Diabético pode doar sangue? Tire as dúvidas mais comuns que envolvem a doação 

O diabetes é uma das doenças que mais avançam na população do planeta e tem uma relação direta com as mudanças nos hábitos alimentares das pessoas.

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Estima-se que existam aproximadamente mais de 537 milhões de diabéticos no mundo todo e somente entre 2019 e 2021 houve um aumento de 74 milhões de casos da doença.

É fato que a doença traz consequências negativas para o estado de saúde dos pacientes. Além disso, as limitações vão além de evitar o consumo de açúcar e carboidrato.

A doação de sangue por pacientes diabéticos é permitida, desde que algumas regras sejam cumpridas.

Neste artigo você vai descobrir um pouco mais sobre as regras para doação de sangue por diabéticos.

Quais os grupos de diabéticos que podem doar sangue?

Os critérios para permissão da doação de sangue por pessoas diabéticas são definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Dessa forma, as regras para doação conseguem reduzir a propagação de doenças que podem surgir através da transmissão sanguínea.

Sendo assim, atualmente o grupo de pacientes diabéticos que podem doar sangue devem apresentar esses requisitos: 

  1. Ser portador do Diabetes Tipo 2 (Tipo 1 não permite a doação de sangue)
  2. Não usar qualquer tipo de insulina 
  3. Estar com a doença controlada, ou seja, fazer acompanhamento contínuo 
  4. Não apresentar qualquer doença relacionada a pressão arterial, como hipertensão ou hipotensão
  5. Não possuir nenhum sinal de infecção ativa, neuropatia ou doença vascular

Quais grupos de diabéticos que não podem doar sangue?

Como dito anteriormente, nem todos os diabéticos podem doar sangue. Neste caso, a doação é proibida com a intenção de evitar complicações.

Na prática, no Brasil não podem doar sangue os pacientes diabéticos que encaixam-se nessas condições:

  • Portadores da forma 1 da doença (Diabetes Tipo 1)
  • Pacientes Tipo 2 que precisam de insulinoterapia para controle 
  • Indivíduos que apresentam complicações da doença como pé diabético, alterações na visão ou feridas expostas
  • Diabéticos com alguma infecção ativa que foi  causada ou piorada em virtude do descontrole da doença 

Como é a doação de sangue pelo paciente diabético

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O procedimento é praticamente o mesmo adotado pela população sem diabetes. Em outras palavras, 450 ml de sangue são retirados do paciente para coleta

Pode parecer muito, mas a verdade é que esta quantia corresponde a pouco menos de 10% do volume total de sangue do corpo.

Pacientes diabéticos têm maiores  chances de sofrer efeitos colaterais relacionados a doação de sangue?

Em pessoas saudáveis, a doação de sangue não produz nenhum risco ou chance de complicação para os doadores.

Não existem estudos e dados concretos avaliando se os efeitos adversos são mais presentes em pacientes diabéticos que doam sangue do que no restante da população.

No entanto, de acordo com os centros de doação, os pacientes diabéticos que doam sangue não correm nenhum risco de saúde em virtude do diagnóstico da doença, desde que ela esteja controlada.

Portanto, se você é diabético(a), tem a doença controlada e quer doar sangue não existe nenhum empecilho. A doação salva vidas e é um ato de amor ao próximo.

O que acontece se um paciente com diabetes descontrolada doar sangue?

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Pacientes diabéticos que não sabem da existência da doença podem ter consequências graves durante ou após a doação de sangue.

Dentre os prováveis acontecimentos está o aumento descontrolado da pressão ou desmaios e convulsões.

No entanto, a chance disso acontecer é baixa, já que os centros de doação fazem uma triagem antes do procedimento, que envolve a aferição da glicemia e da pressão arterial.

Por que as pessoas com diabetes podem não ser capazes de doar sangue?

  • Insulina: A insulina é um hormônio que ajuda o corpo a usar a glicose para energia. Se alguém com diabetes usa insulina, seus níveis de açúcar no sangue podem ser muito baixos após doar sangue. Isso pode levar a uma condição chamada hipoglicemia, que pode causar sintomas como tontura, confusão e convulsões.
  • Outros medicamentos: Alguns outros medicamentos que as pessoas com diabetes tomam, como sulfonilureias e meglitinidas, também podem baixar os níveis de açúcar no sangue. É por isso que é importante estar estável com seus medicamentos por pelo menos 4 semanas antes de doar sangue.
  • Complicações: O diabetes pode causar uma série de complicações, como doença renal, doença cardíaca e neuropatia. Essas complicações podem aumentar o risco de complicações ao doar sangue. Por exemplo, as pessoas com doença renal podem ter um risco maior de desenvolver uma infecção após doar sangue.

Perguntas frequentes sobre doação de sangue

Existe idade e peso mínimo para doar sangue?

No Brasil, a legislação permite a doação de sangue a partir dos 16 anos, desde que o doador(a) apresente um documento de autorização de doação com a assinatura dos pais.
Com relação a quantidade, o volume de sangue doado leva em consideração o peso atual do doador. Na prática, os homens não podem ultrapassar a marca de 9 ml de sangue por quilo corporal, enquanto as mulheres não devem exceder 8 ml/kg.
Além disso, o volume mínimo que o anticoagulante presente na bolsa de sangue suporta é de 400 ml. 
Portanto, uma pessoa que pesa menos de 50 kg não pode doar sangue, já que este peso é insuficiente para uma doação segura e livre de riscos.

Em quanto tempo o organismo repõe o estoque de sangue doado?

A reposição do plasma sanguíneo leva em torno de 24 horas, porém a reposição completa dos glóbulos vermelhos acontece em até 4 semanas após a doação.
Sendo assim, para que o organismo tenha a mesma quantidade de ferro que tinha antes da doação, uma espera mínima de 8 semanas pelos homens e 9 semanas pelas mulheres deve ser respeitada entre uma doação e outra.

É possível doar plaquetas várias vezes em um ano?

A doação de plaquetas não é tão criteriosa quanto a doação de sangue, no que diz respeito ao intervalo entre as doações.
Dessa forma, é possível doar plaquetas em até 4 vezes no mês ou em até 24 vezes no ano. Já o intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de 56 dias.

Pode fazer sexo depois da doação de sangue?

Sim, este é um mito que envolve a doação de sangue. Não existe contraindicação para a realização de atividade sexual depois de doar sangue ou plaquetas, inclusive entre os pacientes diabéticos.

Como o sangue doado é armazenado?

Após a doação, os glóbulos vermelhos são armazenados em uma espécie de geladeira e mantidos a uma temperatura entre 2 e 6°C. Já as plaquetas devem ser mantidas em temperatura ambiente, em torno de 20 a 24 °C. 
Em contrapartida, o plasma sanguíneo deve ser  armazenado em baixas temperaturas, que devem estar abaixo de -18°C.

Quem fez tatuagem ou colocou piercing pode tomar sangue?

Sim, após uma espera de 12 meses desde a realização do procedimento. Contudo, o prazo cai para 6 meses se a tatuagem ou colocação do piercing foi realizada em um estabelecimento seguro e com alvará de funcionamento.

Pacientes com hipoglicemia podem doar sangue?

Quem possui crises frequentes de hipoglicemia (baixa glicose no sangue) não deve doar sangue. A única exceção é caso o paciente esteja assintomático(a) no dia da doação.

Diabético pode doar sangue: Perguntas Frequentes

Por que o diabético não pode doar sangue?

Na verdade, os únicos pacientes diabéticos que não podem doar sangue são aqueles chamados de insulino-dependentes, ou seja, que precisam de insulina para controle da doença.

Que doenças impedem uma pessoa de doar sangue?

Doenças cardíacas, hematológicas, pulmonares, hepáticas, renais, pulmonares, autoimunes e neoplasias não permitem a doação de sangue. Além disso, doenças que podem ser transmitidas pelo sangue impedem a doação como hepatite, sífilis, HIV e Chagas.

É importante observar que estas são apenas diretrizes gerais. Os requisitos de elegibilidade específicos para doar sangue podem variar dependendo da organização de doação de sangue.

Se você tem diabetes e está interessado em doar sangue, deve falar com seu médico ou uma organização de doação de sangue para ver se você é elegível.

Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM 158074 / RQE 65523, 65524 | Médico especialista em Acupuntura e Fisiatria pela USP. Área de Atuação em Dor pela Associação Médica Brasileira. Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo. Professor e Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da USP. Diretor do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).

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CRM 158074 / RQE 65523, 65524 | Médico especialista em Acupuntura e Fisiatria pela USP. Área de Atuação em Dor pela Associação Médica Brasileira. Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo. Professor e Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da USP. Diretor do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).

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