É causada por danos no nervo vago, que controla o movimento do alimento do estômago para o intestino delgado. A gastroparesia pode ser causada por uma variedade de condições, incluindo diabetes, distúrbios autoimunes e complicações cirúrgicas. Também pode ser causada por certos medicamentos, como analgésicos opioides, antidepressivos e alguns medicamentos anti-náusea. Em alguns casos, a causa é desconhecida[2]Camilleri M, Chedid V, Ford AC, Haruma K, Horowitz M, Jones KL, Low PA, Park SY, Parkman HP, Stanghellini V. Gastroparesis. Nature reviews Disease primers. 2018 Nov 1;4(1):41..
Os sintomas da gastroparesia incluem náuseas, vômitos, dor abdominal, sensação de saciedade rápida e inchaço.
A gastroparesia pode ter um impacto profundo na qualidade de vida do paciente. Pode levar à desnutrição, desidratação e perda de peso. Também pode causar baixos níveis de açúcar no sangue, o que pode levar a tonturas, confusão e até inconsciência[3]Camilleri M, Bharucha AE, Farrugia G. Epidemiology, mechanisms, and management of diabetic gastroparesis. Clinical Gastroenterology and Hepatology. 2011 Jan 1;9(1):5-12..
O tratamento visa controlar os sintomas e tentar melhorar a movimentação dos alimentos pelo trato digestivo. Isso pode incluir modificações na dieta, medicamentos para melhorar a digestão e nutrição intravenosa.
Sintoma | Descrição |
---|---|
Dor Abdominal | Dor ou desconforto no abdômen |
Náuseas e vômitos | Sentir-se enjoado e vomitar |
Saciedade Precoce | Sentir-se estufado após comer apenas uma pequena quantidade de comida |
Perda de peso | Perda de peso inexplicável |
Inchaço | Inchaço abdominal devido ao acúmulo de gás ou líquido |
Você deve conversar com seu médico se tiver algum desses sintomas para poder controlar a gastroparesia e evitar que ela piore.
Diabetes é a causa conhecida mais comum de gastroparesia. Níveis elevados de glicemia (açúcar no sangue) podem levar à esta alteração de motilidade do estômago[4]Waseem S, Moshiree B, Draganov PV. Gastroparesis: current diagnostic challenges and management considerations. World journal of gastroenterology: WJG. 2009 Jan 1;15(1):25..
Os danos neuropáticos (nos nervos) causados pela constante elevação dos níveis de açúcar no sangue podem fazer com que esses músculos desacelerem ou não funcionem. O movimento estomacal é prejudicado, sem esvaziamento adequado, e a comida pode demorar muito para sair do estômago.
O controle adequado do nível glicêmico ajuda a tratar a gastroparesia.
A neuropatia vagal e/ou autonômica desempenha um papel importante no desenvolvimento da gastroparesia diabética, e estima-se que ocorra em até 20% a 40% dos pacientes com diabetes.
A gastroparesia é um distúrbio complexo e pode ser difícil de diagnosticar devido aos seus sintomas variados e inespecíficos. O diagnóstico é feito por avaliação direcionada para excluir doenças orgânicas, que podem mimetizar a apresentação clínica da gastroparesia aliada à quantificação do esvaziamento gástrico.
O diagnóstico é baseado nos sintomas, histórico médico, exame físico e exames laboratoriais ou de imagem para excluir outras patologias. Os exames que podem ser pedidos podem incluir exames de sangue, raios-X do abdômen, endoscopia digestiva alta associada a colonoscopia, estudos de esvaziamento gástrico e manometria.
Exames de sangue podem ser usados para avaliar diabetes, anemia e desequilíbrios eletrolíticos, pois todos podem estar associados à gastroparesia. Raios-X podem ser usados para procurar quaisquer bloqueios ou problemas no estômago.
A endoscopia é um procedimento que permite ao médico olhar diretamente para dentro do estômago. Os estudos de esvaziamento gástrico são usados para medir quanto tempo leva para o alimento deixar o estômago. A manometria é um teste que mede a pressão dentro do estômago.
Nome do exame | Descrição do exame |
---|---|
Estudo de esvaziamento gástrico | Este teste mede a taxa na qual o alimento deixa o estômago. |
Manometria Gástrica | Este teste mede a pressão e as contrações dos músculos do estômago. |
Endoscopia | Um tubo fino e flexível é inserido pela boca até o estômago. |
Ultrassom do abdômen | Usa ondas sonoras para avaliar o abdômen. Útil para avaliar motilidade, presença de gases, e excluir outras patologias abdominals que podem resultar em dor, como cálculos na vesícula biliar. |
As terapias atuais dependem de modificações dietéticas, medicamentos para estimular a evacuação gástrica e agentes para reduzir o vômito.
As mudanças dietéticas podem incluir evitar grandes refeições, comer refeições menores com mais frequência e evitar alimentos ricos em gordura. Medicamentos que podem ajudar incluem medicamentos procinéticos, que ajudam a esvaziar o estômago mais rapidamente e medicamentos para reduzir náuseas e vômitos.
A hiperglicemia aguda pode prejudicar a função motora gástrica, bem como inibir a ação de drogas pró-cinéticas, como a eritromicina
Modificações no estilo de vida também são importantes no manejo da gastroparesia. Comer devagar, evitar deitar após comer e manter padrões regulares de sono podem ajudar a reduzir os sintomas. Também é importante manter-se bem hidratado e evitar atividades extenuantes. Além disso, os pacientes podem trabalhar com um nutricionista para identificar alimentos mais fáceis de digerir.
Opções endoscópicas e cirúrgicas podem ser utilizadas para casos refratários ao tratamento medicamentoso.
O tratamento da gastroparesia é individualizado para cada paciente, para escolher a terapia que melhor se adapta ao padrão e gravidade da doença de cada indivíduo.
Os medicamentos podem desempenhar um papel importante para que o estômago esvazie melhor. Opções incluem:
A gordura retarda o esvaziamento gástrico, enquanto a fibra não digerível (por exemplo, frutas e vegetais frescos) podem acelerar a motilidade, que está frequentemente ausente em pacientes com esvaziamento gástrico significativamente retardado.
A dieta deve ser pobre em gordura e em fibras não digeríveis (insolúvel). Em geral, a fibra solúvel ou a fibra cozida e reduzida a um pequeno tamanho de partícula por homogeneização pode ser digerida e esvaziada do estômago, exceto nos pacientes mais graves com gastroparesia.
A gastroparesia pode ser difícil de prevenir, pois pode ser causada por muitas condições ou doenças diferentes. Algumas medidas que podem ser tomadas para reduzir o risco de desenvolver gastroparesia. Por exemplo, os diabéticos devem controlar adequadamente os níveis de açúcar no sangue e tomar os medicamentos prescritos pelo médico.
Comer uma dieta saudável com baixo teor de gordura e fibras também pode ajudar a reduzir os sintomas da gastroparesia. Além disso, evitar grandes refeições, alimentar-se frequentemente com pequenas porções ao longo do dia, e evitar cafeína e álcool pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver gastroparesia.
A gastroparesia é um distúrbio crônico que afeta o movimento normal dos alimentos através do sistema digestivo. O prognóstico da gastroparesia varia. Em alguns casos, os sintomas podem ser controlados com mudanças no estilo de vida e medicamentos, enquanto outros casos podem exigir tratamento mais agressivo, como cirurgia.
O prognóstico do distúrbio depende da causa subjacente, da gravidade dos sintomas e da resposta do indivíduo ao tratamento.
↑1 | Cesarini PR, Ferreira SR, Dib SA. Gastroparesia diabética. Revista da Associação Médica Brasileira. 1997;43:163-8. |
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↑2 | Camilleri M, Chedid V, Ford AC, Haruma K, Horowitz M, Jones KL, Low PA, Park SY, Parkman HP, Stanghellini V. Gastroparesis. Nature reviews Disease primers. 2018 Nov 1;4(1):41. |
↑3 | Camilleri M, Bharucha AE, Farrugia G. Epidemiology, mechanisms, and management of diabetic gastroparesis. Clinical Gastroenterology and Hepatology. 2011 Jan 1;9(1):5-12. |
↑4 | Waseem S, Moshiree B, Draganov PV. Gastroparesis: current diagnostic challenges and management considerations. World journal of gastroenterology: WJG. 2009 Jan 1;15(1):25. |
Médico formado pela Santa Casa de São Paulo, com Residência Médica em Fisiatria pela Universidade de São Paulo.
Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo.
Área de Atuação em Dor pela Universidade de São Paulo.
Diretor do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).
Ex-Diretor do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP).
Membro da Câmara Técnica de Acupuntura do CREMESP.
Presidente do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED).
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