Dor na bexiga: Saiba tudo sobre cistite intersticial

dor na bexiga cistite intersticial em mulher

A dor na bexiga é um dos sintomas da cistite intersticial, causando uma inflamação em sua parede e dificuldade para urinar. Esse tipo de problema é muito comum em mulheres, podendo estar relacionada com o período menstrual. Seu tratamento é realizado com medicamentos que aliviam os sintomas, e mudanças alimentares.

As causas não são conhecidas, porém alguns especialistas acreditam que pode estar relacionada a uma lesão das células da bexiga. Dessa forma, as substâncias presentes na urina irritam a bexiga. Porém, não há nada que confirme e outros fatores também podem estar relacionados.

Sintomas de cistite intersticial
Dor ao urinar
Micção frequente
Necessidade urgente de urinar
Dor na região pélvica
Pressão na região pélvica
Dor durante a relação sexual
Dor abdominal
Espasmos da bexiga
Distúrbios do sono

Vamos entender melhor sobre o funcionamento da bexiga e sua importância, aprofundando mais sobre o assunto.


Anatomia e funcionalidade da bexiga

Anatomia

A bexiga e a uretra são órgãos presentes no assoalho pélvico, com função de armazenar e eliminar a urina. Sua anatomia irá apresentar diferença entre o sexo masculino e feminino. A bexiga é um órgão revestido por uma musculatura lisa. Ela irá armazenar a urina proveniente dos rins, até que a uretra faça sua excreção.

Localizada na parte inferior do abdômen, nos homens está localizada a frente do reto, nas mulheres à frente da vagina abaixo do útero. É um órgão oco, elástico, com capacidade de armazenamento de 700 a 800 ml de urina em indivíduos adultos.

Na sua saída encontramos os músculos esfíncter interno e externo, os quais contraem involuntariamente e permitem a saída da urina. E sua contração é controlada pelo sistema nervoso autônomo parassimpático.

É formada por três camadas de tecidos, a parte interna é a mucosa, a camada muscular, e a parte externa chamada de serosa ou adventícia.



Sintomas que indicam algo na bexiga

dor na bexiga cistite intersticial

Existem diversos sintomas que podem indicar um problema nesse órgão, indicando que o médico deverá ser consultado.

Dentre vários existentes, os mais comuns são:

Cistite

Inflamação na bexiga, afetando principalmente o público feminino. Provocada pela ação de microorganismos que ficam na região perineal, causando uma inflamação. Os sintomas além da dor, podem apresentar sangue na urina, cheiro forte, urina turva e febre. Quando não tratada pode afetar os rins causando problemas mais graves.

Bexiga Hiperativa

É causada pelo mau funcionamento do órgão, sofrendo uma redução da sua capacidade de armazenar urina. Surgindo uma grande urgência em urinar, muitas vezes está associada à incontinência urinária.

Incontinência urinária

Qualquer perda involuntária de urina independente da quantidade. Atingindo cerca de 45% das mulheres, principalmente em idade mais avançada. Porém existem outras causas que levam à incontinência.

Bexiga caída

O órgão começará a descer pela cavidade vaginal, em um estágio mais avançado pode ser projetado para fora do corpo. Os sintomas são dor, urgência para urinar, dor na relação sexual, sensação de peso na vagina, infecções urinárias com mais frequência.

O tratamento na maioria das vezes é cirúrgico, porém irá depender do estágio que estiver o problema.

Os sintomas de cistite intersticial ou síndrome da bexiga dolorosa variam em intensidade de pessoa para pessoa. Para alguns pacientes, os sintomas podem ir e vir (oscilantes), e para outros, eles não desaparecem.

Sinais e sintomas da cistite intersticial

Os principais sintomas da cistite intersticial são:

  • Aumento da frequência para urinar (urinar mais de oito vezes por dia e à noite)
  • Dor no baixo ventre,
  • Dor durante a relação sexual,
  • Dor na bexiga e ao urinar.

Durante o período menstrual os sintomas tendem a piorar.

Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Inclusive em algumas eles não desaparecem e muitas vezes podem estar relacionados com outros problemas de saúde. Esses problemas podem ser síndrome do intestino irritável, fibromialgia, depressão, entre outros.

Diferente da cistite infecciosa, ela não irá causar uma infecção por algum microorganismo, porém os sintomas são parecidos.

Muitas pessoas relatam sentir dor nas costas, uretra, região do períneo, se for nas mulheres, dor na vulva, e nos homens, dor no escroto.

Os homens podem ter orgasmos dolorosos, ou até mesmo sentir dor no dia seguinte da relação sexual. Não é uma doença contagiosa, e não é transmitida durante o ato sexual.


Causas de cistite intersticial

A causa exata da cistite intersticial não é clara. Existem diversas suposições, tais como uma alergia na parede da bexiga, inflamação, alterações do sistema imune, e problemas com a musculatura do assoalho pélvico.

As possíveis causas incluem:

  • Danos no revestimento da bexiga, o que pode significar que o xixi pode irritar a bexiga e os nervos circundantes
  • Um problema com os músculos do assoalho pélvico usados para controlar o xixi
  • Seu sistema imunológico está causando uma reação inflamatória

Algumas pessoas diagnosticadas com cistite intersticial podem ter uma infecção urinária (ITU) de longo prazo (crônica) na bexiga, que não foi detectada pelos exames de urina atuais.

Existem algumas estimativas falando que 1 a 4 milhões de homens e 3 a 8 milhões de mulheres apresentam os sintomas de dor na bexiga. E o que se pode constatar é que o estresse pode fazer agravar os sintomas.

CausaDescrição
InfecçãoA cistite intersticial é geralmente desencadeada por uma infecção bacteriana, fúngica ou viral na bexiga.
AlergiaA exposição a certos alérgenos, como alimentos, aditivos alimentares, corantes, fragrâncias e detergentes para a roupa, pode desencadear uma reação alérgica na bexiga.
Doenças autoimunesCertas doenças autoimunes, como lúpus e doença de Crohn, podem causar inflamação da parede da bexiga.
MedicamentosCertos medicamentos, como drogas quimioterápicas, podem irritar a bexiga.
RadioterapiaA radioterapia para o câncer pode danificar as paredes da bexiga, levando à cistite intersticial.

Quem tem maior chance de apresentar cistite?

Prevalência cistite intersticial
Embora possa afetar pessoas de todas as idades, é mais comum em mulheres do que em homens, geralmente acima dos 30 anos.
Os sintomas geralmente aparecem e desaparecem. Pode haver momentos que duram dias, semanas ou meses em que seus sintomas melhoram, seguidos de surtos quando pioram.
A dor piora durante a menstruação ou após ingerir certos alimentos, ou bebidas.
Pode ter um grande impacto em sua vida cotidiana, incluindo trabalho, saúde mental e relacionamentos. Mas quando um diagnóstico é confirmado, existem diferentes tratamentos que podem ajudar.


Diagnóstico

Não existem exames que vão confirmar o problema, porém é feito uma anamnese detalhada onde é colhido a história clínica do paciente. Alguns exames também são realizados para descartar outros tipos de problemas.

Esses exames podem ser de sangue, urina, ecografia vesical, cistoscopia, e biópsia da bexiga.

TesteDescrição
CistoscopiaUm procedimento para olhar dentro de sua bexiga usando uma câmera fina chamada cistoscópio.
Exames de urina e Urocultura Avalia alterações na urina, sinais de infecção (como aumento de leucócitos e nitritos)
Ultrassom, ressonância magnética ou tomografia computadorizada do trato urinário e rins Avaliação por imagem de inflamação local
UrodinâmicaVários testes para verificar o funcionamento da bexiga e da uretra.
Swabs vaginaisAvaliação de células inflamatórias e infecciosas 

Esse problema não tem cura, porém os tratamentos vão aliviar os sintomas e muitas vezes eles podem não aparecer novamente.


Tratamento de cistite intersticial

Como dito anteriormente, a cistite intersticial não tem cura somente alívio dos sintomas. Existem algumas opções de tratamento mais utilizadas, lembrando que somente o médico poderá indicar qual o melhor para o seu caso.

  • Analgésicos de venda livre: paracetamol, dipirona, ibuprofeno
  • Medicamentos para dor nervosa: amitriptilina, gabapentina e pregabalina
  • Medicamentos para reduzir a urgência de urinar: tolterodina, solifenacina ou mirabegrom
  • Medicamento bloqueador de histamina: medicamento prescrito para bloquear o efeito da histamina na bexiga

O tratamento conservador é utilizado técnicas específicas que relaxam a musculatura do assoalho pélvico. Essas técnicas podem ser de fisioterapia, yoga, banhos quentes de imersão, acupuntura.

Alterações no cardápio também são importantes, pois existem alimentos e bebidas que podem agravar o problema. Café, álcool, adoçantes, bebidas ácidas, entre outros, podem favorecer para que o problema ocorra. Além disso, o tratamento medicamentoso também é eficaz tratando os sintomas ou as causas que levaram até o problema.

Em raros casos mais graves é necessária uma cirurgia, quando tem presentes uma hiperdistensão vesical, ou úlceras vesicais.


Alimentação para prevenir cistite intersticial

Após consultar um médico e seu problema for realmente constatado, existem alguns alimentos que podem ser evitados ou incluídos na dieta. Principalmente legumes, vegetais, frutas, cereais, peixes e carnes magras.

A manutenção do peso ideal, é de extrema importância para o tratamento de qualquer problema de saúde. Retardando inclusive o aparecimento de diversas doenças crônicas, principalmente a cistite intersticial.

AlimentosBenefícios
ÁguaHidratação adequada ajuda a aliviar os sintomas e prevenir cistite
Suco de cranberryAjuda a reduzir a inflamação da bexiga
IogurteContém probióticos para ajudar a reduzir a inflamação
PeixeRico em ácidos graxos ômega-3 que ajudam a reduzir a inflamação
BananasRico em potássio, que pode reduzir a dor na bexiga
MirtilosContém antioxidantes para ajudar a reduzir a inflamação
AlhoContém propriedades anti-inflamatórias
Chá de camomilaChá de camomila e chá de hortelã-pimenta promovem a saúde da bexiga.

Além dos alimentos, vale ressaltar que o aumento do consumo de água é importante. Procure beber de 8 a 10 copos de água por dia, e dê preferência para alimentos frescos e ricos em vitamina C.

Aditivos e conservantes em excesso são prejudiciais, coloque no seu cardápio alimentos orgânicos. Além disso, é bom evitar café, chocolates, bebidas alcoólicas e gaseificadas, alimentos ácidos como limão, laranja, tomates, entre outros.

Alimentos para evitar

  • Café
  • Refrigerante
  • Álcool
  • Tomates
  • Alimentos quentes e picantes
  • Chocolate
  • Bebidas com cafeína
  • Sucos e bebidas cítricas
  • Glutamato monossódico
  • Alimentos altamente ácidos

Claro que não podemos generalizar, cada caso será um caso e deverá ser avaliado individualmente.

O que fazer em casa para aliviar os sintomas?

  • Reduzir o estresse – tente exercícios, banhos quentes e técnicas de meditação baseadas em atenção plena
  • Verifique se você está hidratado regularmente ao longo do dia
  • Mantenha um diário alimentar – se você notar que certos alimentos ou bebidas (como frutas cítricas e álcool) pioram os sintomas, evite-os, mas peça orientação médica primeiro
  • Parede fumar – os produtos químicos dos cigarros podem irritar a bexiga
  • Evite alimentos e bebidas com alto teor de acidez
  • Reduza a quantidade de cafeína que você consome
  • Use almofadas de aquecimento na parte inferior do abdômen
  • Use de medicamentos analgésicos para controlar a dor


Cistite intersticial é transmissível?

A cistite intersticial / síndrome da bexiga dolorosa não é contagiosa, ou seja, não se “pega” ou “passa de uma pessoa para outra”, seja por contacto interpessoal ou durante a relação sexual.


Quando procurar um médico?

SituaçãoQuando consultar um médico de família
Dor pélvica que não passaConsulte um clínico geral
Mudança no padrão usual de fazer xixi afetando a vida diáriaConsulte um clínico geral
Sangue no xixiSolicite uma consulta urgente com o clínico geral ou pronto socorro

Dra. Celia Yunes Portiolli

CRM-SP 27971 / RQE 5148 – 19469 Médica Pediatra e Especialista em Acupuntura Área de Atuação em Dor pela AMB (Associação Médica Brasileira), Coordenadora do Curso de Especialização em Acupuntura do CEIMEC – Centro de Estudo Integrado em Medicina Chinesa Médica colaboradora do Ambulatório de Acupuntura do Centro de Dor da Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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Dra. Celia Yunes Portiolli

Dra. Celia Yunes Portiolli

CRM-SP 27971 / RQE 5148 – 19469 Médica Pediatra e Especialista em Acupuntura Área de Atuação em Dor pela AMB (Associação Médica Brasileira), Coordenadora do Curso de Especialização em Acupuntura do CEIMEC – Centro de Estudo Integrado em Medicina Chinesa Médica colaboradora do Ambulatório de Acupuntura do Centro de Dor da Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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