O Que É Queloide? Cicatriz Hipertrofica – Causas, Sintomas e Tratamentos

A queloide é uma cicatriz, um pouco alargada, clara e plana e pode ser tortuosa e com uma estética ruim.

Na verdade nem toda cicatriz tem essa aparência, na verdade ela pode apresentar característica grossa, endurecida e com alto-relevo, mas também bastante avermelhada e pode causar dor e coceira.

Ela costuma ocorrer no processo de cicatrização, quando ocorre uma corte mais profunda na pele, sendo assim, ocasiona o aparecimento.

Normalmente ela ocorre em regiões mais expostas e pode se manifestar depois de uma plástica. Esta marca surge como uma resposta cicatricial intensa do organismo, assim ela causa dano cutâneo devido à inflamação, queimadura ou incisão cirúrgica.

De forma clínica ela mostra-se como inchaço endurecido, com coceira e rósea, e fica localizada no local que houve a incisão cirúrgica.

Os queloides são geralmente maiores que a ferida original e podem ser dolorosos ou sensíveis ao toque.

Esta cicatriz pode ocorrer em qualquer lugar do corpo, como região peitoral, lóbulos, tronco superior, no entanto, é muito raro, mas pode desenvolver nas mãos, pés, couro cabeludo e axila.

Normalmente ela surge de 14 a 21 dias da lesão, e estende dos limites iniciais da cicatriz.

Esta última é algo bem marcante do queloide, porém, ela não mostra involução, pois apresenta sempre forma exacerbada e inestético.

As opções de tratamento variam e dependem da gravidade do queloide. Possíveis tratamentos incluem injeções de corticosteroides, crioterapia, terapia a laser ou remoção cirúrgica.

Fisiopatologia dos Quelóides
Os quelóides são causados por uma superprodução de colágeno no local de uma lesão, resultando em tecido cicatricial elevado, firme e endurecido.
A deposição de colágeno é causada por uma resposta de cicatrização de feridas anormalmente vigorosa.
Isso causa uma proliferação desregulada e excessiva de fibroblastos.
A causa desta cicatrização aberrante não é totalmente compreendida, mas acredita-se que esteja relacionada a fatores genéticos, ambientais e imunológicos.
A cicatrização aberrante de feridas também é desencadeada por pequenos traumas, infecções ou irritação.

Fatores de risco para apresentar queloides

Fator de riscoDescrição
Predisposição GenéticaA composição genética de uma pessoa pode influenciar sua probabilidade de desenvolver queloides.
Trauma tecidualTrauma tecidual, como piercing, tatuagem ou cirurgia, pode desencadear a formação de queloides.
Tom de pelePessoas com tons de pele mais escuros são mais propensas a desenvolver queloides.
IdadeOs queloides são vistos com mais frequência em adolescentes e adultos jovens.
LocalizaçãoOs queloides são mais prováveis de ocorrer em áreas expostas à luz solar direta.


Controle do queloide

Para ter um controle sobre a manifestação é preciso que o paciente passe por procedimento cirúrgico, no entanto, é necessário informar ao médico se existe histórico familiar ou pessoal.

De qualquer forma, é impossível que o médico saiba se a cirurgia irá formar uma cicatriz, mesmo no paciente predisposto, mas o profissional pode tomar algumas medidas para reduzir, desta forma, é preciso iniciar um tratamento de 24 horas depois da cirurgia.

QueloidesCausas
A pessoa com tendência a queloides pode desenvolvê-los em qualquer lesão que cause cicatrizCortes, cirurgias, queimaduras, acne, brincos, piercings, tatuagem e feridas de catapora podem ser as principais fontes de queloides
Raramente, queloides podem se formar em locais não feridosQueloides espontâneos podem afetar principalmente o tórax, colo, pescoço, ombros, braços e orelhas, mas outros locais também podem ser afetados


Prevenção de queloide

Prevenção
É importante considerar o histórico pessoal e familiar antes de um procedimento cirúrgico.
Tentativas para minimizar a tensão da pele e infecção secundária são importantes.
Pequenos traumas podem ocasionar queloides. Portanto, em pacientes propensos, quanto mais rápido essas lesões forem tratadas, menor o risco de se formarem novas lesões.
Se uma pessoa notar irritação ao redor do furo da orelha, por exemplo, deve remover o brinco e procurar um dermatologista que irá avaliar o uso de pomadas cicatrizantes.

Formas de Tratamento da cicatriz hipertrófica

No geral existem diversas forma de tratamento, pois ele é variável. Existem evidências terapêuticas que o tratamento combinado é mais útil que a monoterapia. Não existe consenso em relação às características da lesão.

Entre as formas, o destaque fica por conta da radioterapia local, betaterapia (radioterapia), placas de silicone, fitas oclusivas de corticosteróides, injeções de corticosteroides, cirurgias redutoras, criocirurgia (congelamento) e terapia fotodinâmica.


Laser e Criocirurgia

laser

O uso do laser na cicatriz é uma forma cirúrgica que ajuda a amenizar o seu desenvolvimento, pois ele permite a bioinibição seletiva da produção de colágeno, devido à energia emitida, assim ela é absorvida pela hemoglobina que gera calor e ocasiona a necrose.

A forma de tratamento depende do local, assim como o tamanho da queloide, pois existem lesões menores 20 mm, diante disso, a compressão é eficiente, por isto não necessita de corticoide injetável ou betaterapia.

No caso das lesões maiores de 40 mm, a alternativa é a compressão com corticoide injetável e radioterapia.

No geral para bons resultados, após o tratamento é importante fazer um tratamento de no mínimo um ano, assim é possível avaliar se tem caso de ocorrer recorrência, pois conforme alguns estudos é possível que tenha repetição de queloide no lóbulo da orelha, com caso de aparecer cinco meses depois da retirada.

Isto ocorre devido ao fator beta, que é gene transformado do crescimento, e causa o crescimento da matriz do tecido conectivo, pois ainda caso o colágeno seja estimulado em excesso pode causar a elevação da pele e causar a cicatriz.


Conclusão

Quelóides são um tipo de cicatriz que pode se formar após uma lesão ou cirurgia. Eles podem causar coceira e sensibilidade e podem variar em tamanho de alguns milímetros a vários centímetros.

O tratamento para quelóides pode incluir injeções de corticoides, crioterapia, terapia a laser ou cirurgia. É importante discutir as opções de tratamento com seu médico e considerar seus riscos e benefícios potenciais.

Os queloides podem ser desagradáveis e desconfortáveis, mas geralmente não representam um problema sério de saúde. No entanto, se você sentir algum sintoma grave, como dor intensa, inchaço ou infecção, procure atendimento médico o mais rápido possível.

Os quelóides podem ser difíceis de tratar e podem exigir vários tratamentos para reduzir seu tamanho e aparência. No entanto, com o tratamento certo, os queloides podem ser controlados e sua aparência melhorada. Se você está preocupado com quelóides, é importante conversar com seu médico para encontrar a melhor opção de tratamento para você.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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