Sinvastatina dá sono?

É sabido que um dos problemas de saúde mais comuns na população atual são os níveis de colesterol ruim no sangue que podem levar a sérias doenças cardíacas. O colesterol alto é decorrente da má alimentação, rica em gorduras, e do estilo de vida sedentário que muitas pessoas levam.

Um dos remédios utilizados para o tratamento do colesterol é a Sinvastatina. No entanto, dentre os efeitos adversos que ela pode causar, os pacientes se preocupam sobre seu efeito de sonolência[1]Pedersen TR, Tobert JA. Simvastatin: a review. Expert opinion on pharmacotherapy. 2004 Dec 1;5(12):2583-96..

Confira abaixo se realmente a Sinvastatina dá sono e demais informações importantes sobre este medicamento, incluindo seus efeitos colaterais.

O que é Sinvastatina

A sinvastatina é um medicamento que pertence a classe das estatinas. Ela é indicada para diminuir os níveis de colesterol ruim (LDL) e triglicerídeos no sangue[2]Scott RS, Lintott CJ, Wilson MJ. Simvastatin and side effects. The New Zealand Medical Journal. 1991 Nov 1;104(924):493-5.

É possível encontrar este medicamento nas farmácias como comprimido de 10, 20, 40 e 80 mg. O nome comercial mais comum é Zocor, e em sua versão genérica o nome é o próprio componente ativo (sinvastatina), levando nomes similares como Sinvasmax, Vaslip, Sinvthal ou Unak.

A Sinvastatina também pode ser encontrada em associação com a ezetimiba, uma substância que reduz a absorção de gorduras pelo intestino, melhorando o efeito de redução colesterol e triglicerídeos altos. Neste caso, o nome comercial do medicamento é Vytorin

  • Sinvastatina é um medicamento usado para tratar colesterol alto e triglicerídeos.
  • É um tipo de estatina, uma classe de medicamentos que ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
  • Ele funciona bloqueando uma enzima no fígado que ajuda a produzir colesterol e triglicerídeos.
  • Também é usado para tratar pessoas com doença arterial coronariana e reduzir o risco de derrame, ataque cardíaco e outros problemas cardíacos.
  • Os efeitos colaterais comuns incluem náusea, dor de cabeça, constipação e dores musculares.

Para que serve

A sinvastatina é um remédio indicado para o tratamento de doenças cardíacas – como doença coronariana, diabetes, histórico de acidente vascular cerebral (AVC) ou de outra doença vascular cerebral.

cardiaco 1

Ela age diminuindo os níveis de colesterol total, colesterol ruim (LDL) e triglicerídeos no sangue. Além disso, aumenta os níveis de colesterol bom (HDL), através da inibição de uma enzima no fígado que é responsável pela produção de colesterol.

Desta forma, a sinvastatina é utilizada no tratamento para prevenção e redução do risco de doenças cardiovasculares como infarto ou AVC, além de doenças vasculares periféricas associadas a diabetes ou doença coronariana.

Mecanismo de açãoDescrição
Inibição da HMG-CoA redutaseA sinvastatina bloqueia a ação da HMG-CoA redutase, uma enzima envolvida na produção de colesterol no fígado.
Redução da síntese endógenaA sinvastatina reduz a quantidade de colesterol e triglicerídeos produzidos no corpo, levando a níveis mais baixos na corrente sanguínea.
Aumento da atividade do receptor de LDLA sinvastatina aumenta a atividade dos receptores de LDL, que ajudam a remover o colesterol LDL da corrente sanguínea.
Aumento dos níveis de HDLA sinvastatina também pode aumentar os níveis de colesterol HDL (bom), o que ajuda a proteger contra doenças cardiovasculares.

Em pacientes com diabetes, por exemplo, a Sinvastatina reduz o risco de desenvolvimento de complicações periféricas macrovasculares, como é o caso das amputações dos membros inferiores ou de úlceras das pernas.

O uso da sinvastatina também reduz a necessidade de cirurgia para melhorar o fluxo sanguíneo nas pernas e nos órgãos essenciais – tal como o coração – e diminui a necessidade de hospitalização por dor no peito (conhecida como angina).

Já em pacientes hipercolesterolêmicos com doença coronariana, a Sinvastatina retarda o avanço da aterosclerose coronariana, diminuindo até mesmo o desenvolvimento de novas lesões.

Como tomar

A sinvastatina deve ser ingerida oralmente, após uma refeição, em dose única. Deve ser mantido sempre o horário para que o tratamento tenha efeito mais rapidamente.

É importante lembrar que somente o médico pode indicar a dose adequada e o tempo de tratamento. O tratamento com a sinvastatina geralmente é feito a longo prazo e não se deve interrompê-lo por conta própria, devendo sempre seguir as orientações do médico. 

Efeitos colaterais

Como todo medicamento, a Sinvastatina apresenta efeitos colaterais. Dentre eles, os pacientes raramente podem apresentar:

  • Anemia;
  • Visão borrada;
  • Cefaleia;
  • Tontura;
  • Neuropatia periférica;
  • Doença pulmonar;
  • Constipação;
  • Dispepsia;
  • Diarreia;
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Erupção cutânea;
  • Alopecia;
  • Prurido;
  • Miopatia;
  • Cãibras musculares;
  • Hepatite;
  • Distúrbios do sono, incluindo pesadelos;
  • Disfunção sexual;
  • Diabetes mellitus.

Muito raramente, pacientes relataram ter perda de memória ou ruptura muscular, ou ainda insuficiência hepática, insônia e depressão.

Este medicamento também pode causar reações alérgicas graves que necessitam de atendimento médico imediato. Isso ocorre quando o paciente apresenta alergia ao componente ativo ou a algum outro componente da fórmula.

Nesses casos, o tratamento deve ser interrompido imediatamente e o médico deve ser informado.

Geralmente, os sintomas associados a alergia são dificuldade para respirar, garganta fechada, inchaço na boca, língua ou rosto, ou urticária.

Então, Sinvastatina dá sono?

Como você pode ver, dentre os efeitos colaterais deste medicamento não está incluso o sono. Portanto, isso não precisa ser uma preocupação do paciente.

Outra questão para os pacientes que apresentam colesterol alto é que eles geralmente estão acima do peso. Por isso, eles se questionam se a Sinvastatina emagrece.

Infelizmente, este medicamento não tem uma ação direta na perda de peso. De forma geral, a perda de peso dos pacientes se dá devido a mudanças no estilo de vida em conjunto com a Sinvastatina para a diminuição do colesterol.

Quem não deve usar

Como qualquer outro medicamento, a sinvastatina não deve ser utilizada por alguns pacientes. Dentre eles estão mulheres grávidas ou lactantes, pacientes com doença no fígado e pessoas alérgicas à Sinvastatina ou a qualquer outra substância da fórmula.

Além disso, pacientes com doença hepática ativa, pacientes que apresentam aumentos persistentes e inexplicados das transaminases séricas e pacientes que tomem inibidores como itraconazol, cetoconazol, posaconazol e voriconazol não devem fazer uso deste medicamento.

Para iniciar o tratamento, o médico deve ser informado sobre todos os remédios utilizados, incluindo suplementos alimentares e fitoterápicos, pois estes podem interferir na ação da Sinvastatina.

Referências Bibliográficas

Referências Bibliográficas
1 Pedersen TR, Tobert JA. Simvastatin: a review. Expert opinion on pharmacotherapy. 2004 Dec 1;5(12):2583-96.
2 Scott RS, Lintott CJ, Wilson MJ. Simvastatin and side effects. The New Zealand Medical Journal. 1991 Nov 1;104(924):493-5

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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