As lesões no quadril aumentaram expressivamente nas últimas décadas.
Na leitura deste texto você compreenderá o que é o lábio acetabular e as lesões no quadril associadas a esta estrutura.
Assim, saberá como diagnosticar uma lesão no quadril e as formas de tratamento.
Vamos começar!
O que é lábio acetabular?
Termo pouco conhecido, o lábio (ou labrum) acetabular é uma estrutura fibrocartilaginosa localizada na margem do acetábulo (cavidade da articulação do quadril).
É uma superfície côncava formada pelos ossos pélvicos (ísquio, ílio e pélvis) e está associada à estabilidade e propriocepção do quadril.
Apresenta as seguintes funções:
- Estabilização do quadril;
- Vedação da articulação;
- Minimização de impactos no quadril;
- Lubrificação da articulação.
Lesões do lábio acetabular
A maioria das lesões no quadril são causadas pelo impacto femeroacetabular (IFA).
O IFA ocorre devido ao desgaste entre a cabeça e o encaixe da articulação do quadril, resultando em limitação da mobilidade, desconforto e dor.
Esta lesão pode ocorrer de três formas:
- Cam: onde há uma anormalidade na cabeça femoral;
- Pincer: há uma cobertura excessiva acetabular;
- Misto: apresenta características de ambos.
O impacto femeroacetabular tem etiologia genética e ambiental, atingindo principalmente pessoas que praticam atividades físicas intensas e esportistas.
É também a principal causa de osteoartrose do quadril em pessoas jovens.
Outras lesões no quadril podem ocorrer em razão de:
- Traumatismo;
- Frouxidão articular;
- Hipermobilidade;
- Displasia do quadril;
- Degeneração articular.
Sintomas da lesão do lábio acetabular
Conheça agora os principais sintomas que caracterizam a lesão do labrum:
- Dor na virilha;
- Dor no glúteo e na parte de trás da coxa;
- Sensação de bloqueio articular ao movimentar-se;
- Limitação da mobilidade natural do quadril.
A dor na região do púbis é usualmente descrita pelos pacientes como profunda, podendo irradiar para a lateral e parte interna da coxa.
Você reconhece esses sintomas?
Pois saiba que, em muitos casos, a lesão do labrum é confundida com lesões musculares ou hérnia inguinal.
Além disso, quando não tratada adequadamente, a lesão do labrum acetabular pode causar:
- Alterações degenerativas da articulação coxofemoral (desgaste da articulação do quadril);
- Piora do sintoma de dor;
- Restrição dos movimentos e da funcionalidade física.
Portanto, o diagnóstico é fundamental para prevenir o agravamento da lesão acetabular.
Diagnóstico
O médico ortopedista é o profissional habilitado para efetuar o diagnóstico da lesão acetabular.
Através da história clínica do paciente e de um exame físico cuidadoso, o médico poderá solicitar exames de imagem para confirmar a lesão.
Assim, o diagnóstico diferencial pode ser complementado pelo estudo de exames de imagem:
- Radiografia: para análise da parte óssea;
- Ressonância magnética: para confirmar a lesão do labrum acetabular em si;
- Tomografia computadorizada: para identificar o mecanismo da lesão;
- Artrografia: para avaliar as articulações do quadril.
O médico indicará os exames mais apropriados de acordo com a singularidade dos sintomas manifestados e estilo de vida do paciente.
Então você já sabe que um histórico detalhado associado ao exame físico minucioso e a avaliação pradronizada dos exames de imagem são essenciais para o diagnóstico diferencial do impacto femoroacetabular.
Dessa forma, o médico escolherá a opção mais adequada entre as alternativas de tratamento.
Tratamento da lesão do lábio acetabular
O tratamento conservador, caracterizado pelo uso de anti-inflamatórios e analgésicos, auxilia na melhora da queixa álgica do paciente.
A fisioterapia pode ser indicada quando a lesão é diagnosticada precocemente, com o objetivo de alívio da dor, aumento da força muscular dos flexores do quadril e melhora da função da mobilidade física.
A finalidade do tratamento fisioterápico é reduzir a dor e evitar mais danos na cartilagem do lábio acetabular através da modificação das atividades físicas do paciente.
Algumas alternativas de tratamento conservador podem ser consideradas pelo médico ortopedista, tais como:
- Terapia combinada;
- Laserterapia;
- Liberação miofascial;
- Mobilização articular.
De acordo com o grau da lesão e extensão das limitações de movimento, o tratamento cirúrgico é necessário.
Assim, a abordagem cirúrgica será definida de acordo com a complexidade do impacto femoroacetabular.
As técnicas mais utilizadas atualmente são:
- Artroscopia:
- Luxação cirúrgica:
- Osteotomia periacetabular.
Independente da técnica de escolha, o intuito do procedimento cirúrgico é a correção de deformidades ósseas e o tratamento da lesão do lábio acetabular.
Estudos demonstram que a cirurgia apresenta bons resultados para a reabilitação e melhora na qualidade de vida dos pacientes.
O pilates e a fisioterapia podem ser indicados como tratamento pré-cirúrgico, para fortalecer a resistência muscular do paciente, bem como no período pós-operatório, conforme a prescrição médica.
Fique ligado!
Este texto trouxe informações valiosas sobre a lesão acetabular, seus principais sintomas e a importância do diagnóstico e tratamento.
Lembre-se que o impacto femeroacetabular é um importante precursor no desenvolvimento de artrose de quadril.
Assim, a melhor forma de prevenção ainda é o diagnóstico precoce e a definição de tratamento adequado segundo a singularidade de cada caso.
Agora que você já sabe o caminho, busque a avaliação do médico ortopedista!
O diagnóstico correto é fundamental para a melhora do quadro clínico e para o resgate da qualidade de vida.
Deixe nos comentários as suas dúvidas e sugestões e compartilhe este texto: assim você pode ajudar outras pessoas na busca de tratamento e reabilitação.
Referências
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3 – JUNIOR, L.L.C.; DIONÍSIO, F.N. Atuação da fisioterapia na lesão de labrum acetabular: revisão bibliográfica. Rev. Ibirapuera, n. 12, p. 26-33, São Paulo, 2016. Disponível em: https://www.ibirapuera.br Acesso em 04 de agosto de 2022.
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5 – EJNISMAN, L.; JUNIOR, W.R.; QUEIROZ, M.C. Impacto femoroacetabular e lesão do lábio acetabular – Parte 3: Tratamento cirúrgico. Rev Bras Ortop, v. 55, n. 5, p. 532-536, 2020. Disponível em: < http://www.rbo.org.br/detalhes/4353/pt-BR> Acesso em 05 de agosto de 2022.