Dor no Joelho: O que Pode Ser?

Descubra quais são as principais causas de dor no joelho e como tratá-las.

A dor no joelho pode ter muitas causas, desde de situações mais simples como uma inflamação que pode ser resolvida com medicação e repouso, até quadros mais graves que podem envolver traumas e a necessidade de cirurgias.

Desse modo, as dores nessa articulação podem variar a clínica e o tratamento e, por essa razão, é tão importante saber identificar corretamente o problema.

Em vista disso, hoje vamos falar a respeito de quais são as principais doenças que podem levar a problemas nessa região a fim de esclarecer um pouco como se deve agir em cada uma delas.

Confira!


1. Tendinite patelar

A tendinite patelar é uma das causas mais comuns de dor no joelho.

Ela acomete, principalmente, pessoas que realizam esportes de alto impacto que costumam forçar a região.

Como exemplo temos os jogadores de tênis e de basquete e outros atletas que realizam atividades que incluem aterrisagem.

De modo geral, o que causa a tendinite patelar é uma sobrecarga no tendão patelar por conta do uso excessivo dos músculos do quadríceps.

Assim, os músculos da região não conseguem dar conta do alto impacto gerado e acabam distribuindo parte dele para o tendão.

Dessa forma, ocorre uma inflamação da região (a qual tem como característica marcante a presença de dor) que, se não tratada, pode evoluir com lesão do tendão patelar.

1.1 Clínica

O principal achado de quem tem tendinite patelar é a dor no joelho, a qual possui uma piora pela noite.

Logo, é bastante comum que as pessoas que sofrem com o problema relatem que, ainda que consigam realizar as atividades do cotidiano normalmente, costumam sentir bastante dor na região na hora de dormir.

Ademais, também pode ser que apareçam outros sintomas como:

  • Inchaço no joelho;
  • Dificuldade para realizar movimentos;
  • Enrijecimento do joelho pelo período matinal.

1.2 Diagnóstico

O diagnóstico é realizado por um médico o qual vai colher uma história completa desde o aparecimento do problema e realizar um exame físico detalhado sobre os movimentos e musculatura do local.

Feito isso, o especialista classificará a patologia em um dos quatro graus a seguir:

  1. Grau I: quando existe uma dor leve apenas após atividade física.
  2. Grau II: presença de dor tanto durante quanto após o exercício, mas sem um prejuízo real da atividade.
  3. Grau III: a dor é sentida durante e após a atividade física e sua intensidade faz com que não seja possível a realização do esporte.
  4. Grau IV: é quando existe uma ruptura do tendão sendo indicado uma cirurgia.

2. Síndrome da dor femoropatelar

Essa causa de dor no joelho é caracterizada por existir uma inflamação na cartilagem local.

Desse modo, a pessoa vai apresentar dor difusa no local e ter dificuldade para realizar alguns movimentos.

Já em relação as pessoas mais atingidas pela problemática, podemos citar: mulheres, pessoas com excesso de peso, atletas que realizam atividade de alto impacto e qualquer um que possuir alguma alteração anatômica importante.

2.1 Clínica

O principal sintoma de quem possui essa síndrome é a dor no joelho acompanhada de dificuldades em realizar algumas atividades diárias como: subir e descer escadas ou se agachar para pegar um objeto.

Além disso, podemos citar:

  • Sensação de “areia” no joelho acometido;
  • Sinal do cinema (quando permanecer muito tempo sentado causa dor no joelho);
  • Instabilidade no local.
2.2 Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito por um médico ou um fisioterapeuta, após avaliação da história e exame físico para compreender quais são os movimentos que produzem a dor.

Ademais, pode ser solicitado alguns exames complementares como raio-x e tomografia para avaliar o grau de lesão da cartilagem.

2.3 Tratamento

O tratamento é multidisciplinar e inclui: reabilitação na fisioterapia e uso de medicamentos para o alívio da inflamação e dor.

Ademais, pode ser que aplicação de gelo e alguns alongamentos específicos acompanhados de repouso possam ser indicados.

Fora isso, a acupuntura também pode ser sugerida como terapia alternativa para o alivio do problema.


3. Bursite da pata de ganso

Corresponde a uma inflamação da bursa (uma espécie de bolsa presente no joelho a qual facilita a movimentação do mesmo).

Já as causas que podem gerar esse problema são diversas, dentre as quais podemos citar:

  • Infecção por algum patógeno;
  • Obesidade;
  • Doenças reumatológicas como artrite e gota;
  • Atividades que causam muito impacto na articulação do joelho;
  • Ou algum trauma.
3.1 Sintomas

Os sintomas também são variados, porém o principal deles é a presença de dor no joelho, mais especificamente na parte interna.

Fora isso, é possível que a pessoa apresente:

  • Febre;
  • Inchaço no joelho afetado;
  • Piora da dor com esforço físico, como subir e descer escadas;

E rigidez da articulação acometida pelo período da manhã.

3.2 Diagnóstico

O diagnóstico deve ser feito por um especialista da área, o qual observará os sinais e sintomas, dando destaque, principalmente, para a presença de dor em 2 a 3 dedos abaixo do joelho.

Ademais, pode ser que o médico peça a realização de algum exame de imagem para conseguir detalhar melhor sobre como se apresenta a inflamação.

3.3 Tratamento

A boa notícia é que essa patologia tem cura e, se realizado o tratamento de maneira correta, os resultados são excelentes!

Em primeiro lugar, é preciso garantir um repouso adequado com a parada de atividades de atividades que causem muito impacto no joelho, como treinos de academia, esportes de alto impacto e subir e descer escadas.

Além disso, podem ser prescritos anti-inflamatórios (como corticoides) e analgésicos para o alivio da dor no joelho.

Já entre as medidas não farmacológicas podemos citar: a perda de peso, a aplicação de gelo no local afetado e a realização de fisioterapia.

Dr. Marcelo Tostes – Cisto de Baker – Entenda o que é


4. Cisto de Baker

Esse tipo de cisto é caracterizado por um aumento do líquido sinovial (líquido que fica dentro do joelho e permite a correta mobilidade do mesmo).

Geralmente, esse excesso de líquido é causado por conta de alguma inflamação ou trauma que atingiu a região.

Assim, causas reumatológicas (como artrites) são os principais fatores que podem levar ao problema.

4.1 Clínica

A pessoa que apresentar o cisto de Baker vai ter como principais sintomas a dor no joelho e o inchaço regional (predominantemente na parte de trás).

Além disso, também pode ocorrer:

  • Rigidez da musculatura local;
  • E dificuldade para realizar alguns exercícios físicos

No mais, se ocorrer um rompimento do cisto pode ser que o líquido sinovial extravase para outros tecidos causando uma inflamação mais exuberante.

4.2 Diagnóstico

O diagnóstico é feito através de um exame físico detalhado por um médico especialista da área.

Ademais, pode ser que seja solicitado a realização de alguns exames de imagem (como raio-x e tomografia) para que, além de conseguir visualizar melhor o problema, conseguir descartar outras possíveis causas.

4.3 Tratamento

O tratamento desse problema no joelho envolve diversos fatores.

O primeiro deles diz respeito a medicação, no qual são utilizados medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos em vista da redução do desconforto.

Fora isso, também pode ser indicado a drenagem desse líquido por meio de uma agulha e fisioterapia para reabilitar o joelho acometido.

5. Osgood-Schlatter

Essa doença ocorre em crianças (entre 9 e 16 anos) as quais estão passando pelo período de crescimento.

A Osgood-Schlatter consiste em uma inflamação da cartilagem do joelho a qual ainda não se sabe o motivo exato.

Porém, umas das teorias mais aceitas, diz que essa patologia está relacionada com o uso excessivo da articulação, por essa razão seria mais presente em jovens que realizam algum esporte.

5.1 Clínica

A clínica da Osgood-Schlatter traz como principais sintomas:

  • Dor no joelho, principalmente abaixo da patela;
  • Inchaço;
  • Sensibilidade ao toque da região;
  • E dificuldade na realização de alguns movimentos.
5.2 Diagnóstico

A realização do diagnóstico é mediante a uma avaliação física da pessoa com um exame detalhado da região.

Entretanto, um raio-x também pode ser solicitado a fim de se observar a existência de alguma lesão (em especial na tíbia).

5.3 Tratamento

Pode apresentar melhora espontânea após algumas semanas ou meses.

Dessa forma, as medidas mais utilizadas são mais conservadoras: uso de anti-inflamatórios (AINEs), aplicação de gelo no local, exercícios de alongamento e repouso.

Porém, em casos mais graves, pode ser necessária a aplicação de corticoides na região e, até mesmo, cirurgias (caso ocorram alguma fragmentação do osso da tíbia).

6. Lesão de Menisco

O menisco é uma estrutura do joelho que é formado por tecido fibroelástico e determina o funcionamento correto da articulação por ser responsável por amortecer os movimentos realizados com a mesma.

Dessa forma, uma lesão no menisco pode ser um problema grave que pode até mesmo levar a cirurgia.

De maneira geral existem duas maneiras de causar lesão nessa estrutura:

  1. Uma forma aguda na qual acontece, geralmente, com um trauma na região (ganhando destaque os esportes que envolvem lutas).
  2. E uma forma crônica onde existe uma degeneração dessa cartilagem por causa do envelhecimento, o que começa a acontecer em torno dos 40 anos.
6.1 Clínica

O principal sintoma em relação a lesão no menisco é a presença de dor no joelho.

Sendo que, essa dor, pode variar de acordo com a intensidade da lesão e qual o local foi atingido.

Pois, se a dor for mais na região de dentro é possível que tenha atingido o menisco medial, enquanto se for mais fora do joelho é mais provável que tenha sido atingido o menisco lateral.

6.2 Diagnóstico

O diagnóstico, assim como observado em outras patologias do joelho, deve ser realizado por um especialista da área mediante a coleta da história e um exame físico detalhado.

Ademais, o uso de exames de imagem (como ressonância magnética) também pode ser solicitado para que se classifique a dimensão da lesão e a instituição do tratamento adequado para o caso.

6.3 Tratamento

Geralmente, serão prescritos remédios para o alívio da dor. Além disso, a realização de fisioterapia é de extrema importância para uma reabilitação efetiva do quadro.

Entretanto, infelizmente, em grande parte dos casos (principalmente nos mais graves) está indicada a realização de cirurgia em vista de retirar a parte lesionada.

Nesse caso, no pós-cirúrgico será prescrito alguns medicamentos específicos e a reabilitação mediante fisioterapia.

Mas atenção, caso a pessoa não busque o tratamento adequado para essa patologia, pode acontecer de ocorrer um agravamento da lesão e, consequentemente, um rompimento mais grave.

Desse modo, pode se instalar uma limitação permanente na vida do indivíduo sendo necessário que, o mesmo, tome remédios para o alívio da dor para o resto da vida.

Portanto, se você está suspeitando que possuí lesão de menisco, evite a realização de esforços e procure um médico imediatamente!


Conclusão

Após a leitura desse artigo, você conseguiu compreender algumas das principais causas que geram dor no joelho, as quais são:

  • Tendinite patelar;
  • Síndrome da dor femoropatelar;
  • Bursite da pata de ganso;
  • Cisto de baker
  • Osgood Schlatter
  • Lesão de menisco.

Assim, você pode entender melhor do que se trata, quais são os principais sintomas, como se realiza o diagnóstico e o tratamento.

Porém, mais uma vez, é importante salientar a importância de se buscar uma ajuda profissional para a realização correta do diagnóstico e tratamento.

Pois, as doenças apresentadas aqui são apenas algumas das patologias que podem causar dor no joelho.

Dr. João Arthur Ferreira

CRM-SP 19759 / RQE 3179 Atua no tratamento de reabilitação em atletas, dor aguda e dor crônica (cervicalgia, lombalgia, enxaqueca). Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura Coordenador do CEIMEC – Centro de Estudo Integrado de Medicina Chinesa – Curso de Pós-Graduação em Acupuntura Médica, reconhecida pelo CMBA (Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura).
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR).
Ex-Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

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Dr. João Arthur Ferreira

Dr. João Arthur Ferreira

CRM-SP 19759 / RQE 3179 Atua no tratamento de reabilitação em atletas, dor aguda e dor crônica (cervicalgia, lombalgia, enxaqueca). Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura Coordenador do CEIMEC – Centro de Estudo Integrado de Medicina Chinesa – Curso de Pós-Graduação em Acupuntura Médica, reconhecida pelo CMBA (Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura).
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR).
Ex-Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

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