Você Sabe o que é a Escala de Bristol?

escala de bristol

A Escala de Bristol para Consistência de Fezes – EBCF (Bristol StoolForm Scale) foi desenvolvida na Universidade de Bristol (daí o nome na escala) e validada pelos autores Kenneth W. Heaton e S. J. Lewis.

Sim, é isso mesmo que você leu: a Escala de Bristol fala sobre fezes e aqui você vai entender a sua importância.

Apesar de ter sido criada nos Estado Unidos, ela foi traduzida para a língua portuguesa, além de ter passado por uma adaptação cultural para ser validada no Brasil. O objetivo dessa escala é avaliar, de maneira descritiva, a forma do conteúdo fecal, utilizando imagens que representam sete tipos de fezes, de acordo com sua forma e consistência[1]Lane MM, Czyzewski DI, Chumpitazi BP, Shulman RJ. Reliability and validity of a modified Bristol Stool Form Scale for children. The Journal of pediatrics. 2011 Sep 1;159(3):437-41..


Importância da Escala de Bristol

A inovação dessa escala é que ela apresenta as imagens que ilustram as fezes, juntamente com descrições precisas quanto à forma e à consistência, recorrendo a exemplos facilmente reconhecíveis e facilitando o entendimento no ato de uma consulta com um profissional de saúde, por exemplo.

O paciente observa a escala e seleciona o tipo de fezes que mais se assemelha a suas próprias fezes, de acordo com a consistência e forma[2]Chumpitazi BP, Lane MM, Czyzewski DI, Weidler EM, Swank PR, Shulman RJ. Creation and initial evaluation of a Stool Form Scale for children. The Journal of pediatrics. 2010 Oct 1;157(4):594-7..


Escala de Bristol
Escala de Bristol. Fonte: Nutriciro (Ciro Pacheco)


Por que as fezes se modificam?

As fezes se modificam em várias situações. Em situações fisiológicas, a caracterização das fezes pode ser bastante útil e mostrar como anda a qualidade da dieta de uma pessoa. Fatores como uso de medicamentos, sedentarismo, e microbiota alterada também podem interferir.

Já em relação ao diagnóstico e acompanhamento, as fezes têm enorme importância para doenças intestinais como, por exemplo, as diarreias infecciosas, colites, constipação intestinal, incontinência anal, síndrome do intestino irritável, entre outras.

Sabemos que, no Brasil, lidamos com uma ampla variedade de culturas e classes sociais e, além da linguagem, a idade e a cultura local pode influenciar a forma de expressão. E os profissionais de saúde devem ser capazes de entender as necessidades de seus pacientes.

Outro ponto importante também é que muitas pessoas têm vergonha de falar sobre o assunto. Vamos concordar, falar sobre fezes não é um assunto nada agradável. Mas uma boa descrição de como anda a saúde intestinal pode ser determinante no diagnóstico e acompanhamento dessas doenças associadas a outras características da evacuação.


Como é um bom trânsito intestinal?

Um bom trânsito intestinal, via de regra, é aquele no qual evacuamos a cada 3 dias ou até 3 vezes ao dia. Não ir ao banheiro todos os dias é perfeitamente normal.


Mas o que diz essa escala?

Abaixo vamos relacionar o que cada tipo de fezes pode dizer.

Tipo 1
Aparência: as fezes apresentam formato de bolinhas que costumam boiar no vaso sanitário.
Indicação: Indicam constipação severa. Além da dificuldade em evacuar, indica falta de água e
fibras, podendo estar relacionado a algumas sensibilidades alimentares.

Tipo 2
Aparência: as fezes aparentam uma linguiça encaroçada com pequenas bolinhas aglomeradas.
Indicação: sinal de constipação leve e de trânsito digestivo lento.

Tipo 3
Aparência: assim como no tipo 2, as fezes também apresentam formato de linguiça, mas com
fissuras na superfície.
Indicação: evacuação normal, sinal de ótimo trânsito intestinal.

Tipo 4
Aparência: mais uma vez, no tipo 4, as fezes se apresentam no formato de linguiça, mas com
uma diferença: são suaves e macias.
Indicação: evacuação normal, sinal de ótimo trânsito intestinal.

Tipo 5
Aparência: as fezes saem em pedaços, com bolhas suaves e bordas bem definidas.
Indicação: Pode indicar uma alimentação pobre em fibras. Já pode ser classificado com diarreia,
dependendo da frequência de evacuação. Pode ser indicativo de síndrome do intestino irritável
ou doença inflamatória intestinal.

Tipo 6
Aparência: as peças das fezes são fofas e as bordas se apresentam de forma irregular.
Indicação: diarreia, sinal de trânsito intestinal desregulado. Normalmente são fezes que saem
acompanhada de gases.

Tipo 7
Aparência: as fezes são inteiramente aquosas, ou seja, não há partes sólidas.
Indicação: diarreia severa, sinal de trânsito intestinal desregulado. A baixa absorção de
nutrientes pode levar a deficiências nutricionais e necessita de investigação médica.


trânsito intestinal

Como manter uma boa saúde intestinal?

Uma alimentação saudável é fator primordial para evitar alterações nas fezes.

Aumentar o consumo de água e outros líquidos como sucos, frutas com alto teor de água, além de verduras e fibras também é de grande importância.

Vale dar atenção também ao consumo excessivo de farinha branca, carne vermelha e açúcares. Além de manter uma rotina regular de atividade física.

Referências Bibliográficas

Referências Bibliográficas
1 Lane MM, Czyzewski DI, Chumpitazi BP, Shulman RJ. Reliability and validity of a modified Bristol Stool Form Scale for children. The Journal of pediatrics. 2011 Sep 1;159(3):437-41.
2 Chumpitazi BP, Lane MM, Czyzewski DI, Weidler EM, Swank PR, Shulman RJ. Creation and initial evaluation of a Stool Form Scale for children. The Journal of pediatrics. 2010 Oct 1;157(4):594-7.

Leilane Lilian Araújo Leal

Nutricionista graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Mestra em Nutrição pelo Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Especialização em Nutrição Esportiva pela AVM Educacional.
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Leilane Lilian Araújo Leal

Leilane Lilian Araújo Leal

Nutricionista graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Mestra em Nutrição pelo Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Especialização em Nutrição Esportiva pela AVM Educacional.

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