Síndrome do Coração Partido – Síndrome de Takotsubo

Síndrome do coração partido

O tema deste artigo é sobre a síndrome do coração partido. Esta síndrome pode atingir homens e mulheres, mas pesquisas demonstram que esta síndrome atinge em maior parte pessoas do sexo feminino no período pós menopausa. A síndrome do coração partido afeta pessoas que estejam passando por situações emocionais mais agravadas.

Toda vez que acontece uma situação de estresse, o coração pode ser afetado. Há muitos anos muitas pessoas relacionam o coração aos sentimentos, ao amor, ao ódio, às tristezas, mas o coração é um órgão vital que bombeia sangue oxigenado e nutrido para todo o corpo. O cérebro humano é responsável pelos pensamentos e, consequentemente, é na química cerebral que os sentimentos acontecem.

Coração partido

O termo “coração partido” é sinônimo de estresse, de um sentimento negativo vivido, de um problema relacional onde houveram perdas emocionais, quando há um divórcio, uma não aprovação profissional ou acadêmica, dentre outros significados.

Cardiomiopatia induzida por estresse é o nome clínico da síndrome do coração partido. Além disso, têm também uma outra denominação, chamada de Síndrome de Takotsubo, nome de origem japonesa. Foi descrita pela primeira vez por médicos japoneses, no início de 1990.

síndrome do coração partido

Perfil de pacientes mais afetados

O perfil de pacientes mais afetados, são pacientes do sexo feminino pós-menopausa. Neste perfil, o nível de estrógeno cai consideravelmente na corrente sanguínea, a baixa deste hormônio pode causar: insônia, ansiedade, irritabilidade, redução da libido sexual e dificuldades de atenção, por exemplo.

Quando o paciente passa por problemas muito graves, como perdas significativas das mais diversas naturezas, por exemplo, quando há um problema muito intenso o paciente refere uma dor muito forte no peito, podendo inclusive ser uma alteração visível no exame eletrocardiograma que avalia as ondas cardíacas, exames de sangue que verificam a incidência de infartos e problemas no coração – as troponinas, enzimas cardíacas, geralmente estão alteradas, no ecocardiograma também são visualizadas alterações, mas no cateterismo as artérias estão normais.

Essa miocardiopatia induzida por estresse faz uma espécie de estreitamento dos vasos cardíacos, ocorre um espasmo transitório onde o músculo cardíaco recebe menos oxigênio no momento do estresse e o paciente tende a procurar apoio clínico pois os sinais físicos são bastante semelhantes ao infarto. No cateterismo o infarto é descartado, por conta da normalidade anatômica das artérias.

Tratamento imediato

O tratamento imediato é a aplicação de um medicamento vasodilatador, assim o vaso dilatado promove uma melhora na oxigenação do coração, o uso de ansiolíticos com efeito sedativo ou não também é indicado, visto que o paciente está demonstrando um quadro agravado por uma situação de estresse frequentemente associada à ansiedade.

Os antidepressivos também possuem um papel importante e tanto os ansiolíticos como os antidepressivos podem ser prescritos em um primeiro momento e após se tornarem medicações de uso contínuo do paciente, para que o mesmo tenha uma melhor qualidade de vida.

Durante o atendimento hospitalar, o essencial é fazer com que o paciente se acalme e não tenha maiores complicações, sendo uma das possíveis complicações o infarto.

Acalmar o paciente, usar medicamentos para dilatar os vasos e proporcionar uma melhor circulação sanguínea, utilizar um meio farmacológico para melhorar o estresse e a ansiedade.

coração partido

O tratamento é feito a longo prazo, as indicações clínicas após o diagnóstico de síndrome do coração partido é encaminhar o paciente para o apoio terapêutico, que pode ser feito em conjunto com o psiquiatra – que prescreverá medicamentos – e o psicólogo – que fará a terapia.

Os medicamentos mais utilizados atualmente são o cloridrato de amitriptilina e também a sertralina, ambos medicamentos prescritos para pacientes que passam por crises de ansiedade. Os dois medicamentos fazem parte da portaria 344 e são vendidos apenas com prescrições médicas que seguem todos os padrões de dispensação.

Estes medicamentos devem ser indicados exclusivamente pelos médicos, mediante avaliação prévia e jamais devem ser utilizados indiscriminadamente. As associações e doses são essenciais para o sucesso do tratamento.

É importante procurar ajuda

Todas as pessoas estão vulneráveis o suficiente para terem essa crise, por isso é importante procurar ajuda quando houver qualquer desordem ou transtorno que causem desconfortos físicos e mentais, sejam eles causados por quais motivos sejam.

A orientação é muito importante, se as informações forem disseminadas para o maior número possível de pessoas, muitos problemas mais agravados serão evitados também.

Diagnóstico

A síndrome se trata então de uma contração do músculo arterial, frequentemente relacionada à menopausa nas mulheres e dos baixos índices de estrógeno.

O diagnóstico por meio de exames laboratoriais e de imagem é indispensável, visto que os sintomas e sinais são bastante semelhantes ao infarto agudo do miocárdio, exceto pelo não entupimento das artérias nesta síndrome.

síndrome do coração partido

A prevenção se dá por avaliações frequentes e consultas de checagem de saúde periódicas. A avaliação física do paciente pode sugerir práticas e tratamentos para aumentar a qualidade de vida e também em caráter preventivo.

O acompanhamento médico é fundamental, o médico pode, inclusive, indicar tratamento terapêuticos para pacientes que estejam enfrentando problemas relacionais e emocionais.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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