Pomada para escaras: como funciona e quando é indicada

Pomada para escaras

O tratamento das escaras deve ser orientado por um médico.

Com o envelhecimento, surge a necessidade de outros tipos de cuidado com o corpo. Esse processo pelo qual nosso organismo passa a todo momento, embora seja natural, traz novas sensibilidades e maior propensão à ocorrência de determinados problemas de saúde.

Isso se agrava também quando em conjunto com as condições desenvolvidas durante a juventude e a idade adulta, assim como fatores genéticos. O desenvolvimento de diabetes e outras doenças crônicas pode agravar a perda de energia da velhice e intensificar a fraqueza do organismo.

Como resultado, é comum que haja maior necessidade de atenção médica e hospitalar, ou que essa atenção tenha de ser constante, visando prolongar a vida do paciente. Consequentemente, muitas pessoas idosas passam muito tempo acamadas, seja em hospitais, na própria casa, ou na casa de parentes.

Porém, o nosso corpo está adaptado a uma vida fisicamente ativa. A atividade física é crucial para manter o funcionamento pleno da circulação sanguínea e, por consequência, a distribuição correta de nutrientes pelo corpo. E essa distribuição de nutrientes é essencial para a saúde dos tecidos do corpo.

A imobilização por longos períodos pode, portanto, comprometer essa circulação, especialmente devido à pressão ao corpo causada pelo seu próprio peso. Disso, é possível que surjam as escaras. Nesse caso, é necessário que ações sejam tomadas rapidamente, visando evitar a ocorrência de complicações.

Uma das formas de fazer isso é através do uso de pomada para escaras.

Pomada para escaras: como funciona

As escaras podem progredir rapidamente. A velocidade da progressão tende a variar com as características do paciente. Em alguns casos, é possível que a formação da ferida não seja notada, pois tende a ocorrer nas partes do corpo que se mantêm encostadas na cama, e pode haver perda de sensibilidade no local.

As escaras geralmente se iniciam com a formação de uma região de coloração avermelhada, que pode não ser dolorida. É uma consequência da dificuldade de circulação no local. Esse estágio é o mais leve, e nesse estágio as escaras tendem a desaparecer espontaneamente, contanto que a circulação plena seja reestabelecida.

Porém, esse estágio nem sempre está presente, e pode não ser visível em pessoas que apresentam pele escura, além de ser sutil e ser semelhante a outras possíveis condições.

O prejuízo à circulação tende, porém, a evoluir para a formação de uma ferida. Geralmente, isso se inicia com a formação de uma bolha, sinal de rompimento da epiderme, que progride para a formação de uma úlcera superficial, de coloração vermelha.

Só haverá dor partindo da região caso a sensibilidade tenha se mantido. Portanto, nem sempre fica claro que a úlcera está se desenvolvendo.

A formação dessa lesão, além de danificar o tecido, também torna o corpo mais propenso a infecções bacterianas. Abre-se uma porta direta para a circulação sanguínea e os tecidos internos do corpo, forma-se um local propício para o desenvolvimento de bactérias (quente, úmido e com substâncias das quais podem se alimentar) e há menor atuação por parte do sistema imunológico, devido aos prejuízos à circulação e à debilidade do paciente.

Portanto, nesse estágio, é essencial que ações sejam tomadas para o tratamento rápido da lesão, visando evitar a ocorrência de infecções e também evitar a progressão das escaras.

No caso de lesões de pequenas dimensões, simplesmente eliminar a fonte da pressão por um tempo pode ser suficiente para sua recuperação. Porém, em lesões mais extensas e em pessoas que apresentam problemas relacionados à circulação sanguínea e ao sistema imunológico, é necessário um tratamento mais ativo.

Uma das formas de fazer isso é através de pomadas específicas para escaras. O objetivo dessas pomadas é acelerar a cicatrização. Com isso, a ferida se mantém aberta por menos tempo, diminui-se as chances dela progredir, e também diminui-se as chances de ocorrer uma infecção.


Pomadas para escaras disponíveis

Algumas sugestões disponíveis incluem:

Produto
Dersani Loção Oleosa
Pielsana Polihexanida Solução Aquosa
Pielsana Sabonete Líquido Antisséptico
Pielsana Óleo Dermoprotetor
Gel Pielsana Dermoprotetor
Óleo Cicatrizante Curativo Dermanutri
Geriaderm AGE Creme Contra Assadura
Óleo de Girassol Mió Almotolia
Moph Derme Loção Oleosa A.G.E Spray
Moph Derme Loção Oleosa A.G.E


Para auxiliar no combate a infecções, a pomada para escaras também pode apresentar substâncias antimicrobianas, e para auxiliar na regeneração e contribuir para a saúde da pele, pode conter também substâncias hidratantes. O tratamento também pode ser acompanhado do uso de antibióticos, de forma preventiva.

Visando evitar a ocorrência de alergias ou outras possíveis complicações decorrentes do uso das pomadas, é importante que a pomada utilizada seja a recomendada pelo médico que realiza o acompanhamento do paciente, e sua utilização corresponda às instruções do médico e da bula.

Entendendo as escaras

As escaras são o resultado da circulação sanguínea estar prejudicada em determinada região do corpo, especialmente devido à pressão constante sobre essa região, por exemplo, devido à pessoa estar constantemente acamada. Como resultado, costuma ocorrer na parte traseira do corpo, como na parte de trás da cabeça, nas costas, nos calcanhares, entre outras regiões.

Ela é normalmente categorizada em quatro estágios. A progressão comumente segue esses estágios, mas é possível em certos casos que os estágios iniciais não estejam presentes ou não sejam notados.

  • Estágio 1: é o estágio mais leve. Trata-se apenas da formação de vermelhidão no local em que a circulação está prejudicada, sendo esse normalmente o único sintoma. Isso pode ser aliviado simplesmente removendo-se a fonte de pressão e estimulando a circulação no local.
  • Estágio 2: consiste na formação inicial de uma ferida. Se inicia com a formação de uma bolha, causando o rompimento da epiderme, que progride para a formação de uma úlcera superficial. Apresenta cor visivelmente vermelha.
  • Estágio 3: a lesão ganha profundidade, atingindo os músculos da região e adquirindo uma coloração arroxeada. Há perda da espessura da pele e o risco de infecção aumenta consideravelmente. Pode haver também ocorrência de necrose, na forma de um nódulo duro no centro da ferida.
  • Estágio 4: estágio mais profundo. Há destruição dos músculos e exposição dos ossos e articulações. Há necrose em grandes extensões.

As escaras, portanto, apresentam grande potencial destrutivo, e, com a progressão, o risco de infecção aumenta, o que é muito perigoso para pessoas que apresentam sistema imunológico debilitado.

A melhor forma de lidar com as escaras é, portanto, através da prevenção. Devem haver medidas para evitar que regiões do corpo se mantenham comprimidas por longos períodos.

Caso seja possível, uma das melhores formas é através da atividade física leve. O paciente deve ser periodicamente levantado da cama e estimulado a caminhar por um curto período, ou fazer algum outro tipo de atividade que estimule a circulação.

Por outro lado, caso seja necessário que o paciente se mantenha acamado, ou esteja inconsciente, deve-se periodicamente modificar as regiões que estão mantidas comprimidas. Isso pode ser feito, por exemplo, virando-o para um lado ou para o outro.

O uso de almofadas, colchões especiais e outros métodos que aliviem essa pressão também tendem a ser eficazes.

Deve-se sempre ficar atento à formação das escaras e tratá-las rapidamente sempre que forem notadas.

Outros tratamentos

O tratamento utilizado para as escaras depende muito do estágio em que estiver presente. No primeiro estágio, por exemplo, simplesmente reestimular a circulação no local afetado já é suficiente para parar sua progressão.

No caso do segundo estágio, a pomada para escaras é a forma mais rápida e conveniente de tratá-la. É fácil armazená-la e mantê-la próxima, assim como é fácil aplicá-la, além de ser muito eficaz para o tratamento e para a recuperação do local.

O uso de pomadas também deve ser acompanhado do devido tratamento da lesão. Isso implica a aplicação de curativos e troca regular dos mesmos, visando impedir que a lesão se intensifique devido ao atrito e diminuir as chances de uma infecção se desenvolver. O ferimento também deve ser limpo com frequência, especificamente durante a troca do curativo.

Além das pomadas, o uso de tratamento a laser também se mostra eficaz, especialmente para estimular o retorno da circulação na região. Porém, não é tão conveniente quanto a pomada, visto que é necessário um aparelho específico e treinamento especializado.

No caso de escaras em estágios mais avançados, é preciso também a realização de outros tratamentos visando diminuir a velocidade de progressão e também diminuir as chances de infecções ocorrerem.

No terceiro estágio, por exemplo, é necessário realizar o desbridamento, isto é, a remoção do tecido necrosado. A presença desse tecido facilita a multiplicação de bactérias e dificulta a limpeza do tecido ainda vivo, portanto, precisa ser retirado.

Isso pode ser feito tanto manualmente, através da hidratação e tratamento adequado da lesão, o que estimula o descolamento espontâneo do tecido necrosado, como através de intervenções cirúrgicas, removendo o tecido com o auxílio de um bisturi. O tratamento a ser usado depende da extensão da necrose e das características do paciente.

No caso do quarto estágio, além do desbridamento, é preciso também realizar medidas mais extremas para possibilitar o fechamento da lesão. Isso pode ser feito, por exemplo, através do uso de enxertos de pele, retirando a pele de regiões mais saudáveis do corpo para isso. Em certos casos, é possível que seja necessário realizar a amputação do membro em que esteja presente, caso isso seja possível.

A melhor forma de controlar as escaras é, portanto, evitar sua formação e tratá-las em seus estágios iniciais caso se formem, sendo o uso de pomada para escaras uma das principais ferramentas para isso, graças à sua facilidade de uso e grande efetividade nesses casos.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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