Endometriose causa queda de cabelo?

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A ENDOMETRIOSE é um sério problema de saúde enfrentado por mulheres de quase todas as idades, especialmente aquelas em idade fértil entre os 25 e 45 anos.

Essa doença é caracterizada por uma inflamação no endométrio, onde este cresce fora da cavidade uterina, ou seja, na camada muscular do útero, outros genitais e até mesmo em locais distantes dos órgãos genitais do corpo. Focos endometriais podem aparecer, por exemplo, na cavidade peritoneal, ovários, bexiga ou ureteres.

A endometriose é uma doença ginecológica benigna, na qual a infertilidade é um sintoma relativamente comum. Cerca de 50% das mulheres com endometriose podem apresentar infertilidade e isso é influenciado por vários fatores: inflamação das estruturas pélvicas, funcionamento alterado do sistema imunológico, anatomia distorcida da pelve, implantação prejudicada de uma gravidez e alteração da qualidade do óvulo.

Vale destacar que a endometriose também pode acontecer após a menopausa e em mulheres adolescentes.


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Sintomas da Endometriose

Além da infertilidade, outros sintomas estão relacionados à endometriose, afetando a saúde geral e o bem-estar mental e social da mulher. Esse sintomas podem incluir: dor pélvica; dor na região sacral da coluna; dor aguda antes do período menstrual; ovulação dolorosa; dor nas relações sexuais; dor ao urinar e defecar; dor que irradia para as costas; menstruação intensa e irregular; diarreia; constipação e fadiga crônica.

Pode surgir ainda alguns sintomas não característicos como náuseas, tontura, febre, dor de cabeça, ansiedade, depressão, hipoglicemia, sangramento retal, hematúria durante a menstruação ou vulnerabilidade a alergias e infecções.


Endometriose e queda de cabelo

endometriose e queda de cabelo

Muitas mulheres que sofrem com endometriose acabam tendo ainda que lidar com outro efeito adverso que indiretamente surge: a queda de cabelo.

A queda de cabelo em mulheres pode ser causada por fatores hereditários influenciados por mecanismos androgênicos ou pode ser efeito colateral de determinado hábito de vida, ou patologia. Em se tratando de endometriose, acredita-se que a queda de cabelo está intimamente relacionada a questões hormonais, estresse e medicamentos utilizados.

A endometriose é uma das principais causas de flutuações hormonais. Logo, a possibilidade dessa condição afetar o ciclo de crescimento do cabelo é bem grande. A dor física associada aos sintomas da endometriose provavelmente causa muito estresse.

O estresse causado por essa dor física também pode contribuir para a perda de cabelo, condição conhecida como eflúvio telógeno. Normalmente, uma pessoa perde cerca de 100 fios de cabelo por dia, mas sob efeito de estresse físico e emocional, a tendência é a queda de cabelo ser maior que o normal.

Determinados medicamentos utilizados ​​para tratar a endometriose também podem causar queda de cabelo como efeito colateral. No entanto, na maioria dos casos, a administração desses medicamentos é considerada uma causa temporária para a perda de cabelo. 

Sendo assim, quando o tratamento da endometriose é concluído, os efeitos adversos tendem a parar, e consequentemente, a queda de cabelo. A prescrição dos medicamentos para tratar endometriose devem ser realizadas apenas por um médico, pois os riscos e benefícios devem ser analisados com cuidado para cada mulher.


Como é feito o tratamento da endometriose?

O tratamento da endometriose está baseado em medicamentos para controlar a dor ou procedimento cirúrgico. Os sintomas relacionados aos focos de endometriose são os fatores determinantes para a necessidade de iniciar o tratamento. As mulheres que notam anormalidades em seu corpo costumam procurar um médico, que lhes permite aplicar um tratamento apropriado com antecedência.

O tratamento farmacológico é indicado para mulheres em seus anos reprodutivos e tem como objetivo reduzir ou eliminar a dor, inibir o desenvolvimento e a regressão dos focos endometriais e restaurar a fertilidade. O tratamento farmacológico pode ser hormonal ou sintomático.

A escolha do tratamento é feita com base na idade da paciente e seus desejos procriativos, bem como a forma da endometriose. O estilo de vida e a dieta adequada também desempenham um importante papel no tratamento da doença.

Alguns medicamentos são utilizados no tratamento da endometriose. Por exemplo, anti-inflamatórios não esteroides inibem a síntese de prostaglandinas, ajudam na redução da inflamação e resolvem a dor. A terapia com estrogênio e progestagênio pode ser utilizada de forma cíclica ou contínua.

Em relação ao tratamento cirúrgico, este pode ser poupador ou radical. O tratamento poupador é aplicado em mulheres adolescentes e em idade fértil que planejam engravidar no futuro. O tratamento com abordagem radical é aplicado em mulheres que não planejam a gravidez ou que permanecem com dor mesmo com o tratamento farmacológico.

A laparoscopia é a técnica cirúrgica indicada para o tratamento da endometriose, independentemente do seu estágio.

Vale destacar ainda os benefícios da fisioterapia na endometriose, que se concentra em um tratamento não invasivo e trata da restauração da eficiência e função dos tecidos e órgãos da região pélvica, ajudando a paciente a relaxar os músculos e, consequentemente, reduzir a dor, melhorando assim a qualidade de vida.


REFERÊNCIAS

SMOLARZ, B. et al. Endometriosis: epidemiology, classification, pathogenesis, treatment and genetics (review of literature). International Journal of Molecular Sciences, v. 22, n. 10554, p. 1-29. 2021.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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