Dor no Cóccix – Coccidínia

A dor no cóccix é uma queixa comum em consultórios médicos. Isso porque esse pequeno ossinho, é fonte frequente de traumatismos devido a sua localização. 

O cóccix é um osso rudimentar localizado na porção distal da coluna vertebral, ele possui forma cônica e apresenta de quatro a cinco segmentos. Embora móveis ao nascimento do indivíduo, com o tempo esses ossículos se fundem, tornando-se rígidos, os distais na infância, e os proximais no início da vida adulta.

Dentre as principais características da coccigodinia podemos citar além da dor, o edema, que também é bastante comum nesses casos. 

A dor no cóccix pode ser causada por trauma no cóccix durante uma queda, sentar por muito tempo em uma superfície dura, tensão repetitiva, alterações articulares degenerativas ou parto.

Essa condição é mais prevalente entre as mulheres e normalmente tem relação com algum tipo de trauma. Cada caso deve ser avaliado com cautela. Na maioria deles o tratamento conservador é suficiente. Contudo, na falha desses, pode ser indicada a coccigectomia.

O Cóccix

O cóccix é um osso rudimentar da cauda das formas animais inferiores, e é formado por pequenos ossículos. A sua principal articulação, chamada sacrococcígea, é dotada de pouco movimento, embora sua fusão seja rara. 

Essa pequena estrutura é inervada pelas divisões primárias posteriores dos nervos coccídeos, sendo que cada um desses nervos recebe um ramo comunicante da divisão posterior do nervo sacro mais inferior.

Graças a suas inserções musculares, que incluem fibras de músculos como o Pubococcígeo, Iliococcígeo e o Isquiococcígeo, o cóccix possui dinamicidade, sendo importante para certos movimentos, como o ato da defecação ou até mesmo a própria posição sentada, quando atua amortecendo choques e deslocando-se anteriormente. 

Entenda a coccidinia

Coccidinia, coxalgia ou coccigodinias, são termos usados para descrever a dor no cóccix. De acordo com Gonzalez et al em seu artigo sobre o tema, se trata de uma síndrome dolorosa de difícil abordagem diagnóstica e terapêutica, justamente por ser ainda pouco compreendida por clínicos, ortopedistas e radiologistas.

Essa dor pode ter origem em diferentes fatores que afetam a região, havendo risco de se propagar para a porção inferior do sacro e para o períneo. Não se trata de uma doença em si, mas de um sintoma que pode ter origem em diferentes comorbidades. 

O fato de ser mais prevalente em mulheres, chegando a ser 5 vezes mais comum no gênero conforme alguns estudos, é explicado pela maior mobilidade apresentada pelas mulheres. O cóccix é mais proeminente e exposto no sexo feminino devido à maior distância entre os ísquios. 

Essa diferença anatômica tem relação com a função reprodutora da mulher, é necessário que ela tenha uma pelve mais larga e rasa, levando a formação de um forame obturador mais arredondado, o que facilita no momento do parto, porém, deixa-as mais dispostas a certos tipos de lesões. 

A coccigodinia pode ser aguda ou crônica, distinção essencial ao planejamento terapêutico do quadro. Em suma, a condição é considerada crônica se tiver mais de dois meses de evolução. 

Quando aguda, normalmente ocorre após algum impacto ou queda que afete a região do cóccix. Por outro lado, situações mais complexas tendem a estar por trás de quadros contínuos de dor, como espículas ósseas, distensão muscular, atividades intensas ou posturas incorretas.

Principais causas de dor no cóccix

A dor no cóccix possui origem diversa. Se por um lado pode ser causada por atividades comuns como ficar sentado em uma superfície desconfortável ou em uma má posição por longos períodos, por outro devemos falar também em questões mais sérias, como ruptura do cóccix, infeção e tumores.

Relacionamos abaixo alguns dos fatores associados. 

Impacto por queda ou acidente 

Qualquer situação que exerça pressão exacerbada sobre a porção distal da coluna vertebral pode causar coccidinia. Bons exemplos seria cair sentado ou sofrer um pontapé durante um jogo de futebol. 

Em casos como os citados, normalmente a dor desapareça após alguns minutos ou horas, diminuindo progressivamente com o tempo. Quando o sintoma se torna intenso ou for intolerável sentar-se, há suspeita de fratura, por isso, a recomendação é sempre procurar atendimento médico. 

Devemos aqui relembrar alguns dos sinais típicos de uma fratura óssea: 

• Dor intensa
• Inchaço do local fraturado
• Deformidade do local
• Incapacidade total ou parcial de movimentação
• Diferença de temperatura entre o local fraturado e o sem fratura
• Dormência e formigamento da área

Esforço repetitivo

Geralmente as lesões por esforço repetitivo envolvem práticas esportivas ou atividades laborais. 

Comumente pensamos em problemas articulares como LER, mas quando falamos sobre isso nos referindo a dor na região coccígea, devemos pensar principalmente em músculos e ligamentos estirados e esticados. Além da dor, costuma haver ainda dificuldades para manter o cóccix em sua posição fisiológica. 

Excesso de peso

O excesso de peso sobrecarrega todo o corpo, e especialmente o cóccix quando em posição sentado. Isso não seria um problema a curto prazo, porém, quando mantida essa pressão excessiva, começa a surgir a dor, que embora leve, na maioria dos casos é constante, causando considerável incômodo. 

Gravidez

A dor no cóccix é especialmente comum nos últimos 2 meses de gestação, isso porque os ossos da região lombar vão se tornando mais flexíveis em preparo para o parto. 

Com essa maior frouxidão, os ossos tornam-se parcialmente livres, levando a dor, que é mais intensa durante o movimento de sentar ou levantar. 

Má postura

A Pesquisa Nacional da Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que 27 milhões de adultos no país sofrem com dor na coluna, 

O ortopedista Luís Eduardo Carelli, especialista em coluna do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), defende que a principal causa por trás desse cenário é a má postura, seguida por contraturas musculares de rápida resolução.

A região do cóccix é uma das principais afetadas, já que sofre grande pressão ao longo do dia. Por isso, ter má postura, em especial quando sentado ao trabalhar ou ao dirigir, por exemplo, é fator de risco para coccidinia. 

Cisto pilonidal

O cisto pilonidal é uma infecção na região do cóccix, geralmente provocada pelo acúmulo de pelos e células mortas debaixo da pele. Esse quadro tende a ser progressivo, piorando com o tempo e passando de um pequeno caroço a um grande nódulo. 

A condição é significativamente mais comum entre pessoas do sexo masculino, e tem causa desconhecida. Acredita-se, no entanto, que tenha relação com uma dificuldade de exteriorização do pelo. 

Hérnia de disco

A dor pode ser local ou referida, e normalmente, quando se trata do segundo tipo, ela tem relação com uma hérnia de disco na região lombar da coluna. 

Sintomas e diagnóstico

Além da dor no cóccix, outros sintomas tendem a acompanhar os distúrbios relacionados aos fatores descritos acima. 

Sem dúvidas, as pontadas leves de dor são o primeiro sinal notado e muitas vezes o motivo da consulta médica. Normalmente o incômodo é bem localizado e não se espalha para os arredores, o que facilita o seu diagnóstico. 

Ainda, tipicamente o sintoma torna-se mais intenso com o tempo, e acaba interferindo em atividades específicas como defecar e no ato sexual. Algumas mulheres apresentam também uma piora dos sintomas durante o período da menstruação. 

Comumente há também intensificação da dor na posição sentado, que é quando essa estrutura fica comprimida, suportando a pressão do peso do corpo. Isso acontece porque nem sempre sentamos corretamente, já que numa posição adequada o cóccix é reposicionado e por isso não há pressão sobre o mesmo. 

O diagnóstico parte principalmente da análise da queixa do paciente e dos sintomas apresentados. Exames físicos e de imagem são usados para complementar a investigação. 

O exame físico pode ajudar a determinar se o cóccix está solto, fora de sua posição normal, inclinado para trás ou para frente, ou para um lado.

Os testes de diagnóstico para coccidínia podem incluir:

Radiografia simples 

A radiografia é um dos primeiros exames requeridos em caso de coccidinia, especialmente quando há suspeita de trauma sacroccígeo focal. Além de revelar fraturas, esse exame permite a visualização da curvatura sacrococcígea, e a detecção de osteófitos ou luxações da junção sacrococcígea ou segmentos intracoccígeos.

Ressonância magnética 

A ressonância magnética é solicitada é prescrito quando há indícios de que a dor no cóccix tenha alguma relação com lesões em estruturas anatômicas superiores, como na coluna lombar e sacral. 

Tomografia computadorizada 

Embora seja raramente necessária, a tomografia pode contribuir se houver suspeita de patologias intrapélvicas, como câncer de ovário, testículo e metástases associadas.

A dor no cóccix do cóccix pode ser difícil de controlar, pois a articulação não pode ser apoiada como um tornozelo ou um pulso. Quando a articulação é lesada, os músculos do assoalho pélvico que cercam e se prendem ao cóccix podem se espasmar na tentativa de proteger a articulação. Esse espasmo muscular pode agravar a articulação puxando-a – e um círculo vicioso é configurado.

Manejo da dor no cóccix

Um manejo adequado da dor desde o primeiro momento é essencial para evitar a necessidade de cirurgia. 

Inicialmente, recomenda-se a aplicação de compressas frias sobre a área de dor, especialmente quando ela se origina em uma queda ou acidente. Repouso também é essencial. 

O tratamento visa principalmente reduzir as dores e evitar que a condição afete a rotina do paciente.

Por isso, corrigir a postura, evitar passar muito tempo sentado e usar assentos acolchoados também são recomendações válidas. 

A terapia mais convencional para coccidinia envolve o uso de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos. 

Contudo, existem ainda outros métodos úteis no sentido de reduzir desconfortos, como a acupuntura, o pilates e a fisioterapia. Terapias mais recentes também tem chamado atenção por seus benefícios a distúrbios como esses, dentre elas a TENS e a radiofrequência. 

A cirurgia é cogitada em último caso, quando nenhuma outra opção terapêutica foi capaz de minimizar a dor. 

Medicamentos para dor

O tratamento envolve o uso de medicamentos para fase aguda e/ou fase crônica.

Procure um médico especialista em dor.

• Analgésicos:
  • Dipirona
  • Paracetamol
• Anti-inflamatórios não esteroidais:
  • Ibuprofeno
  • Naproxeno
  • Aspirina
  • Cetoprofeno
  • Diclofenaco
• Medicamentos usados para tratar a dor crônica:
  • Corticosteróides
  • Relaxantes musculares
  • Opioides
• Anti-convulsivantes
  • Gabapentina
  • Pregabalina
• Antidepressivos
  • Amitriptilina
  • Nortriptilina
  • Venlafaxina
  • Duloxetina

Fisioterapia para dor no cóccix

Seu médico também pode considerar a fisioterapia para tratar a dor no cóccix. Essa terapia pode incluir exercícios para alongar e fortalecer os músculos de apoio.

O objetivo inicial do tratamento deve ser focado em fornecer educação postural.

Benefícios do tratamento com fisioterapia incluem

• Alivia a pressão na área do cóccix: A fisioterapia pode ajudar a reduzir a pressão na área do cóccix por meio de alongamentos e exercícios que aumentam a flexibilidade e a amplitude de movimento. Isso pode ser feito por meio de terapia manual, como massagem, ou por meio de exercícios como a postura da ponte ou a postura da vaca-gato. Isso pode ajudar a reduzir a dor, melhorar a postura e reduzir a inflamação.
• Ajuda na redução da dor: A fisioterapia pode ajudar a reduzir a dor por meio de uma variedade de técnicas, como fortalecer os músculos centrais e aumentar a flexibilidade. Isso pode ser feito por meio de terapia manual, como massagem, ou por meio de exercícios como alongamento, ioga ou pilates.
• Aumenta a mobilidade e a flexibilidade: A fisioterapia pode ajudar a aumentar a mobilidade e a flexibilidade por meio de uma variedade de técnicas, como alongamento, terapia manual ou exercícios. Isso pode ajudar a reduzir a dor, melhorar a postura e reduzir a inflamação.
• Melhora a postura: A fisioterapia pode ajudar a melhorar a postura por meio de uma variedade de técnicas, como fortalecer os músculos centrais e aumentar a flexibilidade. Isso pode ser feito por meio de terapia manual, como massagem, ou por meio de exercícios como alongamento, ioga ou pilates.
• Fortalece os músculos centrais: a fisioterapia pode ajudar a fortalecer os músculos centrais por meio de uma variedade de técnicas, como terapia manual ou exercícios como alongamento, ioga ou pilates. Isso pode ajudar a reduzir a dor, melhorar a postura e reduzir a inflamação.
• Reduz a inflamação: A fisioterapia pode ajudar a reduzir a inflamação por meio de várias técnicas, como terapia manual ou exercícios como alongamento, ioga ou pilates.
• Melhora a recuperação: A fisioterapia pode ajudar a melhorar a recuperação por meio de uma variedade de técnicas, como fortalecer os músculos centrais e aumentar a flexibilidade. Isso pode ser feito por meio de terapia manual, como massagem, ou por meio de exercícios.
• Evita mais lesões: A fisioterapia pode ajudar a prevenir mais lesões por meio de uma variedade de técnicas, como fortalecer os músculos centrais e aumentar a flexibilidade.
• Melhora a qualidade de vida geral: A fisioterapia pode ajudar a melhorar a qualidade de vida geral por meio de uma variedade de técnicas, como fortalecer os músculos do core e aumentar a flexibilidade.

Procedimentos minimamente invasivos ou cirúrgicos para dor recorrente

Em caso de falha de tratamento conservador, alguns procedimentos podem ser realizados, tais como:

Perguntas frequentes sobre Dor no Cóccix