O Que É Autoestima E Como Melhorá-la

Adotada desde 1960, é notável a ausência de única definição do conceito de autoestima. Isso se deve ao fato, desse constructo apresentar diferenciações no decorrer dos anos.

Porém, historicamente fala-se da autoestima como traço e estado da personalidade, ou seja, passível de mudanças importantes vivenciadas por experiências da vida.

Sendo indicador de saúde mental é considerado elemento crucial na etapa do desenvolvimento humano, principalmente no período da adolescência.

Nessa fase, no tocante das relações, a relevância da autoestima se dá pelo envolvimento em projetos, afetando níveis de autoconfiança e autosegurança, taxas de persistência no progresso de atividades, especialmente em tarefas mais difíceis.

Partindo do pressuposto que, a autoestima é algo desenvolvido derivado do meio social, ela pode ser aprendida em qualquer fase da vida.


kids

Então, basicamente, a autoestima pode ser definida como sentimento de valoração pessoal.

A partir de 1990, o constructo de autoestima vem sendo explorado de outras formas. De maneira midiática, direcionada a autoajuda, tem circulado com materiais e produtos pelo mercado e internet. Prometendo resultados imediatos, com fascículos que oferecem ganhos rápidos sem generalizações de nicho.

Os Transtornos Mentais Comuns (TMC) como: fadiga, irritabilidade, dificuldade na tomada de decisões, dificuldade de concentração, esquecimento, insônia e queixas somáticas revelam forte associação com taxas de autoestima e estresse.

De tal modo, quando há um adoecimento psicológico como esse, ocorre um agravo de médio à alta da autoestima. Em contrapartida, a literatura científica afirma que existe uma ligação positiva, indicando aumento nos índices de adaptação social.

Portanto, à medida que, a autoestima e a saúde mental melhoram habilidades sociais também apontam para parâmetros de autocontrole e assertividade, facilitando a comunicação interpessoal.

A autoestima jamais deve ser um objetivo em si, pois, é sabido que, ela está correlacionada ao bem-estar. Evidências científicas afirmam nem sempre ter uma boa autoestima é garantia de aumento na qualidade de vida. Há casos em que a demonstração de inflada autoestima são comportamentos tidos arrogantes, defensivos ou narcísicos.

Alguns pontos são elencados sobre a formação da autoestima ainda na infância e que podem perdurar para outros momentos da vida, tais:

  • A autoestima é desenvolvida no processo de socialização;
  • A autoestima é produzida a partir de comportamentos reforçadores sociais;
  • A autoestima tem como pilar as relações interpessoais estabelecidas reforçadoras positivas ou negativas;
  • A autoestima pode ser nutrida e construída pela própria pessoa, desde que, haja autoconhecimento de si
  • A autoestima está relacionada ao sentimento de liberdade, de amor, ter iniciativas e criatividade.

Culturalmente, padrões de beleza são valorizados e isso influência a autoimagem e consequentemente, a autoestima. Há estudos que sugerem não haver diferenças significativas entre gêneros para tal aspecto.

diversidade

Pode ser que, a falta de conhecimento acerca daquilo que realmente importa em termos de significado real, atrapalhe, direcionando o foco para outras questões. Por isso, o autoconhecimento possui algumas estratégias de autocuidado:

  • Perceber qualidades e aquilo que se faz com talento;
  • Valorizar atividades e trabalho;
  • Identificar paixões;
  • Ter entendimento sobre valores e o que é de fato relevante nesse quesito;
  • Refletir sobre como ajudar a humanidade;
  • Reconhecer aquilo que precisa ser melhorado.

Sendo algo tão complexo, como melhorar a autoestima?

Primeiramente, esse processo é interno, começa de dentro para fora e requer tempo e esforço individual.

Isso significa que, é necessário identificar o nível de autoestima atual no qual se está no momento, procurar ajudar-se, fazer atividades gratificantes, estar em tarefas onde o sentimento de utilidade esteja presente, ter autoconsciência, praticar a autoaceitação, ter assertividade, arriscar-se frente a novos desafios e relações sociais e construir objetivos e significados repletos de sentido.

Como fatores positivos capazes de ajudar a melhorar a autoestima, destacam-se como indicadores de viver com saúde, suscetíveis no aumento de níveis de satisfação e até diminuição de sintomas depressivos a longo prazo:

Assim, quando a autoestima apresenta resultados positivos há repercussões satisfatórias nas mais variadas dimensões da vida: saúde, trabalho, relacionamentos e na própria percepção de si.


Referências:

  1. Bezerra.; G. S. et al. Treinamento de Habilidades Sociais na Promoção da Autoestima em Adolescentes. Research, Society and Development. v.10, n.2, 2021.
  2. Brotto.; F. T. Guia Completo sobre Autoestima. Ebook, s/n.
  3. Filho.; F. J. O Poder em Si Mesmo: Jornalismo de Autoajuda e a Construção da Autoestima. Revista FAMECOS. Porto Alegre: v.18, n.3, p.717-745, set/dez, 2011.
  4. Guilhardi.; H. J. Auto-Estima, Autoconfiança e Responsabilidade. In: Comportamento Humano: Tudo (ou quase tudo) que Você Precisa Saber para Viver Melhor. Orgs: Brandão.; M. Z. S., Conte.; F. C. S., Mezzaroba.; S. M. B. Santo André, ESETec, 2002.
  5. Hutz.; C. S., Souza.; L. K., Marrone.; D. B. D. O Uso de Escalas Psicológicas para Avaliar Autoestima. Avaliação Psicológica. v.18, n.3, p.229-238, 2019.
  6. Maia.; E. M. C., Sena.; R. M. C. A Utilização do Constructo da Autoestima nas Pesquisas em Saúde no Brasil: Contribuições Conceituais à Prática Clínica. Revista Humanidades Médicas. v.17, n.2, 2017.
  7. Mazo.; G. Z. et al. Associação entre Sintomas Depressivos, Motivação e Autoestima de Idosos Praticantes de Exercícios Físicos. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Florianópolis: v.34, n.3, p.683-695, jul/set, 2012.
  8. Pereira.; S. S. et al. Transtornos Mentais Comuns, Estresse e Autoestima em Universitários da Área da Saúde do Último Ano. Research, Society and Development. v.9, n.8, 2020.
  9. Pujals.; C.; Ascencio.; T. S. A Influência do Exercício Físico sobre o Nível de Autoestima dos Idosos. Revista Uningá. Paraná: v.24, n.1, p.98-103, out/dez, 2015.
  10. Santos.; M. M. F. et al. Nível de Autoestima e Autoimagem em Idosos em Relação ao Gênero. Congresso Internacional de Envelhecimento Humano (4ºCIEH) – Centro Universitário de João Pessoa, 2015.
  11. Tavares.; D.; Freire.; T. Influência da Autoestima, da Regulação Emocional e do Gênero no Bem-Estar Subjetivo e Psicológico de Adolescentes. Revista de Psiquiatria Clínica, v.38, n.5, p.184-188, 2011.

Adhila Carlos Oliveira de Espírito

CRP 06/109972
Psicóloga.
Experiência em Triagem, Atendimento e Pesquisa de Saúde Mental pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina. Atuação na Área de Psicologia com Avaliação e/ou Atendimento Psicológico e
Acompanhamento Terapêutico de Alta Complexidade em Equipamentos de Saúde de Nível Terciário ou Autônomo.
Colaboração em Pesquisa Científica de Projetos da Área da Saúde e Atividades Acadêmicas Correlatas, a saber: Medicina Preventiva, Psiquiatria e Psicobiologia.

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Adhila Carlos Oliveira de Espírito

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Experiência em Triagem, Atendimento e Pesquisa de Saúde Mental pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina. Atuação na Área de Psicologia com Avaliação e/ou Atendimento Psicológico e
Acompanhamento Terapêutico de Alta Complexidade em Equipamentos de Saúde de Nível Terciário ou Autônomo.
Colaboração em Pesquisa Científica de Projetos da Área da Saúde e Atividades Acadêmicas Correlatas, a saber: Medicina Preventiva, Psiquiatria e Psicobiologia.

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