Fratura por stress – Causa comum de dor em atletas

Pode até parecer estranho, mas nosso corpo é todo interligado e senti tudo o que acontece, por isso você pode sofrer uma fratura por stress. Alguma vez você passou por algum stress emocional e percebeu mudanças no seu corpo? A mulher é mais sensível e sente mais coisas, mas o homem também sofre com o stress. Pode ser unha fraca, cabelo caindo, você emagrecer muito mesmo comendo o mesmo tanto.

O corpo sente tudo o que acontece, sabe quando você está bem e quando não está, por isso acontecem as fraturas por stress. E não pense que isso é algo diferente e que não acontece muito, pelo contrário, tem acontecido cada vez mais. Muitas coisas têm levado ao stress atualmente o ritmo de vida que estamos levando é bem diferente do ritmo que nossos avós levavam e por isso o stress tem tomado conta. 

Essa fratura acontece nos ossos do corpo, assim como qualquer outra fratura a diferença está em como ela acontece. A fratura por stress começa de forma progressiva, vai aos poucos, se você se estressou hoje e continua assim a fratura começa, ela decorre de um longo período de stress. Mas antes de acontecer realmente a fratura alguns quadros de dores aparecem na região e é nesse momento que você deve ficar atento.

Se a dor aparecer e for ignorada a sobrecarga e o stress contínuo resultará na fratura final. É pior ainda quando a pessoa mesmo com a fratura não faz nada, pois mesmo com a dor é possível conviver com essa fratura. O problema é que você só estará aumentando o risco de sofrer uma fratura ainda pior, maior e mais grave.

Essa fratura é tão comum que representa cerca de 10% de todas as fraturas esportivas, ou seja, um número bem grande. As pessoas que praticam exercícios físicos de grande impacto são mais suscetíveis ao problema, pois já estão fazendo exercícios que trazem impacto para os ossos. A fratura por stress é uma doença e existem vários fatores que contribuem para o problema, mas antes vamos entender como ela acontece.

Como acontece

Como já explicamos a fratura por stress acontece quando existe uma grande sobrecarga em um osso já debilitado. Não é todo o osso que está sujeito a isso, a maioria das fraturas por stress acontecem em ossos que absorvem muito impacto como a canela, o joelho e o pé, não é muito comum encontrar fraturas desse tipo em outras regiões.

O stress é físico, na maioria das vezes, claro que o stress mental também pode ajudar a piorar o problema, mas o que mais ocasiona o problema é o stress físico. As pessoas que sofrem desse problema geralmente são indivíduos que praticam esportes de alta intensidade como corredores, jogadores de basquete, vôlei, atletas de esportes como esqui e outros.

Algumas profissões também estão mais propensas como militares, exército, bombeiros e outras profissões que exigem bastante do corpo. Antes de acontecer a fratura geralmente a pessoa sente uma leve dor na região, a dor é tão leve que muitas vezes não é levada a sério. Depois vem uma inflamação do periósteo, essa é uma membrana que envolve o osso, em seguida acontece uma inflamação no próprio osso e só então a fratura. Esse processo acontece aos poucos e de forma progressiva, e no início a fratura é bem pequena, tão pequena que muitas vezes não aparece no raio-X.

Se você desenvolveu o problema e não tratou a fratura que era pequena pode ficar grande e nesse caso o tratamento será maior e muito mais invasivo. Por isso é importante ficar de olho no seu corpo, se você observou algo diferente, esta sentindo uma dor, percebeu uma inflamação. Não deixe de procurar ajuda, faça uma consulta com seu médico, é melhor tratar um problema pequeno agora que um grande depois.

Além do esporte ou trabalho, diversos fatores contribuem para o aparecimento dessa doença e são classificados em dois tipos o intrínseco e extrínseco. Os fatores intrínsecos estão relacionados a idade, sexo, densidade e estrutura óssea, metabólico e nutricional, equilíbrio hormonal, ritmo de sono, menstrual e outros. No caso dos fatores extrínsecos está relacionado:

  • Tipo de treinamento;
  • Local do treinamento;
  • Condicionamento físico;
  • Calçado e equipamentos esportivos;
  • Temperatura do ambiente e outros.

Sintomas

Uma pessoa que começa a desenvolver o problema de fratura por stress sente dor bem no início do problema, essa dor é suportável e piora muitas vezes com a prática de atividade física e melhora com o repouso. Com o tempo e sem tratamento a dor piora e fica mais forte, começa uma palpação no local, quando isso ocorre a pessoa que começa a ter um pior desempenho nas atividades físicas.

Com o tempo vem as inflamações que já comentamos e a fratura. Os médicos classificam as fraturas em dois níveis, baixo risco e alto risco. A primeira são fraturas com prognóstico para consolidação, elas estão localizadas na zona de compressão do osso como o fêmur proximal, tíbia proximal, diáfise da tíbia, metatarsos, membros superiores e costelas.

No caso classificado como alto risco o prognóstico é ruim para a consolidação, ou seja, são os ossos localizados na zona de tensão como o:

  • Fêmur proximal;
  • Diáfise da tíbia;
  • Navicular;
  • Maléolo medial;
  • 5º metatarso e cuboide;
  • Tálus;
  • Sesamoide;
  • Patela.

Tratamento e prevenção

Assim que você visitar o médico e ele diagnosticar o problema de fratura por stress o tratamento deve começar. Ele envolve repouso absoluto e fisioterapia. Lembramos que quanto antes você procurar um médico melhor será, a forma de tratamento será mais fácil e rápida.

Algumas vezes e em caso de dor intensa o médico pode passar alguns analgésicos, na fisioterapia você também fará exercícios com procedimentos analgésicos, ou seja, procedimentos com eletroterapia e gelo. No momento de tratamento você fará exercícios sem carga e depois vai começar a colocar carga progressiva até conseguir retornar ao esporte físico que praticava.

Em casos mais graves, principalmente nos casos que o indivíduo deixou para procurar um especialista quando a dor já estava intensa e a fratura grande pode ser preciso fazer cirurgia. Na cirurgia é colocado uma haste fixadora de fratura para que não exista o risco de surgir uma fratura ainda maior e mais grave.

Para prevenir esse tipo de fratura é importante proceder de forma correta respeitando seus limites e o esporte. Se você está pegando pesado demais nos treinos comece a eliminar os treinos excessivos demais e com muita carga. Você não precisa exagerar para chegar ao corpo que deseja ou conseguir ganhar um prêmio.  Comece a identificar também os sinais de risco como dor na canela e no pé.

É importante diminuir a carga de treino se observar algum problema como inflamação, e sempre que possível use gelo após os treinos. Se você é esportista profissional é interessante procurar um fisioterapeuta para te acompanhar, ele vai te ajudar a controlar os exercícios, mostrar a melhor forma de amortecer o impacto e ainda vai fazer exercícios para melhorar o condicionamento físico.

Comece a usar também um calçado certo para sua atividade física, muitas vezes os problemas começam a aparecer quando o calçado usado é incorreto. É indicado usar palmilhas ortopédicas sob medida.

A fratura por stress acontece com mais facilidade nas mulheres

A fratura por stress afeta pessoas que praticam uma enorme variedade de atividade esportiva, mas ocorre com mais frequência nas mulheres. Como vimos anteriormente, alguns fatores contribuem para o aparecimento dessa lesão e uma delas é o sexo, ou seja, as mulheres tem mais facilidade de desenvolver o problema.

A incidência em mulheres pode ser até 15 vezes mais frequente que nos homens, principalmente em mulheres que começaram a correr agora. A tíbia é o local mais afetado em ambos os sexos, mas é notado uma maior prevalência de fraturas por stress do colo do fêmur, metatarsos e da pelve nas mulheres.

Por isso mulher, fique de olho e não saia fazendo exercícios muito intensos. É sempre melhor prevenir que sofrer depois com o problema. Observe os exercícios que você está fazendo e não exija demais de você.

Queremos saber se já sofreu com esse problema e como fez pare se recuperar, seu comentário é importante não só para nós, mas também para ajudar outras pessoas que sofrem com esse problema.

Dr. Carlos Roberto Babá

CRM-SP 47825 / RQE 12910, 19925.

Médico especialista em Ortopedia, Traumatologia e Acupuntura.

Médico Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT).

Atuação na Área Clínica e de Ensino Médico.

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Dr. Carlos Roberto Babá

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CRM-SP 47825 / RQE 12910, 19925.

Médico especialista em Ortopedia, Traumatologia e Acupuntura.

Médico Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT).

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