Tratamento para nevos e pintas

Tratamento para nevos e pintas

A grande maioria das pessoas possuem manchas na pele, de tamanhos e formatos variados. Por isso, é comum surgirem dúvidas sobre qual seria o tratamento para nevos e pintas.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), pintas ou nevos melanocíticos são lesões planas ou elevadas que podem variar de coloração.

Popularmente os nevos são conhecidos como sinais, pintas ou até mesmo como verrugas.

Essas lesões podem estar presentes desde o nascimento, nesses casos são consideradas congênitas, ou ainda podem aparecer só na infância e adolescência e evoluir conforme a pessoa envelhece.

Não há uma causa específica para o surgimento do nevo, contudo, sabe-se que a exposição solar, aliada a predisposição genética, pode acelerar o seu desenvolvimento.

Algumas dessas pintas podem ter pelos. Já quanto ao tamanho, variam de pequenas dimensões, puntiformes ou até mesmo gigantes, tomando grandes regiões do corpo.

Apesar da grande maioria ser benigna, alguns casos de nevos podem evoluir para câncer de pele melanoma. Isso pode acontecer, principalmente em quadros de nevos gigantes.

Assim, é fundamental sempre realizar o autoexame na pele, de modo a examinar o surgimento de pintas no corpo e também buscar o acompanhamento com um médico dermatologista.

Conheça os principais tratamentos para nevos e pintas 

Os tratamentos para nevos e pintas só são indicados por questões estéticas ou em casos de suspeita do desenvolvimento de câncer de pele.

Caso haja a vontade do paciente em remover a pinta ou o diagnóstico médico confirmando a possibilidade de evolução para um melanoma, os tratamentos mais utilizados são a  curetagem, a cirurgia, a cirurgia de excisão e a cirurgia a laser.

Contudo, vale ressaltar que a grande totalidade de pintas e nevos não necessita de nenhuma intervenção ou tratamento médico, deve-se apenas acompanhar sua evolução e o surgimento de alguma alteração.

Entre as principais alterações que devem ser observadas pela pessoa, pois pode sugerir a malignização do nevo, estão mudanças na coloração da pinta, crescimento súbito da lesão, alterações na regularidade das bordas, surgimento de lesões adjacentes e processos inflamatórios.

Ardor e prurido também são sintomas que sugerem que o nevo não é benigno.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o melanoma é o tipo de câncer mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país.

A seguir, confira mais detalhadamente como funciona cada um dos principais tratamentos para nevos e pintas:

Curetagem

Também conhecida como shaving, essa é uma das técnicas mais comumente utilizadas para tratar pintas ou nevos benignos, consistindo basicamente na raspagem da derme para remoção da lesão.

Com o auxílio de um bisturi, cureta ou de uma tesoura, o médico dermatologista remove a lesão que se eleva na camada mais superficial da pele, retirando a imperfeição incômoda para o paciente e também promovendo a renovação celular.

Esse tipo de tratamento não necessita de pontos, tendo um processo de recuperação bem leve e tranquilo, assim como resultados satisfatórios.

Criocirurgia

Essa técnica cirúrgica permite a remoção da pinta sem cortes e pode ser utilizada em vários tipos de lesões, uma vez que tem comprovada eficácia, além de ser um método considerado seguro.

A realização do procedimento consiste na aplicação de nitrogênio líquido em baixa temperatura  na área da lesão, causando assim o resfriamento instantâneo das células e sua consequente destruição. 

Alguns efeitos colaterais podem ser notados durante os primeiros 30 dias após a realização do procedimento, a exemplo do aparecimento de bolhas e inchaço.

Cirurgia a laser

Esse é mais um método indicado para o tratamento de lesões benignas, não sendo recomendado para casos de malignidade, pois não possibilita o envio de material para realização de uma posterior biópsia.

A cirurgia a laser pode ser uma opção válida para pacientes com problemas de coagulação. Normalmente o procedimento é feito com laser YAG ou CO2.

Funciona essencialmente como o contrário da criocirurgia, provocando a morte das células por meio da cauterização.

Entre os possíveis efeitos colaterais, podemos citar o risco de queimadura local, que pode gerar manchas e inchaços.

Cirurgia de excisão

Apesar de ser bastante utilizado para o tratamento de nevos e pintas, a cirurgia de excisão é um método mais invasivo quando comparado aos outros já citados.

Consiste na remoção total da pele da região da lesão por meio de uma incisão realizada ao redor do nevo pelo médico utilizando-se de um bisturi.

Mesmo tratando-se de uma técnica ambulatorial, geralmente   o procedimento é realizado com o paciente sob efeito de anestesia local.

Casos de lesões mais extensas e profundas requerem maior cuidado, devendo o procedimento ser realizado em ambiente hospitalar e com o paciente sob efeito de anestesia geral. 

Também quando comparado aos outros tratamentos já apresentados, a recuperação deste procedimento inspira mais cuidados. 

Nos casos em que são necessários pontos cirúrgicos, estes geralmente só são removidos após 14 dias.

É importante destacar que a escolha do tratamento mais adequado para nevos e pintas depende da avaliação diagnóstica do médico ao analisar as principais características da lesão, sempre levando em consideração os indícios de malignidade.

Leia também: Laser para Nevo de Ota: Conheça o tratamento

Como é feito o diagnóstico do nevo

De modo geral, os nevos são reconhecidos de modo fácil  ao examinar a pele por conta de seu aspecto característico simétrico, de formato redondo ou oval e com bordas regulares.

Durante o autoexame  mensal da pele, a própria pessoa pode utilizar a regra ABCDE para verificar alterações no nevo que podem ser sugestivas para melanoma, uma vez que muitas vezes essa doença pode ter início como um nevo.

Em casos de suspeita de malignidade, o nevo deve ser removido e o material enviado para ser examinado por meio de uma biópsia.

A seguir, confira os aspectos considerados na regra ABCDE nas alterações do nevo que podem indicar melanoma:

  • A: Assimetria – aspecto simétrico, ou seja as duas metades da lesão não são similares uma com a outra;
  • B: Bordas – bordas irregulares, nestes casos as as bordas são borradas ou irregulares, não bem definidas e lisas;
  • C: Cor – existe uma alteração de dentro do nevo, cores atípicas, ou  ainda uma cor muito diferente ou mais escura do que a presente em os outros nevos do paciente;
  • D: Diâmetro –  essas lesões não devem ter um diâmetro maior do que 5 mm, nevos a partir de  6mm de largura são considerados de risco para melanoma;
  • E: Evolução – o surgimento de um nevo novo na pessoa com idade acima de 30 anos ou um nevo já existente que passa a apresentar alterações.

Sintomas como dor, coceira, sangramento e desenvolvimento de rachaduras na pele  na região do nevo e pintas também são indicativos que o indivíduo deve buscar o acompanhamento com um dermatologista com brevidade.

Todas essas alterações precisam ser avaliadas por um especialista para que seja feito um correto diagnóstico.

O diagnóstico precoce do melanoma aumenta suas chances de cura, uma vez que a doença que pode se espalhar para órgãos e diversas partes do corpo, ainda pode se encontrar em estágio inicial.

É preciso ficar atento não só para os nevos presentes nas partes mais visíveis da pele, nos membros superiores e inferiores, como também no couro cabeludo, nas costas e nas unhas.

Indivíduos com histórico familiar de melanoma, assim como pacientes que já tiveram a doença, devem passar por exames de pele regularmente com um médico dermatologista.

Alguns profissionais utilizam um instrumento manual, conhecido como dermatoscópio, para  realizar uma análise mais detalhada das estruturas do nevo que não podem ser visualizadas a olho nu e avaliar os indícios sugestivos de melanoma.

Fatores de risco e prevenção do melanoma

Entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de melanoma estão a presença de muitos nevos; ter cabelos, olhos ou a pele clara; sensibilidade ao sol; queimaduras solares frequentes; histórico familiar ou pessoal de melanoma, bem como de cânceres não melanoma; um extenso nevo presente desde o nascimento.

Apesar de ser necessária uma  atenção  e cuidado dobrado com pessoas de  peles claras, as pessoas negras também não devem deixar de cuidar da pele.

Por isso é fundamental reforçar a importância de que cada pessoa conheça sua pele, faça autoexames todos os meses e fique atento para qualquer alteração nos nevos e pintas.

A seguir, confira as principais recomendações de fotoproteção da pele indicadas pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD):

  • Utilize protetor solar e acessórios que ajudem na proteção aos raios solares, como  chapéus e bonés;
  • Use protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados. Prefira os produtos que ofereçam proteção contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo;
  • Evite  a exposição ao sol e mantenha-se na sombra entre 10 e 16 horas;
  • Ao frequentar a praia ou ambientes com piscina, utilize barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta emitida pelos raios solares;
  • Consulte o dermatologista ao menos uma vez por ano para realizar um exame completo da pele.

Conclusão

Ao longo deste conteúdo, você ficou sabendo que nevos e pintas são lesões planas ou elevadas, com uma coloração diversificada, podendo ser congênitos ou ainda surgirem após o nascimento.

A grande maioria dos casos de nevos e pintas são benignas, contudo alguns podem evoluir para câncer de pele melanoma. 

Por isso, é de muita importância cada pessoa realizar mensalmente o autoexame na pele, observando o surgimento de novas pintas no corpo e possíveis alterações nos nevos já existentes, bem como consultar regularmente um médico dermatologista.

Os tratamentos para nevos e pintas só costumam ser indicados em situações de incômodo estético do paciente ou em casos de suspeita de indícios de malignidade.

Contudo, a maioria das pintas e nevos não necessitam de nenhuma intervenção ou tratamento médico, deve-se apenas acompanhar sua evolução e o surgimento de alguma alteração.

Caso o paciente apresente  vontade de remover a pinta ou haja diagnóstico médico confirmando a possibilidade de evolução para um melanoma, os tratamentos mais utilizados são a  curetagem, a cirurgia, a cirurgia de excisão e a cirurgia a laser.

A escolha do tratamento mais adequado para nevos e pintas depende da avaliação diagnóstica do médico ao analisar as principais características da lesão, sempre levando em consideração os indícios de malignidade.

Quando existe a suspeita de malignidade, o nevo deve ser removido e o material enviado para ser examinado por meio de uma biópsia.

Durante o autoexame  mensal da pele, a própria pessoa pode utilizar a regra ABCDE para verificar alterações no nevo que podem ser sugestivas para melanoma, uma vez que muitas vezes essa doença pode ter início como um nevo.

A regra ABCDE avalia as características de assimetria, bordas irregulares, coloração alterada, diâmetro maior  do que 5 milímetros e evolução do nevo ao longo dos anos.

Além dessas características, outras alterações devem ser observadas pela pessoa, como ardor, prurido, surgimento de outras lesões próximas ao nevo e processos inflamatórios, uma vez que podem que a pinta seja maligna.

Destaca-se entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de  câncer de pele do tipo melanoma: a presença de um grande número de nevos; ter cabelos, olhos ou a pele clara; sensibilidade ao sol; queimaduras solares frequentes; histórico familiar ou pessoal de melanoma, bem como de cânceres não melanoma; apresentação de um extenso nevo congênito.

Medidas de fotoproteção como a utilização do protetor solar diariamente, mesmo em dias sem sol; evitar a exposição solar entre as 10 e 16 horas; utilização de acessórios como bonés e chapéus; além de escolher filtros solares com fator de proteção (FPS) superior a 30, estão entre as ações recomendadas para prevenção do melanoma.

Caso note qualquer uma das alterações anteriormente citadas nos nevos e pintas é recomendado marcar com a maior brevidade possível uma consulta com o dermatologista, médico especialista em lesões na pele, para verificar se existem motivos para uma maior preocupação.

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Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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