Duloxetina – Fármaco de “Dupla Ação”

A duloxetina é um medicamento antidepressivo usado para tratar transtorno depressivo maior, transtorno de ansiedade generalizada e outros tipos de transtornos de humor e saúde mental. É um tipo de inibidor seletivo da recaptação de serotonina e norepinefrina (SSNRI) que funciona bloqueando a recaptação dos neurotransmissores serotonina e norepinefrina, o que pode melhorar o humor e reduzir a ansiedade.

Às vezes também é usado para dor neuropática e fibromialgia. Os efeitos colaterais comuns incluem náusea, sonolência, boca seca e constipação.

A duloxetina foi desenvolvida em 1988 por pesquisadores do laboratório Lilly Pharma, e recusada aprovação no início de 1990, após melhorias nos estudos de adequação das indicações e respectivas doses.

Após a fórmula ser patenteada em 1991, a duloxetina foi aprovada pelo FDA para tratamento de depressão sob nome comercial Cymbalta®.

Posteriormente, a duloxetina tornou-se o primeiro e único fármaco indicado para tratamento de dor neuropática periférica diabética, foi também aprovada para o tratamento da incontinência urinária e transtorno de ansiedade generalizada.

O princípio ativo duloxetina, é encontrado no mercado comercialmente como Cymbalta® (medicamento de referência), Velija®, Sympta®, Rethera®, Dulorgan®, Neulox®, Megoc®, Abretia® (medicamentos similares), Cloridrato de Duloxetina (medicamento genérico).

Como Duloxetina Funciona No Organismo?

É um medicamento pertencente à classe dos antidepressivos dos Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN).

Atua em dois neurotransmissores, inibindo a recaptação de serotonina e noradrenalina, resultando em um aumento de seus níveis nas sinapses, apresentando uma maior distribuição e disponibilização de serotonina, e noradrenalina no sistema nervoso central.

O efeito serotoninérgico se dá em doses menores do fármaco, e conforme a dose for sendo aumentada esse efeito será mais noradrenérgico.

Embora, a duloxetina seja denominada como agente de dupla ação (serotonina e noradrenalina), esta classe de medicamentos IRSN, exercem uma terceira ação, mesmo que fraca, sobre o neurotransmissor dopamina.

Mecanismo de ação
A duloxetina é um inibidor da recaptação da serotonina-norepinefrina que inibe a recaptação da serotonina e da norepinefrina, dois neurotransmissores no cérebro. Isso aumenta a quantidade de serotonina e norepinefrina disponível para interagir com os receptores no cérebro, levando a uma melhora do humor, diminuição da ansiedade e outros efeitos terapêuticos.


Para Que Duloxetina É Indicada?

ansiedade 1

É um medicamento muito indicado para o tratamento dos seguintes quadros clínicos:

Transtorno depressivo maior (TDM);

– Transtorno de ansiedade generalizada (TAG);

– Fibromialgia associada ao transtorno depressivo ou não;

– Quadros de dor crônica associados a artrite, osteoartrite de joelho ou dor lombar crônica;

Neuropatia periférica diabética (afeta os nervos periféricos, como extremidades das mãos e pés);

– Incontinência urinária.

A duloxetina apresenta uso off label, ou seja, indicaçõesque não estão prescritas em bula, mas que com estudos de caso foi observado que beneficia pacientes com quadros de dores crônicas e fibromialgia.


Dose Associada Ao Tipo de Condição a Ser Tratada:

Normalmente o tratamento é iniciado com 30 mg, porém não é considerada uma dose terapêutica. Esta dose é utilizada para que o paciente se adapte ao medicamento e evite os efeitos colaterais, posteriormente com acompanhamento médio a dose vai sendo aumentada gradualmente.

As doses consideradas terapêuticas variam de 60 a 120 mg, por exemplo:

  • Doses terapêutica para ansiedade, depressão, fibromialgia são de 60 a 120 mg.
  • Acima de 120 mg não é recomendável, pois conforme a dose vai sendo aumentada há um aumento no efeito da noradrenalina e consequente aumento da pressão arterial. Para alguns pacientes mais sensíveis, esse efeito de aumento da pressão pode ser sentido com a dose de 90 mg, por isso é importante sinalizar o médico caso já apresente quadro clínico de pressão alta, para que possa ser feito um monitoramento e avaliação de possível uso da duloxetina.
  • Para quadros de incontinência urinária, a dose prescrita varia entre 20 e 80 mg. O mecanismo de ação para incontinência urinária não é muito comentado em bula, porém com esta dosagem possui um efeito em outro neurotransmissor – o glutamato, que por sua vez tem função inibitória ou excitatória no controle da micção e o paciente possa ter um hábito urinário mais saudável.
  • Em dores crônicas e fibromialgia a dose normalmente utilizada é de 60 a 90 mg até 60 mg a duloxetina, interfere apenas na serotonina, a partir de 90 mg começa ter efeito na noradrenalina.

Vale ressaltar que a dose pode variar de 30 a 120 mg dependendo do efeito terapêutico desejado, sendo a dose máxima estudada de 120 mg por dia.


DoseDose para adultosDose geriátrica
Dose inicial20–30 mg por via oral uma vez ao dia20 mg por via oral uma vez ao dia
Dose de manutenção60 mg por via oral uma vez ao dia30–60 mg por via oral uma vez ao dia
Dose máxima120 mg por via oral uma vez ao dia60 mg por via oral uma vez ao dia

Porque Duloxetina Emagrece?

A duloxetina pode apresentar perda de peso devido à perda de apetite como efeito colateral, principalmente no início do tratamento.

Quando utilizada num longo prazo estes efeitos colaterais iniciais, tendem a desaparecer e com a consequente melhora da depressão e ansiedade o paciente pode apresentar o retorno do apetite podendo haver ganho de peso.

Estes efeitos com relação ao peso corporal podem variar de paciente para paciente.


Quais São Os Efeitos Colaterais?

Todos os medicamentos podem causar efeitos adversos em alguns pacientes. Os efeitos colaterais mais comuns geralmente são leve e desaparecem após algumas semanas de tratamento.

Os efeitos colaterais mais comuns são sensação de boca seca, náusea, vômito, diarreia, dores de cabeça, tontura, sonolência, tremor, fadiga, diminuição do apetite, dor e rigidez muscular, visão turva, calafrios, aumento da pressão sanguínea.

malestar

Em alguns casos, o paciente pode apresentar diminuição da libido, disfunção erétil, retardo na ejaculação, alteração do orgasmo, dor abdominal, espasmo muscular, insônia, agitação, aumento da produção de suor, constipação e flatulência.

Durante o tratamento, o paciente deve evitar dirigir veículos ou operar máquinas, pois podem influenciar na atenção, reflexo e habilidades motoras.

Efeitos colateraisFrequência
NáuseaComum
Boca secaComum
ConstipaçãoComum
SonolênciaComum
Perda de apetiteComum
Dor de cabeçaComum
Ganho de pesoComum
DiarreiaComum
Sonhos anormaisComum


Interações Medicamentosas

Deve ser feito acompanhamento médico em pacientes que estiverem sob tratamento com os seguintes medicamentos: antidepressivos tricíclicos, pois podem potencializar o efeito da duloxetina, medicamentos com atividades serotoninérgica, medicamentos com ação no sistema nervoso central.

Evitar o uso concomitante com medicamentos que sejam altamente ligados a proteínas presentes no sangue, como os anticoagulantes, pois pode predispor o paciente a sangramentos.


Gestantes, Crianças, Idosos

Não houve estudos adequados e bem controlados de duloxetina em gestantes e crianças, e por esta razão não recomendável o uso deste medicamento sem a orientação e potencial justificativa de uso pelo médico.

Para os pacientes idosos, que estão em tratamento com a duloxetina para transtorno de ansiedade generalizada, deve ser iniciado com dose de 30 mg, uma vez ao dia, e somente após duas semanas aumentar a dose para 60 mg.

Deste modo, é possível acompanhar os efeitos colaterais e identificar potenciais riscos caso ocorram, principalmente para pacientes com doença hepática ou problema de pressão sanguínea.

Lembrando que você nunca deve utilizar nenhuma medicação sem a devida prescrição médica, uma vez que isso pode acarretar sérios prejuízos para sua saúde. Este medicamento é vendido somente sob prescrição médica, ou seja, venda com retenção de receita C1 Branca em duas vias.


Perguntas frequentes sobre Duloxetina

O que é Duloxetina?

A duloxetina é um medicamento antidepressivo que pertence a uma classe de medicamentos conhecidos como inibidores da recaptação da serotonina-norepinefrina (SNRIs). É usado para tratar depressão, ansiedade, fibromialgia e dor nos nervos.

Como funciona a Duloxetina?

Duloxetina funciona bloqueando a recaptação de serotonina e norepinefrina no cérebro, aumentando a quantidade desses neurotransmissores disponíveis para o corpo. Isso pode ajudar a melhorar o humor, reduzir a ansiedade e aliviar a dor nos nervos.

Quais são os efeitos colaterais da Duloxetina?

Os efeitos colaterais comuns da Duloxetina incluem sonolência, tontura, náusea, constipação, boca seca e diminuição do apetite. Os efeitos secundários mais graves incluem alterações de humor ou pensamentos suicidas, por isso certifique-se de que fala com o seu médico se sentir algum destes sintomas.

Posso tomar Duloxetina durante a gravidez?

Não é recomendado tomar Duloxetina durante a gravidez, pois pode causar danos ao bebê em desenvolvimento. Se está grávida ou planeia engravidar, fale com o seu médico sobre os riscos e benefícios de tomar Duloxetina.

Quanto tempo leva para Duloxetina fazer efeito?

Duloxetina pode levar algumas semanas para começar a fazer efeito. Certifique-se de tomá-lo conforme prescrito e converse com seu médico se não sentir nenhum alívio após algumas semanas.

Priscila Beraldo

CRF PR 24-980
Farmacêutica Bioquímica.
Profissional com 10 anos de mercado, graduada em Farmácia Bioquímica, pós graduada em Gestão da Qualidade e Regularização de Produtos perante Anvisa, atuando nas áreas de planejamento, implementação de Sistema de Gestão da Qualidade, gerenciamento de processos, responsável técnica, representando empresas perante os órgãos sanitários e regulatórios.
Experiência na área de assuntos regulatórios (registro e pós-registro), com forte atuação em medicamentos e produtos para saúde. Consultora na abertura de empresas no âmbito da saúde, treinamentos com relação ao cuidado à saúde, nos âmbitos individual e coletivo bem como educação em saúde.

Compartilhe Esse Conteúdo
Facebook
Twitter
LinkedIn
Priscila Beraldo

Priscila Beraldo

CRF PR 24-980
Farmacêutica Bioquímica.
Profissional com 10 anos de mercado, graduada em Farmácia Bioquímica, pós graduada em Gestão da Qualidade e Regularização de Produtos perante Anvisa, atuando nas áreas de planejamento, implementação de Sistema de Gestão da Qualidade, gerenciamento de processos, responsável técnica, representando empresas perante os órgãos sanitários e regulatórios.
Experiência na área de assuntos regulatórios (registro e pós-registro), com forte atuação em medicamentos e produtos para saúde. Consultora na abertura de empresas no âmbito da saúde, treinamentos com relação ao cuidado à saúde, nos âmbitos individual e coletivo bem como educação em saúde.

Últimos Posts

newsletter

Receba Novidades Por E-mail

Deixe um Comentário

Postagens Relacionadas

Anosognosia: tudo sobre o assunto

Anosognosia: o que é, sintomas e principais causas

Anosognosia é uma condição neurológica caracterizada por uma falta de consciência ou negação de uma doença ou deficiência, mais comumente observada em pacientes com danos cerebrais ou distúrbios neurológicos.  Esquecimentos são comuns,

Continue Lendo
categorias

Pesquise por Categoria

Urologia

Sintomas

Reumatologia

Radiologia

Psiquiatria

Psicologia

Pediatria

Otorrinolarigonlogia

Ortopedia

Oncologia

Oftalmologia

Nutrição

Notícias

Neurologia

Neurocirurgia

Nefrologia

Medicina Esportiva

Mastologia

Infectologia

Ginecologia e Obstetrícia

Gerontologia

Geriatria

Gastroenterologia

Fisioterapia

Fisiatria

Farmácia

Endocrinologia

Educação Física

Dor

Doenças

Dermatologia

Curiosidades

Clínica Médica

Cirurgia Vascular

Cirurgia Plástica

Canabidiol

Biomedicina

Artigos

Alergia

Acupuntura

newsletter

Receba Novidades Por E-mail