Fact-chave | Descrição |
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Causa | Infecção viral ou bacteriana, alergias, fatores ambientais ou problemas estruturais no nariz |
Sintomas | Congestão, dor facial, secreção nasal, dores de cabeça ou diminuição do olfato |
Diagnóstico | Exames físicos e exames de imagem, como raios-X ou tomografia computadorizada |
Tratamento | Antibióticos, descongestionantes, sprays nasais e outros medicamentos |
Complicações | Meningite, celulite orbitária e outras complicações graves podem ocorrer se não forem tratadas |
A SINUSITE caracteriza-se como uma infecção dos seios paranasais, formadas por cavidades ósseas ao redor das maçãs do rosto, nariz e olhos. É uma doença comum, afetando cerca de 20% da população.
Atualmente, o termo rinossinusite é sinônimo de sinusite, pois a rinite e a sinusite são, geralmente, uma doença em continuidade. A rinite existe isoladamente, porém a sinusite raramente existe sem a rinite.
Bactérias e vírus que podem causar sinusite
Os agentes bacterianos mais comuns são o Streptococcus pneumoniae, o Haemophilus influenzae não-tipável, Moraxella catarrhalis ou estafilacocos. Agentes virais também podem estar relacionados a quadros de sinusite.
Os vírus que geralmente causam a infecção sinusal são os rinovírus, influenzae, parainfluenzae e adenovírus. A sinusite aguda viral é muito mais comum do que a bacteriana, mas uma infecção viral pode facilmente evoluir para uma infecção bacteriana, se os devidos cuidados não forem tomados.
Quanto tempo dura a sinusite?
A classificação da sinusite é temporal. De acordo com a duração dos sintomas, é classificada em aguda ou crônica, e dependendo da intensidade do quadro, pode ser leve, moderada ou grave.
Os sintomas da sinusite aguda duram entre 10 dias a 3 semanas. Geralmente, em menos de 30 dias, os sintomas desaparecem completamente.
Pode acontecer uma ou mais vezes num determinado período, porém sempre com remissão completa dos sintomas entre os episódios. É vista frequentemente na idade pediátrica.
Já a sinusite crônica representa a continuidade de uma sinusite aguda, caracterizando-se pela persistência dos sintomas por mais de 12 semanas.
Os sinais e sintomas da sinusite aguda e crônica são os mesmos, mas o que diferencia é a duração e intensidade.
Sintomas da sinusite
Os sintomas iniciais da sinusite podem se manifestar de forma lenta ou abrupta. Em quadros leves, a sinusite se prolonga por mais de 10 dias, persistindo alguns sintomas nasais como obstrução e secreção purulenta.
Costuma também haver tosse diurna, com piora à noite e, em alguns casos, febre. Nas formas moderadas a graves, a sinusite pode ser mais intensa, acompanhada de dor de cabeça, desconforto, pressão facial, edema palpebral e prostração.
Outros sintomas também incluem halitose, hiposmia e anosmia.
Sintoma | Descrição |
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Dor de cabeça | Dor na testa, têmporas, bochechas ou ao redor dos olhos |
Congestão nasal | Sensação de nariz entupido |
Nariz escorrendo | Descarga de muco aquoso do nariz |
Dor facial | Dor nas maçãs do rosto, testa ou entre os olhos |
Gotejamento pós-nasal | Sensação de muco escorrendo no fundo da garganta |
Pressão sinusal | Dor ou desconforto na face ou ao redor dos olhos |
Fadiga | Cansaço extremo ou falta de energia |
Tosse | Uma ação reflexa de expulsão de ar dos pulmões |
Mau hálito | Odor desagradável vindo da boca |
Fatores de risco para sinusite
A sinusite possui diversos fatores de risco. Os fatores associados são:
Exposição ambiental
A exposição ambiental, por exemplo, em níveis crescentes de umidade e variações sazonais, está relacionado ao aumento de incidência de sinusite aguda, bem como poluição do ar, fumaças e irritantes utilizados na produção de produtos farmacêuticos;
Fatores anatômicos
Variações anatômicas, como desvio de septo nasal, pólipos nasais e hipertrofia de tonsila faríngea, podem estar relacionados com os sintomas de sinusite aguda;
Alergias
Existem relatos que comprovam a relação entre rinite alérgica com crises de sinusite aguda;
Tabagismo
Fumantes ativos estão mais propensos a apresentarem quadros de sinusite aguda, comparados com não-fumantes com inflamações alérgicas. Inclusive, crianças que convivem com fumantes também estão mais sujeitas a episódios de sinusite aguda;
Ansiedade e depressão
Saúde mental prejudicada como ansiedade e depressão pode estar relacionada com quadros de sinusite aguda, embora os mecanismos envolvidos ainda não estejam totalmente esclarecidos;
Resistência a antimicrobianos
Estudos já realizados indicam que alguns patógenos causadores de sinusite aguda, como S. pneumoniae e H. influenzae, foram resistentes à amoxicilina com clavulanato, em casos específicos;
Doenças crônicas concomitantes
Bronquite, asma, diabetes ou tumor maligno tem sido associados ao aumento da incidência de sinusite aguda após quadros de gripe causados por influenza.
Como fazer diagnóstico de sinusite?
O diagnóstico de sinusite é clínico, através de anamnese e exame físico. Raramente o médico solicita o estudo radiológico dos seios faciais. Os exames complementares, quando solicitados, podem ser hemograma, cultura de secreção nasal, radiografia, tomografia computadorizada, punção aspirativa e endoscopia nasal.
A radiografia não deve ser utilizada em casos de sinusite aguda não complicada. A tomografia computadorizada não deve ser realizada no diagnóstico inicial de sinusite aguda, mas é recomendada em situações especiais, como em casos de complicações ósseas ou intracranianas.
A punção aspirativa é indicada para crianças com imunodeficiência. A endoscopia nasal não é um exame obrigatório para o diagnóstico de sinusite, mas pode ser útil para avaliar a anatomia rinossinusal.
Geralmente, o tratamento requer: repouso; uso de analgésicos e antitérmicos, como ibuprofeno; umidificação do ar em ambientes muito secos; e descongestionantes tópicos ou sistêmicos.
Em casos específicos, o tratamento pode incluir o uso de antibióticos de amplo espectro, como Amoxicilina, Claritromicina e Azitromicina.
Casos graves requerem hospitalização e tratamento com antibióticos intravenosos. O uso de corticoides também pode ser indicado em casos de sinusite, especialmente quando existe edema da mucosa nasal, cefaleia intensa ou quadros de sinusite alérgica.
Existe cirurgia para sinusite?
O tratamento cirúrgico é indicado apenas sob critério do especialista, para drenagem do seio afetado por aparecimento de alguma condição grave.
Sinusite pode ser causada por fungos?
Há relatos na literatura de que a sinusite também pode ser provocada por fungos. A sinusite fúngica ainda é considerada uma doença rara, apesar do aumento de casos nas duas últimas décadas.
Um estudo publicado na Revista Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia cérvico-facial avaliou o caso clínico de uma mulher de 62 anos de idade, imunocompetente, com queixas de cefaleias e perda visual.
A paciente foi submetida a uma intervenção cirúrgica, com remoção de massa que ocupava totalmente o seio. Após a cirurgia, foi medicada com antibioterapia e corticoterapia.
O estudo microbiológico do material recolhido indicou a presença de Aspergillus fumigatus. Foi constatado que se tratava de uma sinusite fúngica invasiva crônica, que é uma das formas menos comuns de sinusite fúngica.
Esse tipo de sinusite exige um tratamento mais agressivo, que envolve remoção cirúrgica dos tecidos afetados associado com medicações apropriadas.
Prevenção de sinusite
Tome medidas para evitar os gatilhos que causam a sinusite. Fique longe do cigarro. Hidrate-se. Busque tratamentos caseiros para sinusite.
Caso apresente algum sinal ou sintoma de sinusite aguda, ou crônica, procure um otorrinolaringologista.
Quando procurar atendimento médico?
Consulte um médico se você tiver:
- Sintomas graves, como dor de cabeça intensa ou dor facial.
- Sintomas que pioram após melhorar.
- Sintomas que duram mais de 10 dias sem melhorar.
- Febre (temperatura maior que 37,8oC) superior a 3-4 dias.
Você também deve procurar atendimento médico se tiver tido várias infecções sinusais no ano passado.
Referências
ANSELMO-LIMA, W. T. et al. Rinossinusites: evidências e experiências. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 81, n. 1, p. 1-49. 2015.
CASTRO, S. S. et al. Sinusite fúngica invasiva crônica: a propósito de um caso clínico. Revista Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia cérvico-facial, v. 47, n. 4, 2009.
PIRES, M. S. C. Sinusite aguda e suas complicações na criança: uma revisão da literatura. 2018. Dissertação (Mestrado Integrado em Medicina) – Faculdade de Medicina Lisboa, Universidade de Lisboa, 2018.
PITREZ, P. M. C.; PITREZ, J. L. B. Infecções agudas das vias aéreas superiores – diagnóstico e tratamento ambulatorial. Jornal de Pediatria, v. 79, n. 1, 2003.