Causas de confusão mental no idoso

Causas de confusão mental no idoso - veja mais sobre o assunto aqui

Com o avanço da idade, é normal notar a fragilização da saúde do idoso, e também, o declínio de algumas das suas funções corporais e mentais. Com isso, um dos quadros comuns na terceira idade é a confusão mental, que pode causar desorientação, dificuldades no dia a dia e ônus na vida pessoal.

Dessa forma, é de extrema importância se informar sobre as possíveis causas de confusão mental no idoso, e assim, ajudá-lo já nos primeiros sinais a buscar ajuda profissional.

Quer saber o que é a confusão mental, suas principais causas e tratamentos disponíveis? Então continue a leitura e confira em primeira mão!

O que é a confusão mental? É considerada uma doença?

A confusão mental pode ser conceituada como a incapacidade de pensar com clareza e agir de forma consciente, podendo ser súbita, passageira ou crônica. É considerada um estado de perturbação da mente, que pode ser causado por diversos motivos, desde alterações na memória, atenção, concentração, diminuição do nível de consciência. 

A confusão mental pode se mostrar em pequenos atos do dia a dia, como usar roupas de inverno no verão, demonstrar dificuldade em compreender coisas e ordens simples. Pode surgir de forma lenta, e com o tempo e progressão do quadro, pode favorecer o aparecimento de uma demência ou Mal de Alzheimer. 

Ainda, a confusão mental pode não estar associada a uma doença, mas se o idoso está com hipoglicemia (níveis baixos de açúcar no sangue) ou caiu e bateu a cabeça, e se sentir confuso, nesses casos o quadro normalmente é reversível, não é grave e só será necessário ir ao pronto-socorro, de forma rápida, para receber medicação e ficar em observação.

Apesar de o assunto ser bastante complexo e delicado, o quadro de confusão mental é bastante comum, e infelizmente pode ter muitas consequências negativas na vida do paciente, e também ser consequência de outras doenças de base. 

Contudo, se avaliada como um sintoma isolado, pode dificultar um diagnóstico mais preciso e rápido, por isso, assim que a confusão mental começar a se manifestar, o idoso deve ser levado com urgência a um especialista para um olhar mais minucioso.

Quais são os sintomas de confusão mental no idoso e como identificá-los?

confusao mental no idoso
  • Perda de concentração, em que o idoso não consegue manter o seu foco;
  • Perda de memórias recentes, não lembrando de acontecimentos que ocorreram há algumas horas ou dias;
  • Dificuldade de escrever ou falar;
  • Distúrbios de percepção, em que o idoso não reconhece pessoas que estão presentes em sua vida ou o local onde está;
  • Imaginar coisas fora da realidade;
  • Alterações visuais ou auditivas;
  • Desorientação espacial;
  • Desorientação temporal e espacial (o idoso não saiba em qual ano está ou fique confuso sobre em que período do dia está);
  • Fala letárgica;
  • Sonolência ou insônia (perturbações do sono em geral);
  • Perda de referência dentro da própria casa, como não se recordar onde fica o próprio quarto, banheiro, etc;
  • Dificuldade para executar tarefas simples do dia a dia, como comer, usar o banheiro, fazer compras habituais;
  • Dificuldade em manter uma conversa sem se perder no assunto ou se tornar agressivo sem aviso prévio ou motivo;
  • Não identificação do tempo na semana ou mês;
  • Mudanças bruscas de comportamento ou traços de personalidade, como um idoso extrovertido tornar-se excessivamente extrovertido, por exemplo;
  • Agitação ou inquietação, ou apatia extrema;
  • Alterações na percepção do ambiente;
  • Capacidade reduzida de concentração,
  • etc.

Todos esses sintomas estão ligados a confusão mental do idoso, contudo, podem estar ligados também a outros problemas de saúde. Por isso, é preciso estar sempre antenado nos sinais comportamentais do idoso para buscar ajuda o quanto antes. Além dos sintomas, há algumas pistas que podem nos ajudar a entender como identificar um possível quadro de confusão mental na terceira idade como:

  • Quando o idoso mostra dificuldade ou resistência para cumprir pequenas ordens, como ir às compras, levantar um braço ou trocar de lugar com alguém. Além disso, confusões como vestir roupas inadequadas à temperatura do dia, vestir calçados trocados ou se esquecer de manter a higiene pessoal em dia, podem ser vestígios que o idoso está passando por um possível quadro de confusão mental;
  • Estar excessivamente agitado ou parado: mexer de forma descontrolada os braços ou pernas, não responder a estímulos, como ao chamarem pelo nome ou não reagir a um toque nos ombros, etc;
  • Não conseguir responder dados do cotidiano, como qual é a estação do ano vigente, dia da semana e do mês;
  • Ter episódios de sair de casa para ir ao mercado ou outros lugares e não saber como voltar ou até mesmo passar dias fora e voltar sem saber o que aconteceu;
  • Esquecer as situações, tarefas e obrigações que tem, tendo ônus em sua vida pessoal;
  • Repetir coisas que já fez, como tomar duas vezes o mesmo remédio no dia, ou se desorientar no tempo, saindo para trabalhar em um domingo;
  • Ter comportamentos inadequados que antes não apresentava, como bagunçar locais e não conseguir arrumar no lugar depois, cuspir no chão, gritar a mesa, etc;
  • Tornar-se agressivo e machucar outras pessoas ou extremamente apático;
  • Mostrar dificuldade em manter uma conversa contextualizada e coesa, ou dizer frases de forma muito lenta ou ter fala monossilábicas (muito curtas).

Todos os itens acima são sintomas e pistas de que o idoso pode estar passando por um momento delicado de confusão mental. Por isso, caso o idoso esteja apresentando qualquer comportamento citado acima, em qualquer intensidade, ou se notar mudanças de comportamento, é importante não demorar a procurar um médico geriatra ou neurologista para ajudar com o diagnóstico certo. 

Quanto mais sintomas o idoso apresentar, maior será o grau de confusão e gravidade, e por consequência, mais complexo será o tratamento, por isso, o diagnóstico precisa ser o mais rápido possível.

Quais são as principais causas da confusão mental no idoso

A confusão mental pode ter diversas causas, e por isso, pode ser um problema de difícil diagnóstico, o que dificulta um tratamento rápido e mais assertivo para cada cada caso. Contudo, depois de anos de pesquisa e experiência na área, os especialistas concluíram que há algumas causas mais prováveis e bem evidenciadas para a confusão mental no idoso como, por exemplo:

Desidratação (leve, moderada ou grave)

A desidratação é, de forma resumida, a falta de água no organismo, que pode causar diversos sintomas, como a confusão mental e até mesmo outros problemas mais graves. Para tratar a desidratação, em primeira instância, não adiantará oferecer água em casa ao paciente, será necessário levá-lo ao hospital ou pronto-socorro mais próximo para tomar soro e repor os minerais, eletrólitos e água. 

Depois disso, é sempre importante que haja alguém que possa monitorar o idoso e mantê-lo hidratado, lembrando de consumir água com frequência, totalizando no mínimo dois litros ao dia. Manter-se hidratado é garantir a sua saúde, melhorar quadros de confusão mental e manter, também, o bom funcionamento dos rins e do coração.

A desidratação pode levar a confusão mental, pois a falta de água leva ao mau funcionamento das células cerebrais, e aumenta a quantidade de substâncias tóxicas e perigosas no sangue, provocando sintomas de desorientação.

Demência (leve ou avançada)

A demência pode ser um sintoma ou problema ligado a diversas doenças neurológicas, como Alzheimer e Parkinson. A demência não tem cura, e por isso, faz com que, ao passar do tempo, o idoso tenha menos capacidade de compreensão e cada vez menos consciência da gravidade do seu caso. 

Acidente vascular cerebral (AVC)

A confusão mental em casos de AVC (acidente vascular cerebral) é bastante comum, pois o problema de saúde não permite que a região do cérebro que foi afetada desenvolva as suas funções corretamente, provocando os sintomas da desorientação mental. Logo, em suspeita de AVC ou caso o paciente já tenha sofrido um acidente vascular cerebral, dirija-se rapidamente para um especialistas para ter um diagnóstico correto e o melhor tratamento.

Além da confusão mental, um paciente que já tenha sofrido um AVC pode perder as forças nas pernas, nos braços e ter dificuldade de falar. Caso essas sequelas sejam somadas com a falta de clareza de pensamento, muitas situações perigosas podem surgir, por isso, é preciso ter muito cuidado com essa combinação.

Doenças clínicas

É normal que a saúde do idoso seja, realmente, mais fragilizada do que a população em geral. Com isso, doenças clínicas que podem ser consideradas leves em jovens e adultos, podem surtir um efeito muito negativo na saúde do paciente na terceira idade. Essas doenças clínicas comuns que podem trazer confusão mental são problemas respiratórios, pois podem causar desorientação, hiperglicemia ou hipoglicemia, diabetes, infecção urinária, asma, etc.

Por isso, é de extrema importância que, em casos em que o idoso não possa mais se cuidar sozinho e não tenha mais a clareza mental necessária para isso, que haja alguém que verifique periodicamente sua saúde, se as consultas e exames estão em dia, etc., principalmente em pacientes que já tenham diagnósticos confirmados.

Confusão mental na internação

De acordo com estudos da Rush University Medical Center, desenvolvidos por especialistas da área das ciências neurológicas e comportamentais, idosos hospitalizados por longos períodos têm maiores chances de serem acometidos pela confusão mental. 

Pensando pelo ponto de vista cognitivo, os pacientes que têm a idade mais avançada já têm maiores chances de serem acometidos pela confusão mental. Logo, se forem submetidos a internações de longo prazo, essas chances dobram, e sua saúde psicológica pode ser extremamente abalada

A explicação é que os pacientes que se encontram internados por muito tempo desenvolvem a confusão mental por estarem há muito tempo sem a sua rotina e sem o que é seu perto de si. Esse fator influencia de forma significativa na perda de noção de tempo, além disso, o confinamento ao leito e o uso de diversos medicamentos podem contribuir para o agravamento do quadro. Logo, quanto mais debilitado o paciente estiver, maiores serão os riscos de episódios de desorientação.

Tratamentos para confusão mental no idoso

Por enquanto, ainda não existem tratamentos específicos para a confusão mental. O melhor a ser feito é acompanhar de perto o caso e tratar a doença de base que provavelmente está causando o quadro, e com isso, entender se essa é a melhor abordagem para a melhora do paciente.

Por isso, é preciso que os profissionais da saúde trabalhem em conjunto para acompanhar os casos de perto, e assim, possam oferecer a melhor abordagem para a melhora do paciente. Mas, continua sendo importante prevenir o quadro de confusão mental, já que ainda não existem tratamentos 100% focados e eficientes para esse problema de saúde.

Outras medidas que podem ajudar com o tratamento da confusão mental são: evitar o uso prolongado de medicamentos que possam ter efeitos colaterais, evitar o uso prolongado de sondas e cateteres, evitar internações de longos períodos, controlar adequadamente dores ou anginas que o idoso possa apresentar, tratar infecções em doenças em tempo hábil, não ficar restrito ao leito quando internado, etc.

Anosognosia: mantenha os sinais sob controle e garanta a qualidade de vida do paciente

confusao mental idoso

Aqui no Blog da Saúde, nos preocupamos em trazer informação relevante, verdadeira e científica, escrita por médicos, para orientar nas mais diversas situações da sua vida.

Se você tem notado qualquer um dos sintomas citados ao longo do artigo, não hesite em buscar auxílio médico e terapêutico, e assim, resgatar o seu bem-estar e qualidade de vida.

Para mais conteúdos sobre saúde física, mental, informações científicas e revisadas sobre doenças e medicações, fique sempre de olho no nosso blog.

Dr. João Arthur Ferreira

CRM-SP 19759 / RQE 3179 Atua no tratamento de reabilitação em atletas, dor aguda e dor crônica (cervicalgia, lombalgia, enxaqueca). Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura Coordenador do CEIMEC – Centro de Estudo Integrado de Medicina Chinesa – Curso de Pós-Graduação em Acupuntura Médica, reconhecida pelo CMBA (Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura).
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR).
Ex-Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

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CRM-SP 19759 / RQE 3179 Atua no tratamento de reabilitação em atletas, dor aguda e dor crônica (cervicalgia, lombalgia, enxaqueca). Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura Coordenador do CEIMEC – Centro de Estudo Integrado de Medicina Chinesa – Curso de Pós-Graduação em Acupuntura Médica, reconhecida pelo CMBA (Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura).
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR).
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