Flebólitos pélvicos

Flebólitos pélvicos são calcificações (assintomáticas, ou seja, não geram sintomas) nas paredes dos vasos sanguíneos da região da pelve. São lesões benignas que podem ser visualizadas em exames de imagem como tomografia computadorizada e ressonância magnética. Não indicam nenhuma patologia (doença) específica ou algo grave.

Há tantos termos médicos desconhecidos e diferentes que nem sempre entendemos qual o problema de saúde que temos quando somos diagnósticos. Um desses termos são os flebólitos pélvicos.

Estes flebólitos são bastante comuns, afetando cerca de 35% dos adultos com mais de 40 anos. Eles geralmente não causam problemas ou afetam a vida cotidiana. Felizmente, apesar do nome estranho, não se trata de nada grave[1]Mattsson T. Frequency and location of pelvic phleboliths. Clinical Radiology. 1980 Jan 1;31(1):115-8..

Estudos mostram que os flebólitos pélvicos são menos comuns nos países em desenvolvimento. No entanto, esse distúrbio acomete pacientes negros e branco, e homens e mulheres na mesma proporção. Isso sugere que os flebólitos são causados ​​por fatores ambientais, não genéticos. Confira abaixo mais informações sobre esta condição.

O que significa Flebólitos pélvicos?

Flebólitos são calcificações ocorrem no interior de veias de diâmetro pequeno. É um tipo de cálculo calcário. Na linguagem comum são chamados de “pedras nas veias”. Eles podem se formar em diversas regiões do corpo, mas a área pélvica é a área mais comum afetada pelos flebólitos.

Os flebólitos pélvicos são aqueles que surgem na região pélvica. Estes flebólitos apresentam uma estrutura arredondada ou oval, e medem entre 2 e 5 milímetros de diâmetro.

Como surgem os flebólitos?

 O flebólito surgem quando há pressão acumulada na veia. Esta pressão leva à trombose, formando um coágulo sanguíneo e vai endurecendo com a deposição de cálcio ao longo do tempo[2]Arac M, Celik H, Oner AY, Gultekin S, Gumus T, Kosar S. Distinguishing pelvic phleboliths from distal ureteral calculi: thin-slice CT findings. European radiology. 2005 Jan;15(1):65-70..

Alguns fatores podem aumentar a chance de o paciente desenvolver flebólitos porque aumentam a pressão nas veias, como:

  • constipação
  • tosse
  • varizes (consideradas sintoma e causa de flebólitos)
  • gravidez

Esta condição também pode ser causada devido à malformação venosa, que resulta no desenvolvimento anormal das veias. Essas veias então se estendem ou aumentam de tamanho com o tempo. Consequentemente, o sangue circula mais lentamente, causando coágulos sanguíneos que se calcificam ao longo do tempo e formam os flebólitos.

Felizmente, a condição de malformações venosas é rara e geralmente pode ser identificada logo ao nascimento. O que leva a malformação venosa ainda é conhecido, mas os pesquisadores acreditam que várias mutações genéticas estão envolvidas.

Fatores de risco para flebólitos pélvicos

Alguns fatores aumentam as chances de desenvolvimento de flebólitos pélvicos. São eles, pessoas com mais de 40 anos, diverticulite, consumo prolongado de uma dieta pobre em fibras e rica em alimentos processados, gravidez e pacientes diagnosticados com a Síndrome de Maffucci, uma condição rara que leva a malformações vasculares.

Quais são os sintomas dos flebólitos pélvicos?

A maioria dos flebólitos pélvicos não causa sintomas nos pacientes afetados. Por isso, se estiver com dor, é necessário procurar um médico.

A dor que estiver sentindo muito é provavelmente causada por outra coisa, como varizes. É comum que as varizes sejam consideradas um sintoma de flebólitos, já que são veias aumentadas, cheias de sangue e podem ser muito dolorosas.

estomago

Em casos mais raros, o paciente pode apresentar os seguintes sintomas dores no Abdômen, na anca e nas costas.

Diagnosticando flebólitos pélvicos

Para fazer o diagnóstico correto, o médico irá avaliar o histórico familiar, exames físicos, e pode solicitar exames de imagem que podem ajudar a concluir o diagnóstico, como:

Estes exames irão mostrar os flebólitos como manchas arredondadas de coloração branca ou clara e têm um centro radiolúcido (transparente). Isso ajuda a não confundir a doença com outras condições, como pedras nos rins ou ureteral (cálculo ureteral).

Muitas vezes, os flebólitos pélvicos são descobertos acidentalmente durante uma radiografia ou tomografia computadorizada das pernas, ou pélvis, por outro problema de saúde não relacionado.

Como são tratados os flebólitos pélvicos?

Como os flebólitos pélvicos geralmente não causam dor nem outros sintomas, raramente é necessário tratamento. No entanto, alguns medicamentos podem ser utilizados caso o paciente tenha dor pélvica, como o ibuprofeno (Advil, Motrin).

O paciente também pode fazer compressas sobre a área dolorida com um pano úmido e quente algumas vezes ao dia para ajudar a aliviar a dor. Meias de compressão também podem ajudar a aliviar a dor das varizes e impedir que o sangue se acumule e coagule.

Se a dor não desaparecer ou piorar, consulte seu médico.

Como evitar a formação de flebólitos pélvicos?

Infelizmente, nem todos os flebólitos pélvicos podem ser prevenidos.

Algumas atitudes que ajudam a evitá-los são:

Qual é a perspectiva?

Felizmente, a maioria dos casos de flebólitos pélvicos são benignos, reconhecidos como parte do envelhecimento.

Em alguns casos raros, a presença de flebólitos pélvicos podem indicar a possibilidade de doenças mais graves, como malformações venosas. Por isso, é importante manter as consultas médicas em dia e fazer sempre os exames de check ups.

Referências Bibliográficas

Referências Bibliográficas
1 Mattsson T. Frequency and location of pelvic phleboliths. Clinical Radiology. 1980 Jan 1;31(1):115-8.
2 Arac M, Celik H, Oner AY, Gultekin S, Gumus T, Kosar S. Distinguishing pelvic phleboliths from distal ureteral calculi: thin-slice CT findings. European radiology. 2005 Jan;15(1):65-70.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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