Sono excessivo no idoso: causas, consequências perigosas e tratamentos

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A nossa saúde depende de diversos fatores para que esteja sempre em dia. Na terceira idade, isso se intensifica ainda mais, pois as necessidades do corpo e do organismo são diferentes. Com a chegada da idade, é relativamente comum notar algumas mudanças de comportamento e sintomas, como o sono excessivo no idoso. E, ao contrário do que muitos imaginam, o excesso de sono pode ser até mesmo mais prejudicial para o idoso do que a privação de sono, sabia?

Na terceira idade, o corpo precisa de oxigenação e movimento para manter o seu tônus e sustentar a saúde do idoso, que já é fragilizada naturalmente. Com horas de sono em excesso e muito repouso, os músculos vão se atrofiando aos poucos, o que pode trazer diversos problemas no futuro. 

Além disso, o sono excessivo pode ser sintoma de algo mais grave. Por isso, jamais deve ser subestimado, é importante levar o idoso a uma consulta urgente para descobrir o problema de base, corrigir, se possível, e devolver a sua qualidade de vida.

Quer saber mais sobre a hipersonia, o excesso de sono no idoso, quais são as suas prováveis causas e como esse problema pode ser manejado? Então continue a leitura com a gente e confira ao longo do artigo mais informações!

Sono excessivo no idoso

O sono é essencial para a nossa saúde. Sem ele, não temos energia, pique e disposição para viver os nossos dias, pois o cérebro não descansa, e por consequência, o nosso corpo também. É no sono que a nossa mente é reparada, os hormônios são equilibrados e podemos descansar da correria do dia a dia.

Mas, ao falar sobre o sono na terceira idade, o assunto fica um pouco diferente. Apesar de compreendermos que, nessa fase da vida, o cansaço é maior e o esforço para pequenas tarefas também, o excesso de sono não deve ser relacionado a esses fatores, visto que pode ser o sinal de diversos problemas de saúde, ou até mesmo depressão.

Muitos idosos sofrem com falta de empatia ou conhecimento de quem os cerca, sendo até mesmo taxados como preguiçosos ou sem vontade, assim como a sociedade julga, erroneamente, as pessoas com depressão. Mas, quem não passa pelo problema não entende que está além das forças do paciente, o sintoma é tão forte, que muitas vezes não há o que fazer, a não ser dormir e esperar se sentir melhor, enquanto ainda não busca um tratamento efetivo.

De acordo com uma pesquisa feita pela Academia Americana de Neurologia, os idosos que sentem muito sono durante o dia apresentam mais riscos de desenvolver doenças cardiovasculares, doenças metabólicas (como a diabetes, por exemplo), cânceres, etc. Além disso, os pesquisadores defendem que a atenção à qualidade de sono e tempo podem ser um fator chave para o diagnóstico precoce de diversos problemas de saúde.

Com isso, concluímos que, além da importância de compreender de onde vem o excesso de sono, é possível corrigir o problema com assertividade o quanto antes, e assim, ter uma melhora significativa na qualidade de vida. O geriatra, neurologista e médico do sono são essenciais na jornada, mas, a família e o cuidador também devem estar envolvidos, com atenção e empatia, para ajudar nessa mudança de estilo de vida e com o tratamento proposto.

Abaixo, vamos entender um pouco mais sobre as possíveis causas da sonolência diurna no idoso, aquela sonolência que se estende desde a hora em que a pessoa acorda até à noite. Vamos lá?

Quais podem ser as causas da sonolência excessiva no idoso?

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A sonolência excessiva no idoso, sobretudo a diurna, pode estar associada a diversas causas e até mesmo doenças clínicas. Abaixo, conheça um pouco mais sobre elas e como estão relacionadas com a hipersonia.

Depressão

A depressão é bastante comum na terceira idade por diversos fatores diferentes. Um dos sintomas clássicos da depressão, em todas as idades, sobretudo em idosos, é a hipersonia, o excesso de sono diurno. Contudo, esse sintoma ou até mesmo a depressão podem passar batidos pelos familiares, cuidadores e o próprio idoso.

Ao notar mudanças de comportamentos, além do excesso de sono, como desânimo, apatia, isolamento social, irritabilidade e outros, converse com o paciente e procure ajuda médica o mais rápido possível. Com tratamento adequado, é possível restabelecer a qualidade de vida em um tempo hábil significativo.

Deficiência de nutrientes ou desnutrição

Com o avanço da idade, o corpo e o organismo passam por diversas mudanças, e com isso, a perda de nutrientes ou dificuldade de absorção se tornam mais comuns. Assim, há o favorecimento de quadros de anemia, deficiência de vitaminas ou em casos mais graves, sarcopenia, que é a diminuição da massa magra, um processo já natural na terceira idade, mas não pode ser acentuado.

Carência de ferro, vitamina B12 e outros nutrientes são as causas mais comuns de excesso de sono e cansaço no idoso e na população em geral. Com isso, é de extrema importância manter os exames de sangue em dia, e se precisar, usar suplementos recomendados pelo médico para repor os nutrientes.

Demências

O excesso de sono pode ser um sinal de alerta para problemas neurológicos sérios, e que precisam ser avaliados por neurologistas ou psiquiatras com urgências. As demências podem ser de origem degenerativa ou associadas a doenças psiquiátricas, como a esquizofrenia grave, se não tratada corretamente. 

No caso das demências degenerativas, quanto mais rápido for o diagnóstico, melhores serão as chances de reverter os sintomas e trazer mais qualidade de vida ao idoso, evitando também a progressão da doença.

Narcolepsia

A narcolepsia é uma doença crônica com manifestações clínicas que afetam o sono do paciente. Apesar de não oferecer um risco de vida direto ao idoso, por ser uma doença crônica, acaba trazendo consequências à saúde e fazendo com que o excesso de sono atrapalhe o dia a dia do paciente.

Os ataques de sono incontroláveis e a cataplexia, que é a perda breve e repentina do controle voluntário dos músculos, que ficam fracos ou paralisados, são duas das manifestações clínicas mais comuns e debilitantes da narcolepsia.

Efeito de medicamentos

Outra causa bastante comum do excesso de sono no idoso são os efeitos de diversos medicamentos. Alguns antidepressivos, como a sertralina e a amitriptilina são conhecidos por causar sono, ou neurolépticos, também conhecidos como antipsicóticos, como a quetiapina e a risperidona, usados para o tratamento de depressão refratária, transtornos de humor, esquizofrenia, etc., são associados ao excesso de sono.

Além disso, alguns medicamentos usados para o tratamento de doenças cardiovasculares diminuem a pressão arterial e podem causar tonturas, sono em excesso e a sensação de cansaço e peso nos olhos. Os anti histamínicos, como a dexclorfeniramina e loratadina, usados para tratamento de rinite, também são associados à sonolência em excesso.

Se essa for a causa, é importante verificar com o médico a hipótese de trocar as doses para o horário da noite, ou, se possível, até mesmo trocar a classe de medicações. Contudo, essa decisão precisa ser tomada por um médico, para que não haja consequências negativas para a saúde do paciente.

Doenças clínicas e hábitos do idoso

Há algumas doenças clínicas que são associadas com o excesso de sono e a redução das atividades cognitivas do idoso. Além disso, alguns hábitos ou fatores do estilo de vida do idoso podem contribuir para esse quadro, como a diminuição de exposição ao sol, falta de estímulos físicos e cognitivos, etc.

As doenças clínicas mais ligadas ao excesso de sono são o hipotireoidismo, que é o funcionamento irregular da tireoide, a hipoglicemia, má ventilação pulmonar nos brônquios, doenças renais, pressão baixa, diabetes, desequilíbrios metabólicos, etc. Além disso, as doenças do sistema nervoso central como AVC, doença de Parkinson também podem trazer o excesso de sono.

Apneia do sono

Por fim, a apneia do sono também pode ser uma das explicações para o excesso de sono, visto que esse problema de saúde interrompe o ciclo do sono com pequenos despertares, onde o paciente nem percebe que acordou várias vezes durante a noite, e com isso, se sente cansado no dia seguinte.


Como saber se o idoso está dormindo demais? Qual é a média de sono ideal por dia?

sono excessivo idoso

Tudo em excesso faz mal, até mesmo o sono. No caso do excesso de sono, isso traz efeitos diretos no organismo do idoso, pois além da sonolência, as noites não oferecem o sono reparador que o corpo precisa por ter dormido durante o dia, e as noites mal dormidas causam fadiga, perda de memória e podem até mesmo favorecer o desenvolvimento de diabetes, hipertensão, etc.

O ideal é que não sintamos sono durante o dia, em nenhuma idade, sobretudo os idosos, exceto em casos de noites mal dormidas, por exemplo, pois o corpo ainda está cansado e precisa recuperar energias. 

Para saber se alguém está dormindo em excesso, observe o seu comportamento e mudanças. Períodos de sono que excedem 9 horas ou “sonecas” de 5 ou 6 horas diárias já são indícios de que há algo errado e o idoso está dormindo mais do que o necessário.

Um idoso saudável precisa, em média, de 7 ou 8 horas de sono por noite, e além disso, é comum que com o envelhecimento e passar do tempo, a quantidade de horas de sono necessárias diminua um pouco. Por isso, noites de sono com períodos superiores a 9 horas e sonecas muito longas já podem ser consideradas perigosas.


Perigos e consequências da sonolência diurna nos idosos

É normal que, ao atingir a terceira idade, uma série de mudanças aconteçam em nossa rotina para se adaptar a essa nova fase. A diminuição de atividade física, uso de medicamentos, fragilização da saúde e aposentadoria podem afetar o padrão de sono do idoso, logo, será natural que ao longo do tempo uma das queixas seja a sonolência excessiva.

Mas, o sono em excesso pode trazer muitos perigos e consequência a saúde do idoso. Um sono fragmentado ao longo da noite não permite que o corpo descanse e se renove como deveria, o que pode ser causado por um período de sono muito longo durante o dia, e assim, o corpo se sente tenso e agitado quando deveria dormir, à noite. 

Além de o corpo não se recuperar como deveria, podem acontecer episódios de falta de memória, problemas de concentração e até mesmo a imunidade baixa, pois o corpo não se regenera como é o ideal durante uma noite de sono bem dormida. As chances de doenças cardiovasculares e diabetes também aumentam ao dormir em excesso durante o dia, por diminuir a atividade venosa e metabólica do idoso.

A sonolência excessiva se mostra perigosa, principalmente quando associada a medicações que causam sono ou sensação de entorpecimento, como os tranquilizantes, barbitúricos ou antipsicóticos, ao aumentar as chances de quedas, que na terceira idade podem trazer grandes problemas, como fraturas ósseas, contusões, etc.

Dormir um pouco durante o dia pode até mesmo ajuda a trazer mais disposição ou repor o cansaço de um sono perdido na noite anterior. Contudo, se for em excesso, pode trazer esses perigos à saúde do idoso ou até mesmo sinalizar um problema maior.


Tratamento do sono excessivo no idoso

Ao perceber os sintomas da hipersonia em si mesmo ou em um idoso, é normal que haja a curiosidade e a busca por conteúdos de qualidade para se informar sobre o assunto. Contudo, além da informação, é preciso ter um diagnóstico assertivo e assim, investir no tratamento para corrigir o problema o mais rápido possível.

O tratamento do sono excessivo pode ser feito pelo geriatra ou neurologista, e vai depender do grau e do motivo do quadro. Medicamentos podem ser empregados em casos pontuais, como o pemoline, metilfenidato, modafinil ou estimulantes. 

Contudo, é preciso de orientação e indicação médica, a automedicação é extremamente perigosa. Além disso, é possível contar com um médico do sono e alguns exames como polissonografia, tomografia, ressonância magnética, etc., para ajudar em um diagnóstico e tratamento mais certeiros.


Sono excessivo no idoso: observe o padrão de sono do idoso e busque ajuda especializada ao aparecem sintomas

Aqui no Blog da Saúde, nos preocupamos em trazer informação relevante, verdadeira e científica, escrita por médicos, para orientar nas mais diversas situações da sua vida.

Se você tem notado qualquer um dos sintomas citados ao longo do artigo, não hesite em buscar auxílio médico e terapêutico, e assim, resgatar o seu bem-estar e qualidade de vida.

Para mais conteúdos sobre saúde física, mental, informações científicas e revisadas sobre doenças e medicações, fique sempre de olho no nosso blog.

Dr. Andrew Seung Ho Park

CRM-SP: 157730 RQE: 67991 | Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Residência Médica de Fisiatria pelo HC-FMUSP. Residência Médica em Neurofisiologia Clínica pelo HC-FMUSP. Pós-Graduação em Dor pelo Centro de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Professor Colaborador do CEIMEC – Centro Integrado de Estudo em Medicina Chinesa. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR).

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Dr. Andrew Seung Ho Park

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CRM-SP: 157730 RQE: 67991 | Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Residência Médica de Fisiatria pelo HC-FMUSP. Residência Médica em Neurofisiologia Clínica pelo HC-FMUSP. Pós-Graduação em Dor pelo Centro de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Professor Colaborador do CEIMEC – Centro Integrado de Estudo em Medicina Chinesa. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR).

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