Endometriose – O que é? Causas, Sintomas e Tratamentos

inchaço abdominal

A endometriose é uma doença caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endométrio (revestimento do útero) fora do útero.

A endometriose causa uma reação inflamatória crônica que pode resultar na formação de tecido cicatricial (aderências, fibrose) na pelve e em outras partes do corpo.

A dor é o sintoma mais comum da endometriose.

Mulheres com endometriose podem sentir dor pélvica ou abdominal baixa, dor durante a menstruação (dismenorreia), dor durante a relação sexual (dispareunia) e dor durante a evacuação (disquezia).

Quais são os sintomas mais comuns da endometriose?

As pacientes com endometriose geralmente elas cursam com o que a gente chama que são os seis D’s para um diagnóstico. 

  1. Dismenorreia que é dor durante o período da menstruação.
  2. Dispareunia, que é a dor na relação sexual.
  3. Dificuldade de engravidar.
  4. Dor pélvica crônica 
  5. Dor abdominal com distensão e às vezes até sangramento retal. 
  6. Dor ao urinar.

Endometriose, ela é uma doença de cunho genético, epigenético, hormonal e ambiental.

Qual a origem da endometriose? 

endometriose

Existem várias teorias para explicar a endometriose. A teoria que justifica os casos que ficam mais na região pélvica é chamada menstruação retrógrada, toda mulher quando ela menstrua existe uma camada interna do útero que é chamada endométrio.

Esse sangue durante o período menstrual sai pela vagina. 

Menstruação Retrógrada

A hipótese da menstruação retrógrada pode explicar a presença de sangue fora do útero, como é o caso da endometriose. Quando o sangue menstrual não sai pela vagina, mas por outras vias, como as trompas, o ovário, o intestino ou a bexiga, o organismo reconhece esses locais como estranhos e provoca uma resposta inflamatória.

Isso pode resultar em dor durante o ato sexual, dor abdominal, dificuldade para engravidar e outros sintomas.

Esta resposta inflamatória pode ser agravada durante cada ciclo menstrual, com a formação de novos focos e a ativação dos focos já existentes, causando dor e desconforto.

Tratamento

Os tratamentos disponíveis para endometriose são divididos em dois blocos: Tratamento Hormonal e Bloqueio Anti-Inflamatório.

O tratamento hormonal está relacionado ao uso de anticoncepcionais orais combinados, progestágenos isolados e análogos da hormona liberadora de GnRH. Estas medicações são usadas de acordo com o caso e podem bloquear hormonalmente, mas não tratam completamente a condição. Por isso, é necessário complementar com o bloqueio anti-inflamatório, que pode ser feito com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) ou com o uso da gestrinona.

A prática de exercícios de forma adequada é recomendada, com 150 minutos por dia. Uma dieta chamada “mediterrânea” juntamente com o Low Fodmaps pode ser uma ótima opção para mulheres com endometriose.

É importante restringir alimentos fermentados e os oligossacarídeos, monossacarídeos e gissacarídeos, pois estes podem gerar uma alimentação inflamatória que piora os sintomas da endometriose. Além disso, o sono tem um papel importante na regulação circadiana, ajudando a reduzir a inflamação e o estresse oxidativo.

Importância do gerenciamento de stress

Acredita-se que a endometriose é uma doença inflamatória que tem como principal etiologia o estresse oxidativo. Não temos a capacidade de produzir a quantidade de antioxidantes necessária para reduzir a inflamação e o estresse oxidativo desta doença.

Por esse motivo, é importante considerar a gestão do estresse como uma preocupação fundamental.

O estresse emocional leva a um aumento do estresse oxidativo, o que pode agravar a endometriose. Como tal, é necessário ter o gerenciamento do stress como uma das principais áreas de atenção.

Suplementos para Endometriose

suplementos de magnesio

Atualmente, o uso de suplementações tem sido recomendado para o tratamento de endometriose, com resultados clínicos satisfatórios. Entre os nutrientes mais recomendados estão a picnogenol, reverastrol, quercetina, ômega 3 e NAC. Essas substâncias possuem propriedades anti-inflamatórias, ajudando a aliviar os sintomas da endometriose e melhorar a qualidade de vida das mulheres que sofrem com essa condição.

A endometriose é uma doença inflamatória cuja causa se deve, em parte, à menstruação retrógrada. O órgão mais afetado por essa condição é a trompa, responsável pelo encontro do óvulo com o espermatozoide. Se a trompa perde sua capacidade de captar o óvulo e transportá-lo até a cavidade, isso pode impactar diretamente na fertilidade, o que pode ser muito desolador para casais que desejam ter filhos.

No entanto, com tratamento adequado e uso de suplementações, os sintomas da endometriose podem ser aliviados, possibilitando às mulheres que convivem com essa condição, uma melhora significativa na qualidade de vida. Portanto, recomenda-se que, diante dos primeiros sintomas da endometriose, procure-se imediatamente um especialista para o tratamento adequado ser realizado.

Diagnóstico

A endometriose é uma condição que afeta a saúde feminina e tem o potencial para causar infertilidade. Esta condição afeta os ovários, interferindo na formação de folículos e na produção de hormônios, o que pode afetar a fertilidade da mulher. Além disso, ela pode afetar a musculatura do útero, aumentando o número de sangramentos e, consequentemente, afetando a frequência de relações sexuais.

Para um diagnóstico de endometriose, não são necessariamente utilizados exames invasivos. Os mais comuns são a ultrassonografia para pesquisa de endometriose com preparo intestinal ou a ressonância magnética da pélvis. Estes exames ajudam a identificar a endometriose e a identificar se ela está relacionada à infertilidade.

Em 1995, a videolaparoscopia era usada para diagnosticar endometriose, pois a remoção do tecido endometrial do local permitia o diagnóstico. Contudo, hoje em dia, o seu uso como método diagnóstico não é necessário, embora ainda tenha um papel importante no tratamento de casos específicos, tais como cistos ovarianos grandes, suboclusão intestinal ou obstrução ureteral.

A laparoscopia ainda desempenha um papel significativo na evolução clínica da endometriose.

Portanto, a endometriose é uma causa comum de infertilidade nas mulheres e pode ser identificada com exames não invasivos. É importante que as mulheres estejam cientes desta condição e que saibam que existem opções de tratamento disponíveis para ela.

A mudança do estilo de vida é a base do tratamento da endometriose. 

exercicio 3

É bem conhecido que a endometriose é uma doença inflamatória de origem genética. No entanto, fatores externos também podem desempenhar um papel importante na ativação ou inativação dos genes. Por isso, a alimentação saudável pode ser uma grande ajuda no tratamento da endometriose.

A observância de uma rotina séria é essencial para o sucesso do tratamento. Por isso, a alimentação saudável é um grande pilares desse tratamento. A dieta mediterrânea com Low Fodmaps é a indicada, e deve conter pouco açúcar, leite e glúten, além de carne vermelha limitada a no máximo duas vezes por semana. Estas são as recomendações preconizadas.

Além de uma mudança na alimentação, atividade física, sono adequado e gerenciamento de estresse, a suplementação também desempenha um papel importante na endometriose.

Vitamina D e B12 são fundamentais para o quadro, já que a endometriose tem um aspecto imunológico que necessita de níveis adequados de vitamina D.

Além disso, agentes anti-inflamatórios e antioxidantes como o Resveratrol, Quercetina, Ômega 3 e NAC também são úteis para o tratamento.

Estas substâncias tem papel importante na melhora da paciente com endometriose.

Dra. Glauce Casaes

CRM 11415 - RQE: 22685

Médica Obstetra e Ginecologista. Glauce Casaes é formada em medicina pela Universidade Federal da Bahia há 30 anos, dos quais 25 deles foram dedicados a estudos e trabalhos voltados para endometriose. Parte do seu conhecimento vem da experiência na Santa Casa de São Paulo, ao lado dos médicos ginecologistas Tsutomu Aoki e Paulo Ayrosa, mestres em diagnosticar, tratar e acompanhar a endometriose. Com eles, Glauce aprendeu a operar videolaparoscopia que, no passado, era a forma de diagnosticar a doença. E com eles aprendeu também a conduzir com respeito e de forma humanizada à mulher com endometriose.

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Médica Obstetra e Ginecologista. Glauce Casaes é formada em medicina pela Universidade Federal da Bahia há 30 anos, dos quais 25 deles foram dedicados a estudos e trabalhos voltados para endometriose. Parte do seu conhecimento vem da experiência na Santa Casa de São Paulo, ao lado dos médicos ginecologistas Tsutomu Aoki e Paulo Ayrosa, mestres em diagnosticar, tratar e acompanhar a endometriose. Com eles, Glauce aprendeu a operar videolaparoscopia que, no passado, era a forma de diagnosticar a doença. E com eles aprendeu também a conduzir com respeito e de forma humanizada à mulher com endometriose.

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