Conheça as opções de tratamento para rosácea

tratamento para rosácea

Nosso rosto, na maioria das vezes, é a primeira impressão que transmitimos sobre a nossa imagem pessoal. Por isso, problemas de pele como a rosácea podem causar tanto incômodo.

Como o próprio nome indica, a rosácea provoca uma intensa cor rosada principalmente na testa, nariz, bochechas e queixo. Em alguns casos, pode atingir também os olhos.

É considerada uma doença vascular inflamatória crônica, com períodos de alívio e agravamento.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a rosácea é mais comum em mulheres, contudo, também pode acometer os homens, e neles, inclusive, os quadros costumam ser mais graves.

Continue a leitura e conheça melhor a condição e os tratamentos para rosácea mais indicados. 

Saiba mais sobre a rosácea

A doença é mais frequente na faixa etária dos 30 aos 50 anos de idade.

Embora as causas da rosácea ainda sejam desconhecidas para Medicina, sabe-se que pode afetar todos os tipos de pele, sendo mais comum em pessoas com descendência europeia e com histórico familiar da doença.

Segundo dados da National Rosacea Society (NRS), aproximadamente  90% dos pacientes com rosácea têm a autoconfiança afetada e 41% disseram evitar o contato e os compromissos sociais.

Contudo, 70% dos pacientes relataram que com o devido tratamento médico recuperaram o  bem-estar emocional e social.

Muitas pessoas confundem a rosácea com acne, no entanto, essas duas doenças são bem diferentes, tanto devido às suas características, quanto por conta dos aspectos clínicos gerais.

Conheça os diferentes tipos de rosácea

A rosácea pode se subdividir em tipos diferentes, são eles:

1. Eritemato telangiectasia: os pequenos vasos visíveis da face ficam mais evidentes na região da bochecha e próximo às narinas, a pele ganha uma intensa coloração vermelha podendo vir ou não acompanhada de ondas de calor, outra característica é a pele ressecada.  Estresse, exposição ao sol, altas temperaturas e exercícios físicos tendem a agravar o quadro. 

2. Pápula-pustulosa: costuma ser confundida com acne, pode ocorrer a formação de numerosas pápulas que agrupam-se em placas granulomatosas associadas ao tom avermelhado da pele. Períodos de melhora e agravamento costumam ser intercalados.

3. Fimatosa: tem como características principais a pele espessa, hipertrofiada, de coloração vermelha intensa e com dilatação dos poros. Há o aumento das glândulas sebáceas do nariz e também pode existir o comprometimento do queixo. É considerado um dos tipos mais incômodos.

4. Ocular: o comprometimento ocular pode ocorrer em conjunto com as lesões da pele, sendo um tipo grave de rosácea que pode avançar até a perda da visão. Os sintomas incluem coceira ocular, lacrimejamento, queimação, descamação dos cílios e vista embaçada.

5. Granulomatosa: é um tipo mais raro e com um diagnóstico mais difícil, tem como característica o aparecimento de nódulos de formato pequeno e com coloração acastanhada na face.

Apesar da rosácea não ter cura, a doença pode ficar sob controle desde que ocorra o tratamento mais adequado conforme o tipo de rosácea diagnosticado.

O dermatologista é o especialista médico mais indicado para diagnosticar e tratar a rosácea. 

Principais opções de tratamento para rosácea 

Os tratamentos para rosácea tem por objetivo evitar os incômodos para o paciente, assim como o agravamento da doença por meio do controle dos sintomas. 

As opções de tratamento incluem terapias tópicas e com medicamentos orais, bem como dispositivos de luz e intervenções cirúrgicas.

Importante ressaltar o papel de um dermatologista de sua confiança para avaliar o quadro clínico, identificar o subtipo da rosácea e orientar sobre o melhor tratamento para cada caso.

Muitas vezes o profissional pode recomendar uma associação de tratamentos, além de mudanças no estilo de vida do paciente para evitar a ocorrência de novas crises e agravamento dos sintomas.

A seguir confira as principais opções de tratamento para rosácea: 

Tratamento com antibióticos

Os tratamentos para rosácea com antibióticos podem ocorrer por via oral ou tópica. Geralmente os medicamentos orais são recomendados para casos de rosácea ocular ou com grande número de pústulas, entre os mais utilizados estão doxiciclina, tetraciclina, minociclina, azitromicina ou eritromicina.

A Isotretinoína via oral também pode apresentar eficácia, contudo uma vez que possuem possíveis efeitos colaterais severos, seu uso não é recomendado, exceto quando outras possibilidades de tratamentos não surtem melhora.

Já o uso tópico se dá através da aplicação de cremes a base de ácido azelaico, metronidazol, clindamicina, eritromicina, ivermectina e peróxido de benzoíla. 

Importante ressaltar que  corticosteroides aplicados à pele tendem a piorar a rosácea.

Tratamento com luz pulsada

Usada há muito tempo em diversos tratamentos dermatológicos, a luz pulsada estimula a produção de colágeno. É uma boa alternativa para o tratamento da rosácea, pois diminui os sintomas relacionados à vermelhidão e inflamação da pele ao destruir as telangiectasias e os vasos sanguíneos afetados, promovendo ainda a melhora da textura e redução das manchas. 

Tratamento com laser

Esse tipo de tratamento para rosácea atua na diminuição dos vasos sanguíneos, reduzindo consequentemente a coloração avermelhada da pele.  A emissão de feixes de laser de alta densidade combatem as lesões pustulosas, diminuindo assim a inflamação característica. O tratamento a laser apresenta também a vantagem de um efeito prolongado. 

Tratamento cirúrgico 

Casos graves de rosácea que evoluem para  rinofima costumam não apresentar melhora com o tratamento à base de medicamentos, sendo recomendado o tratamento cirúrgico por meio de dermabrasão. O procedimento, feito com o paciente sob efeito de anestesia, consiste em uma agressão de modo controlado à pele, reduzindo o excesso de tecido. 

Outros cuidados importantes para tratar e prevenir a rosácea

Uma vez que os sintomas da rosácea podem variar bastante de uma pessoa para outra, o tratamento deverá ser conduzido de modo individualizado pelo dermatologista responsável pelo caso.

Assim, é fundamental buscar acompanhamento médico qualificado ao notar os primeiros sintomas da rosácea e do mesmo modo evitar a automedicação.

Medicamentos comumente usados para o tratamento de acne podem provocar o agravamento das lesões características da rosácea.

Além disso, é muito importante ter conhecimento sobre os fatores que podem desencadear ou mesmo piorar a rosácea ao aumentar o fluxo sanguíneo na pele.

Entre os fatores desencadeantes da rosácea podemos citar:

Pessoas que sofrem com a rosácea, além de consultar um dermatologista para o correto diagnóstico e tratamento da doença, também devem ser orientados para adotar uma rotina de cuidados diários com a pele compatível com a doença.

Uma skincare suave também é importante para garantir o controle da rosácea.

Entre os principais cuidados estão a não utilização de produtos de limpeza abrasivos, sempre priorizar a água morna para o enxágue da pele e no momento de secar o rosto, nunca optar por toalhas grossas e ásperas.

Indivíduos com a doença devem evitar quaisquer tipos de produtos cosméticos ou voltados para limpeza da pele que provoquem queimação, ardor ou aumentem a vermelhidão típica da rosácea.

Além da atenção para escolher produtos que não causem irritação na pele, os pacientes com rosácea devem garantir a proteção  contra o sol  usando um filtro solar com proteção contra os raios UVA e UVB com FPS 30 ou superior. 

Atualmente, estão disponíveis no mercado protetores solares com formulações leves e não químicos, os chamados protetores solar mineral, que possuem na sua composição zinco ou dióxido de titânio.  Essas opções são recomendadas para pessoas com pele sensível e com rosácea.

A higienização da pele é vital para o controle mais efetivo da doença. A indicação é lavar o rosto duas vezes ao longo do dia, preferencialmente ao acordar e na hora de dormir, para remover as sujidades que podem causar irritação na pele e também a oleosidade.

Contudo, para que o processo de lavagem não gere ainda mais irritabilidade na pele deve-se fazer movimentos suaves e delicados com as pontas dos dedos, bem como com produtos específicos para este fim.

Cosméticos para Rosáea

Caso o incômodo estético do paciente com a rosácea seja grande, cosméticos podem ser utilizados para esconder os efeitos da doença, no entanto, devem ser recomendados pelo dermatologista sobre os tipos de maquiagens mais adequadas.

Uma dica importante é sempre ler com atenção os rótulos dos produtos na hora da compra. Pessoas com rosácea devem evitar dermocosméticos que tenham em sua composição ingredientes como cânfora, mentol; lauril sulfato de sódio, álcool,  fragrâncias, ácido glicólico, ácido lático e ureia.

Esses componentes podem aumentar a irritação da pele já afetada pela rosácea. 

Do mesmo modo, é sempre melhor optar por escolher as versões na forma de creme ao invés de géis e loções, assim como nunca utilizar produtos com efeito adstringentes.

Caso o produto nunca tenha sido utilizado pelo paciente anteriormente e a pessoa esteja com dúvidas se a aplicação pode causar ardor, realizar um teste é a opção mais recomendada.

Para fazer a testagem, deve ser aplicado uma pequena quantidade do produto próximo da região da pele propensa a rosácea. Atente-se que não deve ser sobre a pele onde costuma surgir a rosácea, e sim nas proximidades.

Havendo irritação, queimação, ardor ou sensação de pinicamento em um período de até 72 horas, o produto não deve ser utilizado. 

Outro cuidado fundamental quando tratamos de rosácea é a hidratação da pele, pois a doença tem como característica deixar a pele mais seca.

Por isso, para auxiliar a pele a reter mais água e consequentemente reduzir a irritação, devemos mantê-la hidratada utilizando um hidratante apropriado para a doença. Assim, mais uma vez a orientação do dermatologista nesse sentido será de grande valia.

Conclusão

Como você pode constatar ao longo deste conteúdo, não existe um tratamento padronizado para rosácea, uma doença crônica bastante comum que pode acometer principalmente homens e mulheres na idade adulta. 

Os sintomas característicos da rosácea podem ser confundidos com a acne, no entanto, as doenças possuem diferenças significativas tanto de seus sinais, quanto de opções de tratamento.

O dermatologista é especialista clínico mais capacitado para diagnosticar o subtipo de rosácea e determinar a escolha do tratamento mais adequado para atender as necessidades específicas  de cada paciente.

Os tratamentos para rosácea podem incluir desde a utilização de medicamentos orais e tópicos, como por meio de equipamentos com modernas tecnologias, a exemplo do laser e da luz pulsada.

Casos mais graves e com quadros da doença mais evoluídos, quando não há melhora com outras possibilidades de tratamento com base medicamentosa, a cirurgia através do procedimento de dermoabrasão pode ser indicada. 

Muitas vezes, o dermatologista pode adotar uma estratégia combinada de tratamentos para rosácea para obter resultados mais satisfatórios para o paciente.

Independente da escolha do tratamento adotada pelo médico dermatologista responsável pelo caso, é importante que a pessoa com rosácea saiba identificar e evitar os fatores que podem desencadear a doença.

Entre esses fatores estão a exposição ao sol, ingestão de alimentos picantes, consumo de bebidas alcoólicas, banhos quentes prolongados, praticar exercícios físicos extenuantes, situações de estresse e ainda o uso de dermocosméticos inadequados. 

Pacientes com rosácea devem reforçar a limpeza da pele, manter a atenção para fotoproteção com protetor solar mineral, hidratar regularmente a área afetada pela doença e evitar o uso de produtos que tenham em sua fórmula ingredientes que favoreçam o aumento da irritação.

Cuide da saúde da sua pele. Ao notar os sintomas da rosácea, agende uma consulta com seu dermatologista de confiança, apesar da doença não ter cura com o tratamento adequado é possível combater os incômodos sintomas e  recuperar  a autoestima para retomar as atividades cotidianas.

Para ficar sempre bem informado sobre os melhores tratamentos para doenças e condições de pele, continue navegando por nosso site.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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