Acne Inflamada

ACNE inflamada é uma condição de pele que causa inchaços vermelhos e doloridos. São espinhas contendo pus, células mortas e excesso de óleo. As lesões de acne são mais comuns no rosto, tórax, parte superior das costas e ombros, que são áreas do corpo conhecidas por terem uma alta densidade de glândulas sebáceas.

Tipos de Acne

Os tipos de acne inflamatória podem surgir em forma de: pápulas, pústulas, nódulos e cistos. As pápulas são comedões que se desenvolvem em pequenas protuberâncias inflamadas, manifestando-se com aparência vermelha ou rosa.

As pústulas são saliências parecidas com as pápulas, mas são maiores e com pus. Os nódulos consistem em saliências sólidas que surgem abaixo da superfície da pele.

Já os cistos são o tipo mais grave de acne inflamada em que grandes protuberâncias cheias de líquido ocorrem profundamente sob a pele.

Acne Inflamatória – lesão comum

A acne inflamatória é bastante comum, podendo afetar pessoas de todas as idades, gêneros e raças, mas acontece com mais frequência em adolescentes.

A acne causa muitos efeitos negativos, especialmente, em adolescentes jovens, provocando desconforto, estresse emocional, desfiguração e até mesmo cicatrizes permanentes na pele. 

Fatores para desenvolvimentoda Acne

Diversos fatores são determinantes para o desenvolvimento da acne, o que aumenta a sua gravidade. Alguns desses fatores incluem: influência genética, estresse, sexo masculino, tabagismo e uso de medicamentos comedogênicos (como andrógenos, halogênios, corticosteróides e cosméticos para obstrução dos poros).

A acne inflamatória manifesta-se com mais frequência em pessoas que consomem muito leite, açúcares e gorduras, vivem em áreas com alta umidade, hidratam excessivamente a pele ou utilizam os hidratantes inapropriados, espremem a pele para estourar espinhas e cravos, e em indivíduos que ficam muito em contato com fumaça.

acne inflamada

4 principais fatores patológicos da Acne

Os quatro principais fatores patológicos associados ao desenvolvimento da acne são: o aumento da produção de sebo, descamação folicular irregular, proliferação da bactéria Propionibacterium acnes e inflamação da área.

Geralmente, a inflamação começa quando a bactéria P. acnes é detectada pelo sistema imunológico. Essa bactéria possui um efeito altamente inflamatório que pode levar à liberação de fatores quimiostáticos como linfócitos, neutrófilos e macrófagos, causando danos foliculares, ruptura e vazamento de bactérias, ácidos graxos e lipídios na derme circundante. É justamente esse processo que origina as lesões inflamatórias da acne, em forma de pápulas, pústulas, nódulos e cistos.

As acnes inflamatórias são preenchidas com pus e são maiores que as acnes não inflamatórias. Enquanto a acne não inflamatória (como é o caso das espinhas e cravos) está mais próxima da superfície da pele e geralmente não é inchada e nem dolorida, a acne inflamatória é mais profunda e tende a ficar dolorida e inchada.

Como a acne inflamada é diagnosticada?

O médico irá realizar o diagnóstico através de exame físico, observando a pele do paciente. Não existem testes para a diagnosticar essa condição. O paciente poderá consultar um clínico geral ou diretamente um dermatologista, que é o especialista em pele.

Qual é o tratamento para acne inflamada?

A acne inflamada leve a moderada pode ser tratada com medicamentos tópicos e orais, incluindo anti-inflamatórios e antibióticos.

Os medicamentos anti-inflamatórios tópicos para acne inflamada incluem: ácido azelaico, peróxido de benzoíla, niacinamida, retinóides e ácido salicílico.

O ácido azelaico é um ácido natural que inibe a produção de proteínas da bactéria P. acnes. É um medicamento tópico eficaz que possui propriedades bacteriostáticas, anti-inflamatórias e antioxidantes.

O peróxido de benzoíla também possui diversas propriedades, além de ter atividade bactericida comprovada contra a P. acnes. É um tratamento importante para acne leve a moderada e, embora possa ser utilizado como monoterapia por um período entre 6 a 8 semanas, costuma ser combinado com antibióticos tópicos para reduzir a resistência das espécies de P. acnes e aumentar a eficácia do tratamento.

A niacinamida é uma amida ativa da vitamina B3, composta por niacina. Possui propriedades anti-inflamatórias e seu mecanismo de ação pode ser explicado pela inibição da secreção de sebócitos, resultando em menor produção de sebo, o que reduz a oleosidade da pele.

Os retinóides tópicos, como o adapaleno, são usados ​​como monoterapia para acne inflamatória, em combinação com formas mais graves de acne ou como tratamento de manutenção. Eles possuem propriedades anti-inflamatórias, ajudando a controlar a formação de microcomedões, além de reduzir a formação de lesões existentes e a produção de sebo e normalizar a descamação do epitélio. 

tratamento para acne

O ácido salicílico é um agente ceratolítico e possui um efeito anti-inflamatório menor. Em baixas concentrações, é fungistático e bacteriostático, podendo ser encontrado em diversos produtos de venda livre para o tratamento de acne.

Entre os antibióticos tópicos, temos como opções: clindamicina, eritromicina e dapsona. É recomendado que o tratamento com antibióticos tópicos seja realizado apenas por um curto período de tempo, até 12 semanas, e que os antibióticos sejam combinados com peróxido de benzoíla, zinco ou retinóides para prevenir a resistência bacteriana. Além disso, o uso de antibióticos orais e tópicos em combinação para tratar a acne inflamada deve ser evitado.

As prescrições orais para acne inflamada incluem: antibióticos como doxiciclina ou tetraciclina; dapsona, que é um medicamento anti-infeccioso; isotretinoína, que é retinóides derivado da vitamina A; e terapias hormonais como pílulas anticoncepcionais ou espironolactona, que é um medicamento antiandrogênico.

A isotretinoína está sendo utilizada atualmente como tratamento de primeira linha para acne nodular ou inflamatória grave e é o único medicamento conhecido que possui potencial para a supressão da acne a longo prazo.

Corticosteróides tópicos também podem ser usados ​​em certas condições, como, por exemplo, quando a acne estiver em um processo muito inflamatório, mas o período de tratamento deve ser curto.

Existem ainda alguns procedimentos que podem ajudar a remover manchas inflamatórias da acne, mas devem ser realizados por um profissional qualificado e habilitado. Esses procedimentos incluem: cirurgia de acne, injeção de cortisona ou terapia de luz.

Como prevenir acne inflamada?

Evite tocar o rosto ao longo do dia, pois isso poderá levar óleo e sujeira para os poros faciais. Opte por produtos de limpeza, hidratantes e maquiagem sem óleo, à base de água e não comedogênicos. Evite estourar ou espremer espinhas e cravos, pois podem ficar inflamados.

Adote uma dieta mais saudável e livre de açúcares, leite e seus derivados. Procure lavar e hidratar o rosto todas as manhãs e noites, e principalmente após se exercitar. Não durma com maquiagem.

Lembre-se: Geralmente, a acne inflamada é uma condição crônica, que pode reaparecer durante ou após o tratamento. Então, mesmo que sua pele melhore, mantenha um bom regime de cuidados com a pele, a fim de prevenir ou minimizar futuras manchas.

Referências?

CLEVELAND CLINIC. Inflammatory Acne. 2022. Disponível em: https://my.clevelandclinic.org/health/diseases/22765-inflammatory-acne

FOX, L. et al. Treatment Modalities for Acne. Molecules, v. 21, n. 8, p.1-20. 2016. TANGHETTI, E. A. The role of inflammation in the pathology of acne. The Journal of Clinical and Aesthetic Dermatology, v. 6, n. 9, p. 27-35. 2013.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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