Conheça as opções de tratamento para xantelasma

tratamento para xantelasma

Apesar de ser uma doença ainda pouco conhecida pela população em geral, existem diferentes opções de tratamento para xantelasma.

Como esclarece o acervo da biblioteca virtual da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o xantelasma consiste em um pequeno depósito de gordura e colesterol que ocorre logo abaixo da superfície da pele, normalmente mais especificamente no entorno dos olhos.

É o subtipo mais comum de xantoma, um depósito de colesterol que pode ocorrer em qualquer parte do corpo, a exemplo das nádegas, mãos, pés e articulações. Recebem o nome de xantelasma quando ocorrem na região periorbital.

Nota-se a ocorrência mais frequente da patologia em pacientes de ascendência asiática ou mediterrânea.

Mesmo que essas lesões benignas causem apenas incômodo estético, não trazendo maiores preocupações para a saúde, muitos pacientes buscam o acompanhamento de um médico dermatologista desejando tratar o problema.

Essa doença tem como característica o desenvolvimento lento e progressivo, chegando ao ponto de não progredir mais. 

Contudo, os xantelasmas não costumam regredir de forma espontânea, isso só é verificado em casos raros, desse modo o tratamento é ainda mais importante.

Caso deseje saber mais sobre o xantelasma e quais os tratamentos para essa doença dermatológica, continue a leitura deste artigo e fique por dentro dessas e de outras informações importantes sobre esse assunto. 

Tratamento para xantelasma: saiba as opções

O objetivo do tratamento para xantelasma é destruir as lesões cutâneas, para realizar essa aniquilação o dermatologista pode optar por diferentes métodos, até mesmo a remoção cirúrgica, caso julgue necessário.

Entre as principais opções de tratamento para xantelasma, além da cirurgia, podemos destacar a eletrocauterização, cauterização química e o procedimento com lasers.

Para determinar qual o tratamento mais indicado para cada pessoa, o médico dermatologista deve avaliar cada caso de modo individualizado e também a extensão das lesões.

Quadros clínicos que envolvem outras doenças base podem requerer um tratamento prévio dessas condições para que possa haver uma melhora significativa do xantelasma.

A seguir, confira como funciona cada uma das opções de tratamento do xantelasma:

Eletrocauterização 

Esse tipo de procedimento é bastante utilizado no tratamento de xantelasma e também de outras condições, a exemplo das hiperplasias sebáceas e siringomas.

Sua principal vantagem consiste na retomada das atividades rotineiras do paciente geralmente no mesmo dia, desde que sejam tomados alguns cuidados básicos determinados pelo médico.

O processo de cicatrização após a realização do tratamento costuma acontecer entre sete e dez dias, quando as crostas formadas nos locais das lesões começam a cair espontaneamente.

A eletrocauterização é realizada com a pessoa sob efeito de um anestésico injetável, podendo também ser administrado um vasoconstritor para evitar que ocorram sangramentos, assim por meio da eletricidade e do calor, o xantelasma é carbonizado.

Para evitar maiores complicações de saúde e se obter resultados satisfatórios com este tipo de tratamento, após o procedimento o paciente deve evitar tomar sol, assim como proceder com a higienização cuidadosa da área tratada e suspender o uso de produtos abrasivos no local.

Cauterização química

O procedimento da cauterização química possui similaridade com o tratamento explicado anteriormente. No entanto, enquanto a eletrocauterização tem como princípio básico a utilização da eletricidade e do calor, na cauterização química a destruição do xantelasma se dá por meio da aplicação de um produto com propriedades cáusticas ou ácidas.

Normalmente, a substância mais utilizada pelos dermatologistas para esse tipo de tratamento é o ácido tricloroacético. Devido à aplicação do ácido pode ocorrer o embranquecimento ou mesmo o amarelamento das lesões.

Alguns dias após a realização do procedimento a coloração da pele da região tratada pode sofrer alterações para um tom avermelhado, além de apresentar inchaço e irritação.

Outros sinais podem incluir o enrijecimento da área por conta da morte celular e consequente formação de crosta.

Contudo, após cerca de quinze dias todos os indícios característicos da realização da cauterização química tendem a desaparecer completamente.

Em alguns quadros, a depender da extensão dos xantelasmas, pode ser necessário realizar mais de uma sessão de tratamento.

O paciente também deve seguir as orientações médicas e tomar cuidados simples, a exemplo da limpeza da área, para que bons resultados sejam obtidos e evitar complicações evitadas. 

Procedimento com laser

Comumente os tipos de laser mais usados para tratar de xantelasma são o CO2 ou o Erbium YAG.

Esses lasers, utilizados em vários tratamentos cutâneos, estimulam um processo inflamatório na pele que colabora para o aumento da produção de colágeno e também para cicatrização, apresentando resultados significativos na melhoria do xantelasma.

Os tratamentos com lasers podem ser feitos no consultório do médico dermatologista tendo o paciente sob o efeito de um anestésico com alto poder de absorção.

Quando os pacientes possuem tons de pele mais claros, os feixes do laser devem ser devidamente ajustados.

Devemos sempre ter em mente que o organismo de cada paciente responde de forma individual ao tratamento, por isso a recuperação de cada pessoa tem desenvolvimento próprio.

Após o tratamento para xantelasma com laser, costuma-se notar a formação de edemas na pele durante os dias iniciais, assim como uma textura e cor diversas.

Quando o processo de renovação das células ocorre, também é possível perceber a descamação da pele. Todo esse período de recuperação da área tratada leva em média de uma semana a dez dias. 

Durante esse tempo, é indispensável que o paciente siga à risca as recomendações do médico responsável por acompanhar seu caso, essas orientações podem incluir a realização de compressas com água fria para diminuir o desconforto, a utilização de filtro solar e a hidratação rotineira da pele.

Remoção cirúrgica

A remoção cirúrgica do xantelasma pode ser considerada pelo dermatologista em casos em que as lesões são muito extensas e numerosas. Inclusive, a depender das particularidades do quadro, o médico pode optar por realizar o tratamento em mais de uma etapa.

Apesar de ser um método mais invasivo dos que anteriormente apresentados, a remoção cirúrgica tem como principal benefício o menor risco de recorrência da doença, uma vez que não haja recidiva do problema.

Esse procedimento requer sedação anestésica e compreende na excisão completa da lesão, podendo haver sutura das bordas ou cicatrização por segunda intenção, ou seja, a ferida cirúrgica cicatriza de modo espontâneo.

Desde que as recomendações médicas sejam seguidas corretamente pelo paciente, a recuperação ocorre de modo tranquilo e satisfatório em um período que varia de uma a duas semanas.

Entendendo as causas do xantelasma 

Mais frequentes em mulheres com idade acima dos 40 anos, as causas do aparecimento do xantelasma estão na maioria das vezes associadas com níveis elevados de colesterol LDL, popularmente conhecido como colesterol ruim, e taxas baixas de colesterol bom.

No entanto, outras condições crônicas de saúde, a exemplo da diabetes, alguns tipos de câncer, cirrose hepática, hipertireoidismo e outras doenças do metabolismo também podem estar relacionadas com o surgimento do xantelasma.

A utilização contínua de determinados medicamentos como corticoides e retinoides orais também podem estar ligados a formação dos xantelasmas.

Os xantelasmas formam-se devido a alterações na metabolização de gorduras ou quando os lipídeos presentes na nossa corrente sanguínea se aderem ao tecido cutâneo. 

O sistema imunológico busca eliminar essa gordura, no entanto, quando os macrófagos não conseguem, as células adiposas terminam se acumulando na pele, dando origem ao xantelasma.

Sintomas do xantelasma

Por ser basicamente uma doença assintomática, o sintoma essencial do xantelasma é sua característica estética.

Assim, identificar essa patologia dermatológica é simples pela visualização das placas de gorduras formadas nas proximidades das pálpebras oculares. 

Com cerca de 7,5 centímetros de diâmetro, as lesões do xantelasma têm uma consistência maior do que a pele saudável, sendo vagamente saliente e amarelada, além de possuir bordas claramente delimitadas e com coloração mais escura.

Sintomas como coceira, maior sensibilidade na área ou mesmo dor não costumam ser associados a patologia.

No entanto, o paciente pode se queixar de incômodo no momento de abrir e fechar os olhos, uma vez que a depender da localização e extensão das lesões pode provocar interferência nesse ato simples.

Saiba como é feito o diagnóstico de xantelasma

Em geral, não é necessária a realização de exames complementares, como exames de imagem ou biópsia, para concluir o diagnóstico do xantelasma. Assim, normalmente basta apenas uma avaliação clínica do médico dermatologista.

Além de avaliar o histórico da pessoa, o médico pode fazer uma série de perguntas básicas, a exemplo de seus hábitos, início do surgimento das lesões, dor ou outro sintoma associado, bem como sobre a existência de alterações em outros locais do corpo.

Ao fazer uma inspeção das lesões, o dermatologista irá avaliar suas características e excluir a ocorrência de outras patologias dermatológicas.

Caso o paciente tenha histórico de doenças crônicas, como a diabetes, isso pode facilitar a confirmação do diagnóstico apenas com a análise das lesões.

No entanto, o médico pode julgar válido solicitar um exame anatomopatológico para confirmar o diagnóstico e esclarecer as causas das lesões.

Lesões que tenham surgido mais recentemente podem ser submetidas a testes em laboratório para verificação dos níveis de lipídios e glicose. 

Prevenção e possíveis complicações do xantelasma

Apesar de alguns desconfortos no campo oftalmológico e o incômodo estético para o paciente, o xantelasma não acarreta maiores agravamentos para a saúde.

No entanto, essa patologia pode ser o indício de que algo não está bem no organismo da pessoa e que é necessário intensificar os cuidados para o quadro clínico geral não se agravar.

O surgimento de xantelasma pode ser, por exemplo, o indicativo de outras condições mais sérias como doenças metabólicas e insuficiência hepática.

Porém, não existe um modo de prevenir o aparecimento do xantelasma por si só. O que podemos fazer neste sentido é cuidar da saúde como um todo, buscando controlar índices e taxas, como triglicérides, colesterol e lipídios, que estão diretamente associadas a outras doenças, como a cirrose e diabetes.

Assim, cuidar da qualidade de vida, por meio de uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras e carnes magras, abdicar de maus hábitos, como o tabagismo e o alcoolismo, praticar exercícios físicos regularmente, assim como fazer um check-up médico periodicamente são medidas importantes.

Contudo, cabe ressaltar que mesmo alguns pacientes que possuem as taxas lipídicas dentro dos limites recomendados sofrem com o surgimento do xantelasma.

Conclusão

Como você pode constatar ao longo deste conteúdo, existem diversas opções de tratamento para o xantelasma.

Entre os principais procedimentos para tratar esse tipo de lesão benigna destacam-se a eletrocauterização, cauterização química, procedimentos por meio de laser e remoção cirúrgica.

Após a confirmação do diagnóstico, a escolha do melhor método para o tratamento do xantelasma caberá ao médico dermatologista, após considerar fatores como localização das lesões, tamanho e tipo de pele do paciente.

É importante ressaltar que independentemente do tipo de tratamento escolhido, caso o paciente não siga corretamente todas as orientações médicas para manter sob controle suas taxas de colesterol e mudar hábitos de vida, o xantelasma pode sim retornar.

Caso você note alguma das lesões características do xantelasma ou de outra condição dermatológica, não deixe de procurar acompanhamento médico.

Lembre-se que o dermatologista é o profissional mais indicado para cuidar de lesões cutâneas e que o diagnóstico precoce de muitas doenças permite o início ágil do tratamento mais indicado, evitando maiores complicações de saúde.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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