Intestino Irritável interfere na Cirurgia de Hemorróidas?

O intestino irritável é uma condição caracterizada pela alternância entre prisão de ventre e diarreia. Muitas pessoas que sofrem com hemorroidas também têm intestino irritável. Neste artigo, discutirei como o intestino irritável pode afetar o pós-operatório da cirurgia de hemorroidas.

Diarreia e cirurgia

A diarreia em si não causa estreitamento anal após a cirurgia de hemorroidas. O estreitamento pode ocorrer se muita pele for removida ao redor do ânus durante o procedimento, levando a uma cicatrização com estreitamento. Mas a diarreia não leva diretamente ao estreitamento.

No entanto, não é recomendado realizar a cirurgia de hemorroidas em pacientes com diarreia frequente ou prisão de ventre. Tanto a diarreia quanto a constipação podem prejudicar bastante o pós-operatório.

Constipação e cirurgia

Na constipação, o paciente terá que fazer força para evacuar fezes endurecidas, o que aumenta bastante a dor na região operada. Já a diarreia também causa grande desconforto, com fezes líquidas frequentemente passando pela área recém-operada.

Portanto, é importante investigar e tratar tanto a constipação quanto a diarreia antes da cirurgia, se possível. Deve-se avaliar os hábitos alimentares e consultar um nutricionista para investigar intolerâncias. Em alguns casos, pode ser necessária uma colonoscopia para avaliar se existe inflamação ou tumor no intestino.

É essencial priorizar o tratamento de doenças mais graves antes da cirurgia de hemorroidas. Imagine um paciente operando hemorroidas quando na verdade deveria ter tratado primeiro um tumor no intestino.

Portanto, se você tem intestino irritável e precisa operar hemorroidas, é muito importante tratar os períodos de prisão de ventre e diarreia antes da cirurgia. Isso garantirá uma recuperação mais tranquila no pós-operatório. Consulte seu proctologista e gastroenterologista para avaliação e tratamento adequados.

Como saber se eu tenho a Síndrome do Intestino Irritável?

A síndrome do intestino irritável é uma condição gastrointestinal cada vez mais comum, especialmente entre adultos jovens menores de 50 anos. Estudos na América do Norte estimam uma prevalência de 10 a 15% entre adultos jovens. É muito mais comum em mulheres do que em homens.

Existe também uma grande associação da síndrome com fibromialgia, ansiedade, depressão e síndrome da fadiga crônica. É comum o paciente apresentar também diarreia funcional.

Diagnóstico

Não existe um exame específico para o diagnóstico da síndrome do intestino irritável. O que é feito é uma investigação clínica detalhada do quadro do paciente e a exclusão de outras causas possíveis para os sintomas.

Foram estabelecidos os Critérios de Roma IV para classificar a síndrome. São eles:

  • Dor abdominal pelo menos uma vez por semana nos últimos 3 meses, relacionada à evacuação. A dor pode melhorar ou piorar após a evacuação.
  • Alteração do hábito intestinal, podendo cursar com diarreia, constipação ou os dois alternadamente.
  • Ausência de outros diagnósticos que justifiquem os sintomas. Devem ser excluídas doenças como:

Portanto, o diagnóstico se baseia na história clínica do paciente e na exclusão de outras causas através de exames. Confirmando que o paciente se encaixa no padrão da síndrome e não apresenta nenhuma outra doença, é feito o diagnóstico.

Tratamento

O tratamento envolve modificações no estilo de vida, como:

  • Dieta: deve-se identificar e retirar da alimentação os possíveis alimentos que agravam os sintomas no paciente específico. Isso é feito com acompanhamento de um nutricionista.
  • Exercício físico: está comprovado que o exercício melhora o funcionamento intestinal.
  • Medicamentos: podem ser usados antiespasmódicos para aliviar a dor abdominal e regular o intestino.

É importante procurar um especialista diante de sintomas como dor abdominal, alterações intestinais e desconfortos. O diagnóstico e tratamento adequados melhoram muito a qualidade de vida do paciente com síndrome do intestino irritável.

Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM 158074 / RQE 65523, 65524 | Médico especialista em Acupuntura e Fisiatria pela USP. Área de Atuação em Dor pela Associação Médica Brasileira. Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo. Professor e Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da USP. Diretor do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).

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CRM 158074 / RQE 65523, 65524 | Médico especialista em Acupuntura e Fisiatria pela USP. Área de Atuação em Dor pela Associação Médica Brasileira. Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo. Professor e Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da USP. Diretor do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).

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