Você sabe o que é alimento remoso?
Remoso, reimoso, carregado… Esses termos são normalmente atribuídos a alguns alimentos que “fazem mal” àqueles em condição mais vulnerável ou de risco, como doentes ou pacientes em pós-cirúrgico.
Carne de porco, crustáceos em geral, certos tipos de peixes, ovo e até algumas frutas são exemplos de alimentos considerados reimosos. A grande questão é que, assim como nome, quais alimentos fazem parte dessa lista, não existe um consenso.
O termo “reimoso” é utilizado em várias regiões do Brasil, especialmente na região Nordeste. Comidas “remosas” fazem parte do vocabulário popular amazônico. No Nordeste ainda, dependendo da região, se utiliza a expressão “carregado” para se referir a esses alimentos.
Acredita-se que esses tabus alimentares sejam decorrentes, em parte, da miscigenação cultural (indígena, negra e colonizadores portugueses) ocorrida desde a formação da nossa população.
Porém, a comprovação científica do possível mecanismo de ação destes alimentos sobre os processos de cicatrização e inflamatório é praticamente inexistente.
A origem da palavra remete à reima ou reuma, que tem origem do grego e significa a corrente de um líquido ou o fluxo de um humor orgânico. Reimoso seria então tudo aquilo que provoca a reima.
Dessa forma, poderia se entender que um comportamento reimoso de um alimento estaria relacionado a ocasiões de vulnerabilidade orgânica, como durante a menstruação, puerpério, cicatrização, distúrbios intestinais ou ferimentos, nas quais estes alimentos seriam capazes de agravar o estado patológico em função de substâncias tóxicas presentes, desencadeando reações alérgicas como coceiras, diarreia ou até intoxicações mais graves.
Então, em resumo, alimento remoso seria aquele com poder de causar inflamação. E no caso do açaí?
O açaí é conhecido justamente por ser uma das frutas antioxidantes com propriedade anti-inflamatória, sendo MITO que seria um alimento remoso.
O que é açaí?
O açaí é o fruto de um pé de palmeira chamado açaizeiro (Euterpe oleracea), cultivado predominantemente na região amazônica, de cor escura, que vai do roxo ao preto.
Atualmente, o açaí é encontrado com muita facilidade por ter ficado famoso, principalmente entre atletas, em lugares como sorveterias, lanchonetes, mercados, padarias, entre outros.
No Norte do país, o açaí é consumido principalmente como uma preparação “salgada”, acompanhado de farinha de tapioca, peixes e camarão, como pirão, ou em forma de suco e vinho.
Porém, em outras regiões, o açaí é consumido de forma mais artificial, em consistência de sorvete, cheio de conservantes, guloseimas, entre outros, deixando a fruta com um sabor mais “adocicado”, mas muito calórica.
Benefícios do açaí
Entre os benefícios nutricionais do açaí, podemos citar a alta concentração de antioxidantes, principalmente as antocianinas, responsáveis por sua cor arroxeada.
Esse efeito se dá porque ele oferece uma boa dose de fibras, quer melhora o trânsito intestinal. Uma porção com 100 gramas de polpa de açaí congelada conta com 2,6 gramas de fibras, responsáveis pela saúde e manutenção do trânsito intestinal, além de garantia da saciedade após o seu consumo.
Açaí como fonte de energia
Queridinha dos atletas, a fruta proporciona uma excelente fonte de energia, já que fornece bastante carboidrato e é rica em micronutrientes como potássio, fósforo, ferro e cálcio.
Devido sua digestão ser rápida, é consumida principalmente como pré-treino, sem deixar aquela sensação de estômago pesado.
Outros benefícios do açaí
De acordo com um estudo realizado nos Estado Unidos, o açaí teria uma sustância chamada arabinogalactana, que atuaria estimulando a ação das células de defesa do organismo e contribuindo assim para o sistema imune.
Com isso, observamos que, além de não ser remoso, o açaí é ainda um poderoso antioxidante.
O alerta fica para a forma do seu consumo.
Se associado a xarope de glicose, item quase que obrigatório quando consumido gelado, o seu poder antioxidante diminuí, dando lugar a um ingrediente mais calórico e podendo desencadear respostas mais inflamatórias. Mas entendam que o problema não seria o açaí.
Também, sabe-se que algumas pessoas podem ter uma sensibilidade à fruta. É raro alguém ter alergia ao açaí, mas, sim, isso é possível, ainda mais se a pessoa consumir em excesso.
Os sintomas de alergia ao consumo do açaí podem ser classificados como leves (eczemas, olhos avermelhados), moderados (coceira e sintomas respiratórios) e graves (perda de consciência, reação anafilática).
Porém, é importante reforçar que tais situações não são comuns e não podem ser atribuídas a componentes da fruta em si.