Passei pomada ginecológica e está coçando – O que fazer?

Infelizmente, as mulheres costumam sofrer muito com a coceira vaginal.

Essa coceira pode ser natural, pode ser devido a infecções ou ainda ser decorrente de alergia a algum produto de higiene, ou beleza, ou o efeito colateral de alguma pomadas ginecológicas utilizada para o tratamento de alguma infecção na região.

Confira abaixo mais detalhes sobre a coceira vaginal pós-aplicação de pomada ginecológica.

O que é coceira vaginal?

A coceira vaginal é um sintoma que pode ser decorrente de irritação ou infecção no local.

Algumas fase da vida da mulher tendem a aumentar a coceira na região, como a menopausa, mas ela também pode ser decorrente de doenças como a vaginose, ou ainda devido ao uso de produtos na região íntima que causam alergias.

Os produtos utilizados para tratar doenças na região íntima podem desencadear reações alérgicas graves, que causam muita coceira, além de vermelhidão, inchaço, ardência, hemorragia ou coceira vaginal ou dor abdominal.

Medicamentos que podem fazer coçar

Diversos medicamentos utilizados para tratar enfermidades ginecológicas tem como efeito colateral a coceira. Confira abaixo alguns deles:

Nistatina

nistatina é um dos principais medicamentos utilizados para o tratamento da candidíase.

Ele é um creme vaginal antifúngico que,  pesar de ser praticamente atóxico, pode levar o paciente a apresentar irritação na pele ou alergia, incluindo sensação de queimação e coceira na região de aplicação.

Tioconazol + tinidazol

O Tioconazol + tinidazol éindicado para o tratamento de infecções vaginais causadas pela Candida, Trichomonas e Gardnerella.

Apesar deste medicamento ser geralmente é bem tolerado pelas mulheres, ele pode causar efeitos colaterais. Alguns destes são principalmente reações alérgicas locais, edema na região da vagina e vulva, vermelhidão, queimação local, irritação, dor, coceira, e rash eritematoso.

Imiquimode 

Este medicamento é indicado para o tratamento do HPV. No entanto, as reações adversas podem variar, dependendo da condição da pele e de seu tipo de pele. Geralmente, peles brancas tendem a sofrer mais com esta pomada por serem mais sensíveis.

As reações adversas devido à aplicação do Imiquimode na região vaginal são: vermelhidão, descamação, escoriação e inchaço local. Também podem ocorrer alterações na cor da pele, coceira, ardência, queimação ou dor.

A intensidade destes sintomas varia de leve a moderado. No entanto, algumas mulheres dizem ter dor e coceira em níveis elevados. Por isso, é fundamental fazer a lavagem da região vaginal na manhã seguinte pós-aplicação do medicamento na noite anterior. Isso ajudará a diminuir os sintomas.

É importante ressaltar, no entanto, que tais reações são causadas como resposta do sistema imunológico ao medicamento, ou seja, significa que ele está agindo de forma apropriada para se livrar do vírus no organismo.

Lomecan Clotrimazol

Este medicamento é utilizado principalmente para tratar infecções da vagina causadas por fungos.

No entanto, dentre os efeitos colaterais dessa pomada, destaca-se a coceira vulvovaginal, descamação, corrimento, desconforto vulvovaginal, eritema local, sensação de queimação vulvovaginal, dor pélvica e até mesmo hemorragia vaginal.

Por conta disso, o acompanhamento médico é fundamental para averiguar qual a intensidade dessas reações e se há evolução no tratamento que justifique o uso dessa pomada.

Gino-canesten

Outro medicamento utilizado no tratamento da candidíase é o gino-canasten. Apesar de ser bastante eficiente, alguns dos efeitos colaterais mais comuns que podem ocorrer durante o tratamento com esta pomada vaginal são vermelhidão, inchaço, ardência, coceira vaginal, dor abdominal e até hemorragia. Neste caso, procure imediatamente um médico para avaliar a intensidade dos sintomas e se há algo que possa ajudar a aliviá-los.

Miconazol

A pomada ginecológica miconazol ajuda a aliviar os sintomas de coceira, vermelhidão ou corrimento causados pela candidíase tanto vaginal quanto anal. No entanto, apesar de seus efeitos colaterais serem raros, este medicamento pode causar algumas reações, como irritação local, coceira, ardor e vermelhidão na pele.

Contraindicações das pomadas ginecológicas

pomada 4

Por conta desses efeitos colaterais, alguns pacientes não devem fazer uso, como é o caso de crianças que tenham problemas ginecológicos. É importante salientar que cada pomada ginecológica tem um grupo específico de contraindicações que deve ser avaliado antes de iniciar o tratamento.


Cuidados durante o tratamento com pomadas ginecológicas

Sempre que utilizar pomadas ginecológicas, é importante prestar atenção aos cuidados durante seu uso, como:

  • Lavar e secar as mãos e a região íntima, removendo a pomada aplicada;
  • Manter uma boa higiene corporal, deixando a área íntima seca;
  • Dar preferência a roupas de algodão e que sejam mais largas;
  • Beber bastante líquido;

Diagnóstico de coceira na vagina

Para fazer o diagnóstico correto, se de fato a coceira é advinda da pomada ginecológica, você deve informar seu médico imediatamente e ver quais são suas opções. Em alguns casos, a mulher terá de lidar com a coceira, para poder tratar alguma doença mais grave.

Por conta dessa coceira, que é bastante desconfortável e decorrente do uso de pomadas ginecológicas, é fundamental que a paciente não faça uso de nenhuma delas por conta própria.

O médico deve sempre ser consultado sobre seus sintomas para poder fazer o melhor diagnóstico e receitar o melhor tratamento possível para o seu caso.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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