O MEDICAMENTO Escitalopram, conhecido pelo seu nome comercial Lexapro, está incluído na classe dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina, que é uma classe de medicamentos antidepressivos.
Escitalopram pode causar perda de peso ou diminuição do apetite. A perda de peso é um efeito colateral menos comum, mas pode acontecer à medida que o corpo se ajusta à medicação.
Algumas pessoas também podem achar que têm mais energia ou mais desejo de se exercitar, pois a medicação alivia a depressão. Esse alívio dos sintomas também pode acabar com padrões de comportamento pouco saudáveis, como a compulsão alimentar, o que pode levar a alguma perda de peso.
Para que serve escitalopram?
Atualmente, esse tipo de medicamento tem sido utilizado de forma satisfatória no tratamento de várias patologias psiquiátricas como transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de ansiedade social (fobia social), transtorno do pânico, transtorno obsessivo compulsivo e recorrências da depressão.
A eficácia clínica dos inibidores depressores da recaptação da serotonina está associada a uma potencialização da transmissão serotoninérgica. Serotonina é uma substância química encontrada em várias espécies animais, de alguns insetos a praticamente todas as espécies vertebradas. No homem, é encontrada em diversos órgãos e tecidos, sendo que no sistema nervoso central se encontra aproximadamente apenas 2% da serotonina total do corpo.
Importância | Escitalopram |
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Saúde Mental | Escitalopram é um medicamento antidepressivo usado para tratar transtorno depressivo maior e transtorno de ansiedade generalizada em adultos. |
Controle de peso | Ajuda a regular o apetite e reduzir os desejos, o que pode levar à perda de peso. |
Controle Emocional | Ajuda a regular o humor, reduzindo o risco de comer demais, comer compulsivamente e comer emocionalmente. |
Melhoria do sono | Pode melhorar a qualidade do sono, o que pode levar a melhores níveis de energia, maior estado de alerta e melhor saúde geral. |
Redução de estresse | Ajuda a reduzir os níveis de estresse, permitindo que os indivíduos gerenciem melhor sua dieta e hábitos de exercícios. |
Essa substância está envolvida em diversas funções fisiológicas como a regulação da função muscular nos sistemas gastrointestinal e cardiovascular, a regulação da função plaquetária, o controle da temperatura, do apetite e do sono, e atua ainda como neurotransmissor no sistema nervoso central, envolvendo-se no processamento das emoções, da aprendizagem e do comportamento social.
Estudos indicam que a neurotransmissão serotoninérgica possui um papel importante no controle de funções essenciais relacionados ao comportamento social, como impulsividade e agressividade, influenciando na inibição de comportamento.
Escitalopram e perda de peso
O medicamento Escitalopram não é direcionado para o emagrecimento, mas pode influenciar tanto na perda quanto no ganho de peso. No entanto, muitas variáveis estão envolvidas nesses dois processos, como a realização de exercícios físicos e a adoção de uma alimentação balanceada[1]Serretti A, Mandelli L, Laura M. Antidepressants and body weight: a comprehensive review and meta-analysis. The Journal of clinical psychiatry. 2010 Oct 15;71(10):979.
Quem faz uso de Escitalopram, em alguns casos, pode emagrecer conforme a dosagem é ajustada, isso porque o uso de antidepressivos pode causar perda do apetite como um dos efeitos colaterais. Além disso, a energia e disposição para praticar atividades físicas aumentam, visto que a medicação ajuda a aliviar o estresse e a depressão. Logo, a administração de Escitalopram, quando emagrece, é na verdade uma consequência[2]Hasnain M, Vieweg WV, Hollett B. Weight gain and glucose dysregulation with second-generation antipsychotics and antidepressants: a review for primary care physicians. Postgraduate medicine. 2012 Jul … Continue reading.
É importante destacar que o medicamento não chega ao ponto de causar uma perda de peso severa, pois a redução do apetite acontece até no máximo com poucos meses de tratamento.
Após esse período, é comum o apetite retornar ao seu padrão anterior, já que essa alteração no apetite é um efeito adverso do medicamento. Se a perda de peso for muito acentuada, é aconselhável consultar um médico especialista para a realização de uma análise aprofundada para esclarecer se a perda de peso está associada ao tratamento com o medicamento ou se está relacionado a outro fator desencadeante.
Como tomar Escitalopram?
O medicamento Escitalopram é o mais seletivo da classe dos inibidores depressores da recaptação da serotonina, sendo amplamente utilizado em virtude dos seus efeitos antidepressivos e ansiolíticos, sendo considerada uma droga segura, com baixa incidência de efeitos colaterais. No Brasil, o Escitalopram é licenciado apenas para uso oral, em forma de comprimidos sulcados de 10 mg, podendo ser administrado na faixa de dosagem entre 10 e 20 mg por dia.
Os comprimidos devem ser ingeridos uma única vez ao dia, tomados em qualquer horário, com ou sem alimentos. De preferência, deve-se tomar no mesmo horário e engolir os comprimidos com água e sem mastigá-los. Dependendo da patologia, a dose recomendada pode variar. Por exemplo, para o tratamento e prevenção da recaída ou recorrência da depressão, a dose recomendada é 10 mg por dia, podendo ser aumentada até no máximo 20 mg dependendo da resposta do paciente.
São necessárias cerca de 4 semanas para o paciente obter uma resposta antidepressiva. Depois da melhora dos sintomas, é requerido um tratamento por pelo menos 6 meses para consolidação da resposta.
Contraindicações do Escitalopram
O Escitalopram é contraindicado se o paciente for alérgico a qualquer um dos componentes do medicamento. Não é aconselhado também fazer uso de Escitalopram em combinação com medicamentos inibidores da monoaminoxidase (IMAO), incluindo selegilina (para o tratamento de Mal de Parkinson), moclobemida (utilizado no tratamento da depressão) e linezolida (que é um antibiótico).
Em casos de histórico de arritmia cardíaca, comprovado por exames de eletrocardiograma, não se deve fazer uso desse medicamento se o paciente estiver realizando tratamento farmacológico para essa condição cardíaca.
Gestantes ou lactantes não devem fazer uso de Escitalopram, sem orientação médica.
Contraindicação | Descrição |
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Hipersensibilidade | Reações alérgicas prévias ao escitalopram ou outros medicamentos da mesma classe. |
Administração concomitante de IMAOs | Risco aumentado de síndrome serotoninérgica. |
Gestação e amamentação | Risco potencial ao feto e recém-nascido, deve ser avaliado caso a caso. |
Prolongamento do intervalo QT | Risco aumentado de arritmias cardíacas. |
Tendências suicidas | Risco aumentado, especialmente no início do tratamento em jovens. |
Mania/hipomania | Risco de precipitação de episodio maníaco em pacientes bipolares. |
Convulsões | Histórico prévio de convulsões ou condições que diminuem o limiar convulsivo. |
Insuficiência hepática | Redução do metabolismo, risco de acúmulo do medicamento. |
Cuidados com o uso do Escitalopram
Esse medicamento só deve ser utilizado sob prescrição médica, pois assim como todos os medicamentos, este pode causar efeitos colaterais. Geralmente, os efeitos colaterais são brandos, cessando por conta própria após alguns dias de tratamento.
No entanto, fique atento e procure o seu médico se você apresentar os seguintes sintomas durante o tratamento: tremores, diarreia, vômito, sudorese, dores musculares e articulares, fadiga e febre. Sangramentos inesperados e aceleração dos batimentos cardíacos também são sinais preocupantes.
Em caso de inchaço na língua, nos lábios ou na pele, acompanhado de falta de ar, encaminhe-se diretamente a um serviço de emergência.
REFERÊNCIAS
NETO, W. C. A. Efeitos do Escitalopram sobre a identificação de expressões faciais. 2008. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008.
OXALATO DE ESCITALOPRAM. [bula]. São Paulo: EMS.
Referências Bibliográficas
↑1 | Serretti A, Mandelli L, Laura M. Antidepressants and body weight: a comprehensive review and meta-analysis. The Journal of clinical psychiatry. 2010 Oct 15;71(10):979 |
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↑2 | Hasnain M, Vieweg WV, Hollett B. Weight gain and glucose dysregulation with second-generation antipsychotics and antidepressants: a review for primary care physicians. Postgraduate medicine. 2012 Jul 1;124(4):154-67. |