É normal sentir falta de ar e cansaço. Em alguns casos, a falta de ar pode ser causada por situações de alta altitude e frio extremo.
O cansaço pode ser causado por mudanças no estilo de vida, falta de sono ou abuso de álcool e medicamentos. Esses sintomas também são característicos da infecção por COVID-19, em casos moderados a graves.
No entanto, quando a falta de ar e o cansaço se tornam frequentes, sem um motivo aparente, precisam ser investigados com cautela, pois podem estar associados a alguns problemas de saúde específicos.
Se pequenos esforços já causam falta de ar e cansaço, é importante procurar um médico para investigar a origem do problema. Esses sintomas podem ser sinais de várias doenças, algumas mais simples, outras mais graves.
Neste artigo, você verá algumas condições de saúde que causam falta de ar e cansaço e saberá o que deve ser feito de acordo com a situação. Mas lembre-se: apenas um médico poderá realizar o diagnóstico exato e o tratamento adequado para cada caso.
1. Anemia
A anemia é uma redução na hemoglobina, hematócrito e na contagem de glóbulos vermelhos. Não é um diagnóstico, mas sim um sintoma de alguma condição subjacente.
É uma doença extremamente comum que afeta até um terço da população no mundo todo. Em muitos casos, a anemia é leve e assintomática.
Geralmente, pessoas que apresentam anemia possuem sintomas vagos, como letargia, fraqueza e cansaço. Em casos de anemia grave, manifesta também falta de ar e desmaios.
O tratamento de anemia depende da causa. Por exemplo, em anemia causada pela perda aguda de sangue, o tratamento consiste em glóbulos vermelhos combinados e oxigênio.
Anemia causada por deficiências nutricionais exige suplementação de ferro, B12 e folato. A dose de ferro administrada dependerá da idade do paciente, deficiência de ferro e capacidade de tolerar efeitos colaterais.
A anemia causada por doenças crônicas responde bem com eritropoietina. A anemia hemolítica persistente requer esplenectomia.
2. Ansiedade
A ansiedade está associada ao medo e preocupação excessiva com o futuro. É caracterizada como um estado de humor orientado para o futuro que consiste em um complexo de sintomas fisiológicos, cognitivos, comportamentais e afetivos.
É um dos transtornos psiquiátricos mais comuns, embora a prevalência ainda não seja realmente conhecida, pois muitas pessoas não procuram ajuda ou os médicos não conseguem fazer o diagnóstico exato, devido a alguns sintomas inespecíficos.
A ansiedade pode ser causada por traumas, experiências de infância, medicamentos, abuso de substâncias e transtornos de pânico, entre outros fatores.
Falta de ar e fraqueza são apenas alguns dos sintomas fisiológicos da ansiedade, que podem ser acompanhados também por aumento da frequência cardíaca, palpitações, sensação de asfixia, calafrios, dores de estômago, desmaios e boca seca.
O tratamento da ansiedade crônica envolve medicações, psicoterapia ou uma combinação de ambos.
3. Complicações da obesidade
A obesidade é um desequilíbrio entre a ingestão diária de energia e o gasto de energia, resultando em acúmulo excessivo de gordura no corpo.
A obesidade pode prejudicar a saúde, pois está associada ao risco de desenvolvimento de diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e hiperlipidemia. É a segunda causa mais comum de morte evitável depois do tabagismo, e considerada uma doença complexa e de causa multifatorial.
A obesidade pode ser hereditária, mas está extremamente associada a atividade física reduzida, distúrbios endócrinos, uso de medicamentos, consumo de carboidratos em excesso e alimentos com alto teor de açúcar, além da diminuição do metabolismo energético.
O ganho de peso excessivo pode causar falta de ar e cansaço extremo.
Os médicos costumam adotar uma abordagem multifacetada no tratamento para a obesidade.
O tratamento pode incluir algumas modificações na dieta e no estilo de vida, intervenções comportamentais, medicamentos e intervenção cirúrgica, caso seja necessário.
4. Fadiga crônica
A fadiga crônica é uma doença multissistêmica complexa, caracterizada por fadiga severa, disfunção cognitiva, problemas de sono e mal-estar após realizar esforço, podendo afetar a capacidade dos pacientes de realizar suas atividades diárias.
Em alguns casos, pacientes com fadiga crônica podem manifestar problemas cardiovasculares, gastrointestinais e respiratórios.
Geralmente, os pacientes sentem que a fadiga é agravada pelo esforço e postura ereta baixa, não aliviada pelo repouso.
É comum pessoas nesta condição relatarem sono perturbado e sensação de falta de ânimo na manhã seguinte, causando hipersonolência diurna e insônia noturna, além de diminuição da capacidade de trabalho.
O tratamento envolve uma combinação de medidas farmacológicas e não farmacológicas. O manejo farmacológico inclui medicamentos para dor, como os anti-inflamatórios não esteroides e medicamentos opioides.
Também podem ser prescritos antidepressivos tricíclicos e inibidores seletivos da recaptação da serotonina. O manejo não farmacológico pode envolver a prática de exercícios físicos, terapia cognitivo-comportamental, técnicas de relaxamento, meditação, acupuntura, entre outros.
5. Asma
A asma é uma doença crônica das vias aéreas onde ocorre inflamação e estreitamento das vias aéreas. É uma condição que inicia com a inalação de um irritante ou um alérgeno, que devido à hipersensibilidade brônquica provoca inflamação das vias aéreas e aumento da produção de muco.
Os sintomas da asma incluem falta de ar, tosse e geralmente há variação diurna, com sintomas piores à noite.
Alguns pacientes sentem dor torácica leve associada a exacerbações agudas. Na asma com risco de vida, o tórax fica silencioso, porque o ar não pode entrar ou sair dos pulmões, apresentando sinais de hipóxia sistêmica.
Outros sintomas graves são exaustão, saturação de oxigênio abaixo de 92%, arritmias e hipotensão.
As medidas de tratamento incluem primeiramente afastar a fonte causadora de alergia. Evitar os fatores alérgenos pode melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente.
A redução de peso em asmáticos obesos também é recomendada. O médico geralmente prescreve broncodilatadores e anti-inflamatórios, como esteróides inalatórios.
A terapia com anticorpos monoclonais pode ser indicada para pacientes com asma moderada a grave, mas o custo das injeções costuma ser alto.
6. Insuficiência cardíaca
A insuficiência cardíaca é uma condição clínica complexa, onde o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo.
Se não for devidamente tratada, essa doença pode diminuir a capacidade funcional de um indivíduo e aumentar o seu risco de mortalidade.
Geralmente, os pacientes apresentam fadiga e falta de ar, além de tolerância reduzida ao exercício e retenção de líquidos.
O tratamento exige uma abordagem multifacetada, incluindo educação do paciente, regime médico ideal para melhorar a contratilidade cardíaca, além de prevenção e limitação de certas atividades.
O tratamento medicamentoso envolve medicamentos para aliviar os sintomas, como vasodilatadores, diuréticos ou digoxina, e medicamentos para melhorar a sobrevida, os quais incluem betabloqueadores, antagonistas da aldosterona, inibidores da enzima de conversão da angiotensina, entre outros.
É necessário que exista uma abordagem de equipe interprofissional para otimizar o atendimento ao paciente.
7. Câncer de pulmão
O câncer de pulmão, também chamado de carcinoma broncogênico, é uma doença caracterizada por tumores originários do parênquima pulmonar ou dentro dos brônquios.
Fumar é a causa mais comum para desenvolver câncer de pulmão, mas o risco também é agravado através da exposição a outros agentes cancerígenos, como o amianto.
Outros fatores que independem do tabagismo, aumentam o risco de câncer de pulmão, incluindo: radiação para tratamento de câncer não pulmonar, exposição a metais e doenças como fibrose pulmonar idiopática.
Normalmente, o câncer de pulmão não causa sinais e sintomas em seus estágios iniciais. Mas, quando a doença está avançada, pode manifestar tosse persistente e com sangue, falta de ar, rouquidão, perda de peso sem motivo aparente, dor nos ossos e cansaço.
A principal alternativa de tratamento inclui a cirurgia para tratar a doença localizada.
Para a doença localmente avançada, pode ser indicada a radioterapia, quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia, dependendo do caso.
Referências
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