O Antibiograma Ou Teste de Sensibilidade Antimicrobiano

Trata-se de um teste de sensibilidade bacteriano que é realizado em um laboratório de microbiologia, consiste em uma técnica utilizada para observar quais os antibióticos irão responder melhor ao combate de determinadas bactérias.

O teste é feito a partir de uma cultura de bactérias.

O Que É Uma Cultura de Bactérias?

A cultura de bactérias nada mais é do que fazer crescer colônias de bactérias, ou, cultivar bactérias, pegar uma amostra que contenha as bactérias a serem pesquisadas e colocá-las em uma placa, colocar a amostra em uma placa chama-se “semear “é uma técnica feita com o auxílio de instrumentos como uma alça bacteriológica que deve estar estéril antes do contato com a amostra.

Em seguida esfrega-se essa alça com a amostra sobre a placa de cultura, feita de um material chamado hágar, mas, existem muitos tipos de placas, cada tipo para culturas diferentes.

Existem também algumas técnicas de semeio, geralmente são feitas estrias (são os riscos), mas podem ser isoladas ou de esgotamento.

Devemos detectar o tipo de bactéria antes de se fazer a cultura para o teste de antibiograma, pois, dependendo da bactéria deve-se adequar o tipo de hágar com os compostos certos para a proliferação das bactérias.

A primeira amostra que irá originar a cultura deve ser colocada em uma solução com soro, a partir dessa solução será feita a semeadura na placa de hágar, após fazer o estriamento na placa, deve-se flambar a placa para fecha-la em esterilidade, com a tampa para baixo para evitar contaminação exterior.

A placa pronta será acondicionada em uma estufa em, geralmente, 35C e em seguida a colônia se desenvolvera. Após essa primeira placa pronta será montado o teste de antibiograma.

Processo de Confecção do Teste de Antibiograma

teste bateria

Em uma nova placa serão semeadas novamente as bactérias, como auxílio de uma alça bacteriológica, tomando cuidado para não pegar o hagar juntamente, será feita a coleta da colônia cultivada, logo após, deve-se esfregar a alça com o material coletado sobre a outra placa de teste fazendo as chamadas estrias, são movimentos em de vai e volta como um “Z” em até algumas direções por esgotamento, por padrão, até cobrir toda a placa.

Com o fim dessa etapa, serão colocados pequenos discos de papel que contém os antibióticos, esses discos são comercializados prontos e devem ser escolhidos adequadamente pelo profissional de acordo com as bactérias presentes na cultura.

Os discos são posicionados em distâncias iguais permitindo a formação de um halo entre eles. A formação do halo será interpretada pelo profissional.

 O Que Indica O Halo Formado?

O disco que contém o antibiótico irá impedir o crescimento das bactérias ao seu redor, formando um círculo chamado laboratorialmente de halo. O tamanha do halo formado indica o quão eficaz foi o antibiótico em impedir o crescimento da bactéria.

Para a quantificação dos halos é feita a medida dos halos ou seja, o diâmetro do círculo, seguindo uma tabela já determinada, será possível ver qual o antibiótico mais indicado que a bactéria possui menos resistência.

Todas essas informações são encaminhadas em um laudo do biomédico especialista em microbiologia, e em seguida o médico deverá escolher o medicamento mais apropriado para o paciente combater a infecção por bactérias.

Mas, O Que São Os Discos de Antibióticos Usados Nos Discos do Antibiograma?

Tudo teve início a partir dos estudos do médico escocês Alexander Fleming na Grã Bretanha em 1928, que cultivava bactérias em seu laboratório para estudá-las a procura de novos tratamentos e combate as infecções, ocorreu que por acaso Alexander Fleming ausentou-se por uns dias de seu laboratório, para uma viagem e quando retornou, ao observar as culturas de bactérias, no mais especificamente de Estafilococos aureus, percebeu que tinha crescido mofo sobre a placa de cultura.

Tratava-se de um fungo. O fungo tinha produzido uma substância capaz de impedir o crescimento de bactérias.

Essa substancia foi o primeiro antibiótico descoberto chamado de Penicilina devido ao tipo de fungo ali presente.

Tornou-se um marco na medicina e graças a essa descoberta muitas vidas foram salvas durante e depois da segunda guerra mundial.

No antibiograma são usados discos de papel com vários tipos de antibióticos.

Em quais casos devem ser utilizados os antibióticos?

Os antibióticos devem ser utilizados para combater doenças como: pneumonia, sífilis, difteria, bronquite, meningite, infecções bacterianas em geral.

O Que São As Super-bactérias?

bacteria 1

Em ambientes hospitalares por exemplo, onde ocorre o uso de antibióticos com frequência, pode ocasionar o surgimento das chamadas super-bactérias que são as bactérias resistentes aos antibióticos.

Ocorre que as bactérias fracas “morrem” com os antibióticos, porém algumas bactérias, poucas e resistente, continuam se multiplicando sem competir com as outras que foram eliminadas, quando isso corre e ocorre com frequência, causa o surgimento de bactérias resistentes à vários antibióticos, são selecionadas pelo meio e acabam se proliferando de tal maneira a contaminar pacientes com imunidade baixa, internados em hospitais.

Essas bactérias super resistentes são de combate mais difícil.

 Por esse motivo deve-se usar antibióticos de forma moderada, com consciência para não ocasionar o surgimento desse tipo de bactérias  resistentes, seja em um ambiente ou em um organismo.

Quando é pedido o exame de sensibilidade antimicrobiana ou antibiograma?

O exame de antibiograma deve ser pedido pelo médico em casos de infecções é usado para direcionar um tratamento e otimizar o uso de antibióticos, para evitar os medicamentos que não farão efeito ou irão selecionar bactérias no ambiente de maneira não controlada.

Portanto, o uso de antibióticos é muito perigoso, deve ser feito com parcimônia e sempre com o acompanhamento de um médico que irá indicar seu uso de acordo com o laudo produzido pelo biomédico especialista em microbiologia.

É necessário termos consciência de que o uso de um medicamento sem prescrição médica pode prejudicar o organismo ao invés de ajudar a curar a doença.

Fabíola Tavares Lemos

CRBM: 35430

Biomédica de formação, habilitada como analista clínica. Pós-Graduada em Auditoria dos Serviços da Saúde. Atualmente trabalha como Pesquisadora Auxiliar e cursa Pós-Graduação no nível de Mestrado no Laboratório de Biologia do Estresse da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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Fabíola Tavares Lemos

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Biomédica de formação, habilitada como analista clínica. Pós-Graduada em Auditoria dos Serviços da Saúde. Atualmente trabalha como Pesquisadora Auxiliar e cursa Pós-Graduação no nível de Mestrado no Laboratório de Biologia do Estresse da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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