar limitadas em razão de uma fibrose, por exemplo, independente do mecanismo que impede um movimento, o tratamento baseado em mobilização é necessário para que os outros possam ser aderidos com o tempo.
Por exemplo, é necessário que exista uma mobilização passiva, soltando a musculatura e articulações para que se possa trabalhar a resistência e força muscular posteriormente.
Quando se realiza a mobilização articular, existe a atividade do líquido sinovial. Isso traz nutrientes para a articulação. Além disso, a extensibilidade e a força tensiva dos tecidos continuam intactas.
A técnica do movimento brusco (thrust) se baseia em um movimento de alta intensidade que acontece ao fim do movimento para acabar com aderências e estimular receptores articulares. Muito utilizado quando o tratamento pós-cirúrgico já está no fim e o paciente já recuperou grande parte de sua força muscular.
Mobilização Neural
Os princípios e métodos de estimulação neural já existem desde 1800, sendo aprimorados desde então para chegar ao que é hoje. A neurodinâmica é essa interligação existente entre a função mecânica e o sistema neurológico.
O sistema nervoso é responsável pelos impulsos que geram as nossas ações. Porém, ele precisa diretamente da musculatura para que os movimentos aconteçam em equilíbrio. Quando não existe esse limiar correto, chamamos de Tensão Neural Adversa.
Isso ocorre quando os impulsos são testados e a resposta mecânica e fisiológica é anormal.
Quando uma lesão de origem neural se instala, ela irá desencadear sintomas mecânicos na pessoa devido às conexões existentes. Portanto, a o trabalhar com a mobilização neural, você acaba tratando também as consequências fisiológicas e musculares.
Esse tipo de mobilização tende a colocar a pessoa em posições nas quais o seu sistema nervoso é incentivado a trabalhar. Através desses estímulos de posição, tanto a parte mecânica como a extensibilidade dos nervos estarão funcionando.
Os movimentos são lentos e rítmicos, sendo capazes de estimular os nervos periféricos e a medula espinhal.
Usa-se dois tipos de mobilização neural: as tensionantes e as deslizantes. As tensionantes são realizadas de forma passiva para que a integridade fisiológica seja restaurada. A tensão empregada não é lesiva e respeita a mobilidade neural.
As deslizantes promovem uma passagem maior de nutrientes a fim de diminuir as dores e restaurar a mobilidade fisiológica do tecido neural. Por isso, a tração é um pouco maior, mas não exagerada.
Osteopatia
A osteopatia se iniciou no século XIX, com Andrew Taylor Still. Ele não se conformava com as terapias da época, fundando um cuidado holístico para a saúde.
Na osteopatia, o lema é “o homem é indivisível”. Sendo assim, partem do pressuposto de que o corpo tem a capacidade de auto cura. A estrutura comanda a função e tudo é interligado.
O diagnóstico osteopático parte da palpação das estruturas tissulares e articulares. As lesões acabam se formando quando, dentro da limitação da articulação, os movimentos se prendem em barreiras articulares.
Dessa forma, as técnicas usadas na osteopatia para devolver as funções das articulações são baseadas em cisalhamento, longitudinal, estiramento, compressão de pressão profunda e descontrair movimentos de torção.
Conclusão
Em síntese, a terapia manual é uma técnica muito utilizada e que mantém seus resultados positivos nos tratamentos. Aliada às novas tecnologias e comprovações científicas, ela continua sendo uma ótima opção para tratamento de dores e problemas mecânicos e neurológicos.
Assim, temos ganhos recorrentes e que realmente tratam os problemas das disfunções, não somente os sintomas.
É vital que se procure um profissional qualificado para se utilizar a técnica, visto que ela necessita de um amplo conhecimento para ser aplicada da forma correta.
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