Tratamento para lipoma: O que você precisa saber

Tratamento para lipoma

A saúde é uma das nossas principais preocupações nos dias de hoje. Os avanços nos campos nutricionais, de produção de alimentos e na medicina, em conjunto com os avanços tecnológicos, possibilitaram que nossa longevidade tenha conseguido atingir níveis nunca antes vistos.

Porém, isso não significa que podemos ficar despreocupados com a nossa saúde. Para garantir essa longevidade, precisamos ativamente nos aproveitar desses avanços, para podermos tratar as doenças que acabamos por adquirir. E quanto mais precoce for o tratamento, maiores as chances de sairmos ilesos.

É importante lembrar também que ainda existem problemas de saúde que não apresentam solução definitiva na literatura médica. Um dos principais é o temido câncer, tumor maligno que apresenta capacidade de se espalhar por todo o corpo, parasitando seu funcionamento. Porém, quanto mais precocemente for tratado, melhores as chances de sucesso.

Devido à agressividade de certos tipos de câncer, várias campanhas a nível nacional e internacional foram desenvolvidas para auxiliar as pessoas a encontrar os primeiros sinais de que um tumor está se desenvolvendo. E o mais famoso deles consiste na procura por um nódulo situado logo abaixo da pele, como no caso do câncer de mama.

Portanto, não é incomum que as pessoas suspeitem que qualquer condição com aparência semelhante seja um tipo de câncer, o que pode causar certo sofrimento psíquico. É importante reconhecer essa possibilidade e procurar atendimento médico rapidamente, mas deve-se saber também que nem todo nódulo subcutâneo consiste em um tumor maligno.

Um dos casos mais comuns disso é o lipoma. O lipoma é um nódulo benigno, isto é, que não apresenta tendência a se espalhar pelo corpo e a danificá-la. Mas sua aparência tende a causar bastante preocupação e desconforto visual.

Felizmente, existem diversos tratamentos que são capazes de remover o lipoma.


Fatores de risco para surgimento de lipoma

Fator de riscoDescrição
Predisposição genéticaTer um histórico familiar de lipomas aumenta o risco de desenvolvê-los.
ObesidadeEstar acima do peso ou obeso aumenta o risco de desenvolver lipomas.
IdadeOs lipomas são mais comuns em adultos entre 40 e 60 anos.
Exposição a certos produtos químicosA exposição a certos produtos químicos, como a dioxina, pode aumentar o risco de lipomas.
Exposição à radiaçãoA exposição à radiação, como a radioterapia para câncer, aumenta o risco de desenvolver lipomas.

Tratamento para lipoma

Um lipoma, como o nome descreve, consiste em uma massa de gordura que se acumula de forma anormal logo abaixo da pele. Por isso, geralmente são moles, mas é possível que tenham aspecto mais firme também.

Lipomas são muito comuns e, como dito anteriormente, são benignos. Isto é, não causam problemas de saúde, embora possam ser um pouco desconfortáveis. A gordura se acumula no local, mas não tende a se espalhar para outros tecidos ou prejudicar o funcionamento do organismo.

Geralmente, a formação da massa é o único sintoma, mas em alguns casos pode causar dor ou desconforto físico também. O tamanho tende a se estabilizar, mas em certos casos pode apresentar crescimento contínuo.

Na maioria dos casos, ele é absorvido naturalmente pelo corpo após algum tempo, portanto, nem sempre é necessário um tratamento para lipoma. Porém, se desejado ou necessário, também existem formas de acelerar sua absorção ou de removê-lo completamente.

Recuperação natural

De forma semelhante ao cisto sebáceo, o lipoma consiste no acúmulo de gordura em uma região do corpo devido à formação de uma cápsula impermeável. Essa impermeabilidade dificulta a dissipação da gordura, portanto, estimula sua acumulação.

Geralmente, o lipoma desaparece sozinho após certo tempo, embora o tempo necessário para isso possa variar de uma pessoa para outra. O que permite isso é a quebra e absorção espontânea dessa cápsula impermeável, possibilitando assim que a gordura acumulada seja absorvida pelo corpo posteriormente.

É importante, porém, não basear sua forma de lidar com isso em um autodiagnóstico. O lipoma apresenta certas semelhanças com alguns nódulos malignos, como o lipossarcoma. Portanto, deve-se buscar atendimento médico, pois apenas um dermatologista é capaz de diagnosticar corretamente a condição presente.

A quebra e absorção espontânea do lipoma tende a ser o melhor tratamento no caso de nódulos pequenos e discretos, isto é, que se situam em regiões menos expostas do corpo.

Porém, em alguns casos é recomendado ou desejável a realização de algum procedimento visando o tratamento mais rápido do mesmo. Isso é especialmente o caso quando:

  • O lipoma causa grande desconforto estético, por exemplo, por ter se formado no rosto, pescoço ou nos braços, especialmente se apresentar grandes dimensões;
       
  • Ele causa desconforto físico, especialmente dor, o que é mais comum quando apresenta maiores dimensões;
       
  • Não está claro se realmente se trata de um tumor benigno, por exemplo, por crescer rapidamente;
       
  • Ele está presente no corpo a muito tempo e causa certo incômodo, embora apresente pequenas dimensões.


Aplicação de medicamentos

Atualmente, não existe medicamento oral ou cremes ou pomadas que sejam um efetivo tratamento para lipoma. Porém, é possível estimular a quebra e absorção do nódulo através da injeção de corticosteroides.

Corticosteroides são hormônios importantes para a regulação do metabolismo, apresentando diferentes funções, mas sendo especialmente importantes durante situações mais intensas.

O principal exemplo é o cortisol. O cortisol é famoso por ser o “hormônio do estresse”, visto que é produzido em maior quantidade durante situações de estresse e de alta ansiedade.

Sua principal função é regular o organismo de forma a tornar mais fácil lidar com essa situação de estresse. Isso consiste principalmente em estimular o metabolismo das fontes de acúmulo de energia, como carboidratos e gordura, de forma a fornecer mais energia mais rapidamente para combater a causa do estresse.

Essa capacidade de estimular o corpo a quebrar a gordura é o que torna uma boa opção para tratar o lipoma. Ao ser injetado diretamente no nódulo, as células dos tecidos próximos são estimuladas a utilizarem a gordura ali presente para obter maior energia, o que, consequentemente, leva à sua diminuição.

Os corticosteroides também estimulam o metabolismo de proteínas, o que contribui para a destruição da cápsula impermeável que circunda o nódulo.

A desvantagem, porém, é que os corticosteroides não podem ser utilizados com muita frequência. Esses hormônios existem para lidar com situações de estresse apenas, e acabam levando as células ao limite para garantir a sobrevivência do corpo. O uso contínuo, portanto, causa complicações.

No caso, o uso contínuo de corticosteroides na pele tende a desidratá-la e afiná-la, além de dificultar sua regeneração. Consequentemente, torna a pele menos resistente e mais propensa a infecções.

Por isso, embora seja um tratamento minimamente invasivo, nem sempre é recomendado.

Intervenções cirúrgicas

As intervenções cirúrgicas consistem nas formas mais efetivas de tratamento para lipoma. Deve-se ter em mente, porém, que existe risco associado à realização de qualquer tipo de procedimento cirúrgico, pois aumenta-se as chances de infecções e complicações hospitalares.

Os cirurgiões e hospitais de confiança realizam todas as preparações necessárias para minimizar esses riscos, mas eles sempre existem. Por isso, busque realizar uma remoção cirúrgica de um lipoma apenas caso seja necessário.

Existem dois tipos de intervenções cirúrgicas para este caso: a lipoaspiração e a excisão.

Lipoaspiração

A lipoaspiração consiste em utilizar a mesma abordagem utilizada para o procedimento estético popular de mesmo nome.

Como o nome implica, a lipoaspiração consiste na sucção da gordura armazenada. O cirurgião realiza pequenos furos em determinadas regiões do lipoma e utiliza um aparelho especializado para a remoção da gordura através da sucção.

A lipoaspiração é muito efetiva em reduzir a quantidade de gordura acumulada, e apresenta a vantagem de ser um procedimento comum. Portanto, existem muitos profissionais qualificados para a sua realização.

Porém, a lipoaspiração está associada a várias possíveis complicações no pós-operatório. O método usado torna o procedimento menos invasivo, mas também apresenta menos controle sobre a remoção de gordura e a recuperação do local. Dessa forma, há mais chance de ocorrerem infecções bacterianas, remoção incompleta da gordura ou contaminação do sangue devido à gordura presente.

No caso específico do lipoma, a lipoaspiração pode também não ser capaz de solucionar o problema no longo prazo. A sucção do lipoma não ocasiona necessariamente a quebra ou remoção da cápsula impermeável. Portanto, a gordura pode voltar a se acumular no local, resultando na regeneração do lipoma, ainda que de forma parcial.

Excisão

A excisão se trata da remoção completa do nódulo, em conjunto com a remoção da cápsula, sendo, portanto, um ótimo tratamento para lipoma. O procedimento específico realizado depende do tamanho do lipoma, mas envolve a abertura e retirada manual do mesmo.

No caso de nódulos pequenos, é possível remover a cápsula em conjunto com o nódulo de gordura. Realiza-se um pequeno corte na pele sobre o lipoma, sem afetar a cápsula. Esse corte é então aberto, revelando-a. Dessa forma, é possível removê-la intacta com o auxílio de uma pinça.

Para um nódulo de maiores dimensões, realizar esse procedimento é mais difícil e arriscado, visto que envolve realizar uma abertura de grandes dimensões no local. Portanto, nesses casos, o processo é um pouco mais lento.

Realiza-se uma abertura que permite atingir diretamente a gordura, rompendo, portanto, a cápsula. A gordura é então retirada, deixando apenas a cápsula, que é retirada posteriormente. É um procedimento um pouco mais longo, mas o resultado é o mesmo.

A principal vantagem do procedimento é a remoção completa da gordura acumulada em conjunto com a remoção completa da cápsula, impedindo que o lipoma se forme novamente no mesmo local com a mesma facilidade.

É uma cirurgia relativamente simples, mas que deixa uma cicatriz no local em que foi realizada. Cremes cicatrizantes podem também ser receitados para auxiliar a recuperação.

Sobre o lipoma

Tratamento para lipoma

Não se sabe com precisão quais são as causas do lipoma. Porém, devido à sua maior prevalência em algumas famílias em comparação a outras, suspeita-se que haja certa predisposição genética envolvida. Algumas síndromes também aumentam a predisposição ao seu desenvolvimento, como a síndrome de Gardner, de Madelung e de Cowden.

Existem também algumas hipóteses em investigação, mas que ainda não apresentam evidências conclusivas, como a possibilidade de estar relacionada a impactos físicos na região, à obesidade e ao ganho rápido de gordura.

O lipoma se forma principalmente devido à formação espontânea de sua cápsula. Essa cápsula impermeável, por sua vez, se forma com o acúmulo de proteínas e outras substâncias logo abaixo da pele. Dentre essas proteínas se encontra, por exemplo, a queratina, substância impermeável que compõe a epiderme.

Esse acúmulo pode, portanto, surgir de uma dificuldade de escoar essas proteínas e substâncias produzidas pelo corpo durante sua manutenção natural.

A criação dessa cápsula então permite o acúmulo de outras substâncias que seriam naturalmente absorvidas pelo corpo ou posicionadas em algum outro local. No caso do cisto sebáceo, por exemplo, se trata do sebo naturalmente produzido pelo corpo.

PatologiaDescrição
Excesso de lipídeosLipomas são compostos de excesso de células de gordura que formam um nódulo na pele.
Maquiagem celularOs lipomas são compostos de células adiposas maduras, bem como de tecido fibroso e vascular.
Taxa de crescimentoOs lipomas geralmente crescem lentamente e podem permanecer do mesmo tamanho por anos.
LocalizaçãoOs lipomas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, mas são mais comuns no pescoço, ombros e costas.

No caso do lipoma, se trata de gordura, que seria normalmente armazenada no tecido adiposo ou utilizada pelo corpo para produção de energia.

Esse acúmulo não traz complicações. Porém, há a possibilidade do lipoma crescer rapidamente, atingir grandes proporções e ser doloroso, portanto, pode causar incômodo considerável à pessoa que o apresenta.

O aparecimento de um nódulo no corpo é motivo para buscar atendimento médico, especialmente caso seja notado que apresente crescimento rápido. Existe a possibilidade de se tratar de um tumor benigno, o que implica em menor necessidade de atenção sobre ele, mas também pode se tratar de um tumor maligno, o que exige ação imediata.

O lipoma pode ser facilmente confundido com o lipossarcoma, tipo raro de câncer que atinge as células do tecido de adiposo e também forma um tumor que contém gordura. Nos estágios iniciais, é difícil diferenciá-los, o que requer um processo diagnóstico especializado, podendo ser necessária a realização de uma biópsia para diagnóstico diferencial.

Conclusão

O lipoma é um nódulo benigno e inofensivo, sendo relativamente comum. Algumas pessoas apresentam predisposição genética a formá-los, e ele também pode ser formado por consequência de alguma outra condição.

Embora possa parecer com um tumor maligno, ele não causa prejuízo aos tecidos ao redor, nem tende a se espalhar para outras partes do corpo. Geralmente é solitário, mas é possível que uma pessoas apresente mais de um ao mesmo tempo, especialmente se apresentar predisposição a desenvolvê-los.

Mesmo sendo benignos, podem ser um tanto incômodos, especialmente caso apresentem maiores dimensões, estejam presentes em uma parte muito exposta do corpo, ou sejam dolorosos.

Esses nódulos tendem a desaparecer espontaneamente após certo tempo. Porém, caso desejado ou necessário, também existem alguns procedimentos capazes de removê-lo, cessando o incômodo físico e visual e, em certos casos, diminuindo drasticamente as chances dele se formar novamente.

É importante, porém, não basear sua saúde no autodiagnóstico. O lipoma apresenta grandes semelhanças com os estágios iniciais de alguns tipos de câncer, e apenas um dermatologista é capaz de realizar o diagnóstico preciso de um nódulo na pele.

O lipoma é perigoso?

Não, os lipomas não são perigosos. Lipomas são tumores benignos feitos de células de gordura que podem se formar em qualquer parte do corpo. Eles geralmente são macios e móveis e não causam dor, a menos que pressionem um nervo. Embora os lipomas não sejam cancerígenos, eles podem causar problemas estéticos dependendo de sua localização.

Lipomas podem voltar?

Sim, os lipomas podem recorrer. Os lipomas tendem a recorrer no mesmo local do tumor original, embora também possam se formar em locais diferentes. Eles também podem recorrer após serem removidos cirurgicamente, embora isso não seja comum. Se um lipoma for removido e ele recorrer, é importante que seja examinado por um médico para garantir que não, seja outra lesão.

Existem riscos na remoção dos lipomas?

Sim, para qualquer procedimento, pode haver um mínimo risco de infecção, sangramento local e cicatrização ruim. A remoção do lipoma, para a maioria dos casos, é um procedimento simples e seguro, realizado em consultório médico.Além disso, existe o risco de recorrência se o lipoma não for completamente removido. Por esse motivo, é importante discutir os riscos e benefícios da remoção do lipoma com um médico antes de prosseguir.

É possível prevenir lipomas?

Não, não há nada que possa ser feito para prevenir os lipomas. Lipomas são tumores benignos feitos de células de gordura que podem se formar em qualquer parte do corpo. A causa dos lipomas é desconhecida e não há nenhuma maneira conhecida de impedir sua formação. No entanto, é importante estar ciente de quaisquer alterações no tamanho ou na forma de um lipoma existente e entrar em contato com um médico se surgirem novos lipomas.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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