A expressão “febre interna” é frequentemente usada por pacientes para descrever uma sensação de calor, mal-estar e calafrios sem que o termômetro registre elevação da temperatura corporal. Embora seja um termo popular, na literatura médica não existe o diagnóstico de “febre interna”. O que ocorre é uma percepção térmica alterada que pode ter várias causas, desde respostas fisiológicas normais até condições clínicas que exigem investigação. Este guia esclarece a diferença entre febre real e sensação de calor interno, explorando causas, diagnóstico e tratamentos baseados em evidências.
O Que É a “Febre Interna”?
O termo “febre interna” refere-se a uma sensação subjetiva de calor, ardor ou calafrios associados a mal-estar generalizado, na ausência de hipotermia ou hipertermia confirmada por medição objetiva. Trata-se de um fenômeno de disestesia térmica – alteração da percepção sensorial – que pode ser causado por disfunção do sistema nervoso autônomo, respostas inflamatórias subclínicas ou distúrbios psicogênicos.
Febre Real vs. Percepção de Calor Interno
A febre verdadeira é definida como elevação da temperatura corporal central acima de 38°C (100.4°F), mediida por termômetro, devida a aumento do ponto de ajuste termorregulatório no hipotálamo. Já a “febre interna” envolve sensação térmica alterada sem alteração do ponto de ajuste, mantendo temperatura corporal normal (36-37.5°C).
⚖️ Febre Real vs. Sensação de “Febre Interna”
| Critério | Febre Real | “Febre Interna” (Sensação) |
|---|---|---|
| Temperatura Corporal | > 38°C (100.4°F) | 36-37.5°C (normal) |
| Mecanismo | Aumento do ponto de ajuste hipotalâmico via prostaglandina E2 | Disestesia térmica, disautonomia, resposta inflamatória subclínica |
| Sintomas Acompanhantes | Calafrios, sudorese, taquicardia, mal-estar generalizado | Calor localizado, astenia, cefaleia leve, sem taquicardia marcante |
| Resposta a Antipiréticos | Redução documentada da temperatura | Melhora mínima ou nula da sensação térmica |
| Investigação Necessária | Protocolo de febre de origem desconhecida | Avaliação clínica direcionada, exames laboratoriais seletivos |
A distinção é crucial porque o tratamento e o prognóstico são completamente diferentes. Enquanto a febre real requer investigação de infecções ou inflamações sistêmicas, a sensação de “febre interna” demanda avaliação de causas funcionais ou neurológicas.
Principais Causas da Sensação de “Febre Interna”
Várias condições clínicas e fisiológicas podem gerar essa percepção. A identificação da etiologia é o primeiro passo para tratamento eficaz.
1. Distúrbios Psicológicos e Psicogênicos
Ansiedade e Transtorno de Pânico: A ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal em resposta ao estresse libera cortisol e catecolaminas, alterando a percepção térmica e causando vasoconstrição periférica seguida de sudorese. Estudos demonstram que até 67% dos pacientes com transtorno de ansiedade generalizada relatam “calor interno” como sintoma frequente.
Depressão: Alterações neurotransmissoriais (especialmente serotonina e noradrenalina) afetam a termorregulação. A sensação de calor ou frio paradoxal é comum, acompanhada de astenia e alterações do sono.
Febre Psicogênica: Condição rara onde o estresse emocional provoca elevação documentada de temperatura (até 38.5°C), revertendo rapidamente com abordagem psicológica. Diferencia-se da “febre interna” porque há elevação real, porém transitória e sem causa orgânica.
2. Distúrbios do Sistema Nervoso Autônomo
Disautonomia: Disfunção da regulação autonômica causa vasodilatação ou vasoconstrição inadequada, gerando sensação de calor ou frio sem alteração térmica central. Comum em síndrome da fadiga crônica, fibromialgia e diabetes autonômica.
Menopausa e Síndrome de Fogacho: Oscilações estrogênicas afetam o termostato hipotalâmico, causando ondas de calor intensas. Embora seja causa fisiológica, a sensação é muito similar à “febre interna” relatada.
3. Resposta Inflamatória Subclínica
Infecções virais incipientes, processos autoimunes em fase inicial ou inflamação crônica de baixo grau podem liberar citocinas (IL-1β, IL-6, TNF-α) em quantidades insuficientes para elevar a temperatura corporal, mas suficientes para gerar sensação de mal-estar e calor. Este é o cenário mais desafiador de diagnóstico.
4. Distúrbios Metabólicos e Endócrinos
Hipotireoidismo e Hipertireoidismo: Ambos podem causar alterações da percepção térmica. O hipertireoidismo gera intolerância ao calor; o hipotireoidismo, sensação paradoxal de calor devido a alterações da sudorese e vasodilatação.
Hipoglicemia: Episódios de baixa glicose ativam o sistema nervoso simpático, causando sudorese, taquicardia e sensação de calor interno, mimetizando febre.
5. Efeitos de Medicamentos e Toxinas
Antidepressivos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), niacina (vitamina B3) em doses terapêuticas e desintoxicação alcoólica podem causar “flushing” e sensação de calor. A sindrome serotoninérgica, embora rara, produz febre real grave com hipertermia.
Diagnóstico Diferencial e Abordagem Clínica
A avaliação de pacientes com queixa de “febre interna” requer método sistemático para identificar causas orgânicas e funcionais.
Anamnese Detalhada
Questionar sobre:
- Temporalidade: Quando começou? Frequência e duração dos episódios?
- Características: É calor generalizado ou localizado? Há sudorese associada?
- Gatilhos: Relação com estresse, alimentação, exercício, ciclo menstrual?
- Sintomas associados: Palpitações, tremores, dor, alterações do sono?
- Medicamentos: Uso de antidepressivos, niacina, hormônios?
- Histórico: Doenças crônicas, cirurgias, menopausa?
Exame Físico Dirigido
Sinais Vitais
Temperatura, FC, PA, FR em repouso e ortostática
Pele e Anexos
Sudorese, flushing, temperatura cutânea, sinais de hipertireoidismo
Sistema Nervoso
Sinais de disautonomia, tremores, reflexos, sensibilidade tátil
Tireoide
Bócio, tremor fino, reflexos miotáticos acentuados
Exames Complementares Selecionados
Testes Iniciais (Primeira Consulta):
- Hemograma completo com VHS e proteína C-reativa (inflamação)
- TSH, T4 livre, anticorpos anti-TPO (distúrbios tireoidianos)
- Glicemia de jejum e teste de tolerância oral (distúrbios glicêmicos)
- 25-hidroxivitamina D (deficiência associada a disestesias)
- Teste de função autonômica (diferença da FC e PA ortostática)
Testes Especializados (Se Indicado):
- Dosagem de catecolaminas e metanefrinas (feocromocitoma)
- Testes de provocação com histamina ou metacolina (distúrbios vasomotores)
- Avaliação psiquiátrica estruturada (ansiedade, depressão)
Tratamentos Não-Cirúrgicos: Opções Baseadas em Evidências
A abordagem terapêutica deve ser direcionada à causa identificada. A maioria dos casos responde bem a tratamento clínico.
Tratamento Farmacológico para Ansiedade e Disautonomia
Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS):
- Sertralina: 50mg ao dia, podendo aumentar para 100-150mg. Início de ação em 2-4 semanas. Efeitos adversos: disfunção sexual, náuseas iniciais.
- Escitalopram: 10mg ao dia, dose máxima 20mg. Melhor tolerabilidade gastrointestinal. Monitorar alterações do sono e aumento da sudorese inicial.
Beta-bloqueadores para Síntomas Somáticos:
- Propranolol: 20-40mg 2-3 vezes ao dia para controle de tremores e palpitações. Reduz sensação de calor ao diminuir resposta simpática. Contraindicado em asma brônquica e bloqueio cardíaco.
- Bisoprolol: 2,5-5mg ao dia para pacientes com disautonomia cardíaca. Mais seletivo, menor efeito brônquico.
Tratamento da Menopausa e Fogachos
Terapia Hormonal (USO PERSONALIZADO):
- Estradiol: 0,5-1mg via oral ou adesivo transdérmico (25-50mcg). Reduz fogachos em 80-90% dentro de 4 semanas. Riscos: tromboembolismo, câncer de mama com uso prolongado >5 anos.
- Medroxiprogesterona: 2,5-5mg dia se útero íntegro para proteção endometrial.
Não Hormonal:
- Paroxetina: 7,5-12,5mg noturno. Aprovado pelo FDA para fogachos. Inibidor de recaptação de serotonina/noradrenalina que estabiliza termorregulação.
- Gabapentina: 300mg noturno, aumentando para 900mg se necessário. Reduz fogachos em 45-60%. Efeitos sedativos podem ser benéficos para sono.
- Clonidina: 0,1mg transdérmico semanal. Alfa-2 agonista central que reduz descargas simpáticas. Pode causar hipotensão ortostática.
⚠️ Alerta de Segurança: Terapia Hormonal
A terapia hormonal na menopausa requer avaliação individualizada de risco cardiovascular e mamário. Não iniciar sem avaliação médica completa. Doses mais baixas (0,3mg de estradiol) podem ser eficazes com menor risco.
Tratamento da Disautonomia e Fogacho Funcional
Medidas não farmacológicas (PILAR DO TRATAMENTO):
- Hidratação: 2-3 litros de água/dia para manter volume intravascular e reduzir sintomas ortostáticos.
- Recondicionamento Físico: Exercícios contraincatch para pés e panturrilhas, caminhada em declive, natação. Melhora tônus autonômico em 8-12 semanas.
- Elevação cabeceira: Inclinar cabeceira da cama 10-15 graus reduz sintomas ortostáticos matinais.
Farmacológico Adjuvante:
- Midodrina: 5-10mg 3x/dia para hipotensão ortostática sintomática. Vasoconstritor periférico que melhora sintomas de “calor” ao estabilizar pressão.
- Fludrocortisona: 0,1mg ao dia para retenção de sódio e expansão volêmica. Monitorar potássio e pressão.
Tratamento da Inflamação Subclínica
Anti-inflamatórios Não Hormonais (AINH):
- Ibuprofeno: 400-600mg a cada 6-8 horas por 5-7 dias. Reduz sintomas inflamatórios e sensação térmica. Risco de gastropatia; usar com alimentos.
- Naproxeno: 250-500mg 2x/dia. Meia-vida mais longa, melhor adesão. Contraindicado em insuficiência renal grave.
Suplementação:
- Vitamina D: Reposição se níveis < 30ng/mL. Dose de ataque 50.000 UI/semana x 6-8 semanas, depois 2.000 UI/dia de manutenção. Deficiência está associada a aumento de citocinas pró-inflamatórias.
- Ômega-3: 2-3g/dia de EPA+DHA. Reduz IL-6 e TNF-α em 15-30% após 12 semanas.
🔄 Fluxo de Tratamento por Etapas
Avaliação
Exames básicos e anamnese detalhada
Causa Identificada
Iniciar tratamento específico
Reavaliação
Ajuste em 4-6 semanas
Manutenção
Monitoramento a cada 3-6 meses
Sinais de Alerta: Quando a “Febre Interna” Esconde Gravidade
Embora a maioria dos casos seja benigna, certos sinais indicam necessidade de investigação urgente para descartar causas sistêmicas graves.
📋 Checklist – Procure Atendimento Imediato Se:
- ✗ Temperatura corpórea > 38.5°C (confirma febre real)
- ✗ Perda de peso não intencional > 5kg em 1 mês
- ✗ Sudorese noturna que molha o lençol
- ✗ Taquicardia em repouso > 120 bpm
- ✗ Rigidez de nuca, fotofobia ou confusão mental
- ✗ Sintomas persistentes > 4 semanas sem diagnóstico
Se marcou 2 ou mais itens, procure pronto-atendimento ou consulta urgente.
Prevenção e Melhora da Qualidade de Vida
Estratégias de estilo de vida são fundamentais para reduzir recorrência da sensação de “febre interna” e melhorar bem-estar geral.
Modificações de Estilo de Vida
Controle do Estresse:
- Mindfulness e Meditação: 15-20 minutos diários reduzem atividade do eixo HPA e melhoram percepção térmica. Aplicações como Headspace ou Calm fornecem guiados específicos.
- Técnica de Respiração 4-7-8: Inspirar por 4s, segurar 7s, expirar 8s. Repetir 4 ciclos reduz resposta simpática imediata.
Exercícios Físicos:
- Aeróbicos Moderados: 150 minutos/semana de caminhada, natação ou ciclismo. Melhoram tônus autonômico e reduzem IL-6 sistêmica.
- Yoga e Tai Chi: 2-3 sessões semanais de 60 minutos. Reduzem sintomas de ansiedade e disautonomia em 40% após 12 semanas.
Dieta Anti-inflamatória:
- Ômega-3: Peixes gordurosos (salmão, atum) 3x/semana ou suplementação 2g/dia.
- Antioxidantes: Ingerir 5-7 porções de frutas e vegetais coloridos diariamente. Polifenóis reduzem estresse oxidativo associado a inflamação subclínica.
- Evitar Gatilhos: Reduzir cafeína (>300mg/dia), álcool e alimentos picantes que desencadeiam flushing.
🌡️ Dicas Práticas para Episódios Agudos
- 💨 Ventilação: Soprar ar frio no rosto ou usar ventilador portátil estimula nervo vago
- 🧊 Compressas: Toalha úmida e fria na nuca e pulsos reduz sensação de calor em 2-3 minutos
- 💧 Hidratação: 200-300ml de água gelada com limão ajuda a regular temperatura central
- 🧘 Posição: Sentar com pernas elevadas reduz descarga simpática e acelera resolução do episódio
Perguntas Frequentes sobre “Febre Interna”
1. Existe realmente febre interna ou é perda de sensação?
Não existe “febre interna” como diagnóstico médico. Trata-se de percepção térmica alterada sem elevação da temperatura corporal. O fenômeno é real para quem sente, mas não representa infecção. Causas incluem ansiedade, disautonomia, menopausa ou inflamação subclínica. A distinção é importante porque o tratamento difere completamente da febre infecciosa.
2. Por que sinto calor mas o termômetro marca 36.5°C?
A sensação de calor pode surgir de desregulação do sistema nervoso autônomo, liberação de adrenalina no estresse ou oscilações hormonais. A temperatura corporal central permanece normal porque o hipotálamo não elevou o “termostato”. Isso ocorre em ansiedade, menopausa ou disautonomia. O corpo não está com febre, mas a pele e a percepção são alteradas.
3. Pode ser sintoma de câncer ou doença grave?
Raramente é manifestação isolada de câncer. Doenças graves geralmente apresentam febre real (>38°C) ou outros sinais como perda de peso, sudorese noturna ou dor persistente. Se esses sinais estiverem ausentes, probabilidade de malignidade é baixa. Investigação detalhada é indicada apenas se houver sintomas alarmantes ou duração > 4 semanas sem causa clara.
4. Antipiréticos ajudam na febre interna?
Geralmente não. Como não há elevação do ponto de ajuste termorregulatório, paracetamol ou ibuprofeno têm efeito mínimo na sensação. Podem ajudar ligeiramente se houver componente inflamatório subclínico. O tratamento deve focar na causa subjacente (ansiedade, disautonomia). Usar antipiréticos cronicamente sem indicação pode causar efeitos adversos.
5. Como diferenciar de infecção viral começando?
Infecções virais tipicamente evoluem para febre real em 24-48h, acompanhadas de coriza, dor de garganta ou tosse. A “febre interna” pura não evolui para temperatura elevada. Se após 2-3 dias surgir febre documentada, é infecção. Monitorar temperatura 2x/dia. Se permanecer normal e sintomas não piorarem, é mais provável causa funcional.
6. Homens também podem ter febre interna?
Sim, com frequência similar. Em homens, principais causas são ansiedade, estresse, disautonomia e hipoglicemia reativa. Não há componente hormonal como na menopausa, mas andrógenos e cortisol também afetam termorregulação. Homens com síndrome metabólica têm maior prevalência de disestesia térmica devido a inflamação crônica de baixo grau.
7. Quanto tempo dura cada episódio de calor?
Varia conforme a causa. Fogachos da menopausa duram 2-5 minutos. Episódios ansiosos podem persistir 10-30 minutos até a adrenalina ser metabolizada. Disautonomia gera sensação intermitente de horas. Se durar > 1 hora contínua, investigar outras causas. A duração ajuda no diagnóstico diferencial.
8. Exercício físico piora ou melhora?
Inicialmente pode piorar devido a liberação de catecolaminas, mas a longo prazo melhora significativamente. Exercício regular recondiciona o sistema autonômico e reduz citocinas inflamatórias. Comece com atividades de baixo impacto (caminhada, natação) 20-30min, 3x/semana. Evite exercício intenso em horários de pico de sintomas.
9. Posso usar termômetro digital infravermelho para confirmar?
Sim, mas com limitações. Termômetros infravermelhos de testa ou ouvido têm precisão variável (±0.3°C). O padrão ouro para descartar febre é termômetro digital oral ou axilar de contato. Meça sempre no mesmo local, 2x/dia (manhã e noite). Se todas as medições ficarem < 37.5°C, descarta febre real.
10. Suplementos naturais ajudam?
Alguns têm evidência moderada. Isoflavonas de soja (50-100mg/dia) reduzem fogachos em 30-40%. Extrato de cohosh preto e erva-de-São-João (cautela com interações) podem ajudar. Magnésio (300-400mg/dia) estabiliza sistema nervoso. Sempre consulte um profissional antes de iniciar, especialmente se usa medicamentos.
11. A sensação pode ser efeito de remédios para pressão ou colesterol?
Sim. Inibidores da ECA (enalapril, captopril) podem causar flushing. Niacina (vitamina B3) para colesterol causa calor intenso. Betabloqueadores podem mascarar taquicardia mas não a sensação. Vasodilatadores como minoxidil causam calor. Se iniciou novo remédio e surgiu sintoma, converse com seu médico sobre ajuste.
12. Crianças e adolescentes também sentem febre interna?
Sim, mas é menos comum. Em crianças, sempre descarte febre real primeiro. Ansiedade e estresse escolar podem causar sensação térmica em adolescentes. Distúrbios autonômicos são raros nessa faixa etária. Se criança < 12 anos relatar calor interno persistente, investigação pediátrica completa é mandatória para descartar infecções ocultas ou doenças reumáticas.
13. Pode ser reação alérgica ou intolerância alimentar?
Intolerâncias alimentares (glúten, lactose) podem gerar inflamação intestinal de baixo grau, liberando citocinas que causam mal-estar e sensação de calor. Alergias verdadeiras geralmente têm manifestações cutâneas ou respiratórias. Teste de eliminação dietética por 3-4 semanas pode identificar gatilhos alimentares.
14. Exames de imagem são necessários?
Raramente. Em casos típicos sem sinais alarmantes, exames de imagem não são indicados. Se houver perda de peso, sudorese noturna ou dor localizada, TC de tórax/abdome ou PET-CT podem ser necessários para descartar linfoma ou neoplasia. A regra é: imagem quando exame físico ou laboratorial indicar anormalidade específica.
15. Quando devo procurar endocrinologista?
Se suspeitar de distúrbios hormonais: menopausa precoce < 40 anos, sintomas de hipertireoidismo (palpitações, perda de peso), ou se exames de tireoide estiverem alterados. Endocrinologistas também tratam disautonomia e diabetes autonômica. Se o clínico geral não identificar causa após investigação inicial, encaminhamento especializado é apropriado.
Considerações Finais e Próximos Passos
A sensação de “febre interna” é um sintoma real e frequentemente incapacitante, embora não represente febre verdadeira. A abordagem adequada combina:
- 1Avaliação inicial completa: Excluir febre real (temperatura > 38°C) e sinais de gravidade
- 2Investigação etiológica: Exames laboratoriais seletivos baseados na anamnese
- 3Tratamento direcionado: Farmacológico e não farmacológico conforme causa identificada
- 4Acompanhamento: Reavaliação em 4-6 semanas para ajuste terapêutico
A maioria dos pacientes apresenta melhora significativa com tratamento adequado. A chave é a individualização da abordagem, considerando fatores psicológicos, hormonais e autonômicos. Pacientes devem ser encorajados a manter diário de sintomas, anotando horário, gatilhos e características dos episódios. Essas informações são valiosas para o médico ajustar o tratamento.
🎯 Plano de Ação para Pacientes
- Hoje: Meça temperatura 2x/dia por 7 dias e registre em diário
- Semana 1: Agende consulta médica com dados coletados
- Semana 2-3: Realize exames laboratoriais solicitados
- Semana 4: Inicie tratamento conforme orientação médica
- Semana 8: Reavalie sintomas e ajuste terapia se necessário


















































