Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) – Aumento da Próstata – Causas, Sintomas e Tratamentos

hiperplasia prostática

A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma condição comum observada em homens mais velhos, sendo caracterizada por uma próstata aumentada.

Não é uma condição com risco de vida sendo tratada com uma variedade de medicamentos e modificações no estilo de vida. Embora a hiperplasia prostática benigna possa ser irritante, é uma condição importante estar ciente e tratar para evitar complicações, como infecções do trato urinário e pedras na bexiga.

A HPB é causada por um aumento no número de células dentro da próstata.

É importante diagnosticar corretamente e diferenciar de outras condições, como câncer de próstata, infecção urinária, prostatite, entre outras.

Acredita-se que isso se deva ao envelhecimento e às alterações hormonais, que causam o aumento da próstata. À medida que cresce, começa a pressionar a uretra, levando a sintomas urinários, como fluxo urinário fraco, micção frequente, urgência e dificuldade em iniciar a micção.

O diagnóstico é feito com base nos sintomas, exame físico e exames complementares, como ultrassonografia e dosagem de PSA. O tratamento clínico envolve o uso de medicamentos, como inibidores da 5-alfa-redutase e bloqueadores alfa-1 adrenérgicos. Já o tratamento cirúrgico é indicado em casos mais graves ou quando há complicações.

Não importa a gravidade da hiperplasia prostática benigna, é importante procurar tratamento para evitar complicações futuras. Com tratamento e monitoramento adequados, os sintomas da HPB podem ser controlados e a qualidade de vida melhorada.

Sobre a Próstata

A próstata é uma glândula de consistência fibroelástica, semelhante à ponta do nariz, pesando entre 20 e 30 gramas. Ela é atravessada pela porção proximal da uretra e dividida em três zonas: central, periférica e de transição. A hiperplasia prostática benigna ocorre na zona de transição.

A prevalência da doença aumenta com a idade, atingindo 50% dos homens entre 51 e 60 anos e até 80% em indivíduos com 90 anos ou mais. Além disso, há uma forma hereditária que se manifesta mais precocemente e com sintomas mais proeminentes.

A patogênese envolve a influência endócrina, a enzima 5-alfa-redutase e o aumento da produção de estrogênio com o envelhecimento. A 5-alfa-redutase converte a testosterona em dihidrotestosterona (DHT), que atua nos receptores, estimulando a síntese proteica e proliferação celular.

Fatos importantes sobre a Hiperplasia Prostática Benigna

A hiperplasia prostática benigna resulta em sintomas obstrutivos e irritativos. Os sintomas obstrutivos incluem hesitação, jato fraco e afilado, intermitência, gotejamento e sintomas pós-miccionais. Os sintomas irritativos, ou de armazenamento, incluem urgência, incontinência por urgência, frequência miccional aumentada e noctúria.

A avaliação dos sintomas pode ser feita através da escala IPSS, que classifica os sintomas em leves, moderados e graves. Essa escala serve tanto para definir a conduta terapêutica quanto para avaliar a eficácia do tratamento.

  • A hiperplasia prostática benigna (HPB) é um aumento benigno da próstata.
  • O sintoma mais comum da HPB é a dificuldade em urinar, incluindo um jato de urina fraco ou interrompido.
  • A hiperplasia prostática benigna é mais comum em homens com mais de 50 anos e raramente ocorre em homens com menos de 40.
  • Os tratamentos para HPB incluem medicamentos, mudanças no estilo de vida e cirurgia.
  • Se não for tratada, a HPB pode causar infecções do trato urinário, pedras na bexiga e danos nos rins.

Principais Complicações

As principais complicações da hiperplasia prostática benigna incluem retenção urinária aguda, infecção urinária e prostatite, divertículos vesicais, formação de cálculos, falência do detrusor, insuficiência renal aguda pós-renal ou crônica e hematúria.

hiperplasia prostática benigna

Sintomas de Hiperplasia Prostática Benigna

  • Micção frequente: A necessidade frequente de urinar, especialmente à noite, é um sintoma comum de hiperplasia prostática benigna.
  • Jato de urina fraco: os pacientes podem ter um jato de urina enfraquecido ou interrompido como resultado do aumento da próstata.
  • Dificuldade para começar a urinar: Dificuldade para começar ou parar de urinar é outro sintoma comum de hiperplasia prostática benigna.
  • Incapacidade de esvaziar completamente a bexiga: os pacientes podem sentir que não conseguem esvaziar completamente a bexiga, mesmo após a micção.
  • Ardor ou dor ao urinar: Ardor ou dor ao urinar pode ocorrer devido a irritação na bexiga, ou no trato urinário.
  • Sangue na urina: pode haver sangue na urina como resultado de hiperplasia prostática benigna.
  • Infecções do trato urinário: os pacientes podem ser mais propensos a infecções do trato urinário, pois o aumento da próstata pode dificultar o esvaziamento completo da bexiga.
  • Disfunção erétil: a disfunção erétil é um sintoma comum da hiperplasia prostática benigna.

Causas comuns de hiperplasia prostática benigna (HPB)

  • Envelhecimento: à medida que os homens envelhecem, a próstata começa a aumentar. Esta é uma parte normal do envelhecimento.
  • Desequilíbrio hormonal: um desequilíbrio de testosterona e outros hormônios pode causar aumento da próstata.
  • Genética: um histórico familiar de HPB pode aumentar o risco de desenvolver a doença.
  • Medicamentos: certos medicamentos, como finasterida ou dutasterida, podem aumentar o risco de HPB.
  • Fatores de estilo de vida: fumar, beber álcool e comer uma dieta rica em gordura pode aumentar o risco de HPB.
  • Obesidade: estar acima do peso ou ser obeso pode aumentar o risco de desenvolver HPB.
  • Diabetes: o diabetes pode afetar os níveis hormonais e aumentar o risco de HPB.
  • Infecções do trato urinário: infecções recorrentes do trato urinário podem aumentar o risco de HPB.

Diagnóstico

O diagnóstico de hiperplasia prostática benigna é tipicamente baseado no histórico médico do paciente, exame físico e resultados de exames laboratoriais e de imagem.

Normalmente, os médicos realizam um exame de toque retal para detectar uma próstata aumentada, um exame de urina para procurar sinais de infecção e/ou obstrução e um teste de antígeno prostático específico (PSA) para verificar se há câncer.

O primeiro passo para o diagnóstico é caracterizar bem os sintomas no trato urinário inferior do paciente. Alguns exemplos incluem aumento da frequência urinária, dificuldade para iniciar a micção, jato urinário fraco e interrompido e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.

Além disso, é importante investigar ativamente outros sintomas que possam indicar outras causas, como febre, sintomas neurológicos, histórico de trauma cirúrgico e uso de medicamentos que possam afetar a próstata.

O exame de toque retal é fundamental para avaliar as características da próstata, como tamanho, textura e presença de nódulos.

ExameDescrição
Exame retal digitalO médico insere um dedo enluvado e lubrificado no reto e apalpa a próstata para verificar aumento, protuberâncias ou outras anormalidades.
Exame de Urina IPode mostrar piúria (presença de pus na urina), hematúria (presença de sangue na urina) e alterações que sugerem infecção ou outras patologias.
Dosagem de Uréia e CreatininaPara avaliar a função renal do paciente.
Teste de antígeno específico da próstata (PSA)Pode estar elevado em pacientes com HPB, mas também em casos de câncer de próstata.
Cistoscopia e estudo urodinâmicoIndicados em casos específicos, como suspeita de distúrbio neurológico ou quando há incompatibilidade entre os sintomas e o tamanho da próstata.
Imagem por ultrassomPode fornecer informações sobre a espessura da parede da bexiga, volume e peso da próstata e presença de resíduo pós-miccional.
BiópsiaEste é um procedimento no qual uma pequena amostra de tecido é retirada da próstata e examinada ao microscópio. Pode ajudar a diferenciar entre tumores benignos e cancerígenos.

Diagnóstico Diferencial de Hiperplasia Prostática Benigna

O diagnóstico diferencial da HPB inclui o seguinte:

  • Câncer de próstata: O câncer de próstata é um tumor maligno que pode causar aumento da próstata. É importante diferenciar a HPB do câncer de próstata, pois o tratamento é diferente.
  • Prostatite: A prostatite é uma infecção ou inflamação da próstata que pode causar sintomas semelhantes aos da HPB.
  • Cálculos na bexiga: Os cálculos na bexiga podem causar sintomas urinários semelhantes à HPB.
  • Cistite intersticial: A cistite intersticial é uma inflamação da bexiga que pode causar sintomas semelhantes aos da HPB.
  • Estenose uretral: A estenose uretral é um estreitamento da uretra que pode causar sintomas urinários semelhantes à HPB.
  • Bexiga Hiperativa: A bexiga hiperativa é uma condição em que a bexiga se contrai com muita frequência, levando a sintomas urinários semelhantes à HPB.
  • Câncer de Bexiga: O câncer de bexiga pode causar sintomas urinários semelhantes à HPB.
  • Próstata aumentada: Uma próstata aumentada pode causar uma variedade de sintomas urinários semelhantes à HPB.

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Possibilidades iniciais de tratamento

O tratamento pode ser dividido em medidas comportamentais, conservadoras, medicamentosas e cirúrgicas.

Os tratamentos iniciais para hiperplasia prostática benigna incluem mudanças no estilo de vida, medicamentos e procedimentos minimamente invasivos. O objetivo do tratamento inicial é reduzir os sintomas e minimizar os riscos de efeitos colaterais e complicações.

  1. Medidas comportamentais: incluem redução da ingestão hídrica à noite, treinamento vesical, e diminuição do consumo de álcool, café e cigarro.
  2. Tratamento conservador: indicado para pacientes com sintomas leves e sem comprometimento social.
  3. Tratamento medicamentoso: indicado para pacientes com sintomas moderados a graves ou com sintomas leves e comprometimento social. Inclui o uso de alfabloqueadores (como doxazosina e tansulosina) e inibidores da 5-alfa redutase (como finasterida).
  4. Terapia combinada: pode ser usada em pacientes que não respondem adequadamente à monoterapia.
  5. Tratamento cirúrgico: indicado em casos de retenção urinária refratária, hematúria recorrente, insuficiência renal, dilatação ureteral obstrutiva e cálculos vesicais. As opções cirúrgicas incluem técnicas minimamente invasivas (como ablação por radiofrequência ou termoterapia) e a ressecção transuretral da próstata (RTUP), que é considerada o padrão-ouro no tratamento da HPB. Em casos de próstatas muito grandes (80 a 100 gramas ou mais), pode ser necessário realizar uma prostatectomia aberta.

Medicamentos para Tratamento da Hiperplasia Prostática Benigna

  • Alfa-bloqueadores: Os alfa-bloqueadores são medicamentos que relaxam os músculos da próstata e da bexiga para facilitar a micção. Esses medicamentos podem reduzir os sintomas da HPB e reduzir o tamanho da próstata.
  • Inibidores da 5-alfa redutase: Esses medicamentos agem bloqueando a ação de uma enzima chamada 5-alfa redutase, que é responsável pela produção de di-hidrotestosterona (DHT) Esse hormônio pode causar o crescimento da próstata, portanto, ao bloquear sua produção, esses medicamentos podem reduzir o tamanho da próstata e melhorar os sintomas.
  • Inibidores da fosfodiesterase-5: Esses medicamentos funcionam aumentando os níveis de uma substância química chamada monofosfato de guanosina cíclica (cGMP) Isso pode ajudar a relaxar os músculos da próstata e da bexiga e melhorar os sintomas urinários.

Prevenção da Hiperplasia Prostática Benigna

A prevenção da hiperplasia prostática benigna é possível se as causas subjacentes forem identificadas e tratadas. Mudanças no estilo de vida, como comer uma dieta saudável com muitas frutas e vegetais e limitar o consumo de álcool, podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver HPB.

A atividade física regular também pode melhorar a saúde geral e ajudar a reduzir o risco. Evitar o uso de certos medicamentos como diuréticos, descongestionantes, anti-histamínicos e alfa-bloqueadores também pode reduzir o risco de hiperplasia prostática benigna.

Qual ​é o prognóstico da hiperplasia prostática benigna?

O prognóstico para esta condição é geralmente bom e o tratamento pode ajudar a aliviar os sintomas. O prognóstico da HPB depende da gravidade da condição, da idade e saúde geral do paciente, da resposta ao tratamento e do tipo de tratamento escolhido.

Para a maioria dos pacientes, a condição pode ser controlada com medicamentos, mudanças no estilo de vida e tratamentos minimamente invasivos, como ressecção transuretral da próstata (RTU) ou terapia a laser. Esses tratamentos podem ajudar a melhorar os sintomas urinários e reduzir o tamanho da próstata.

Em alguns casos, a cirurgia pode ser necessária para remover a próstata aumentada. A cirurgia também pode ser recomendada se houver obstrução da bexiga ou outras complicações.

A maioria dos pacientes com hiperplasia prostática benigna terá um bom resultado com o tratamento e a grande maioria não apresentará complicações médicas graves.

É importante seguir as instruções do médico e tomar quaisquer medicamentos ou tratamentos prescritos. Check-ups regulares e visitas de acompanhamento com o médico podem ajudar a monitorar a condição e garantir o melhor resultado possível.

Acompanhamento e monitoramento

  1. Após o diagnóstico e o início do tratamento, é essencial acompanhar o paciente para monitorar a evolução dos sintomas e ajustar o tratamento conforme necessário. Pacientes em tratamento medicamentoso devem ser avaliados periodicamente para verificar a eficácia do tratamento e a presença de possíveis efeitos colaterais.
  2. Pacientes submetidos a tratamento cirúrgico também necessitam de acompanhamento para monitorar a recuperação e identificar possíveis complicações, como infecção, estenose uretral, incontinência urinária ou disfunção erétil.

Conclusão

A hiperplasia prostática benigna é uma condição comum que pode causar sintomas desconfortáveis no trato urinário inferior. O diagnóstico preciso e o tratamento adequado são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados.

O tratamento pode variar desde medidas comportamentais até intervenções cirúrgicas, dependendo da gravidade dos sintomas e do comprometimento social do paciente. O acompanhamento regular e o monitoramento dos pacientes são cruciais para garantir a eficácia do tratamento e identificar possíveis complicações.

Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM 158074 / RQE 65523, 65524 | Médico especialista em Acupuntura e Fisiatria pela USP. Área de Atuação em Dor pela Associação Médica Brasileira. Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo. Professor e Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da USP. Diretor do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).

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CRM 158074 / RQE 65523, 65524 | Médico especialista em Acupuntura e Fisiatria pela USP. Área de Atuação em Dor pela Associação Médica Brasileira. Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo. Professor e Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da USP. Diretor do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).

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