Escitalopram Engorda?

escitalopram engorda

ESCITALOPRAM, conhecido também pelo nome comercial Lexapro, pertence aos medicamentos inibidores seletivos da recaptação da serotonina, chamados de antidepressivos.

Essa classe de medicamentos é utilizada de forma bastante efetiva para o tratamento de várias doenças psiquiátricas como: transtorno de ansiedade, transtorno de fobia social, transtorno do pânico e depressão.

A depressão é um problema comum que pode influenciar na vida cotidiana, no humor, no apetite, na capacidade de trabalhar, gerando sentimento de culpa e baixa autoestima. É um problema de saúde mental que atinge pessoas em todo o mundo, sendo denominada como “mal do século” pela Organização Mundial de Saúde.

EscitalopramDescrição
O que é?O escitalopram é um medicamento antidepressivo que faz parte da classe dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS). Ele é utilizado no tratamento da depressão, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno do pânico e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Mecanismo de AçãoO escitalopram atua inibindo seletivamente a recaptação do neurotransmissor serotonina no cérebro. Isso ajuda a aumentar a disponibilidade da serotonina nas sinapses cerebrais, melhorando a comunicação entre as células nervosas e ajudando a regular o humor e a emoção.
Dosagem e AdministraçãoA dosagem do escitalopram varia de acordo com a condição a ser tratada e a resposta individual do paciente. Geralmente, a dose inicial recomendada é de 10 mg por dia, podendo ser aumentada para 20 mg por dia, se necessário. É importante seguir as instruções do médico e não ajustar a dose sem orientação profissional.

A depressão e outros transtornos mentais associados podem ser diagnosticados de forma confiável e tratados com medicamentos antidepressivos e psicoterapia.

A eficácia clínica dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina está relacionada a uma potencialização da transmissão serotoninérgica, aumentando a quantidade de serotonina do cérebro.

Escitalopram engorda?

Escitalopram e Ganho de PesoInformações
Efeito no PesoO escitalopram pode causar alterações no peso, sendo que em alguns casos pode ocorrer ganho de peso. No entanto, é importante destacar que nem todas as pessoas experimentam esse efeito colateral e os resultados podem variar de paciente para paciente.
MecanismoO mecanismo exato pelo qual o escitalopram pode causar ganho de peso não é totalmente compreendido. Acredita-se que isso possa ser devido a diferentes fatores, incluindo alterações no apetite, metabolismo e retenção de líquidos.
Fatores IndividuaisOutros fatores individuais, como estilo de vida, dieta e predisposição genética, também podem desempenhar um papel no potencial ganho de peso relacionado ao uso de escitalopram.
MonitoramentoSe você estiver tomando escitalopram e notar alterações significativas de peso, é importante informar ao seu médico. Ele poderá avaliar a situação e discutir opções de tratamento ou ajuste de medicamentos.
Estilo de Vida SaudávelAdotar um estilo de vida saudável, incluindo uma alimentação balanceada e prática regular de atividade física, pode ajudar a minimizar o ganho de peso e promover o bem-estar geral durante o tratamento com escitalopram.
Considerações FinaisEmbora o ganho de peso possa ser um efeito colateral do escitalopram em alguns casos, é importante


O que é Serotonina?

Serotonina é uma substância química encontrada em várias espécies animais. Na espécie humana, encontra-se em diversos tecidos e órgãos, sendo que no sistema nervoso central contêm aproximadamente apenas 2% da serotonina total do corpo.

A serotonina é responsável por várias funções fisiológicas atuando, por exemplo, na regulação da função muscular, nos sistemas gastrointestinais e no controle do apetite.

SerotoninaDescrição
O que é?A serotonina, também conhecida como 5-hidroxitriptamina (5-HT), é um neurotransmissor que desempenha um papel fundamental no sistema nervoso central. Ela é sintetizada a partir do aminoácido triptofano e está envolvida em uma ampla gama de funções fisiológicas e comportamentais do corpo humano.
Síntese e MetabolismoA serotonina é produzida nos neurônios serotoninérgicos do sistema nervoso central e também em células do trato gastrointestinal. A síntese ocorre através de uma série de etapas enzimáticas, envolvendo a conversão do triptofano em 5-hidroxitriptofano (5-HTP) pela ação da enzima triptofano hidroxilase, seguida da conversão do 5-HTP em serotonina pela ação da enzima descarboxilase de aminoácidos aromáticos (AAAD).
FunçõesA serotonina desempenha diversas funções no organismo. Ela está envolvida no controle do humor, regulação do apetite, sono, cognição, sistema cardiovascular, função sexual e regulação da temperatura corporal. Além disso, a serotonina também desempenha um papel importante na transmissão de sinais neurais, permitindo a comunicação eficiente entre diferentes regiões do cérebro.
Receptores da SerotoninaA serotonina exerce seus efeitos através da ligação a diferentes tipos de receptores da serotonina presentes nas células-alvo. Existem vários subtipos de receptores da serotonina, incluindo os tipos 5-HT.


Tratamento com Escitalopram

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O medicamento Escitalopram pode influenciar tanto na perda quanto no ganho de peso. Se você analisar a bula do oxalato de Escitalopram, verá que um dos efeitos colaterais inclui o aumento do apetite. Então, quem utiliza Escitalopram, pode engordar em decorrência desse aumento de apetite[1]Uguz F, Sahingoz M, Gungor B, Aksoy F, Askin R. Weight gain and associated factors in patients using newer antidepressant drugs. General hospital psychiatry. 2015 Jan 1;37(1):46-8..

Outro motivo que causa ganho de peso é o fato de que Escitalopram aumenta a serotonina e, com isso, o indivíduo passa a comer mais, conforme sua depressão ou transtorno de ansiedade diminui. Essas patologias afetam os hábitos alimentares, fazendo a pessoa ter menos apetite e prazer por comida.

O tratamento com Escitalopram faz esses sintomas diminuírem ou desaparecerem. Com isso, o indivíduo volta a sentir prazer em comer e, consequentemente, pode engordar.


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Estudo publicado pelo JAMA Psychiatry

Um estudo publicado em 2014 pelo JAMA Psychiatry investigou as alterações de peso ao longo de 12 meses em indivíduos que tomaram uma série de antidepressivos, incluindo Escitalopram. Os resultados indicaram que todos os medicamentos inibidores seletivos da recaptação da serotonina causaram um aumento gradual no peso dos participantes[2]Blumenthal SR, Castro VM, Clements CC, Rosenfield HR, Murphy SN, Fava M, Weilburg JB, Erb JL, Churchill SE, Kohane IS, Smoller JW. An electronic health records study of long-term weight gain … Continue reading

O ganho de peso mais significativo foi observado em homens jovens, incluindo aqueles que possuíam baixo índice de massa corporal antes de iniciar o tratamento.

O Escitalopram é o medicamento mais seletivo da classe dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina, sendo utilizado amplamente devido os seus efeitos antidepressivos e ansiolíticos, e por ser considerado uma droga segura. A sua administração se dá por via oral, em forma de comprimidos de 10 mg ou até 20 mg por dia.

Os comprimidos devem ser ingeridos uma vez ao dia, tomados em qualquer horário, preferencialmente sempre no mesmo horário. A dose recomendada pode variar dependendo do problema médico que deverá ser tratado.

Por exemplo, para o tratamento de depressão, a dose recomendada é de 10 mg por dia, sendo que essa dosagem pode ser aumentada para até 20 mg, dependendo da resposta individual do paciente. Normalmente, são necessárias 4 semanas para o paciente obter uma resposta antidepressiva.

Para tratar transtorno do pânico, a dose inicial é de 5 mg ao dia, sendo aumentada para 10 mg. Se o médico achar necessário, pode aumentar a dose até um máximo de 20 mg ao dia. A melhora dos sintomas é atingida após 3 meses e o tratamento é de longa duração.


Como o Escitalopram funciona?

Mecanismo de açãoDescrição
Inibição seletiva da recaptação de serotonina (SSRI)O escitalopram inibe seletivamente a recaptação de serotonina na fenda sináptica, aumentando a quantidade de serotonina disponível na fenda sináptica e permitindo uma melhor transmissão de serotonina.
Inibição da recaptação de serotonina-norepinefrina (SNRI)Escitalopram também inibe a recaptação de norepinefrina, resultando em aumento da disponibilidade de serotonina e norepinefrina na fenda sináptica.
Receptores de neurotransmissoresEscitalopram se liga a uma variedade de receptores de serotonina e norepinefrina no cérebro, incluindo os receptores 5-HT1A, 5-HT2A, 5-HT2C, 5-HT3, 5-HT6 e 5-HT7.
Sinalização NeuronalEscitalopram aumenta a sinalização neuronal aumentando a disponibilidade de serotonina e norepinefrina na fenda sináptica, resultando em melhor transmissão de serotonina e norepinefrina.

escitalopram engorda

Dose de Escitalopram

Grupo EtárioDosagem comum
Pediatria (12-17 anos)10 mg/dia a 20 mg/dia
Adultos (18 anos ou mais)10 mg/dia a 20 mg/dia


Contraindicações

O Escitalopram é contraindicado em casos de alergia a qualquer um dos componentes do medicamento. Não é recomendado usar Escitalopram juntamente com medicamentos inibidores da monoaminoxidase (IMAO), como alguns utilizados para o tratamento de Mal de Parkinson e o antibiótico linezolida.

Esteja atento também em casos de arritmia cardíaca, pois não se deve usar Escitalopram se o paciente estiver fazendo tratamento farmacológico sob essa condição.

Esse medicamento pode causar efeitos colaterais, então só o utilize sob prescrição médica. Alguns dos efeitos colaterais comuns, além da alteração no apetite, incluem: náuseas, coriza, constipação, boca seca, dores musculares, cansaço e distúrbios sexuais.

Procure um médico se apresentar reações incomuns e encaminhe-se a um serviço de emergência se apresentar inchaço na língua, nos lábios ou na pele, acompanhado de falta de ar.

Com este artigo, você entendeu melhor para que serve o Escitalopram, suas dosagens recomendadas e efeitos colaterais. Você compreendeu ainda os motivos desse medicamento causar ganho de peso. Porém, é importante também destacar que tanto a perda quanto o ganho de peso podem causar problemas de saúde, afetando o bem-estar e a autoestima.

Por isso, se você estiver ganhando muito peso ao usar esse medicamento, procure um aconselhamento médico para que possa ser indicado algum medicamento alternativo para seu caso.

Mudanças no estilo de vida, incluindo uma dieta saudável e exercícios regulares, são essenciais na recuperação de problemas como depressão e transtornos de pânico e de ansiedade, ajudando a prevenir mudanças de peso indesejadas quando se faz uso de medicamentos antidepressivos.


REFERÊNCIAS:

BHOWMIK, D. et al. Depression – symptoms, causes, medications and therapies. The Pharma Innovation, v. 1, n. 3, 2012.

BLUMENTHAL, S. R. et al. An Electronic Health Records Study of Long-Term Weight Gain Following Antidepressant Use. JAMA Psychiatry, v. 71, n. 8, p. 889-896. 2014.

NETO, W. C. A. Efeitos do Escitalopram sobre a identificação de expressões faciais. 2008. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008. OXALATO DE ESCITALOPRAM. [bula]. São Paulo: EMS.

Referências Bibliográficas

Referências Bibliográficas
1 Uguz F, Sahingoz M, Gungor B, Aksoy F, Askin R. Weight gain and associated factors in patients using newer antidepressant drugs. General hospital psychiatry. 2015 Jan 1;37(1):46-8.
2 Blumenthal SR, Castro VM, Clements CC, Rosenfield HR, Murphy SN, Fava M, Weilburg JB, Erb JL, Churchill SE, Kohane IS, Smoller JW. An electronic health records study of long-term weight gain following antidepressant use. JAMA psychiatry. 2014 Aug 1;71(8):889-96.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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