Mitos e Verdades da Corrida de Rua Feminina

Cada vez mais há mais mulheres adeptas a esta modalidade esportiva que é a corrida, sobretudo a corrida de rua, em busca de uma atividade física com baixíssimo custo monetário e alto lucro na saúde.

A escolha da rua geralmente vem decorrente da praticidade e da vontade de aproveitar os ambientes urbanos ao invés de utilizar esteiras ou pistas de corridas, muitas mulheres optam também por correr na praia, mas a rua é que tem sido o espaço de maior preferência.

No entanto, muitas corredoras acabam desistindo por ouvir algumas informações a respeito da corrida, mas muitas destas informações são mitos, portanto, conheça agora os mitos e verdades da corrida de rua feminina.

A corrida de rua prejudica os joelhos? DEPENDE:

Esta é uma controvérsia, pois não é totalmente verdade, mas também não configura um mito, uma vez que os movimentos da corrida podem sobrecarregar as articulações, não somente do joelho, como também do tornozelo, quadril e coluna vertebral.

Para evitar problemas articulares, é preciso fortalecer os músculos que protegem, por isso é recomendável começar caminhando e intensificar a atividade gradualmente, de forma a adaptar o corpo para os movimentos;


A corrida de rua deixa os seios caídos: MITO

É comum ouvir que correr faz com que os seios caiam, esta lenda foi criada pela sensação de que durante a corrida, muitas mulheres sentem os seios movimentando em excesso, gerando um desconforto, porém isto não causa flacidez.

Uma dica para mais conforto na hora de correr é usar tops de malha com alta sustentação, há muitas marcas que desenvolvem esta peça direcionada para este tipo de esporte.


A corrida de rua é melhor que caminhada: MITO

Nenhuma modalidade deve ser considerada melhor que a outra, sendo melhor para um atleta pode não ser para outro, depende muito dos objetivos de cada um, da motivação, da condição física, se há doenças, lesões, cirurgias, entre outros. Portanto, tanto caminhada como corrida na rua tem seus benefícios.


A corrida tonifica e fortalece o corpo: VERDADE

Muitas mulheres deixam de aderir à corrida por medo de ficar flácidas, de emagrecer muito e assim ficar com pele sobrando, porém é preciso entender que o efeito da corrida de rua é o contrário, isto é, proporciona mais tonificação muscular, fortalecimento dos músculos da coxa, panturrilha, glúteos, abdome.


A corrida diminui o estresse: VERDADE

Está comprovado que a corrida, em especial, está relacionada a muitos efeitos positivos no aspecto emocional, não somente com a redução do estresse, que se dá pela diminuição do nível de cortisol e aumento do nível de endorfina, como também mexe com a sensação de superação, alcance de metas, autoconhecimento, tudo isso melhora a autoestima.


A corrida de rua reduz significativamente as chances de desenvolver ou reviver patologias psicológicas, como depressão e ansiedade.

Vale ainda acrescentar que a corrida estimula o nascimento de novos neurônios e a criação de novas sinapses, o que melhora também a memória, concentração e raciocínio.

Devo correr com o calcanhar ou na ponta do pé?

Correr com o calcanhar

Muitos corredores, especialmente os iniciantes, tem o hábito de apoiar primeiro o calcanhar ao correr. Isso ocorre de forma natural para a maioria das pessoas pois é nossa forma de caminhar no dia a dia.

Ao correr desta forma, transfere-se grande parte do impacto da corrida para o calcanhar, que acaba funcionando como um “freio” a cada passada. O corpo fica mais vertical, com mais pressão sobre panturrilha e tendão de Aquiles.

Algumas desvantagens de correr apoiando o calcanhar primeiro:

  • Maior pressão e impacto no calcanhar a cada passada.
  • Menor aproveitamento da energia elástica do tendão de Aquiles.
  • Sobrecarga nos músculos da panturrilha.
  • Maior gasto energético por “frear” o movimento a cada passada.

No entanto, correr de calcanhar também apresenta algumas vantagens:

  • Mais confortável e natural para muitas pessoas.
  • Pode evitar lesões por footing (pisada em excesso na ponta do pé) em alguns casos.
  • Permite utilizar sapatilhas com drops (diferença de altura entre calcanhar e ponta) maiores.

Portanto, não é errado correr apoiando primeiro o calcanhar. O problema pode ocorrer quando isso é feito em excesso, gerando grandes impactos a cada passada.

Correr na ponta do pé

Já correr com a ponta do pé primeiro, às vezes chamado de “forefoot running”, está ganhando muitos adeptos recentemente. Ao apoiar primeiro os dedos/antepé, transfere-se menos impacto para o calcanhar.

Algumas vantagens de correr na ponta do pé:

  • Menor impacto no calcanhar a cada passada.
  • Maior aproveitamento da energia elástica do tendão de Aquiles.
  • Desequilíbrio natural do corpo para frente, aproveitando melhor a passada.
  • Menor gasto energético.

Porém, correr apenas na ponta do pé também tem suas desvantagens:

  • Maior pressão na musculatura anterior da perna e no peito do pé.
  • Pode levar a problemas como metatarsalgia e fascite plantar em excesso.
  • Exige bom condicionamento muscular para evitar lesões.
  • Aumenta a oscilação vertical do corpo, gerando mais impacto.

Por isso, é importante encontrar um equilíbrio na pisada ao correr e não apostar em nenhum dos extremos. O ideal é um meio-termo entre calcanhar e ponta do pé, aproveitando os benefícios de ambos.

Encontrando o equilíbrio ideal

Mais do que pensar se deve-se correr no calcanhar ou ponta do pé, o ideal é encontrar uma pisada natural e equilibrada para seu corpo. Isso irá minimizar impactos e sobrecargas desnecessárias.

Algumas dicas para uma pisada equilibrada ao correr:

  • Não exagerar no apoio na ponta do pé. Deve haver um rolamento suave do calcanhar à ponta em cada passo.
  • Manter passada rápida e leve. Quanto mais lento se corre, maior o impacto em cada apoio.
  • Postura ereta, mirando à frente. Isso ajuda o equilíbrio natural do corpo.
  • Fortalecer musculatura com exercícios específicos, como panturrilha, quadríceps, tibial anterior.
  • Usar sapatilhas confortáveis para seu tipo de pisada. As com drops intermediários costumam ser uma boa opção.
  • Prestar atenção à técnica e trabalhar equilíbrio e propriocepção.

Dr. João Arthur Ferreira

CRM-SP 19759 / RQE 3179 Atua no tratamento de reabilitação em atletas, dor aguda e dor crônica (cervicalgia, lombalgia, enxaqueca). Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura Coordenador do CEIMEC – Centro de Estudo Integrado de Medicina Chinesa – Curso de Pós-Graduação em Acupuntura Médica, reconhecida pelo CMBA (Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura).
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR).
Ex-Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

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Dr. João Arthur Ferreira

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CRM-SP 19759 / RQE 3179 Atua no tratamento de reabilitação em atletas, dor aguda e dor crônica (cervicalgia, lombalgia, enxaqueca). Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura Coordenador do CEIMEC – Centro de Estudo Integrado de Medicina Chinesa – Curso de Pós-Graduação em Acupuntura Médica, reconhecida pelo CMBA (Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura).
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR).
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