Exame de ACTH: para que serve?

Exame de ACTH

O Exame de ACTH é um exame de sangue que mede a quantidade de um hormônio chamado adrenocorticotrófico (ACTH). A hipófise (ou glândula pituitária) é uma glândula localizada na base do cérebro que produz o hormônio adrenocorticotrófico. 

Esse hormônio faz com que as glândulas supra-renais, que ficam na parte superior dos rins, produzam cortisol, o “hormônio do estresse”. Quando um indivíduo manifesta sintomas relacionados a níveis anormais de cortisol, o médico pode solicitar exames para verificar os níveis de ACTH.

O cortisol possui funções importantes no organismo, desde que esteja atuando em concentrações adequadas. Esse hormônio ajuda o corpo a controlar a pressão arterial e responder adequadamente a infecções.

Exame de ACTH 1

Se o médico suspeitar que a glândula pituitária ou adrenal de um paciente está produzindo muito ou pouco ACTH ou cortisol, é provável que ele recomende o exame de ACTH. Geralmente, esse é um exame feito juntamente com um teste de cortisol, pois os sintomas de muito ou pouco ACTH vêm principalmente de ter muito ou pouco cortisol.

Exame ACTH 2 1

Os sintomas relacionados ao excesso de cortisol devido ao excesso de ACTH incluem: ganho de peso; manchas roxas em algumas partes do corpo; quantidade maior de pelos no corpo; fraqueza muscular; fadiga; contusões; acne e hiperpigmentação.

Já os sintomas associados a pouco cortisol são: perda de peso; manchas escuras na pele; fadiga; tonturas; problemas gastrointestinais e desejo de comer sal.

O exame de ACTH também possibilita ao paciente saber se ele tem outras condições, como Síndrome de Cushing, doença de Addison, algum tumor fora da glândula pituitária ou produção insuficiente de hormônios pela glândula pituitária e adrenal.

A Síndrome de Cushing é uma condição de hipercortisolismo, que ocorre quando o organismo é exposto a concentrações altas de cortisol por um longo período de tempo. Um tumor na glândula adrenal pode levar à produção excessiva de cortisol, assim como o uso excessivo de corticosteroides orais ou injetáveis, como a prednisona.

Exame de ACTH 2 1

Os sintomas da Síndrome de Cushing dependem de quão elevados são os níveis de cortisol e incluem ganho de peso, especialmente na face e abdômen, depósitos de gordura entre as omoplatas, diabetes, hipertensão, hirsutismo em mulheres, fraqueza muscular proximal e osteoporose. O tratamento depende da causa, mas o mais comum é através de intervenção cirúrgica. 

A doença de Addison, condição de hipocortisolismo, é mais comumente causada por adrenalite autoimune, onde o corpo ataca seu córtex adrenal. Essa condição ocorre devido à produção insuficiente de ACTH, podendo ser causada por doença hipofisária ou uso crônico de glicocorticoides.

Como se preparar para o exame de ACTH?

Caso você tome medicamentos esteróides, será necessário suspender por até 48 horas antes do exame, pois os esteróides podem afetar os resultados.

Uma das causas mais comuns de falso-positivos, especialmente em ambiente hospitalar, é justamente o uso recente de medicamentos corticosteroides. Esses medicamentos, em qualquer forma, incluindo oral ou inalatório, podem suprimir o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal e reduzir a produção natural de cortisol. 

Além disso, o seu médico também poderá solicitar que você limite os carboidratos nas 48 horas anteriores ao exame.

É importante evitar comer ou beber depois de meia-noite, tentar ter uma boa noite de sono, evitar estresse emocional 12 horas antes de realizar o exame, bem como evitar exercícios físicos nas 12 horas anteriores ao exame.

Certifique-se de que seu médico tenha conhecimento sobre qualquer medicamento prescrito ou não prescrito, suplementos vitamínicos ou drogas você esteja tomando.

Como é o procedimento do exame de ACTH?

O médico irá recolher algumas amostras do seu sangue. Visto que os níveis hormonais mudam durante o dia, provavelmente você deverá fazer isso pela manhã e mais uma vez no final do dia.

Os níveis mais altos de cortisol são observados no início da manhã e os níveis mais baixos à noite. E esse conceito é muito importante para o diagnóstico.

Após a coleta de sangue, as amostras são colocadas no gelo e processadas.

Quais são os riscos do exame de ACTH?

Devido a necessidade de se utilizar agulha para coletar o sangue do paciente, os riscos são comuns e incluem sangramento, hematomas, dor no local da injeção e infecção.

Como são os resultados do exame de ACTH?

Os resultados podem variar de acordo com o laboratório e dependendo do horário do dia em que o exame é feito. Os resultados também dependem da idade, sexo, histórico de saúde, entre outros fatores.

O ACTH é medido em picogramas por mililitro (pg/mL). Os resultados normais para adultos são: 10-60 pg/ml (1,3-16,7 pmol/L) para uma amostra matinal; e menos de 20 pg/ml (4,5 pmol/L) para uma amostra no final da tarde.

Por estarem relacionados, os níveis de ACTH e cortisol são normalmente analisados ​​juntos. Se o seu nível de ACTH estiver baixo, você pode ter a síndrome de Cushing. Se o seu nível de ACTH estiver alto, você pode ter a doença de Addison. 

Alguns fatores podem influenciar no resultado do exame, incluindo: a noite de sono que você teve antes de realizar o exame; o seu nível de estresse; gravidez; período menstrual; o uso de medicamentos como hormônios, insulina ou esteróides; ter experimentado algum trauma recente; e depressão. A forma como as amostras de sangue são coletadas e armazenadas também exerce influência, pois as amostras devem ser armazenadas adequadamente em gelo, e não em temperatura ambiente.

Caso os resultados do exame de ACTH não estiverem com os valores normais, o seu médico solicitará mais exames para confirmar os resultados, investigar a causa e fornecer o melhor tratamento para o seu caso.

Dr. Carlos Roberto Babá

CRM-SP 47825 / RQE 12910, 19925.

Médico especialista em Ortopedia, Traumatologia e Acupuntura.

Médico Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT).

Atuação na Área Clínica e de Ensino Médico.

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Dr. Carlos Roberto Babá

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