Quantos dias dura a TPM?

A SIGLA TPM, que significa Tensão Pré-Menstrual e pode ainda ser chamada de Síndrome Pré-Menstrual, é uma condição comum entre mulheres em idade reprodutiva, caracterizada por sintomas físicos e comportamentais que ocorrem durante a fase lútea do ciclo menstrual.

Em alguns casos, pode levar a sofrimento e comprometimento da capacidade funcional, atrapalhando a qualidade de vida e as relações interpessoais das mulheres.

Tensão Pré-MenstrualDias
Síndrome pré-menstrual3-7 dias

A ocorrência de mulheres em idade reprodutiva afetadas pela TPM em todo o mundo é de aproximadamente 47%.

Dentre elas, cerca de 20% dessas mulheres apresentam sintomas graves de TPM o suficiente para interromper suas atividades diárias. As demais mulheres normalmente manifestam sintomas leves a moderados. 

  • A síndrome pré-menstrual (TPM) é um conjunto de sintomas físicos e emocionais que geralmente ocorrem uma ou duas semanas antes da menstruação da mulher.
  • Os sintomas comuns da TPM incluem fadiga, irritabilidade, cólicas, dores de cabeça, inchaço, sensibilidade mamária, distúrbios do sono e alterações de humor.
  • A causa da TPM não é totalmente compreendida, mas acredita-se que alterações hormonais e estressores da vida sejam os principais fatores contribuintes.
  • Os tratamentos para TPM incluem modificações no estilo de vida, suplementos nutricionais e fitoterápicos, medicamentos e psicoterapia.

Sintomas e duração da TPM

A intensidade dos sintomas da TPM variam de mulher para mulher, de ciclo para ciclo.

Os sintomas da TPM ocorrem juntamente com as flutuações hormonais do ciclo menstrual, na qual são observadas desproporções hormonais como excesso de estrogênio e deficiência de progesterona, além de uma queda na serotonina.

Sintomas comuns da TPMExplicação detalhada
Alterações de humorMudanças repentinas e imprevisíveis na emoção, muitas vezes com irritabilidade e tristeza.
FadigaSensação de cansaço, exaustão ou falta de energia.
InchaçoUma sensação desconfortável de plenitude no abdômen causada pelo acúmulo de gás.
CólicasDores agudas e intensas no abdome ou na região lombar, geralmente associadas à menstruação.
Dor nas mamasDor ou sensibilidade nas mamas, geralmente causada pelo aumento dos níveis hormonais.
Dores de cabeçaDor intensa na cabeça, geralmente causada por tensão ou estresse.
AcneSurtos de manchas ou espinhas no rosto e no corpo, muitas vezes causados por alterações hormonais.
DesejosUm forte desejo por certos alimentos, muitas vezes causado por flutuações hormonais.

O excesso de estrogênio durante a fase lútea é o principal responsável ​​pelas mudanças de humor das mulheres. Já os precursores da serotonina diminuem significativamente.

Então, isso significa que a TPM está relacionada a transtornos de humor por meio da regulação estrogênio-serotonina.

Os sintomas da TPM variam entre leve, moderado a grave.

Esses sintomas podem incluir: ganho de peso, alterações no apetite, dor abdominal, dor lombar, dores de cabeça, sensibilidade e inchaço nos seios, náuseas, constipação, ansiedade, raiva, irritabilidade, fadiga, alterações de humor e choro fácil.

O aumento do apetite é considerado um sintoma bastante característico da TPM.

A duração dos sintomas pode variar de alguns dias a 2 semanas. Geralmente, os sintomas pioram uma semana antes e aumentam dois dias antes do início da menstruação, desaparecendo alguns dias após o início da menstruação. 

Quais são as causas da TPM?

alcool 2

As causas da TPM são multifatoriais. Estudos apontam que o consumo de álcool está relacionado a um aumento moderado no risco da TPM. Além disso, já foi comprovada a relação entre TPM e a ingestão excessiva de alimentos com sabor doce.

Outros fatores também estão associados aos sintomas de TPM, como o consumo de fast food, bebidas com açúcar, frituras, cafeína, sedentarismo e má qualidade do sono.

Uma dieta rica em sódio está associada ao inchaço e mulheres que consomem muita cafeína tendem a apresentar maior irritabilidade no humor. Isso mostra que os fatores do estilo de vida têm associação significativa com a TPM.

A deficiência de alguns nutrientes importantes também tem sido associada às causas dos sintomas da TPM. A suplementação desses nutrientes, torna-se então essencial, incluindo a vitamina B6, vitamina A, vitamina E, manganês, magnésio e cálcio.

CausaExplicação
Desequilíbrio hormonalUma irregularidade na produção de hormônios, como estrogênio e progesterona, pode afetar os processos normais do corpo e levar a sintomas de TPM.
Deficiências nutricionaisA falta de certas vitaminas e minerais, como magnésio, zinco e vitaminas do complexo B, pode contribuir para a TPM.
EstresseO estresse pode desencadear ou piorar os sintomas da TPM.
InflamaçãoA inflamação crônica no corpo pode contribuir para a TPM.
Privação de sonoNão descansar o suficiente pode piorar os sintomas da TPM.
Ingestão excessiva de cafeínaBeber muito café, chá ou outras bebidas com cafeína pode prejudicar os níveis hormonais e levar à TPM.
FumarFumar tem sido associado a um risco aumentado de TPM.
Consumo de álcoolO consumo de álcool pode levar a desequilíbrios hormonais, que podem causar TPM.


Tratamento da Tensão Pré-Menstrual

O principal objetivo do tratamento da TPM é o alívio dos sintomas e a redução de seus efeitos nas atividades cotidianas. Existem diversos tratamentos diferentes para a TPM que vão desde hormonais a não-hormonais, dependendo do quanto os sintomas são acentuados.


Tratamento medicamentoso

O tratamento medicamentoso sempre foi a primeira linha de tratamento para a TPM, mas pesquisas recentes sugeriram benefícios superiores com a terapia combinada.

Combinar medicamentos (como anti-inflamatórios não esteroidais, inibidores seletivos da recaptação de serotonina, agentes ansiolíticos, pílulas anticoncepcionais orais) com tratamentos não farmacológicos, principalmente terapias cognitivo-comportamentais, exercícios, massoterapia e modificações na dieta, provaram oferecer benefícios para o tratamento de sintomas da TPM.

Dentre os medicamentos, os anti-inflamatórios não esteroidais ajudam a promover alívio às dores. Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina aliviam a ansiedade, irritabilidade e outros sintomas emocionais.

Os agentes ansiolíticos ajudam, mas geralmente são menos desejáveis, pois podem causar dependência ou vício.

A buspirona, que é um ansiolítico, pode ser administrada durante todo o ciclo ou durante a fase lútea tardia, contribuindo para o alívio dos sintomas da TPM e TDPM. E para algumas mulheres, pode ser indicada a manipulação hormonal, incluindo contraceptivos orais e progesterona por supositório vaginal.


Tratamento não medicamentoso

A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem da psicoterapia que visa a correção de pensamentos, comportamentos e emoções instáveis e perturbadores.

Essa modalidade de terapia auxilia no reconhecimento desses comportamentos instáveis, ajudando a mulher a desenvolver estratégias de enfrentamento para melhorar o funcionamento diário. 

As modificações no estilo de vida envolvem a prática de exercícios físicos regulares, evitar gatilhos estressantes e manter hábitos saudáveis ​​de sono, principalmente durante o período pré-menstrual.

Além disso, é recomendado aumentar o consumo de carboidratos complexos, pois consequentemente isso aumenta o nível de triptofano, um precursor da serotonina, ajudando também a regular a glicose.

Já foi comprovado que o extrato da fruta Vitex Agnus Castus é o único medicamento fitoterápico que controla as alterações de humor e a irritabilidade associadas à TPM.

A reposição de determinados nutrientes, como vitamina B6, cálcio, magnésio e óleo de prímula, podem também ajudar a aliviar os sintomas.

TratamentoExplicação
ExercícioA atividade física regular, como caminhar ou correr, pode ajudar a reduzir os sintomas pré-menstruais. O exercício ajuda a aumentar os níveis de endorfina e reduzir o estresse e a tensão.
YogaA ioga pode ser uma forma benéfica de atividade física, que ajuda a reduzir o estresse e a tensão. Também pode ajudar a melhorar o bem-estar geral e o relaxamento.
Mudanças na dietaFazer mudanças na dieta pode ajudar a reduzir os sintomas pré-menstruais. Isso inclui comer menos alimentos processados e aumentar a ingestão de alimentos integrais, como frutas e vegetais.
Reduzir o estresseGerenciar os níveis de estresse pode ajudar a reduzir os sintomas pré-menstruais. Isso pode incluir atividades como meditação, atenção plena e técnicas de relaxamento.
Suplementos de ervasSuplementos de ervas, como camomila ou gengibre, podem ajudar a reduzir os sintomas pré-menstruais. É importante consultar um profissional de saúde antes de tomar qualquer suplemento de ervas.

O cálcio, que está presente no leite e seus derivados, contribui para minimizar as oscilações de humor, inchaço e cólicas abdominais.

O magnésio, encontrado em frutas e hortaliças, grãos e sementes, melhora a dor de cabeça, retenção de líquidos e dor mamária sentida no período pré-menstrual.

Alimentos com alto teor de ácidos graxos ômega 3, como peixes e frutos do mar, são capazes de fornecer alívio às cólicas menstruais e reduzir a depressão, que é bastante comum na TPM.


Conclusão

Se é difícil para você controlar a síndrome pré-menstrual e se os sintomas estão afetando sua saúde e atividades diárias, é recomendado que você consulte um médico.

A TPM não tratada pode abalar muito a sua qualidade de vida, afetando até mesmo a sua vida sexual, o que por sua vez, poderá levar a problemas de relacionamento e psicológicos.

Referências

GUDIPALLY, P. R; SHARMA, G. K. Premenstrual Syndrome. National Library of Medicine, StatPearls, 2022.

LÓPEZ, L. M. Aspectos nutricionais e metabólicos na tensão pré-menstrual. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Nutrição) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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