Espironolactona Emagrece? E Como a Medicação Age no Organismo

Espironolactona emagrece

No geral, medicações diuréticas costumam abranger esta questão com frequência, e afinal, a espironolactona emagrece?

A espironolactona é uma medicação amplamente utilizada em diferentes áreas médicas, como é o caso da endocrinologia, da dermatologia, da cardiologia, da gastroenterologia e da nefrologia.

Esta é uma medicação que pode ser encontrada com facilidade na maioria das farmácias do Brasil, podendo ser encontrada como medicação genérica com o próprio nome Espironolactona, ou quando vendida por grandes farmacêuticas levando nomes como Aldactone ou Diacqua.

Dentre suas ações no organismo, a espironolactona possui certa ação de caráter diurético, o que costuma vir seguido de uma indagação: será que a espironolactona auxilia no processo de emagrecimento?


A espironolactona (Aldactone) não é um medicamento para perda de peso. Por ser um diurético (pílula de água), faz com que você urine mais para se livrar do líquido extra em seu corpo. Isso pode causar perda de peso, mas este é o peso da água e não a perda de gordura.


Como a espironolactona atua no organismo?

Sendo considerado um medicamento de caráter versátil, a espironolactona tem seu uso amplamente difundido em diferentes setores e áreas médicas, as principais utilizações e ações da medicação incluem:

Ação endocrinológica

Na endocrinologia, a espironolactona é muito utilizada devido a sua estrutura molecular, que se assemelha à estrutura dos hormônios esteróides, o que faz com que ela possua uma gama de possíveis usos dentro de suas ações hormonais.

Quando administrada mesmo em pequenas doses, a espironolactona possui ação antagonista em relação aos mineralocorticóides, porém, quando utilizada em doses mais elevadas, ela é capaz de ocupar não apenas o receptor dos mineralocorticóides, como também de alguns outros receptores, como é o caso dos androgenicos.

Espironolactona emagrece? E como a medicação age no organismo

Portanto, a espironolactona possui ação de antagonista aos corticóides e anti androgênica, podendo até mesmo reduzir as quantidades de hormônios masculinos quando administrada em grandes doses.

Ação hepática

Em relação à sua ação no fígado, a espironolactona pode ser utilizada em casos envolvendo a cirrose hepática e a ascite, que muitas vezes pode estar associada à própria cirrose.

Em casos envolvendo a ascite, ou seja, o inchaço na região abdominal causado pelo acúmulo de líquidos que deriva de problemas hepáticos, a espironolactona costuma ser indicada por se tratar de um medicamento de ação diurética por mecanismo poupador de potássio, trazendo uma possível melhora para o quadro.

Ação cardiológica

Em doses baixas, a espironolactona possui ação diurética a partir da ação poupadora de potássio, chegando também a ser conhecida em alguns lugares como “pílula de água”, e atua impedindo que o organismo seja capaz de absorver muito sal, e que os níveis de potássio fiquem baixos demais no sangue.

Devido tanto a sua ação diurética como sua ação anti-hipertensiva, a espironolactona costuma ser receitada em casos de pressão arterial elevada, inchaços, insuficiência cardíaca e casos envolvendo níveis baixos de potássio na corrente sanguínea.

Ação dermatológica

Na dermatologia, a espironolactona pode ser utilizada no tratamento da acne, do hirsutismo (excesso de pêlos) e da alopécia androgenética.

Por se tratar de uma medicação com ação antiandrogênica, a espironolactona consegue auxiliar no tratamento da acne causada pelo excesso de hormônios androgênios em mulheres, não sendo portanto usado em qualquer tipo de acne, mas sim em algumas que possuem tal desencadeamento hormonal associado.

A espironolactona consegue também controlar o excesso de testosterona nas mulheres, hormônio que influencia na ocorrência da calvície tanto em homens como em mulheres, portanto, em alguns casos, a espironolactona pode ser utilizada também no tratamento da perda de cabelo.

A espironolactona emagrece?

Explicando de maneira simplificada, não, a espironolactona não emagrece, pelo menos não como ação direta do uso da medicação.

A espironolactona reduz a retenção de líquidos, no entanto, não é eficaz na eliminação da gordura corporal.

Não é um método de longo prazo ou seguro para perda de peso.

Perder água corporal não é o mesmo que perder gordura corporal. Você pode ficar menos inchado usando um diurético, mas o peso retornará quando os níveis de fluidos corporais voltarem ao normal.

Também é importante observar que não existem estudos científicos que examinaram a espironolactona específica para perda de peso, portanto, sua eficácia para esse fim permanece desconhecida.

Porém, não haver emagrecimento comprovado como uma ação direta de um medicamento, não significa que ele não pode causar a perda de peso como ação secundária, ou seja, advinda de algum possível efeito colateral como alterações no apetite ou a excreção de possíveis excessos de líquidos por parte do corpo.

a espironolactona não emagrece

Caso você acredite que a espironolactona está lhe causando efeitos colaterais envolvendo alterações no peso, procure o médico que a indicou e tire suas dúvidas mais específicas envolvendo estas possibilidades com um profissional que conheça seu caso em específico.

Efeitos colaterais da espironolactona

Alguns dos efeitos colaterais envolvendo esta medicação podem incluir:

  • Aumento excessivo dos níveis de potássio no sangue
  • Ginecomastia (crescimento das mamas) e redução da libido nos homens
  • Alterações no ciclo menstrual das mulheres
  • Náuseas
  • Sensação de mal estar
  • Dores na região das mamas
  • Cãibras nas pernas

Alguns efeitos colaterais merecem um pouco mais de atenção, uma vez que podem indicar alguma alteração significativa no quadro de saúde e da necessidade da medicação espironolactona.

Desta forma, caso sinta um ou alguns dos sintomas citados a seguir, busque uma opinião médica especializada:

  • Fraqueza
  • Formigamento pelo corpo
  • Dores musculares
  • Perda de movimentos
  • Dores no peito
  • Batimentos cardíacos irregulares
  • Sede excessiva
  • Confusão mental
efeitos colaterais

Contra indicações

  • Mulheres grávidas
  • Mulheres em período de amamentação
  • Pessoas que possuam hipersensibilidade a qualquer componente presente na formulação da medicação
  • Pessoas que sofram de insuficiência renal aguda

Além destas contra indicações, a espironolactona pode ter ação inibidora em relação ao desenvolvimento dos caracteres sexuais nos fetos, de maneira que mulheres na idade fértil devem de preferência fazer uso desta medicação em conjunto com métodos contraceptivos como a pílula anticoncepcional, de maneira a prevenir uma gravidez enquanto fizer uso da espironolactona.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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