Infecção Urinária é Transmissível?

infecção urinária

O SISTEMA urinário, ou aparelho urinário, é responsável pela produção, armazenamento e eliminação da urina. Esse sistema é constituído por dois rins, dois ureteres (conduzindo a urina dos rins até a bexiga), uma bexiga (que armazena a urina) e uma uretra (que elimina a urina da bexiga para fora do corpo).

A urina tem como função principal a regulação homeostática da água, modulando os íons do sangue e ajudando a mentar o equilíbrio, além de regular o pH extracelular, osmolaridade, volume do líquido extracelular, pressão sanguínea e a produção hormonal.


Infecção urinária não é contagiosa.

O sistema urinário pode ser acometido por infecções. A infecção urinária é um problema mundial de saúde, caracterizada pela invasão de bactérias, de fungos ou parasitas em qualquer parte do sistema urinário, provocando sintomas ou não. As bactérias são as responsáveis por pelo menos 90% das infecções, tendo como ordem de prevalência: Escherichia coli, espécies de Proteus, Klebsiella e Enterococcus, sendo que geralmente, a Escherichia coli é a principal causadora.

Os fungos têm uma prevalência reduzida, em comparação com as infecções bacterianas. A espécie mais relevante de fungos causadores de infecção urinária é a Candida albicans, associada a indivíduos que passaram por intervenção cirúrgica recente ou imunossuprimidos. A infecção por parasitas é menos comum, mas não são excluídas.

A infecção urinária é uma doença frequente na prática clínica ambulatorial e hospitais, afetando pessoas de todas as idades. No entanto, existem os grupos de risco que incluem: crianças de até 2 anos de idade; pessoas do sexo feminino; mulheres gestantes; diabéticos; portadores de doença arterial coronária; pacientes com problemas renais e transplantados; e idosos.

Meninos de até 2 anos pertencem ao grupo de risco devido a malformações congênitas, utilização de fraldas e prepúcio ocluso. Com relação às meninas de até 2 anos de idade, o risco aumenta pelo uso de fraldas e falta de cuidados com a higiene. Visto que nas mulheres a uretra é mais curta e próxima ao ânus, isso aumenta a probabilidade de risco de infecção urinária nesse grupo.


infecção urinária é transmissível


Nas mulheres grávidas, a prevalência é de aproximadamente 20%, sendo mais no frequente nos primeiros três meses de gestação, estando associada a complicações durante o período gestacional como hipertensão, pré-eclâmpsia e endometrite. Além disso, a gravidez é marcada por fatores mecânicos e hormonais, que desencadeiam alterações no trato urinário feminino, tornando-o mais susceptível às infecções.

Os idosos contraem infecções por diversos motivos, que podem envolver a utilização de cateter vesical, aumento da próstata, uso de fraldas e mudanças fisiológicas causadas pelo envelhecimento. Esses fatores causam a diminuição da capacidade funcional, contribuindo para enfermidades crônicas e debilitantes.

Diante de todos esses fatos já citados e como você já deve ter notado, a infecção urinária é causada por fatores distintos. Mas, uma dúvida que muitas pessoas têm é: a infecção urinária é transmissível? A resposta é não! A infecção urinária não é contagiosa, pois o problema é causado por bactérias que não são transmissíveis.

No entanto, a relação sexual propicia o desenvolvimento da infecção urinária. Homens praticantes de sexo anal sem a utilização de preservativo possuem um risco aumentado de desenvolver infecção urinária. Não porque as bactérias são contagiosas. Na verdade, é devido à exposição ao ânus que possui a colonização de bactérias Escherichia coli, que no trato urinário são capazes de desenvolver infecção.


Como prevenir a infecção urinária?

A prevenção da infecção urinária irá variar de acordo com o agente infeccioso.

A infecção provocada por bactérias pode ser evitada através da higiene em usuários de fraldas, higiene na parte externa do aparelho urinário e cuidados antes e após as relações sexuais.

As infecções por fungos e parasitas podem ser reduzidas por meio do uso de preservativo.


Como é o tratamento da infecção urinária?

O tratamento dependerá do agente etiológico, histórico clínico do paciente e infecções complicadas ou não complicadas.

Geralmente, o médico prescreve medicamentos antibióticos para combater o excesso de bactérias. Analgésicos também são úteis para reduzir os espasmos e anestesiar a bexiga e uretra, o que traz alívio aos sintomas de infecção urinária, como dor e queimação.


infecção urinária é transmissível


Para as infecções urinárias recorrentes é importante otimizar a higiene pessoal, utilizar vitamina C como acidificante urinário, tomar cuidados extras após o contato sexual e usar antibióticos ou antissépticos profiláticos. Uma ótima alternativa natural, tendo sua eficácia já comprovada, é o consumo de uma fruta vermelha chamada cranberry, em forma de suco ou cápsulas.

A duração do tratamento varia entre 3 dias a 6 semanas. Mesmo sem tratamento, a maioria das infecções urinárias tende a se resolver espontaneamente em cerca de 20% das mulheres, principalmente se for usada hidratação aumentada. 


Referências:

BONO, M. J. et al. Urinary Tract Infection. National Library of Medicine. StatPearls. 2022.

NETO, E. L.; SOUZA, L. F. Infecção do trato urinário, morfofisiologia urinária, etiologia, prevalência, sintomas e tratamento: uma revisão bibliográfica. Revista Artigos.Com, v. 31, n. 9166, p. 1-7. 2021.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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