Durante e após a pandemia muitas pessoas começaram a disseminar inúmeros boatos e teses infundadas sobre o que poderia ou não ser usado contra a COVID-19.
Muitas pessoas acabaram perdendo suas vidas por conta da automedicação e mais do que isso, muitos profissionais estavam trabalhando com algo totalmente novo, sem bases clínicas na literatura e tomaram decisões questionáveis.
A pandemia foi um momento de grande aprendizado para as pessoas que se permitiram tê-lo e na área da saúde isso não foi diferente.
Uma das grandes lições que a pandemia da COVID-19 trouxe para a população é a necessidade imediata de autocuidado, de prevenção e de manter a saúde balanceada.
Lavar as mãos, fazer uso de álcool em gel e cuidar da saúde física e mental tornaram-se parte da rotina da maioria das pessoas da população mundial, ainda há pessoas se recuperando dos transtornos que o “novo normal” trouxe, as inseguranças, os medos e os desafios.
Benzetacil® – Penicilina G benzatina
O tema da discussão de hoje é sobre a Benzetacil® servir para a COVID-19. Benzetacil® é o nome comercial de um medicamento aplicado por via intramuscular chamado penicilina benzatina. Está disponível em ampolas para serem diluídas e aplicadas por via intramuscular.
Os postos de saúde do Sistema Único de Saúde possuem o medicamento para uso ambulatorial.
A penicilina é um antibiótico que foi desenvolvido pelo especialista Alexander Fleming no ano de 1928 e até os dias de hoje é utilizado no combate à diversas infecções.
Conhecido como um medicamento de aplicação extremamente dolorosa, a penicilina é aplicada por via intramuscular e sua ação é bastante rápida, combatendo infecções de maneira precisa.
Benzetacil® – usos
É utilizada no tratamento de infecções, sendo elas: garganta; ouvido; urina; pele; intestino; meningites; sinusites; febre reumática; pneumonia; infecção sistêmica do sangue.
Além disso, a penicilina é também usada no protocolo de sífilis congênita, febre reumática, faringoamigdalite e Infecção Estreptocócica A.
E um dos pontos fundamentais da resposta da indagação que é título desta discussão: a Benzetacil® é um antibiótico, ou seja, sua ação se dá contra bactérias.
A COVID-19 se trata de um vírus. Medicamentos projetados para destruir bactérias não agem em vírus. Os medicamentos antibióticos devem ser utilizados com muita cautela e sua prescrição deve ser feita com responsabilidade.
Alguns médicos optam por fazer exames para identificar se as bactérias são gram positivas ou gram negativas, para que possam definir qual será o espectro de ação ideal para cada situação.
Por isso também os antibióticos são comprados apenas com a prescrição médica, onde o estabelecimento que vende ou o estabelecimento pertencente ao Sistema Único de Saúde libera gratuitamente, farão a retenção da segunda via da prescrição, seguindo todas as normas pertinentes para tanto.
Como o Benzetacil® age
No que diz respeito a ação dos antibióticos, eles irão agir sobre as bactérias de duas maneiras, basicamente: sendo bacteriostáticos (agindo na inibição da replicação bacteriana) ou bactericidas (destruindo as bactérias).
Por isso os exames e o diagnóstico médico são fundamentais para o sucesso do processo.
A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) refere em seus documentos oficiais que mais da metade das prescrições de antibióticos não estão adequadas às patologias, isso é um fator considerável quando se fala sobre resistência bacteriana, é fundamental que se use o antibiótico específico.
Benzetacil® funciona para COVID-19?
Então a resposta para a indagação sobre Benzetacil® servir para COVID-19 é: não, a COVID é um vírus e o uso de penicilina benzatina não destruirá e nem fará nenhuma alteração sobre este vírus.
Existem muitos estudos em processo de publicação sobre a COVID-19, mas até o momento não se desenvolveu nenhum medicamento capaz de atingir o coronavírus.
Possibilidades de tratamento COVID-19
O tratamento é feito conforme os sintomas do paciente. A exemplo temos alguns medicamentos mais comumente prescritos para os sintomas dos pacientes contaminados com o vírus da COVID-19, loratadina (antialérgico, caso o paciente esteja com coriza), prednisona ou dexametasona (corticóides, são utilizados em pacientes com processos alérgicos e inflamatórios), dipirona ou paracetamol (antitérmicos, prescritos quando a temperatura do paciente está elevada), salbutamol (corticóide oral, utilizado para falta de ar), dentre outros.
Uma das opções clínicas foi o uso do medicamento antiviral Tamiflu® (oseltamivir) que é utilizado em casos de H1N1, mas não há estudos e ensaios suficientes que comprovem a eficácia do tratamento com este medicamento.
Além disso, o tratamento dos sintomas não segue protocolos definidos e oficiais até o momento.
A única maneira de lidar com a COVID-19, além de tratar os sintomas para que o paciente tenha mais conforto durante o processo e contaminação é fazer uso das medicações e atentar-se ao agravamento do quadro, como falta de ar e dificuldade para respirar.
De maneira oficial, até o momento a prevenção mais específica e assertiva é por meio da vacinação, fazendo com que o paciente tenha um contato com o vírus atenuado e desenvolva uma resposta imunológica para tal.
O que não significa que o mesmo não irá se contaminar, mas é uma chance de prevenir o contágio e, caso o mesmo ocorra, ter a defesa natural preparada para o que está por vir.