A fibrose é um dos problemas que pode acontecer após cirurgias, principalmente após cirurgias plásticas. Por isso, é tão temida pelas pessoas que desejam passar por algum procedimento. No entanto, a fibrose pode acontecer mesmo após condições do cotidiano, como acidentes que deixaram cicatrizes e que não tiveram um bom processo de cicatrização.
A fibrose também pode ser causada por problemas genéticos. Nesses casos, não tem como evitá-la, somente tratá-las. Além disso, é uma doença que pode atingir diversos órgãos do corpo e, consequentemente, é bastante comum na população.
Confira abaixo mais detalhes sobre a fibrose.
Qual a definição técnica de fibrose?
De forma geral existem dois tipos de fibrose: a genética e a fenotípica. A fibrose fenotípica ocorre quando há excesso de tecido conjuntivo fibroso sobre algum órgão ou tecido. Esse excesso de pele costuma se formar após algum trauma, cirurgia ou esforço repetitivo, como um processo reparador.
Já a fibrose genética ocorre quando há mutação em algum gene, como é o caso da fibrose cística. Essa doença afeta principalmente o sistema digestivo, o pâncreas e os pulmões. Estima-se que a fibrose cística atinja aproximadamente 70 mil pessoas no mundo todo.
Tipos de fibrose
Como mencionamos, a fibrose pode atingir diversos órgãos do corpo. As mais comuns são:
- Fibrose do fígado: também chada de cirrose
- Fibrose maciça progressiva: afeta os pulmões
- Mielofibrose: atinge a medula óssea
- Artrofibrose: atinge as articulações, como joelhos e ombros
- Fibrose retroperitonial: afeta o tecido mole do retroperitônio
- Fibrose do mediastino: atinge o tecido mole do mediastino
- Doença de Crohn: afeta o intestino
- Quelóide: ocorre na pele
- Contratura de Dupuytren: afeta as mãos
- Algumas formas de capsulite adesiva: atinge os ombros
- Fibrose nos pés: também chamda de Ledderhose
Como se formam as fibroses?
As fibroses surgem através do processo de cicatrização. As células do sistema imune estimulam a ativação dos fibroblastos, células responsáveis pela manutenção do tecido conjuntivo. Quando há acúmulo dessas células na região da cicatrização, eles formam uma massa dura e dolorida, que pode ser chamada de fibroma ou fibrose. No caso do fibroma, essas células se formam a partir de uma única linha. Já a fibrose é o acúmulo desalinhado dessas células.
Existe também a fibrose cística. Essa doença acontece devido a mutação de um gene que faz com que o corpo produza um muco muito mais espesso que o normal. Esse muco espesso leva ao acúmulo de microrganismos nas vias respiratórias.
Consequentemente, podem causar inchaço, inflamações e infecções, como a pneumonia e bronquite.
Esse muco também pode bloquear o trato digestório e o pâncreas, impedindo que enzimas digestivas cheguem ao intestino. Assim, pacientes diagnosticados com fibrose cística geralmente precisam repor essas enzimas com o uso de medicamentos.
Como fazer o diagnóstico
O diagnóstico da fibrose decorrente dos processos de cicatrização é feito através de exames clínicos realizados por um médico especialista. Ele irá olhar o tecido atingido.
Já no caso da fibrose cística, ela pode ser identificada no Teste do Pezinho, feito logo ao nascer. Além disso, essa doença pode ser diagnosticada através de exames genéticos ou do Teste do Suor.
Por isso, é importante fazer todos os exames assim que o bebê nasce. Quanto antes o problema é diagnóstico, melhor as chances de sucesso do tratamento.
Como tratar a fibrose
A principal medida de proteção nesses casos é evitar a sobrecarga na região atingida. O tratamento específico vai depender do tipo de fibrose com a qual você foi diagnosticado. Ele pode ser desde o tratamento mais conservador, utilizando medicamentos e aparelhos, até a remoção cirúrgica.
No caso da fibrose cística, o tratamento é feito com o uso de medicamentos e suporte nutricional, utilizando-se da ingestão de enzimas digestivas para a alimentação, além de antibióticos, anti-inflamatórios e medicamentos broncodilatadores. O paciente também precisa seguir uma dieta nutricional a risca, com uma dieta rica em calorias e sem restrição de gorduras.
Além disso, pode ser feita a fisioterapia respiratória em conjunto com atividade física para melhorar o condicionamento dos pulmões, evitando infecções.
Quais os sintomas da fibrose?
Cada tipo de fibrose tem sintomas específicos. Para citar alguns, daremos como exemplo os casos de fibrose pulmonar e fibrose cística.
Na fibrose pulmonar, os sintomas são:
- Tosse seca e persistente
- Falta de ar
- Fadiga
- Respiração ofegante
- Perda de apetite
- Desconforto no peitoral
- Perda de peso
- Dores musculares
- Dores nas articulações
No caso da fibrose cística, os sintomas são:
- Tosse crônica
- Pneumonias de repetição
- Infecções pulmonares
- Inflamações
- Pele e suor mais salgados
Se a fibrose cística atinge também o pâncreas, a pessoa tem dificuldade em absorver gorduras e nutrientes, e frequentemente sofre de diarreia e dificuldade para ganhar peso e altura.
Por isso, é sempre importante ficar atento aos sintomas e procurar um médico o quanto antes. O diagnóstico precoce da fibrose, de qualquer tipo, auxilia no sucesso do tratamento e o paciente pode ter uma vida normal.